CINESIOTERAPIA APLICADA COMO RECURSO FISIOTERAPÊUTICO NA SAÚDE DA MULHER COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7974234


Pedro Íthalo Correia de Almeida1
Clistenis Clênio Cavalcante dos Santos2


RESUMO 

A incontinência urinária (IU) caracteriza-se pela perda involuntária da urina, essa patologia atinge mais o sexo feminino e interfere diretamente no dia a dia da paciente, trazendo prejuízos físicos e mentais pelo constrangimento que a micção involuntária provoca. Muito se tem demonstrado que o uso da cinesioterapia tem contribuído para a melhora nos casos de IU. Logo, o artigo possui como objetivo demonstrar a eficácia da cinesioterapia em mulheres com incontinência urinária. Trata-se de uma revisão da literatura, as buscas ocorreram por meio do banco de dados, Scielo, Lilacs, PubMed e Google Acadêmico. Foram utilizados os descritores em ciências da saúde (DeCS), “Cinesioterapia”, “Incontinência Urinária”, “Tratamento Fisioterapêutico”, “Saúde da Mulher”, artigos de 2019 a 2023, foram obtidos de início 89 artigos, e após aplicar os critérios de exclusão e inclusão, selecionados 12 artigos. Mediante análise dos estudos, constatou-se que a cinesioterapia pélvica é considerada, na atualidade, o tratamento de primeira escolha para a IU, com protocolos personalizados, nas repetições, duração das contrações e frequência. Além disso, constatou-se que o tratamento cinesioterapêutico executado em grupo ou de forma individual, se mostraram eficazes de ambas as formas, sendo uma alternativa acessível e mais viável para mitigar os sinais e sintomas da IU. Em síntese, nota-se que a IU é um problema de saúde pública, comprovou-se que a cinesioterapia possui ação reabilitadora do assoalho pélvico e controle da micção, mostrando resultados positivos, isso porque, de maneira direcionada e particular o paciente tem um tratamento diferenciado, respeitando-se suas limitações e necessidades.

Palavras- chave: Cinesioterapia; Incontinência Urinária; Tratamento Fisioterapêutico.

ABSTRACT

Urinary incontinence (UI) is characterized by the involuntary loss of urine. This pathology affects more women and interferes directly in the patient’s daily life, bringing physical and mental damage by the embarrassment that involuntary urination causes. It has been demonstrated that the use of kinesiotherapy has contributed to the improvement in cases of UI. Therefore, the article has as objective, to demonstrate the efficacy of kinesiotherapy in women with urinary incontinence. This is a literature review, the searches occurred through the Scielo, Lilacs, PubMed and Google Academic databases. The descriptors in health sciences (DeCS), “Kinesiotherapy”, “Urinary Incontinence”, “Physiotherapy Treatment”, “Women’s Health”, articles from 2019 to 2023 were used, 89 articles were obtained at first, and after applying the exclusion and inclusion criteria, 12 articles were selected. Through analysis of the studies, it was found that pelvic kinesiotherapy is currently considered the treatment of first choice for UI, with customized protocols, in repetitions, duration of contractions and frequency. In addition, it was found that the kinesio therapeutic treatment performed in groups or individually proved to be effective in both ways, being an affordable and more viable alternative to mitigate the signs and symptoms of UI. In summary, it is noted that UI is a public health problem, it was proven that kinesiotherapy has rehabilitative action of the pelvic floor and control of urination, showing positive results, because, in a targeted and particular way the patient has a different treatment, respecting their limitations and needs.

Key words: Kinesiotherapy; Urinary Incontinence; Physiotherapy Treatment.

1 INTRODUÇÃO

A incontinência urinária (IU) caracteriza-se pela perda involuntária da urina, o distúrbio confere ter a perda do controle da bexiga, órgão responsável pelo armazenamento e excreção da urina, seu bom funcionamento permite haver micção de forma saudável ao indivíduo. Entretanto, quando há disfunção ou perda do domínio, o comportamento desse órgão é comprometido, viabilizando episódios de ligeiras perdas de urina ao tossir, espirrar ou rir e noctúria, implicando em prejuízos na qualidade de vida do paciente. 

Tochetto, et al. (2022) em seu estudo, evidenciou que a IU tem alta incidência em mulheres do que em homens, e atinge cerca de 40% do público feminino na faixa etária entre 30 e 70 anos e, aproximadamente, 80% da comunidade idosa. Além disso, essa estatística e prevalência pode-se compreender pelos estresses causados na musculatura do assoalho pélvico ao longo dos anos, como: Número de gestações, via de parto, obesidade, estresse, ansiedade, entre outros, considerando que a frequência de mobilidade da bexiga causa a perda da resistência uretral e, consequentemente, a acentuação da IU.

Muito se tem demonstrado que o uso da cinesioterapia – terapia do movimento- tem contribuído consideravelmente, para a melhora nos casos de IU, isso porque esse tratamento consiste em exercícios terapêuticos e abrangem sua ação nos sistemas neuromusculoesqueléticas e circulatório, com: alongamentos, reeducação postural, treino de equilíbrio, coordenação motora, e outros. Além do mais, essa terapêutica permite ao profissional tratar de forma individual o incômodo que a patologia causa, evidenciando êxito e importância no uso.

O presente trabalho implica grande importância para a comunidade científica, justifica-se, pois, que é imprescindível compreender o papel da fisioterapia como estratégia de tratamento terapêutico e preventivo da IU. Além disso, o estudo científico buscou revelar de forma concreta informações que elucidem os benefícios que a cinesioterapia propõe para a UI. A expectativa é atrair a atenção sobre o tema e contribuir para melhores esclarecimentos sobre a temática e servir de base para novos estudos na área.

Vale enfatizar que, a problemática do tema envolve o quanto a UI impacta significativamente na vida da saúde da mulher, a condição que essa patologia proporciona compromete o bem-estar físico, emocional, psicológico e social. Logo, a busca por medidas eficientes que possam propiciar melhor qualidade de vida a quem tem a doença é indispensável, por isso, o estudo sobre a aplicação da cinesioterapia que muito tem demonstrado ser alternativa de terapia.

Diante do exposto, o artigo possui como objetivo principal, demonstrar a eficácia da cinesioterapia em mulheres com incontinência urinária, implicando estudar os conceitos de aprendizado sobre o UI. Além disso, tem como objetivos específicos, analisar como essa patologia compromete a qualidade da vida feminina e compreender por meio da revisão da literatura a eficácia da fisioterapia com ênfase no tratamento cinesioterapêutico para promoção de saúde e alívio dos sintomas da UI. 

2 DESENVOLVIMENTO 

2.1 Metodologia 

Trata-se de uma revisão da literatura, com abordagem qualitativa e descritiva, com o intuito fundamental de investigar respostas referentes à problemática em questão. As buscas ocorreram entre os meses de outubro de 2022 a abril de 2023, por meio da biblioteca Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e de acordo com a base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed e Google Acadêmico. Para isso, as bases de dados foram selecionadas com o objetivo de relevância nacional e internacional.

Foram utilizados os termos registrados no site de Descritores em ciências da saúde (DeCS), “Cinesioterapia”, “Incontinência Urinária”, “Tratamento Fisioterapêutico”, “Saúde da Mulher” sobre interligação do operador booleano “AND”, por meio do mecanismo de busca avançada a partir da categorização título, resumo e texto completo. Como critérios de elegibilidade foram escolhidos: trabalhos publicados em todos os idiomas e pesquisado em qualquer país, cuja temática tenha relação, disponível na íntegra, com ano de publicação entre 2019 e 2023. Já como critérios de exclusão elegeram-se: estudos cujo título não tivesse utilização dos termos, duplicados e pagos.

Seguindo os critérios mencionados anteriormente (pesquisa, inclusão e exclusão), foram obtidos 89 artigos, que após a leitura minuciosa e estruturação delimitada foram descartados 56, e após a triagem foram ainda excluídos 21, foram selecionados, por fim, 12 artigos para compor a mostra fina.

Fluxograma 2: Síntese do processo de busca e escolha.

Fonte: Autor (2023).

Após a leitura na íntegra dos 12 estudos selecionados para compor a presente revisão, foi realizada a extração de dados, onde foi construído um quadro (Quadro 1), com o intuito de sintetizar as informações contidas nos estudos selecionados.

2.1 Resultados e Discussão

Para facilitar a compreensão da análise dos estudos, os artigos foram organizados no quadro 1, estruturados em ordem crescente, do mais antigo para o mais atual, composto por títulos, autores, ano de publicação, objetivos, resultados e o periódico onde foi publicado.

Quadro 1: Análise das amostras e seus resultados.

N° Título Autor Ano Objetivos ResultadosPeriódico 
1O Conhecimento de Mulheres sobre Incontinência Urinária e Atuação da Fisioterapia: Revisão Sistemática.DA SILVA; NUNES; LATORRE.2019Discutir o conhecimento demulheres sobre incontinência urinária a respeito da fisioterapia pélvica como opção no tratamentoda IU.Os artigos analisados consideraram que o nível de conhecimento das mulheres acerca da IU, e de seus tratamentos pela fisioterapia, especificamente, a cinesioterapia para a saúde pélvica foi insatisfatório.Revista Baiana de Saúde Pública.
2Incontinência Urinária Feminina: uma Revisão Bibliográfica.PEREIRA, et al.2019Objetivou discorrer e abordar sobre a incontinência urinária, e o que pode afetar na qualidade de vida das mulheres.Obteve-se que as mulheres com IU desenvolvem depressão e se sentem constrangidas pela patologia, comprovou-se que a cinesioterapia atua de forma eficaz para a recuperação da musculatura pélvica.Revista Eletrônica Acervo Saúde.
3Eficácia da Fisioterapia Pélvica no Tratamento da Incontinência Urinária em Mulheres Climatéricas.OLIVEIRA, et al.2020Analisando os efeitos da fisioterapia pélvica na incontinência urinária em mulheres na menopausa. A IU afeta 30 a 60% das mulheres durante a menopausa, o que compromete negativamente na qualidade de vida. A fisioterapia com a cinesioterapia auxilia na melhora dos sinais e sintomas, tais como, noctúria. Research, Society and Development.
4Efeitos da Fisioterapia na Incontinência Urinária FemininaCAVENAGHI, et al.2020Avaliar os efeitos do tratamento fisioterapêutico na incontinência urinária em mulheres que apresentam o quadro de incontinência urinária.Constatou-se um número expressivo de mulheres acometidas com IU e que após o tratamento fisioterapêutico, entre eles a cinesioterapia, houve uma diminuição significativa na micção sem controle que a IU causa.Revista Pesquisa em Fisioterapia
5Atuação da Fisioterapia na Incontinência Urinária em Mulheres Praticantes de Atividade Física: Revisão Bibliográfica. PEREIRA; LEITE; DA SILVA.2021O objetivo deste estudo é descrever aatuação da fisioterapia na incontinência urinária em mulheres praticantes de atividade física, demonstrando as principaistécnicas, como a cinesioterapia, no tratamento fisioterapêutico.A fisioterapia é essencial no tratamento da IU porpromover percepção corporal, devolver e melhorar a função dos músculos perineais, usando técnicas no tratamento individualizado por cinesioterapia que normalizar a tonicidademuscular, ajudando com que a mulher conquiste novamente uma boa continência urinária.Research, Society and Development.
6A Influência da Cinesioterapia no Tratamento da Incontinência Urinária em Mulheres: Revisão. PEREIRA, et al.2021Objetivou compreender a influência da cinesioterapia como tratamento para incontinência urinária em mulheres, por meio de exercícios de fortalecimento das estruturas mantedoras da continência e treinamento dos músculos do períneo.A cinesioterapia demonstrou ser efetiva no tratamento para IU, com resultados satisfatórios em vários estufos associados ou não a outras técnicas. Revista Cathedral
7Os Benefícios da Fisioterapia Pélvica para Mulheres com Incontinência Urinária.DE MENEZES, et al.2021Analisar os benefícios da fisioterapia pélvica que tem um importante papel no tratamento conservador da incontinência urinária em mulheres.Verificou-se que a IU possui uma incidência maior em mulheres e que as afeta socialmente, fisicamente e psicologicamente. A fisioterapia pélvica, pela cinesioterapia vai atuar na reabilitação e fortalecimento, trazendo um tratamento conservador e bastante eficaz.Revista Cathedral
8A Intervenção da Fisioterapia no Tratamento da Incontinência Urinaria de Esforço. OLIVETTO; DA SILVA LIMA; DE ALENCAR.2021Compreender a importância da atuação do profissional fisioterapeuta noatendimento de mulheres com incontinência urinária de esforço.O recurso fisioterapêutico como a cinesioterapia é um tratamento positivo, poisviabiliza o desenvolvimento e a melhora da qualidade de vida de pacientes com IU, sendo positivo também a associação com a eletroestimulação, biofeedback e cones vaginais.Research, Society and Development.
9Abordagem Fisioterapêutica para Mulheres Idosas com Incontinência Urinária No Brasil–Uma Revisão de Literatura. NASCIMENTO; MENDES.2022Analisar os principais recursos da fisioterapia na abordagem da incontinência urinária para mulheres idosas no Brasil.A análise apontou que a cinesioterapia e a eletroestimulação foram os principais recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento da UI. Revista Eletrônica Estácio Saúde.
10Eficácia Terapêutica da Cinesioterapia Pélvica em Mulheres com Incontinência Urinária de Esforço–Uma Revisão Integrativa.DOS SANTOS COSTA, et al.2022Investigar as evidências terapêuticas da cinesioterapia pélvica em mulheres com incontinência urinária deesforço e os protocolos mais utilizados com ênfase na cinesioterapia.Nos estudos selecionados em concordância a cinesioterapia pélvicademonstrou ser um método eficaz para o tratamento de incontinência urinária de esforço, embora não haja consensonas literaturas acerca de um protocolo padronizado.Research, Society and Development.
11Intervenção fisioterapêutica em mulheres com Incontinência Urinária: uma revisão de literatura. SILVA, et al.2023Descrever a importância da intervenção fisioterapêutica no tratamento da incontinência urinária, visando um maior conhecimento sobre o tema proposto.Procedimentos fisioterapêuticos propicia ao paciente com IU a melhora e/ou cura dos desconfortos sintomáticos. Logo, a fisioterapia obteve ganhos em mulheres com IU, por meios da cinesioterapia e técnicas específicas, aliado ao trabalho de prevenção e orientações.Brazilian Journal of Health Review.
12Tratamento Fisioterapêutico em Idosas com Incontinência Urinária: uma Revisão Integrativa de Literatura. ALVES, et al.2023Relatar a influência da fisioterapia como método de tratamento para idosas com incontinência urinária.Destaca-se que a fisioterapia se mostra de fundamental importância na melhora oucura dos sinais e sintomas das pacientes com IU, em que, por meio de técnicas e exercíciosDispostos pela fisioterapia por cinesioterapia, favorece também a melhora da qualidade de vida.Research, Society and Development.

  Fonte: Autor (2023).

Observa-se no quadro 01, que os objetivos dos estudos possuem semelhanças e convergem para a os resultados e discussão coerente no presente artigo nas suas análises, assim como, as conclusões acerca destes em uma ótica exploratória dos estudos. Além disso, delimitam a demonstrar a prevalência no olhar para o problema e interferência que a IU ocasiona na saúde da mulher e no seu dia a dia, e a interface de ação benéfica que a cinesioterapia proporciona na qualidade de vida.

A IU é uma patologia que se enquadra em uma condição clínica que acomete, significativamente, mulheres e têm sido presentes, cada vez mais frequente, isso porque, a disfunção do assoalho pélvico feminino causa alterações no esfíncter urinário e a fisiologia feminina possui condições suscetíveis em ser alvo maior na disfunção. Além disso, a fisiopatologia da IU relaciona-se de acordo com o seu tipo, os principais são: IU de esforço, perda involuntária de urina em situações de esforço, IU de urgência, refere-se à vontade forte e sem controle de urinar e IU mista, que possui sinais característicos dos dois tipos. O tratamento pode ser via cirurgia, a depender da urgência, e/ou por técnicas de cinesioterapia pelo fisioterapeuta (PEREIRA et al., 2021).

De Menezes et al. (2021) em seu estudo, destacou sobre a anatomia e fisiologia do assoalho pélvico, especificamente, a pelve que tem a função de sustenta e suporta boa parte do peso do corpo, por isso, a importância de uma musculatura forte e resistente, com disfunção nesse órgão propicia o surgimento da IU. Outrossim, evidenciou que a fisioterapia possui um papel crucial de prevenção e tratamento diretamente curativo para a IU por meio da educação corporal da função miccional, exercícios na musculatura do assoalho pélvico com técnicas específicas direcionadas e tratamento diferenciado para cada quadro. 

Figura 1: Anatomia e fisiologia do funcionamento da bexiga.

Fonte: Associação Brasileira pela Continência B.C. Stuart (2017).

Observamos na imagem, uma demonstração de uma bexiga normal com a musculatura saudável, com o aumento da pressão e contração dos músculos do assoalho pélvico, não há saída de urina, entretanto, quando se compara com uma bexiga com IU, quando se tem o aumento da pressão e em seguida o relaxamento dos músculos, há a saída de urina. Logo, se beneficiar da cinesioterapia como técnica atuará nessa musculatura, permitindo a contração e o relaxamento para trabalhar de forma efetiva e de aumento do grau de força e tônus muscular (SILVA, et al. 2023).

Para Dos Santos Costa et al. (2022), a cinesioterapia pélvica é considerada, na atualidade, o tratamento de primeira escolha para a IU, com protocolos especializados em relação de repetições, duração das contrações, duração e frequência dos exercícios. Além disso, constatou-se que o tratamento cinesioterapêutico executado em grupo ou de forma individual, se mostraram eficazes de ambas as formas, sendo uma alternativa acessível e mais viável para mitigar os sinais e sintomas que a IU pode ocasionar no dia a dia da mulher.

Segundo Pereira et al. (2021), a cinesioterapia é um método simples e de fácil acesso, que possibilita o fortalecimento, alongamento e propriocepção da área afetada ao realizar a manutenção das estruturas que envolvem o assoalho pélvico, possibilitando um domínio necessário para o tratamento eficiente para a IU. Vale ainda destacar, que a IU pode afetar mulheres de qualquer idade e massa corporal, sendo um problema de saúde pública e que gera insegurança, constrangimento, distúrbios de sociabilidade, comprometimento sexual e físico.

Figura 2: Exemplo de exercício cinesioterapêutico.

            Fonte:  Depositphotos (2023).

Figura 3: Exemplo de exercício cinesioterapêutico.

         Fonte:  Istockphoto (2023).

Pode-se observar que a cinesioterapia consiste em exercícios fisioterapêuticos que permitem que os quadris apoiados na bola suíça, por exemplo, mantenham contrações para equilíbrio e consequentemente, estímulos à musculatura do meio pélvico, com as solas dos pés no chão, permite movimentar, contrair e relaxar diversas musculaturas essenciais para o fortalecimento e desenvolvimento do tônus muscular do corpo. A cinesioterapia utiliza-se desses recursos para ajudar no desenvolvimento da terapia de tratamento da IU, oferecendo possibilidade de resistência uretral a efeitos da musculatura natural do corpo, além de, melhorar a sustentação pélvica (NASCIMENTO; MENDES, 2022).

Cavenaghi et al. (2020), comprovou em sua análise que a fisioterapia, por meio da cinesioterapia, foi eficaz no tratamento da IU feminina, resultando em efeitos positivos de recuperação e promoção da saúde. O intuito desse recurso fisioterapêutico é o fortalecimento da uretra e a evolução com o objetivo de melhorar a sustentação do assoalho pélvico e urogenital, viabilizando o desenvolvimento e a melhor qualidade de vida do paciente possibilitando a reabilitação de funções motoras do corpo para melhorar, restaurar e/ou aumentar a funcionalidade a condição física e a saúde no geral do paciente (OLIVETTO; DA SILVA LIMA; DE ALENCAR; 2021)

Em uma análise psicossocial, Pereira et al., 2019, destacou que a IU causa grande impacto negativo na vida das mulheres, estimulando modificações do próprio comportamento diário, provocando constrangimento, desconforto, frequentes idas ao banheiro, escape de urina e odor, além de impor restrições nos seus hábitos sociais, sendo indispensável a atenção a temática de forma mais efetiva na saúde da mulher. Destacou ainda, que o tratamento cinesioterápico é conservador, dinâmico e de baixo impacto, com técnicas que estabelece instrumentalizar o paciente ao tratamento visando o envolvimento direto no processo de cura.

Alves et al., 2023, em seu estudo, analisou que sessões de cinesioterapia para o fortalecimento do assoalho pélvico, com duração e sessões específicas, foram possíveis alcançar o fortalecimento da pelve e suas musculaturas possibilitando o controle efetivo da perda da urina diária, alívio dos sinais e sintomas e viabilizando bem-estar físico e social da mulher. Além disso, possibilitando a reeducação dos hábitos de vida, alongamento da musculatura e proporcionando consciência muscular, controle miccional e qualidade de vida.

Por fim, foi possível notar a grande relevância que a cinesioterapia proporciona à saúde da mulher acometida com IU, isso porque, através dos estudos e os objetivos traçados e alcançados do artigo, notou-se consideráveis benefícios dos exercícios. Logo, permitindo visualizar o notável valor que a temática confere para a saúde feminina.

3. CONCLUSÃO 

Conclui-se, portanto, que a IU é um problema de saúde pública, que acomete muitas mulheres na sociedade e envolve questões físicas, sociais e psicológicas, consistindo em uma temática relevante para busca de tratamento eficazes para proporcionar melhor qualidade de vida. Foi concluído no estudo que, a cinesioterapia possui ação reabilitadora do assoalho pélvico (estrutura comprometida pela patologia), mostrando resultados positivos, isso porque, de maneira direcionada e particular o paciente tem um tratamento diferenciado a sua história da doença, suas limitações e necessidades, permitindo com que o tratamento fisioterapêutico pelo método, seja tão eficaz. 

Além disso, foi demonstrado que no decorrer do tratamento pela cinesioterapia diversos benefícios foram sendo alcançados, por exemplo: restabelecimento de forma progressivamente da saúde pélvica, autoestima, segurança no dia a dia para seus afazeres e relações sociais. O profissional fisioterapeuta protagoniza grande importância para aplicação de forma correta e segura da cinesioterapia sendo indispensável seu papel ao enfrentamento dessa enfermidade.

REFERÊNCIAS

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1Faculdade Anhanguera Maceió
pedroithalo2015@hotmail.com
https://orcid.org/0009-0006-4655-1723

2Faculdade Anhanguera Maceió
clistenis-cavalcante@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0002-9086-5782