CAUSAS DE INTERNAÇÕES DE RECÉM-NASCIDOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202408201406


Silvia Rodrigues Tolomeotti dos Santos
Orientador: Prof. Dr. Claudinei de Sousa Lopes Anonacio.


RESUMO

Os primeiros 28 dias de vida de um bebê é caracterizado por um período vulnerável e de elevada fragilidade, sendo a mortalidade neonatal um fator preocupante em vários países, entretanto, a progressão nos cuidados tecnológicos na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), tem possibilitado a recuperação e a sobrevida de inúmeros recém-nascidos (RN´s) doentes. Contudo, existem múltiplas causas conhecidas de internação na UTIN, mas são diversificadas, dependendo da região. O objetivo deste estudo é analisar as principais causas de internações de recém-nascidos admitidos em uma unidade de terapia intensiva neonatal, e destacar a importância do enfermeiro no contexto multidisciplinar da UTIN. A metodologia empregada é uma revisão integrativa da literatura, de caráter descritivo, pesquisada em artigos científicos publicados, entre os anos de 2017 e 2023. Diante dos resultados obtidos, visualizou-se que a prematuridade, seguido do desconforto respiratório são as principais causas de internação na UTIN, evidenciado em todas as pesquisas. Também obteve outros fatores como risco infecioso, Síndrome do Desconforto Respiratório, hipoglicemia, baixo peso ao nascer, sepse, asfixia e hipóxia no parto, anóxia perinatal e malformações congênitas. Referente às infecções maternas que podem acometer o RN, infecção do trato urinário, alta paridade, idade materna avançada, pequena renda familiar e baixo nível de escolaridade materna. Dessa maneira, o pré-natal, é primordial para progressão adequada da gravidez, proporcionando a descoberta antecipada de situações adversas, maternas e fetais. Portanto, novos trabalhos de campo devem ser efetuados com amostras maiores para ampliar essa discussão, esclarecendo melhor esse tema tão importante. 

Palavras-chave: Internações. Unidades de Terapia Intensiva. Recém-Nascidos. Causas.

ABSTRACT

The first 28 days of a baby’s life is characterized by a vulnerable and highly fragile period, with neonatal mortality being a worrying factor in several countries. However, the progression of technological care in the neonatal intensive care unit (NICU) has made it possible the recovery and survival of countless sick newborns (NBs). However, there are multiple known causes of admission to the NICU, but they vary depending on the region. The objective of this study is to analyze the main causes of hospitalizations of newborns admitted to a neonatal intensive care unit, and highlight the importance of nurses in the multidisciplinary context of the NICU. The methodology used is an integrative review of the literature, of a descriptive nature, researched in scientific articles published between the years 2017 and 2023. Given the results obtained, it was seen that prematurity, followed by respiratory discomfort are the main causes of hospitalization in the NICU, evidenced in all research. It also obtained other factors such as infectious risk, Respiratory Distress Syndrome, hypoglycemia, low birth weight, sepsis, birth asphyxia and hypoxia, perinatal anoxia and congenital malformations. Regarding maternal infections that can affect the newborn, urinary tract infection, high parity, advanced maternal age, low family income and low level of maternal education. Therefore, prenatal care is essential for the proper progression of pregnancy, providing early discovery of adverse maternal and fetal situations. Therefore, new fieldwork must be carried out with larger samples to expand this discussion, better clarifying this very important topic.

Keywords: Hospitalizations. Intensive Care Units. Newborns. Causes.

1.  INTRODUÇÃO

O período neonatal envolve os primeiros 28 dias de vida de um bebê e é considerado vulnerável e uma etapa de grande fragilidade, porque está associado a fase equivalente a adaptação extrauterina, por formar o maior componente de mortalidade infantil. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 70% das mortes infantis acontecem no período neonatal, especialmente na primeira semana de vida. Assim, a mortalidade neonatal ainda é um elemento preocupante para diversos países no mundo, no entanto, fundamental ressaltar que a evolução nos cuidados tecnológicos na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), tem propiciado a sobrevida e a recuperação de vários recém-nascidos (RN´s) gravemente doentes (1,2).

A UTIN é uma área hospitalar preparada para acolher os RN´s com alguma morbidade de alto ou baixo risco ou que precisem de um atendimento de elevada complexidade com a ajuda de dispositivos tecnológicos modernos, com a finalidade de promover uma estabilidade ao quadro patológico, nos primeiros dias de vida dos bebês ou no decorrer do período neonatal (3).

Nos últimos anos, inúmeras modificações têm acontecido no setor da assistência hospitalar no Brasil, principalmente na UTI. Uma das mudanças principais é à evolução tecnológica nesses locais, o que tem interferido na mudança do perfil das pessoas internadas na UTI, particularmente em relação a estadia e nível de atenção exigido, levando em conta que com mais recursos tecnológicos e terapêuticos à disposição, os casos estudados nesse setor passaram a ser apenas os mais complexos e mais graves (4).

Além disso, os dados internacionais sobre as causas de internação dos RN´s na UTIN, demonstram que a causa principal está associada ao nascimento antes de 37 semanas de gravidez (28%), infecções (26%) e asfixia (23%). Nos Estados Unidos, as malformações congênitas são encarregadas por uma causa importante de    morbimortalidade neonatal (20%). No Brasil, as causas conhecidas de internação são diversificadas, dependendo da região, contudo, a prematuridade e as doenças respiratórias são as que mais atingem os RN’s, resultante da imaturidade do sistema respiratório não ter completado totalmente seu ciclo de desenvolvimento e da alta vulnerabilidade à infecção (2).

Outro fator que causa internação do bebê na UTI é o Apgar baixo, sendo um teste que analisa cinco sinais vitais no primeiro, quinto e décimo minuto após o nascimento, atribuindo a cada sinal uma pontuação de 0 a 2. Os sinais avaliados incluem frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, cor da pele e reflexos. A soma dessas pontuações resulta no Índice de Apgar: uma pontuação de 8 a 10, presente em cerca de 90% dos recém-nascidos, indica que o bebê nasceu em ótimas condições. Um Apgar de 5 a 7 indica uma dificuldade leve, de 3 a 4 uma dificuldade moderada, e de 0 a 2 uma dificuldade grave. No entanto, aproximadamente 4% dos recém-nascidos no mundo obtêm um índice inferior a 7, sendo em alguns casos, encaminhados para a UTI Neonatal. Entre o principal elemento que provoca apgar baixo é as complicações durante o trabalho de parto (1).

Dessa forma, em relação ao processo de internação, o neonato, a família e toda a equipe de enfermagem, trabalham para que as atividades prestadas sejam humanizadas e sistemáticas, objetivando atender as necessidades do RN e da família, garantindo a organização e condições melhores de serviço. É de enorme valor a inserção da família no cuidado ao bebê hospitalizado juntamente com a assistência da enfermagem, assegurando a recuperação. No Brasil, a Lei nº 7.498/86, art. 11, regulamenta o exercício da enfermagem, menciona privativamente o enfermeiro no cuidado direto a pessoas graves com risco de vida, ofertando cuidados de complexidade técnica maior e que requerem capacidade de tomar decisões imediatas e conhecimentos de base científica (5).

À vista disso, a internação dos bebês ocorre por inúmeros motivos, e devido a fragilidade dos RN’s pode ocasionar a morte desses neonatos, porém atualmente a UTIN está promovendo maior sobrevivência desses indivíduos. Assim, este trabalho possibilita fornecer informações para subsidiar e sensibilizar os profissionais da área da saúde, especialmente o enfermeiro, em relação ao planejamento de atividades de saúde apropriadas e específicas, capazes de diminuir os inúmeros fatores englobados na causa da internação dos RN’s, possibilitando a tomada de decisões estratégicas para o melhoramento da qualidade de atenção à saúde.

Por conseguinte, este estudo tem como objetivo analisar as principais causas de internações de recém-nascidos admitidos em uma unidade de terapia intensiva neonatal, e destacar a importância do enfermeiro no contexto multidisciplinar da UTIN.

2.  REFERENCIAL TEÓRICO

2.1  Uti Neonatal

As UTIN foram criadas com o propósito de ofertar assistência ao RN prematuro,  com  passar  do tempo, essas  unidades foram mudando sua assistência e passaram a receber também RN´s com outras carências, dessarte, a evolução científica e tecnológica tem sido essencial para o aumento das porcentagens de sobrevida desses neonatos, com criação de equipamentos modernos, como por exemplo, incubadoras, sensores para frequências respiratórias e cardíacas, monitores da saturação de  oxigênio e outros aparelhos de última geração (2).

A UTIN é um local dotado de estruturas assistenciais que dispõe condições técnicas apropriadas ao fornecimento de assistência especializada, englobando recursos humanos, equipamentos e instalações físicas, organizando-se para realizar o cuidado através de linha de cuidados progressivos, o que proporciona a adequação entre a capacidade estabelecida é a condição clínica do RN (6).

Além do mais, esse lugar é destinado a RN prematuros, possuindo baixo peso, malformações de sistemas como, gastrointestinais, respiratórios, cardiovascular, neurológicos, entre outros, que, venham a colocar em risco a vida do neonato. A UTIN propicia chances maiores de sobrevivência, tendo acompanhamentos intensivos de inúmeros profissionais da saúde e utilizando equipamentos tecnológicos que possam ser voltados a diagnósticos e tratamentos de RN´s gravemente doentes e que apresentem doenças ou possuam elevado risco de vida (7).

Dessa forma, a UTIN, executa o atendimento de RN de qualquer idade gestacional que precisam de ventilação mecânica ou na etapa aguda de insuficiência respiratória possuindo fração de oxigênio (FiO2) maior que 30% (trinta por cento); neonatos menores de 30 semanas gestação ou contendo peso de nascimento menor de 1.000 gramas; bebês que precisam de cirurgias de porte grande ou pós-operatório imediato de cirurgias de médio e pequeno portes; 4) crianças que utilizam nutrição parenteral; e 5) ou requerem cuidados especializados, como emprego de cateter venoso central, prostaglandina, drogas vasoativas, emprego de antibacterianos para tratamento de infecção grave, uso de ventilação mecânica e FiO2 maior que 30% (trinta por cento), transfusão de hemoderivados ou exsanguinotransfusão por distúrbios de coagulação ou quadros hemolíticos agudos (6).

Outra modificação importante na UTIN é à humanização da assistência ofertada, ou seja, cuidar do paciente de maneira holística, incluindo seus diversos aspectos, dentre eles o emocional, biológico, social e familiar. Porém, para ocorrer de modo integral, é preciso uma qualificação apropriada, assim como, uma quantidade adequada de profissionais que atuam no setor, para atender às demandas próprias dos usuários. Ademais, a humanização na UTIN é uma das estratégias essenciais para colaborar no crescimento do RN, visto que visa reduzir os estressores que ocasionam interferência no desenvolvimento de melhoria e os funcionários que fazem parte da equipe de enfermagem são grandes responsáveis por possibilitar um ambiente satisfatório e agradável (4).

Além disso, as crianças que demandam de um atendimento intensivo na UTIN, tem risco enorme de infecção, ocasionando risco de mortalidade à vida. Assim, os cuidados devem ser dobrados quando referentes aos RN´s, conduzidos ao tratamento especializado na UTIN. O RN detém de mecanismos inespecíficos e específicos para lidar com a infecção, porém vários desses ainda apresentam desenvolvimento incompleto em RN pré-termo, então, a imunidade celular é incapaz tornando-os mais propensos à infecção e tempo demorado de internação (8).

2.1.1  Causas de internação na UTIN

Existem alguns problemas que podem causar a internação dos RN´s nos primeiros dias de vida, sendo complicações cardíacas, respiratórias, icterícia, bebês prematuros antes de 37 semanas, e os de baixo peso que tem menos de 2,5kg. Ou também a predisposição de mães no final da infância para começo da adolescência ou mães idosas, apresentando uma gestação de alto risco (3).

Entretanto, a prematuridade é uma das causas maiores de internações, logo após, hipoglicemia e disfunção respiratória. A prematuridade, é um problema de saúde pública para múltiplos países, especialmente no Brasil, devido às situações socioeconômicas menos favorecidas. Ainda, a prematuridade pode estar associada a problemas relacionados à genética, obstétricos, psicossociais e alguma deficiência nutricional. As patologias podem aparecer durante a gravidez ou contato com substâncias tóxicas, como também falta de consultas no pré-natal ou a deficiência do mesmo. A hipoglicemia neonatal é relativa ao diabetes mellitus que pode ser evitada com controle estrito da glicemia, nos episódios de diabetes pré-gravídico e nos casos de diabetes gestacional, propiciando melhores resultados perinatais e maternos (3,5).

A disfunção respiratória na fase neonatal pode ser uma manifestação de inúmeras patologias, que surgem no período de adaptação imediata à vida extrauterina. Habitualmente a disfunção respiratória é referente a problemas que já vinham ocorrendo no decorrer da gravidez, particularmente, a hipertensão arterial, no decorrer do trabalho de parto, os profissionais de saúde às vezes não percebem ligeiramente o sofrimento do bebê ou a má evolução do parto, não efetuando uma cesariana necessária. O emprego desnecessário do fármaco ocitocina e a ruptura artificial da bolsa, má qualidade da assistência ofertada ao RN que nasce na sala de parto, são condições que provocam o quadro de disfunção respiratória (5).

Dessa forma, pela imaturidade pulmonar do bebê ocasiona a síndrome do desconforto respiratório (SDR), considerada um distúrbio do desenvolvimento, normalmente associada com o nascimento prematuro, e apesar dos avanços grandes que ocorreram para compreender a fisiopatologia da SDR e a função que o surfactante realiza, porém, continua o problema clínico principal e uma das mais frequentes causas de morbidade em RN pré-termo (9).

Os efeitos adversos (EA) estão presentes em torno de 15% das admissões na UTIN, sendo as causas mais comuns, infecções nosocomiais, cateteres intravasculares, eventos relativos a medicamentos e a assistência respiratória do paciente. O período de internamento do neonato também é um fator de risco para o acontecimento de EAs, elevando em 6% a cada dia de internamento, pois a quantidade de intervenções é alta (9).

Outras causas de admissão na UTIN é a malformação congênita (MFC) com porcentagem de 3,36%. Essa taxa deve ser levada em conta porque a MFC traz consequências graves, como a morte fetal (8).

2.2  Papel do enfermeiro na UTIN

O papel da enfermagem é de primordial importância na UTIN, neste setor o enfermeiro é responsável pela acomodação do bebê na incubadora, averiguando a temperatura da incubadora, umidade, os reflexos de luz, devido ser a estadia do neonato, e precisa estar apropriado. Aferir sinais vitais, analisar se necessita de algum procedimento especial, radiografias, verificar a ventilação caso o RN esteja em ventilação mecânica, alimentação correta, receitada pelo médico (10).

Logo, o enfermeiro e sua equipe devem proporcionar o amoldamento do RN ao meio exterior, com utilização de tecnologias e condutas que objetivam a estabilidade térmica, estímulos cutâneos e sonoros; monitorização dos sinais prognósticos, observação da situação clínica e a evolução da terapêutica desse RN; atenção às necessidades vitais para este; preparação e implementação de um plano educativo em saúde; e também coordenar e inspecionar a assistência efetivada no setor (4).

Este profissional deve proporcionar a humanização dentro da UTIN, pois sem uma assistência humanizada e correta da equipe de enfermagem e outros profissionais da saúde, o RN pode ficar irritado, estressado, interferindo na sua melhora fisiológica e influenciando seu comportamento, gastando reservas de energias que são fundamentais especialmente para o ganho de peso (3). Evidentemente, o diálogo e a interação do enfermeiro com a família do RN, possibilitam conhecer o contexto cultural, econômico e social, e capacitar e incentivar os familiares para a execução dos cuidados apropriados à criança após a alta hospitalar (7).

Aliás, o enfermeiro atua também disponibilizando esclarecimentos e informações aos familiares e cuidadores do bebê. Entretanto, o seguimento do neonato prematuro depois da alta hospitalar ainda é um elemento preocupante. Nessa perspectiva, surge a necessidade de demonstrar a assistência ao prematuro e seus familiares, objetivando valorizar a recuperação da saúde do RN, a formação e a permanência do vínculo através da linguagem afetiva entre mãe e filho, cuidados cotidianos, participação em grupo de mães que estão passando pela mesma realidade e orientações no decorrer da internação (7).

O enfermeiro está diretamente relacionado na prevenção da infecção neonatal, por passar a maior parte do tempo em cuidado e vigilância do bebê, tendo uma responsabilidade maior com o cuidado, diminuindo o tempo de internação. A enfermagem também executa papel indispensável na avaliação e diminuição da dor, de maneira a intervir no curso de sintomas clínicos que influenciam no conforto. Os enfermeiros também realizam estratégias para estimular a amamentação, como a orientação da pega certa, higiene das mamas e a ordenha, os quais se envolvem no processo do aleitamento materno, sendo instrumentos de educação compartilhando o conhecimento às nutrizes (4).

A capacitação aos profissionais de enfermagem que atuam na UTIN é imprescindível, atendendo as necessidades individuais de todos os bebês, para que as rotinas de cuidados e os métodos, que sejam dolorosos e invasivos, sejam efetuados de modo individual e único. Um dos primeiros procedimentos nessa etapa é a observação em respostas aos comportamentos fisiológicos do RN, visando reduzir a dor e o stress, favorecendo a segurança, o conforto e ações para a melhora do estado de saúde dos RN (10).

3.  METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado por meio de uma revisão integrativa da literatura, de caráter descritivo, é uma técnica científica, que proporciona juntar evidências de vários estudos em relação a uma estabelecida temática. Para a elaboração desse estudo foram executadas pesquisas nas bases de dados como artigos científicos publicados. Os dados empregados apresentam como fonte de busca a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Revistas Eletrônicas e Google Acadêmico. 

Os Descritores em Ciências da Saúde usados foram: internações, unidades de terapia intensiva, recém-nascidos, causas. O levantamento ocorreu entre agosto de 2023 a dezembro de 2023. 

Dessa forma, após a leitura de vários periódicos, foram selecionados os critérios de inclusão e exclusão. Os de inclusão foram: pesquisa exploratória; documental; quantitativa, qualitativa, descritiva; analítica, retrospectiva; publicadas entre os anos de 2017 e 2023, disponíveis nas plataformas científicas, possuindo acesso livre. E os de exclusão foram os estudos que apresentaram as causas de internação em outros lugares, sem fundamentação científica e com acesso limitado, inferiores ao ano 2017.

4.  RESULTADOS

Diante do exposto, esta revisão integrativa foi pesquisada nas bases eletrônicas artigos científicos e foram encontrados 50 trabalhos, sendo 20 artigos que retratavam as internações em unidade de terapia intensiva, não mencionando as causas, e outros 15 relatavam as causas de internações em unidades de terapia intensiva adulta e outros 10 muito antigos e apresentavam apenas revisão de literatura, não possuíam resultados e discussões, assim foram aproveitados apenas 05 que mencionavam as causas de internações  em unidade de terapia intensiva neonatal, englobando os critérios de inclusão recomendados na metodologia,. 

À vista disso, os artigos descritos no quadro 1, tem como finalidade demonstrar os resultados selecionados em estudos de outros autores sobre as causas de internação na UTIN, e as formas de prevenção para evitar complicações no parto, e após o nascimento com o bebê. 

Quadro 1:  Pesquisas principais em relação ao assunto, destacando o autor e ano, título, objetivo, metodologia, resultados e conclusão

AutoresTítuloObjetivoMetodologiaResultadosConclusão
Nascimento et al.(2020)Caracterização das causas de internações de recém-nascidos em uma unidade de terapia intensiva neonatalDescrever os motivos que levaram as internações de RN em uma UTIN em AlagoasPesquisa exploratória com abordagem quantitativaDessa forma, verifica-se que a causa maior de admissão na UTIN aconteceu pela prematuridade, logo após complicações respiratórias, em seguida risco infecioso e por último Síndrome do Desconforto RespiratórioPortanto, conforme os resultados, mesmo as causas com evidência maior, e de difícil controle pode ser evitadas com um acompanhamento apropriado desde o pré-natal até os primeiros cuidados com o bebê após o nascimento, sendo indispensável um diagnóstico precoce, prevenindo intercorrências materno-infantil
Silva et al. (2020)Principais causas de internações em uma unidade neonatal no extremo Norte do BrasilIdentificar as principais causas de internações na unidade neonatal em um Hospital Materno Infantil no extremo Norte do Brasil, no período de janeiro a março de 2017.Pesquisa de campo, documental, utilizando os prontuários de RN internados entre janeiro a março de 2017, na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal – do Hospital Materno-InfantilDiante dos resultados, visualizou entre as principais causas de internação na UTI a prematuridade, adiante complicações respiratórias. A infecção do trato urinário surgiu como uma das afecções maternas, principais desenvolvidasPor conseguinte, averígua-se que a atenção correta no pré-natal é um dos elementos para o sucesso do procedimento de gestar, nascer e sobreviver, podendo acontecera partir da execução de atividades qualificadas e disponíveis às grávidas na atenção básica de saúde
Costa, Pianca e Silva(2021)Principais causas de internação do neonato na unidade de terapia intensiva e intervenção fisioterapêuticaConhecer as principais causas de internação na unidade de terapia intensiva neonatal e como o fisioterapeuta pode agir diante desta situação.Pesquisa descritiva, com abordagem qualitativaOs resultados obtidos observam se que as principais causas são de origem respiratória, com ênfase para a prematuridade. Alguns autores ressaltam também baixo peso ao nascer, sepse, Síndrome do desconforto respiratório, asfixia e hipóxia no parto.Desse modo, para melhorar este cenário é preciso que as gestantes sejam mais orientadas em relação aos seus hábitos de vida na gestação, possua atendimento correto no pré-natal, no momento do parto, e após, que este RN tenha atendimento multiprofissional regularmente.
Silveira et al. (2022)Principais causas de internamento na uti neonatal: uma pesquisa em um hospital do Oeste do ParanáColetar e analisar dados acerca das causas de internamentos na UTI neonatal na Fundação Hospitalar São Lucas de Cascavel/PR por meio da análise de prontuários.Estudo quantitativo, qualitativo e descritivo, de forma retrospectiva, usando dados da Fundação Hospitalar São Lucas de Cascavel/ PR. Incluídos todos os pacientes admitidos na UTI neonatal entre 0 e 27 dias, de junho de 2016 a junho de 2021Diante do exposto, os resultados alcançados sobre as causas essenciais de internamentos na UTI foram por consequência de hipoglicemia, prematuridade, desconforto respiratório. Á vista disso, evidencia-se a alta relevância de executar um pré-natal bem-feito, para ser diagnosticado efeito um tratamento com eficiência e em tempo apropriado para prevenir nascimentos prematuros, e outras complicações
Costa et al. (2017)Fatores preditores para a admissão do recém-nascido na unidade de terapia intensiva neonatalDeterminar a associação entre os fatores preditores para a admissão do recém-nascido em UTIN e as características maternas.Estudo analítico, documental e retrospectivo, com pesquisa decampo, por meio do método quantitativo, foi efetuado no Hospital Regional do Sudoeste do Paraná, Brasil. Constituído por119 prontuários da maternidade e da UTIN, no ano de 2015Dessarte, foi verificado neste estudo que as causas principais de internação na UTIN são a prematuridade, asfixia grave e o baixo peso ao nascer. Alguns elementos associados às mães também contribuem deforma direta ou indiretamente para a internação, como, a alta paridade, baixa renda familiar, idade materna avançada e baixo nível de escolaridade maternaAssim sendo, identifica-se que a prevenção do nascimento desses bebês deve ser uma das prioridades na assistência ao pré-natal, porque a execução de um pré-natal correto objetiva definir previamente qualquer modificação no desenvolvimento da gravidez e prováveis complicações.
Freitas et al. (2018)Caracterização dos Recém-Nascidos Internados em Unidades de Terapia Intensiva Avaliar os distúrbios mais comunsresponsáveis pelainternação doneonato naUTIN Estudo descritivo, exploratório, retrospectivo, empregando o método quantitativo, com o uso de artigos selecionados de periódicosLogo, percebe-se que a prematuridade se ressaltou como fator prevalente para a internação dos RNs, juntamente com o baixo peso ao nascer, distúrbios respiratórios, infecções neonatais, anóxia perinatal e malformações congênitasDessa maneira, os cuidados ofertados aos neonatos, deve ultrapassar as paredes hospitalares, sendo realizada a longo prazo. A equipe de enfermagem que se encontra na UTIN deve estar em busca frequente pela qualidade dos cuidados oferecidos ao RN, conhecendo as necessidades do neonato e o risco exposto na internação, propiciando condições para não interferir no desenvolvimento mental, físico e social. 

Fonte: Própria Autora (2023).

5.  DISCUSSÃO 

Nascimento et al. (8), retratou em sua pesquisa que a maior causa de internação na UTIN ocorre principalmente por prematuridade, e em seguida por desconforto respiratório. Sendo evidenciado em todos os estudos deste trabalho Silva et al. (7), Costa, Pianca e Silva (11), Silveira et al. (9), Costa et al. (12), Freitas et al. (13), tal fato, consideradas as principais causas atualmente de admissão na UTIN.

Nascimento et al. (8), Silveira et al. (9), Costa, Pianca e Silva (11), complementam em seus estudos, a presença de risco infeccioso e a Síndrome do Desconforto Respiratório. 

Nos achados de Silveira et al. (9), apresentou também hipoglicemia, entre as causas de internação dos recém-nascidos na UTIN.

Em relação às infecções maternas que podem afetar o bebê, Silva et al. (7), relatou a infecção do trato urinário, principal causa desenvolvida. Já, Costa et al. (12), descreve outros elementos relacionados à mãe que colaboram de maneira direta ou indiretamente para a admissão na UTIN, como, a alta paridade, idade materna avançada, pequena renda familiar e baixo nível de escolaridade materna.

Costa, Pianca e Silva (11), e Costa et al. (12), observaram também outros fatores como baixo peso ao nascer, sepse, asfixia e hipóxia no parto.

Na pesquisa de Freitas et al. (13), visualizou outras causas diferentes das mencionadas anteriormente, como a anóxia perinatal e malformações congênitas.

Dessa forma, este estudo demonstrou as principais causas de internamento em UTI neonatal, demonstrando resultados relevantes e semelhantes a várias outras pesquisas executadas, sendo imprescindível para que os profissionais de saúde compreendam os fatores de risco preeminentes que afetam essa população.

Contudo, essas causas dificultam a terapêutica e o prognóstico desses pacientes, elevando a quantidade de óbitos, especialmente a prematuridade, que representa um desafio enorme para os serviços de saúde pública, considerado um determinante de morbimortalidade neonatal e a causa principal de mortalidade neonatal. 

Assim, é primordial, a atuação do enfermeiro nessa situação, devendo melhorar seus conhecimentos, planejando e realizando ações de enfermagem para solucionar e prevenir intercorrências na UTI neonatal.

À vista disso, a UTI Neonatal é o local ideal para o tratamento da prematuridade e outras causas em neonatos. Sendo dotada de profissionais qualificados e ofertando uma assistência constante com a utilização de aparelhos sofisticados que conseguem manter a sobrevida do usuário, exigindo dos seus funcionários elevado nível de conhecimento, agilidade e atenção severa na assistência fornecida.

6.  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, este estudo possibilitou verificar que a internação do RN na UTIN está relacionada às doenças desenvolvidas no período de gravidez e às características maternas. Dessarte, a prevenção do nascimento desses neonatos deve ser considerado uma das preferências na assistência ao pré-natal.

Nessa perspectiva, evidencia-se a falta de incentivo referente à saúde, visando diminuir a necessidade de internações, sendo o pré-natal, indispensável para progressão correta da gestação, propiciando a descoberta antecipada de condições adversas, fetais e maternas, e consequentemente o tratamento oportuno, quando possível e necessário. Entretanto, mesmo com a grande adesão a esse programa, necessita-se de um incentivo maior para que as consultas pré-natais aconteçam de forma mais completa, seguindo o calendário gestacional, objetivando maximizar esse cuidado. 

Em relação ao parto, é preciso que os profissionais sejam treinados, evitando procedimentos inapropriados, até no manejo, prevenindo infecções induzidas por intermédio do manejo incorreto, obedecendo aos protocolos de atendimento, fazendo assim, com que a equipe atue em concordância. Além de entender bem a fisiopatologia das enfermidades, para que o atendimento adequado seja ofertado para este RN, reduzindo o tempo de internação na UTI, evitando complicações por causa da ventilação mecânica, como risco de infecções, minimizando o risco de óbito.

Portanto, novos estudos de campo devem ser executados com amostras mais significantes para aumentar essa discussão, devido ter poucas pesquisas existentes, elucidando melhor esse assunto tão fundamental, beneficiando todas as pessoas e reduzindo custos com internações em UTI Neonatal.

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