REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202501142029
Diego dos Santos Trindade; Gabriel Rodrigues Garcia Lima Freire; Leandro Queiroz dos Santos; Lennon de Oliveira Borba; Lucas Gracioli de Lima; Maira Sandri do Prado; Pedro Henrique Carlesso; Rodrigo Santos Emanuelle Osório; Rogério da Rosa Brasil; Tiago Darold Cruz
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo avaliar se o treinamento em circuito anaeróbico contribui para o desenvolvimento das capacidades físicas necessárias a prática do futsal. A pesquisa caracteriza -se como descritiva de caráter longitudinal, um estudo observacional que coleta dados qualitativos e quantitativos, responsável por usar medidas repetidas e/ou contínuas para avaliar o desenvolvimento dos envolvidos por um período, geralmente, longo de tempo e uma análise correlacional, visando explorar as relações que possam existir entre as variáveis apresentadas, utilizando como ferramenta primordial a pesquisa bibliográfica e análise de dados validados pela literatura. O presente estudo faz uma análise abordando um grupo de atletas, com o objetivo de propor testes físicos para avaliar as seguintes capacidades físicas necessárias a prática do futsal: flexibilidade, resistência muscular localizada, agilidade, força explosiva e velocidade de deslocamento, visando ainda, potencializar as habilidades e capacidades dos atletas envolvidos no estudo. A metodologia escolhida foi a pesquisa bibliográfica de conteúdos referentes ao treinamento em circuito anaeróbico.
Palavras-chave: Futsal. Treinamento Físico. Capacidades Físicas. Treinamento em Circuito Anaeróbico. Testes Físicos.
1 INTRODUÇÃO
A escolha do presente tema se deve a grande importância de analisar a influência do circuito anaeróbico como treinamento físico para atletas do futsal, pois é um método de treino que engloba diversos exercícios, onde os envolvidos passam por chamadas estações, onde realizam determinados movimentos, com um certo número de repetições ou um tempo préestabelecido.
A justificativa desse trabalho se deve a notabilidade do desenvolvimento e condicionamento físico dos atletas, a partir da utilização do circuito anaeróbico como método de treinamento, por um amplo e significativo período, visando ampliar a resistência muscular localizada, a força explosiva, a flexibilidade, a agilidade e a velocidade de deslocamento dos atletas envolvidos no processo.
Essa abordagem busca expor diversas questões referentes ao uso do circuito anaeróbico como modo de treinamento para ampliar o desempenho, as capacidades físicas, as habilidades e as potencialidades dos atletas do futsal. Esse trabalho faz uma retomada a origem e evolução do futsal, o treinamento, as capacidades físicas inerentes ao futsal, a preparação física, o método de treinamento em circuito, o circuito anaeróbico lático e alático no futsal.
Nesse sentido, o objetivo geral desse trabalho é evidenciar o circuito anaeróbico como método de treinamento visando um melhor desempenho das capacidades físicas de atletas do futsal, tendo como objetivos específicos conceituar a origem e evolução do futsal no Brasil, um esporte que é tão popular e conhecido, abordando juntamente questões inerentes ao treinamento em circuito anaeróbico.
O presente trabalho foi realizado com base em livros e artigos acadêmicos, portanto através de pesquisa bibliográfica e análise de dados validados pela literatura, realizado com muita dedicação, análise e estudo, o que possibilitou um maior entendimento sobre o tema escolhido, tendo como principais autores, Delgado Fernández, Vivian Heyward, Cris Fonseca, Humberto Escalissio, Estélio Dantas, Rogério Silva de Melo, entre outros.
2 FUTSAL: ORIGEM E EVOLUÇÃO
O jogo é uma atividade universal, sendo que pode ocorrer em qualquer parte do mundo, estando enraizado em diferentes civilizações e culturas. Por esta razão, fixar o nascimento de uma modalidade esportiva não é uma tarefa fácil (FONSECA, 2007).
Segundo Fonseca (2007), apesar de todas as controvérsias, parece ser unânime na história do futsal, que a Associação Cristã de Moços- ACM desempenhou um papel central na sua criação e no seu desenvolvimento, com seus primeiros passos na América do Sul, nas quadras de Brasil e Uruguai.
Falar em Brasil e Uruguai, na origem do futsal, já é um indicativo de versões opostas, relatos não permitem saber precisamente em qual dos países a modalidade foi gerada, incorporando aspectos do basquetebol, handebol, polo aquático e do próprio futebol, as primeiras regras definiram um jogo com dois períodos de 20 minutos, separados por 10 minutos de intervalo, as equipes tinham seis jogadores de cada lado sendo cinco de linha e um goleiro. Realizado em quadras de 26 metros de comprimento por 12 de largura, o jogo logo passou a ser chamado de “o jogo da bola pesada”, pois para solucionar os quiques das bolas de futebol de campo, criou-se uma bola confeccionada com crina vegetal, serragem e cortiça granulada, que pesava aproximadamente um quilo (TOLUSSI, 1982; apud FONSECA, 2007).
2.1 A Evolução do Futsal no Brasil
O Brasil possui uma grande influência na evolução histórica do futsal, com a modalidade regulamentada e organizada o esporte se popularizou nas ACMs de São Paulo e Rio de Janeiro, chegando aos clubes e também as escolas. Em virtude do alto grau de indisciplina, a prática do futsal adulto foi proibida em 1942 em todas as ACMs da América do Sul, mas a ACM de São Paulo continuou e criou a Comissão de Futebol de Salão com a seguinte proposta: solucionar os problemas da modalidade e reduzir a violência do jogo (FONSECA, 2007).
Após isto somente em 1956, foi lançado o primeiro conjunto oficial de regras do futebol de salão no mundo, sob autoria de Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes, sendo atualizada em 1971 pelo mesmo. Anos depois este regulamento foi adotado pela FIFUSA- Federação Internacional de Futebol de Salão, constituindo-se, portanto, no primeiro regulamento oficial da modalidade (FONSECA, 2007).
Chegando as mãos da FIFA em 1989, o futsal sofreu um crescimento rápido e impressionante da década de 1990, assumindo uma posição de hegemonia em relação ao antigo futebol de salão regido pela FIFUSA. A FIFA determinou que todas suas confederações de futebol criassem, dentro de seus departamentos, uma comissão de desenvolvimento do futsal, com as tarefas de dirigir, organizar e implementar a modalidade com foco no seu crescimento (FONSECA, 2007)
Segundo dados da FIFA do ano de 2007, o futsal estava presente em mais de 140 países, e conta com um número superior a 12 milhões de praticantes. Porém a busca para o fortalecimento da modalidade ainda é visível em muitos locais, o Brasil por sua vez continua com seu papel de pioneirismo seja no número de praticantes, no processo de formação de novos atletas e esquemas de jogo, ou então encabeçando a ideia de tornar a modalidade olímpica (FONSECA, 2007).
2.2 O Treinamento do Futsal
A prescrição de programas de treinamento para diferentes modalidades esportivas requer um amplo conhecimento da especificidade da modalidade escolhida. Dessa forma em modalidades coletivas como o futsal, a resistência muscular, a força/potência de membros inferiores, a agilidade a flexibilidade, velocidade, são capacidades físicas consideradas essenciais para a prática do futsal (CYRINO, 2002).
2.3 Capacidades Físicas Inerentes ao Futsal
De um modo geral, a composição corporal é um aspecto muito importante e é um dos atributos indispensáveis para o futsal. Na maioria das vezes os praticantes dessa modalidade devem possuir baixo percentual de gordura, pois o espaço em um jogo exige muito deslocamento do jogador sendo necessário transportar seu próprio peso e se o mesmo estiver acima do ideal pode desfavorecer a sua equipe (TEIXEIRA, 2014).
Segundo Avelar (apud TEIXEIRA, 2014), cita que o futsal é um esporte que apresenta como predomínio bioenergético do metabolismo anaeróbico, apesar da distância percorrida durante a partida. As habilidades anaeróbicas do futsal estão presentes nas corridas rápidas de curta duração, chutes, saltos e sprints, atividades que são influenciadas pela força nos membros inferiores. A atividade intermitente explosiva do desporto dá ao futsal esta característica anaeróbica, por isso é importante que se avalie as qualidades físicas exigidas predominantemente durante uma partida de futsal, e treiná-las para um melhor rendimento do atleta.
Segundo Tubino (2003), a velocidade de deslocamento é a capacidade máxima de um indivíduo deslocar-se de um ponto a outro. Também é chamada de velocidade de movimento, a velocidade de deslocamento é uma capacidade física específica em provas de velocidade de um modo geral, e em esportes coletivos.
No futsal, a velocidade de deslocamento é um componente altamente decisivo para o bom desempenho durante a partida assumindo um lugar destaque nos treinamentos (MATOS et al,2008 apud SANTA CRUZ,2011).
A velocidade dos atletas de futsal é específica e manifesta-se de três formas: velocidade de reação; velocidade gestual; e velocidade de aceleração. Nos deslocamentos durante a partida os atletas utilizam principalmente a velocidade de aceleração (5, 10 e 15 metros), pois as dimensões da quadra não permitem a realização da velocidade máxima. Para as ações técnicas como os passes, a condução, a recepção de bola, o cabeceio, os dribles e principalmente as fintas, a velocidade aparece de forma acíclica, já a velocidade de reação para os atletas que jogam na linha é requisitada para as ações táticas individuais ou em grupo (MATOS et al., 2008 apud SANTA CRUZ, 2011).
Para Dantas (2003) a força explosiva junto com as resistências aeróbicas e anaeróbicas, são as qualidades físicas mais importantes para a prática desportiva. Também conhecido como potência, este parâmetro é função da velocidade de execução do movimento e da força desenvolvida pelo músculo considerado.
No futsal, o treinamento de força é necessário para a elevação da performance específica do jogador, especialmente nas disputas de bola, nos saltos, disputas corpo a corpo, marcações e dribles. Além da elevação da performance, esse tipo de treinamento é muito importante para prevenir lesões, pois uma musculatura bem desenvolvida é mais eficiente na proteção do aparelho locomotor (SANTI MARIA, ARRUDA E ALMEIDA 2009, apud SANTA CRUZ, 2011).
Segundo Tubino (2003), a Resistência Muscular Localizada (RML), é a qualidade física que permite a um indivíduo realizar no maior tempo possível a repetição de uma ação muscular com a mesma eficiência durante o período. O RML é uma valência física que permite que as ações musculares sejam continuadas, mesmo que a intensidade seja muito elevada e possam influir no débito de oxigênio e surgimento de ácido lático. O importante quando se estuda esta qualidade física, é colocar a mesma sempre como uma função da duração do esforço com grupos musculares determinados.
A flexibilidade é certamente a qualidade física mais utilizada pelos desportos. Segundo Dantas (2003, pg 177), “flexibilidade é qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão”.
A flexibilidade depende da mobilidade articular e da extensibilidade muscular. A mobilidade articular é expressa pelas propriedades anatômicas das articulações, e a elasticidade muscular é revelada pelo grau de alongamento dos músculos envolvidos (TUBINO, 2003).
Para Tubino (2003), a agilidade é outra qualidade física que, na maioria dos esportes deve ser desenvolvida desde a preparação física geral. Viu-se que o tempo é uma variável importante para esta capacidade, o que evidencia a presença de velocidade nessa valência física. Além da velocidade, a flexibilidade também pode ser considerada como um pré requisito para o desenvolvimento da agilidade.
Para Bompa (2002 apud SANTA CRUZ,2011), a agilidade se refere a capacidade do atleta de mudar de direção de forma rápida e eficaz, mover-se com facilidade no campo, ou fingir ações que enganem o adversário a sua frente.
Outra observação importante, é o fato de que a agilidade é uma valência física específica na maioria das modalidades, o que a coloca como um alvo praticamente durante todo o período preparatório. Quanto a medição da agilidade, aparece um aspecto interessante, que é o fato de os testes envolverem também coordenação (TUBINO, 2003).
2.4 Preparação Física
A identificação das qualidades físicas do esporte em treinamento e a adequação destas valências aos objetivos formulados é o passo fundamental para o êxito de uma preparação física (TUBINO, 2003).
A mesma é o conjunto de atividades que tem por objetivo o desenvolvimento das capacidades orgânicas para uma realização mais eficaz do rendimento físico. De maneira geral estabelece-se que o objetivo dessa preparação é a melhora da condição física, entendida como a soma ponderada das qualidades físicas (DELGADO FERNÁNDEZ, 2002).
Ainda segundo Delgado Fernández (2002), existem três formas de diferenciar os tipos de preparação física; a forma geral, que desenvolve aquelas capacidades não específicas do esporte, mas que tem influência no resultado físico desportivo; existe também a especial, que desenvolve as capacidades específicas da modalidade; e tem também a pré técnica, que constrói um alto nível de habilidade motora que permita o desenvolvimento de uma técnica eficaz, fundamentada na conjunção exata das qualidades físicas requeridas em um gesto desportivo.
Esse tipo de preparação baseia-se na própria execução do gesto.
2.5 Método de Treinamento em Circuito
O método de treinamento em circuito, é um método polivalente adequado a realizar tanto na preparação cardiopulmonar como na neuromuscular. E por este motivo é muito usado no treinamento desportivo pela economia de tempo que propicia (DANTAS, 2003).
Segundo Tubino (2003), é o meio de preparação física que consta de passagens dos atletas por (estações), nas quais são executados exercícios de efeitos distintos com ou sem implementos. O mesmo foi criado em 1953 por R.E. Morgan e G.T. Adanson, na Universidade de Leeds na Inglaterra, para permitir o treino em local fechado durante o inverno. No início era realizado de duas formas:
– Circuito de tempo fixo: no qual o atleta realiza o maior número de repetições do exercício dentro de um tempo pré determinado dentro da estação.
– Circuito de carga fixa: o atleta realiza o circuito fazendo um número x de repetições em cada estação. Para os olímpiadas de Barcelona várias equipes de algumas modalidades realizaram a modernização no circuito que se pode considerar como terceiro tipo.
– Circuito de carga individualizada: este treino é totalmente ajustado a individualidade biológica do atleta e ao valor da curva de volume/intensidade de treinamento e do microciclo (DANTAS, 2003).
O método de treinamento em circuito é o meio de preparação física que tem por objetivo treinar o maior número possível de qualidades físicas. Mas apenas a implicação moderna do circuito, estabeleceu qualidades físicas que poderão ser visadas pela totalidade dos circuitos ou isoladamente nas estações (TUBINO, 2003). De modo geral as resistências aeróbica e anaeróbica são as qualidades físicas que mais podem ser desenvolvidas por meio de um circuito de treinamento, as demais qualidades serão desenvolvidas dentro das estações do circuito (TUBINO, 2003).
Dentro disso, como foi citado por Avelar (et al. apud TEIXEIRA, 2014), citam que o futsal é um esporte que apresenta como predomínio bioenergético do metabolismo anaeróbico, apesar da distância percorrida durante a partida. Foi proposto usar o método de circuito anaeróbico para ser aplicado na modalidade futsal. Para Tubino (2003), o circuito anaeróbico é aquele formulado de um modo que os atletas executem as passagens em débito de oxigênio. É um circuito que deverá ser executado em velocidade.
Para Dantas (2003), a finalidade deste método de treinamento se dá na melhora do condicionamento cardiopulmonar e neuromuscular de atletas que necessitem de resistência aeróbica ou anaeróbica, RML, força explosiva, flexibilidade ou velocidade, ainda por seu caráter geral não desenvolve nenhuma qualidade física em seu grau máximo, portanto para atletas de alto nível seria um método complementar aos outros.
O fator especificador do treinamento serão as qualidades físicas visadas e o desporto para a qual serão treinadas. Visando a preservar o surgimento precoce da fadiga, deve-se alterar as intensidades e os grupos musculares trabalhados de uma estação para a outra tendo o cuidado de escolher exercícios de fácil execução (DANTAS, 2003).
Para Tubino (2003), quanto aos objetivos das estações de um treinamento em circuito, o mesmo é programado visando os tipos de força, de velocidade, potência e a resistência muscular localizada. Entretanto, existem circuitos que contam com estações específicas de outras valências físicas como a flexibilidade, o equilíbrio e a agilidade.
Segundo Dantas (2003), o método de treinamento em circuito tem várias vantagens, como, a grande economia de tempo de treinamento, o que permite que o mesmo seja realizado com condições climáticas desfavoráveis, ele possibilita o treinamento individualizado de um grande número de atletas ao mesmo tempo, mostra resultados a curto prazo, facilita ao treinador a organização e controle do treinamento, é um trabalho altamente motivador que facilita a aplicação da sobrecarga.
Atualmente não existe um número fixo de exercícios por circuito, geralmente o número é de 6 a 15, embora não seja uma regra fixa. Quando na mesma sessão estiver programada mais de uma passagem no circuito os intervalos poderão ser curtos ou longos dependendo se o circuito for aeróbico ou anaeróbico respectivamente, já as pausas entre as estações se o circuito for aeróbico não devem existir para o esforço se caracterizar por um prolongamento, mas se o mesmo for anaeróbico os intervalos poderão caracterizar-se como pausas entre os esforços (TUBINO, 2003).
A aplicação do princípio da sobrecarga nos circuitos anaeróbicos, deverão ser feitas exigindo-se o aumento do ritmo de execução do movimento, maiores cargas nas estações ou menores intervalos de recuperação entre as passagens do circuito. Nas estações específicas de potência muscular a principal referência será a velocidade de execução da mesma, já para as específicas de resistência muscular localizada será o maior número de repetições (TUBINO, 2003).
2.6 Circuito Anaeróbico lático e alático aplicado no futsal
O futsal é uma modalidade esportiva com características intermitentes, sustentada por movimentos acíclicos, com predominância do metabolismo anaeróbico e contribuição aeróbica principalmente nos momentos de recuperação entre os esforços. O contexto da modalidade deve ser considerado em relação aos diversos componentes do jogo, como os aspectos físico, técnico, tático e psicológico. Especialmente quanto ao físico, um salonista percorre em média 4.313 metros, sendo 26% dos esforços realizados em alta intensidade, realiza aproximadamente 671 reações de curta distância durante o jogo com mudanças a cada três segundos, com frequência cardíaca média de 176 bpm variando entre 80% e 95% da máxima (SANTA CRUZ, 2011).
Segundo Weineck (2003 apud Laranjeira e Leal 2011), existem basicamente três tipos de fontes energéticas: anaeróbica alática, utilizando as reservas de ATP-PCr, na qual a fosfocreatina fornece energia para a ressíntese de ATP; anaeróbico lático, que envolve a degradação incompleta de alimentos em ácido lático ressintetizando moléculas de ATP; e também pelo processo aeróbico, cuja quantidade de ATP adquirida é muito maior, pois o processo consente degradação completa de glicose ou ácido graxo.
Sampaio (2005 apud Laranjeira e Leal 2011), afirma que o sistema anaeróbico alático utiliza a energia de uma substância chamada fosfocreatina (PC) para a recomposição do ATP. Assim, como o ATP e a fosfocreatina são acumulados nos músculos, quando a fosfocreatina tem seu grupo fosfato removido através da enzima creatina cinase, libera energia suficiente para adicionar ao ADP um radical fosfato (Pi), formando ATP.
Para Tubino (2003) este processo serve para a necessidade de atender às primeiras demandas energéticas, de curta duração e alta intensidade, aumentando a concentração e a mobilização para a atividade de compostos fosforados que contem princípios energéticos muito fortes, como o trifosfato de adenosina e a fosfocreatina.
Desta forma, esse é o processo mais rápido de abastecimento de ATP nos músculos. Conforme Foss e Keteyian (2000 apud Laranjeira e Leal 2011), este sistema se caracteriza por não depender de uma longa série de reações químicas, por não necessitar de oxigênio nos músculos que estão realizando a atividade e também pelo trifosfato de adenosina (ATP) e da fosfocreatina (PC), já estarem presentes armazenados dentro dos mecanismos contráteis do músculo.
Já no sistema anaeróbico lático, segundo AEA (2001 apud Laranjeira e Leal 2011), o sistema de ácido lático não requer oxigênio e tem como resultante e subproduto o ácido lático, que causa fadiga muscular. Utilizam ainda, somente carboidratos, liberando até duas vezes mais ATP do que o sistema fosfagênio.
Almeida e Rogatto (2007 apud Laranjeira e Leal 2011), afirmam que neste sistema a intensidade é alta, mas não máxima, e o organismo passa a ressintetizar ATP sem a presença de oxigênio, porém utilizando a glicose.
Tubino (2003) mostra como exemplo de atividades que utilizam o sistema glicolítico as provas de velocidade prolongada e situações que ocorrem em disputas de esportes coletivos.
3 CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objetivo analisar referencias teóricos sobre a utilização do circuito anaeróbico como treinamento de atletas do futsal, onde o modo de treinamento mostrou inúmeras vantagens, possibilitando um treinamento individualizado, porém com um grande número de envolvidos ao mesmo tempo, ou seja, em grupo, pois para a prática desse esporte é preciso várias pessoas envolvidas.
Entre as vantagens podemos citar que o treinamento em circuito anaeróbico pode ser realizado independentemente das condições climáticas, fazendo chuva ou sol, pois pode ser adaptado em qualquer espaço, por ser um treinamento intenso é possível ter uma significativa otimização de tempo de treino, além de ser um treinamento altamente motivador e incentivador para superação de seus limites.
Por se tratar de um esporte praticado em grupo, o futsal exige do atleta habilidade e bom condicionamento físico, por isso abordamos a importância do treinamento anaeróbico, força e velocidade, para que ele desenvolva uma significativa elevação de performance, melhorando seu rendimento em quadra, em disputas de bola, corpo a corpo, marcações, dribles, saltos e também prevenindo lesões, por ter seu sistema muscular estimulado, forte e amplamente desenvolvido.
O estudo também foi positivo por ampliar os conhecimentos referentes a origem e evolução do futsal no Brasil, conceituando diferentes aspectos relacionados ao tema, como preparação física, treinamento, capacidades físicas, através de grandes nomes da literatura.
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