CHEMOTHERAPY-INDUCED CARDIOMYOPATHY: AN INTEGRATIVE REVIEW ON MECHANISMS, DIAGNOSIS, AND TREATMENT
Graduação em Bacharelado em Medicina – Universidade Brasil – Fernandópolis/SP
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202409241436
Alexandre Costa da Silva Cordeiro1; Arthur Dutra Botelho2; Carlos Henrique Figueiredo Aquino3; Claudia Regina Furtado da Costa4; Danubio Silva Silvestre5; Egiany Guedes Ribeiro6; Fabiano Barros Moura7; Fernando Forti8; Gabriel Faleiros Pivetta9; João Vitor de Abreu Figueiredo10; Kamylla Matos Duarte11; Leandro Uchoa Braz12; Morgana Bezerra Bispo Caldas13; Thaironne da Silva Coelho14; Yasmim Janiele Campos de Oliveira15.
RESUMO
A cardiomiopatia induzida por quimioterapia é uma complicação significativa associada ao uso de agentes quimioterápicos, especialmente as antraciclinas, como a doxorrubicina. Esta condição afeta negativamente a função cardíaca e pode limitar o tratamento de câncer devido ao risco aumentado de efeitos adversos no coração. Estudos têm mostrado que a doxorrubicina e outros agentes, como o paclitaxel, são eficazes no tratamento do câncer, mas também apresentam um risco elevado de toxicidade cardíaca. Mecanismos de cardiotoxicidade incluem estresse oxidativo, disfunção mitocondrial e alterações na sinalização celular. A prevenção e o manejo da cardiotoxicidade têm evoluído, com o uso de protetores cardíacos, como o dexrazoxano e o carvedilol, além de inibidores da ECA como captopril e enalapril. Diretrizes clínicas recomendam o monitoramento rigoroso da função cardíaca utilizando ecocardiografia e ressonância magnética para a detecção precoce de toxicidade. Esta revisão integrativa examina os mecanismos, diagnóstico e opções de tratamento da cardiomiopatia induzida por quimioterapia, destacando a importância de estratégias preventivas e intervenções terapêuticas para melhorar o manejo dessa condição.
Palavras-chave: Cardiomiopatia induzida por quimioterapia, antraciclinas, doxorrubicina, paclitaxel, cardiotoxicidade, prevenção, diagnóstico, tratamento. reabilitação cardíaca; equipe multidisciplinar; tecnologia em saúde.
ABSTRACT
Chemotherapy-induced cardiomyopathy is a significant complication associated with the use of chemotherapeutic agents, particularly anthracyclines such as doxorubicin. This condition adversely affects cardiac function and can limit cancer treatment due to the increased risk of cardiac side effects. Studies have shown that doxorubicin and other agents, such as paclitaxel, are effective in cancer treatment but also present a high risk of cardiac toxicity. Mechanisms of cardiotoxicity include oxidative stress, mitochondrial dysfunction, and cellular signaling alterations. Prevention and management of cardiotoxicity have evolved, with the use of cardiac protectors such as dexrazoxane and carvedilol, as well as ACE inhibitors like captopril and enalapril. Clinical guidelines recommend rigorous monitoring of cardiac function using echocardiography and magnetic resonance imaging for early detection of toxicity. This integrative review examines the mechanisms, diagnosis, and treatment options for chemotherapy-induced cardiomyopathy, highlighting the importance of preventive strategies and therapeutic interventions to improve the management of this condition.
Keywords: Chemotherapy-induced cardiomyopathy, anthracyclines, doxorubicin, paclitaxel, cardiotoxicity, prevention, diagnosis, treatment.
1. INTRODUÇÃO
A quimioterapia desempenha um papel crucial no tratamento de diversos tipos de câncer, sendo as antraciclinas, como a doxorrubicina, amplamente utilizadas devido à sua eficácia antitumoral. No entanto, seu uso é frequentemente associado a efeitos adversos graves, em particular a cardiotoxicidade, que pode evoluir para cardiomiopatia e insuficiência cardíaca. Estudos conduzidos por Kremer & Caron (2004) e Oberholzer et al. (2004) evidenciam que a cardiotoxicidade induzida por quimioterápicos é uma complicação significativa, afetando diretamente a qualidade de vida e a sobrevivência dos pacientes tratados.
A doxorrubicina, um dos quimioterápicos mais efetivos no combate ao câncer, é reconhecida por seu potencial cardiotóxico, conforme apontado por Gehl et al. (1996). Sua utilização prolongada ou em doses elevadas pode comprometer a função cardíaca, tornando necessário o desenvolvimento de protocolos de administração mais seguros. Além disso, estudos como o de Nabholtz et al. (2003) demonstram que regimes combinados de quimioterapia, embora eficazes no controle da progressão tumoral, aumentam os riscos de disfunções cardíacas, especialmente em pacientes com predisposição a doenças cardiovasculares.
Diante desse cenário, torna-se essencial compreender os mecanismos pelos quais as antraciclinas causam danos ao miocárdio, a fim de formular estratégias de prevenção e manejo da cardiomiopatia induzida por quimioterapia. A necessidade de um monitoramento rigoroso da função cardíaca ao longo do tratamento oncológico se faz cada vez mais premente, justificada pela complexidade dos efeitos adversos observados. Este trabalho, portanto, visa revisar de forma abrangente os mecanismos subjacentes à cardiotoxicidade, os métodos de diagnóstico precoce e as abordagens terapêuticas disponíveis para mitigar os danos ao sistema cardiovascular durante e após a quimioterapia.
2. MECANISMOS DE CARDIOMIOPATIA INDUZIDA POR QUIMIOTERAPIA
A cardiomiopatia induzida por quimioterapia é um efeito adverso significativo associado ao uso de quimioterápicos, especialmente antraciclinas como a doxorrubicina. O mecanismo central dessa toxicidade é multifatorial, envolvendo danos diretos às células do miocárdio, estresse oxidativo e a indução de apoptose celular. Kremer & Caron (2004) destacam que, em pacientes pediátricos, os danos podem ser cumulativos, resultando em comprometimentos cardíacos duradouros que se manifestam anos após o tratamento. Da mesma forma, Oberholzer et al. (2004) observaram, por meio de ressonância magnética cardíaca, que os efeitos tóxicos da doxorrubicina incluem fibrose miocárdica e alterações na contratilidade ventricular, ambos fatores que predispõem à insuficiência cardíaca.
A doxorrubicina, uma das antraciclinas mais amplamente usadas, exerce seus efeitos antitumorais por meio da inibição da topoisomerase II e da geração de radicais livres, o que também resulta em dano oxidativo ao DNA das células cardíacas. Esse dano oxidativo, combinado com a depleção de enzimas antioxidantes no miocárdio, leva à disfunção mitocondrial e à apoptose de cardiomiócitos. Gehl et al. (1996) afirmam que a toxicidade cardíaca da doxorrubicina é dose-dependente, sendo sua administração cumulativa um dos principais fatores limitantes para seu uso prolongado. Além disso, o estudo de Nabholtz et al. (2003) ressalta que a combinação de doxorrubicina com outros agentes quimioterápicos, como o paclitaxel, aumenta o risco de cardiotoxicidade, ao potencializar o estresse oxidativo e o dano miocárdico.
Paclitaxel, um agente antimicrotubular usado no tratamento de cânceres como o de mama, também contribui para a toxicidade cardíaca, especialmente quando administrado em combinação com antraciclinas. Arbuck et al. (1993) demonstraram que o paclitaxel pode exacerbar os efeitos cardiotóxicos da doxorrubicina, aumentando o risco de desenvolvimento de disfunções cardíacas graves, incluindo arritmias e cardiomiopatia. A natureza sinérgica desses dois agentes torna ainda mais crítica a compreensão dos mecanismos de toxicidade e a busca por estratégias eficazes de cardioproteção.
2.1. Mecanismos Preventivos e Estratégias de Cardioproteção
Para mitigar os efeitos adversos da cardiotoxicidade induzida por antraciclinas, diversas estratégias preventivas foram desenvolvidas ao longo das últimas décadas. Cvetkovic & Scott (2005) discutem o uso do dexrazoxano, um agente quelante de ferro, como uma intervenção eficaz para reduzir a formação de radicais livres mediados pelo ferro, que são responsáveis pelo dano oxidativo no miocárdio. O dexrazoxano atua ao inibir a geração de espécies reativas de oxigênio (EROs) e ao prevenir a lesão oxidativa ao DNA cardíaco, o que ajuda a preservar a função cardíaca durante o tratamento com antraciclinas.
Outra abordagem importante é descrita por van Dalen et al. (2005), que conduziram uma revisão sistemática sobre intervenções cardioprotetoras em pacientes submetidos a quimioterapia com antraciclinas. Eles destacam o papel dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), como o captopril e o enalapril, que têm demonstrado eficácia na prevenção da disfunção ventricular esquerda em pacientes em tratamento com antraciclinas. Esses medicamentos atuam reduzindo a sobrecarga de pressão no miocárdio e prevenindo a remodelação cardíaca adversa, o que pode atrasar ou prevenir o desenvolvimento de insuficiência cardíaca.
Além disso, o uso de antioxidantes e betabloqueadores como o carvedilol também tem sido investigado por seus efeitos cardioprotetores. Estudos com carvedilol, por exemplo, mostraram que ele pode atenuar os efeitos tóxicos da doxorrubicina ao inibir a peroxidação lipídica e preservar a função mitocondrial nas células cardíacas. Essas intervenções preventivas são essenciais para minimizar o risco de cardiomiopatia e garantir que os pacientes possam continuar recebendo tratamentos quimioterápicos eficazes sem comprometimentos irreversíveis da função cardíaca.
Em resumo, a cardiomiopatia induzida por quimioterapia resulta de uma complexa interação entre mecanismos de estresse oxidativo, apoptose celular e remodelação cardíaca. A identificação precoce desses mecanismos e a implementação de estratégias cardioprotetoras, como o uso de dexrazoxano, inibidores da ECA e betabloqueadores, são cruciais para reduzir os efeitos adversos e melhorar o prognóstico dos pacientes submetidos a quimioterapia com antraciclinas..
3. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico precoce da cardiomiopatia induzida por quimioterapia é fundamental para a prevenção de danos irreversíveis ao coração e para a melhora do prognóstico dos pacientes. Diretrizes importantes, como as desenvolvidas por Cheitlin et al. (2003), recomendam o uso da ecocardiografia como ferramenta primária para monitorar a função cardíaca durante e após o tratamento quimioterápico. A ecocardiografia é amplamente utilizada por sua capacidade de avaliar a função ventricular, especialmente a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), que é um dos principais indicadores de cardiotoxicidade.
A ecocardiografia é recomendada em várias fases do tratamento quimioterápico, incluindo a avaliação basal antes do início da quimioterapia, durante o tratamento em intervalos regulares, e no acompanhamento pós-tratamento, como descrito nas diretrizes de Cheitlin et al. (2003). Essas diretrizes também destacam o uso do strain longitudinal global, uma técnica ecocardiográfica mais avançada que pode detectar alterações sutis na função cardíaca antes mesmo que ocorra uma queda significativa na FEVE. Isso torna o strain uma ferramenta valiosa para a detecção precoce da cardiotoxicidade, permitindo intervenções preventivas em estágios iniciais.
Além da ecocardiografia, os estudos de imagem por ressonância magnética cardíaca (RMC) também têm se destacado como uma modalidade diagnóstica de alta precisão na avaliação da cardiotoxicidade induzida por quimioterapia. Oberholzer et al. (2004) destacam que a RMC oferece uma avaliação detalhada da estrutura e função cardíaca, permitindo a detecção de fibrose miocárdica e alterações na massa ventricular, que muitas vezes não são observadas por métodos ecocardiográficos convencionais. A RMC, com o uso de contraste à base de gadolínio, pode identificar áreas de fibrose subendocárdica, um sinal de cardiotoxicidade em estágio avançado.
A utilização de marcadores biológicos, como os níveis séricos de troponina e peptídeo natriurético tipo B (BNP), também tem sido investigada como uma abordagem complementar ao diagnóstico da cardiotoxicidade. Embora a ecocardiografia e a RMC continuem a ser as principais ferramentas de imagem, a elevação de troponinas tem sido associada a lesão miocárdica precoce em pacientes submetidos a quimioterapia, ajudando a prever o risco de desenvolvimento de cardiomiopatia.
Em resumo, o diagnóstico precoce da cardiomiopatia induzida por quimioterapia envolve uma abordagem multimodal que combina a ecocardiografia, a ressonância magnética cardíaca e, em alguns casos, a monitorização de biomarcadores séricos. As diretrizes atuais, como as de Cheitlin et al. (2003), fornecem um quadro essencial para a identificação e o manejo precoce da toxicidade cardíaca, permitindo um monitoramento cuidadoso da função cardíaca e a implementação de intervenções apropriadas.
4. TRATAMENTO
O tratamento da cardiomiopatia induzida por quimioterapia envolve uma abordagem multifacetada que inclui tanto estratégias de proteção cardíaca durante o tratamento quanto intervenções terapêuticas para a cardiomiopatia estabelecida.
4.1. Uso de Protetores Cardíacos
Os protetores cardíacos são agentes utilizados para reduzir a toxicidade cardíaca associada à quimioterapia. O dexrazoxano é um dos principais protetores cardíacos utilizados para mitigar os efeitos adversos das antraciclinas. Cvetkovic & Scott (2005) destacam que o dexrazoxano atua como um quelante de ferro, impedindo a formação de radicais livres que causam danos ao miocárdio. Estudos demonstraram que a administração de dexrazoxano pode reduzir significativamente a incidência de cardiotoxicidade em pacientes tratados com antraciclinas, sem comprometer a eficácia antitumoral.
Além do dexrazoxano, o uso de carvedilol, um betabloqueador com propriedades antioxidantes e cardioprotetoras, tem sido amplamente estudado. Matsui et al. (1999), Oliveira et al. (2004), e Kalay et al. (2006) encontraram evidências de que o carvedilol pode proteger contra a cardiomiopatia induzida por doxorrubicina. O carvedilol melhora a função ventricular e reduz a progressão da insuficiência cardíaca em modelos experimentais e estudos clínicos, oferecendo uma opção terapêutica promissora para a cardiomiopatia induzida por quimioterapia.
4.2. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA)
Os inibidores da ECA têm um papel importante no manejo da insuficiência cardíaca induzida por quimioterapia. Abd El-Aziz et al. (2001) e Cardinale et al. (2006) mostram que medicamentos como captopril e enalapril são eficazes na prevenção da deterioração da função cardíaca em pacientes que receberam tratamento com antraciclinas. Esses medicamentos atuam reduzindo a carga de trabalho do coração e retardando o desenvolvimento da insuficiência cardíaca ao inibir a conversão de angiotensina I em angiotensina II, um potente vasoconstritor. Além disso, eles ajudam a proteger o miocárdio contra os efeitos adversos das antraciclinas, contribuindo para a preservação da função cardíaca.
4.3. Diretrizes e Abordagem Terapêutica
As diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, como as apresentadas por Bocchi et al. (2009), oferecem uma abordagem estruturada para o manejo da insuficiência cardíaca crônica. Essas diretrizes destacam a importância da abordagem individualizada e do tratamento multidisciplinar para pacientes com insuficiência cardíaca, incluindo aqueles com cardiomiopatia induzida por quimioterapia. As recomendações incluem o uso de terapias baseadas em evidências, como betabloqueadores, inibidores da ECA, e medicamentos diuréticos, para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As diretrizes também enfatizam a importância do monitoramento contínuo da função cardíaca e da adequação do tratamento para garantir a eficácia e a segurança das intervenções.
Em conclusão, o tratamento da cardiomiopatia induzida por quimioterapia deve ser abrangente, combinando o uso de protetores cardíacos, como dexrazoxano e carvedilol, com terapias tradicionais para insuficiência cardíaca, como inibidores da ECA. As diretrizes atuais fornecem um framework valioso para a gestão dessa condição complexa, ajudando a melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes afetados.
5. DISCUSSÃO
A discussão sobre a cardiomiopatia induzida por quimioterapia deve abordar as controvérsias em torno dos impactos a longo prazo do uso de quimioterápicos e as estratégias preventivas para mitigar esses efeitos adversos.
A utilização de quimioterápicos, particularmente antraciclinas e outros agentes cardiotóxicos, levanta questões significativas sobre os efeitos a longo prazo na saúde cardiovascular dos pacientes. Suter et al. (2007) destacam que, apesar dos avanços na medicina, a cardiotoxicidade associada ao trastuzumab e outras terapias para câncer de mama continua sendo uma preocupação significativa. O estudo de Suter et al. (2007) mostra que a cardiotoxicidade pode ocorrer não apenas durante o tratamento, mas também muitos anos após a terapia, levantando questões sobre a necessidade de monitoramento prolongado e estratégias de intervenção para pacientes em risco.
O estudo de Perez et al. (2008) reforça essa preocupação, evidenciando que a cardiotoxicidade associada a combinações de quimioterápicos, como doxorrubicina e paclitaxel, pode resultar em complicações cardiovasculares persistentes. A análise dos dados sugere que, embora as terapias combinadas possam melhorar a eficácia do tratamento do câncer, elas também podem aumentar o risco de insuficiência cardíaca a longo prazo, o que exige uma abordagem equilibrada entre eficácia antitumoral e segurança cardíaca.
Keefe (2002) contribui para a discussão sobre a cardiotoxicidade de forma abrangente, apresentando evidências de que o tratamento com trastuzumab está associado a um aumento significativo no risco de disfunção cardíaca. O estudo revela que, embora o trastuzumab seja eficaz no tratamento do câncer de mama HER2-positivo, sua cardiotoxicidade pode ser grave e prolongada, indicando a necessidade de estratégias preventivas e de monitoramento rigoroso durante e após o tratamento.
Dada a gravidade dos efeitos cardiotóxicos associados à quimioterapia, a implementação de intervenções preventivas é crucial. Siveski-Iliskovic et al. (1995) exploram o uso de probucol, um antioxidante, como uma estratégia para proteger o miocárdio dos danos induzidos por adriamicina. Seus resultados sugerem que o probucol pode atenuar os efeitos cardiotóxicos sem comprometer a eficácia antitumoral, destacando a importância de opções terapêuticas que possam proteger o coração enquanto tratam o câncer.
Riad et al. (2009) investigam o impacto das estatinas na proteção contra a cardiotoxicidade induzida por doxorrubicina. O estudo sugere que a administração de estatinas antes do tratamento com doxorrubicina pode reduzir significativamente a ocorrência de cardiotoxicidade, oferecendo uma abordagem preventiva promissora. A combinação de estatinas com outras estratégias de proteção pode representar um avanço importante na gestão da cardiotoxicidade relacionada à quimioterapia.
Em resumo, a discussão sobre a cardiomiopatia induzida por quimioterapia revela que, enquanto os quimioterápicos são fundamentais para o tratamento do câncer, eles também apresentam desafios significativos para a saúde cardiovascular a longo prazo. As evidências sugerem a necessidade de um monitoramento contínuo e a implementação de intervenções preventivas para minimizar os riscos associados ao tratamento. O desenvolvimento de estratégias eficazes para proteger o coração durante e após a quimioterapia é essencial para melhorar a qualidade de vida e o prognóstico dos pacientes com câncer.
6. CONCLUSÃO
A integração de dispositivos e tecnologias avançadas no tratamento da insuficiência cardíaca (IC) tem revolucionado a forma como a condição é monitorada e gerida, proporcionando novos métodos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e otimizar os resultados clínicos.
A cardiomiopatia induzida por quimioterapia representa um desafio significativo no tratamento oncológico, com implicações importantes para a saúde cardiovascular dos pacientes. Este artigo revisou os principais mecanismos, diagnósticos e abordagens terapêuticas relacionados à cardiotoxicidade induzida por quimioterapia, com ênfase nos efeitos das antraciclinas, como a doxorrubicina, e outros agentes cardiotóxicos.
Os principais achados destacam que as antraciclinas, embora altamente eficazes no tratamento de vários tipos de câncer, estão associadas a um risco substancial de cardiotoxicidade. A compreensão dos mecanismos subjacentes a esses efeitos adversos é crucial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e manejo eficazes. A introdução de agentes cardioprotetores e a utilização de diretrizes atualizadas têm sido fundamentais para mitigar os impactos negativos desses tratamentos.
As diretrizes estabelecidas por Cheitlin et al. (2003) ressaltam a importância do uso da ecocardiografia na detecção precoce da cardiotoxicidade. Estas diretrizes fornecem uma base sólida para o monitoramento cardíaco durante o tratamento quimioterápico, permitindo a identificação precoce de alterações funcionais e estruturais no coração, o que é essencial para a intervenção precoce e a gestão adequada da cardiomiopatia induzida por quimioterapia.
As recomendações clínicas de Hensley et al. (2009) sobre o uso de protetores cardíacos e outras intervenções preventivas oferecem uma perspectiva prática sobre como minimizar os riscos associados à cardiotoxicidade. A utilização de medicamentos como o dexrazoxano e o carvedilol, bem como a implementação de estratégias preventivas, como a administração de estatinas, tem mostrado ser eficaz na redução dos efeitos adversos das terapias quimioterápicas no coração.
Em suma, a integração dessas diretrizes e recomendações nas práticas clínicas é fundamental para a abordagem holística do tratamento do câncer, onde a eficácia antitumoral deve ser equilibrada com a preservação da saúde cardiovascular. O avanço na compreensão dos mecanismos de cardiotoxicidade e a adoção de estratégias preventivas podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e o sucesso a longo prazo do tratamento do câncer. A continuidade da pesquisa e a atualização das diretrizes são essenciais para enfrentar os desafios e aprimorar as abordagens de manejo da cardiomiopatia induzida por quimioterapia.
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1 Graduando em Medicina pela UFPB | 2 Graduando em Medicina pela Universidad Central Del Paraguay|3 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 4 Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil | 5 Graduando em Medicina pela UnesulBahia | 6 Graduanda em Medicina pela UnesulBahia | 7 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 8 Graduando em Medicina pela Universidade Vila Velha | 9 Graduando em Medicina pela Unesulbahia Faculdades Integradas | 10 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 11 Graduanda em Medicina pela Unipê – Centro Universitário de João Pessoa | 12 Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 13 Graduanda em Medicina pela UNILAGO União das Faculdades dos Grandes Lagos | 14 Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil | 15 Graduanda em Medicina pela Unilago – União das Faculdades dos Grandes Lagos