CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NO MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ-MA, NO ANO DE 2024

CHARACTERIZATION OF TRAFFIC ACCIDENTS IN THE MUNICIPALITY OF IMPERATRIZ-MA, IN THE YEAR 2024

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202504211626


Janaina Vieira Coelho¹
Pâmela Andressa Freitas Franco²


RESUMO: 

Os acidentes representam um desafio significativo para a saúde, pois resultam em milhões de óbitos em todo mundo, além de elevarem os custos com sequelas e internações hospitalares. Nesse contexto, torna-se essencial identificar o padrão desses acidentes e o perfil das vítimas. Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil dos acidentes de trânsito atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, no município de Imperatriz – Maranhão, no ano de 2024. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários obtidos por meio das Fichas de Atendimento Pré-Hospitalar. A análise dos dados foi realizada com o auxílio do software Microsoft Excel 2019, por meio de estatística descritiva simples. Os resultados demonstraram o registro de 1.829 vítimas de acidentes de trânsito em 2024, com maior incidência em dezembro (9,5%), com total de 22 óbitos. A maioria dos atendimentos foi realizada pela equipe de Suporte Básico de Vida (91,6%), no período da tarde (31,7%) e, principalmente, aos sábados (16,8%). As colisões entre motocicletas e automóveis foram os acidentes mais frequentes (38,3%). Quanto ao perfil das vítimas, observou-se predominância do sexo masculino (67,4%) e da faixa etária de 30 a 59 anos (47,8%). Conclui-se que os dados reforçam a necessidade de adoção de medidas preventivas eficazes, maior rigor na fiscalização e no cumprimento das leis de trânsito, além de destacar a relevância de estudos locais como subsídio para a formulação de políticas públicas voltadas à segurança viária.

Palavras–Chave: Acidentes de Trânsito. Atendimento pré-hospitalar. Perfil Epidemiológico.

ABSTRACT:  

Traffic accidents represent a significant challenge to public health, as they result in millions of deaths worldwide and increase costs due to sequelae and hospital admissions. In this context, it is essential to identify the patterns of these accidents as well as the victims’ profiles. This study aimed to characterize the traffic accidents attended by the Mobile Emergency Care Service (SAMU) in the municipality of Imperatriz, Maranhão, in 2024. This is a descriptive, retrospective study with a quantitative approach, using secondary data obtained from PreHospital Care Forms. Data analysis was performed using Microsoft Excel 2019 software through simple descriptive statistics. The results showed a total of 1,829 traffic accident victims recorded in 2024, with the highest incidence in December (9.5%) and a total of 22 deaths. Most incidents were attended by the Basic Life Support team (91.6%), during the afternoon (31.7%), especially on Saturdays (16.8%). Collisions between motorcycles and automobiles were the most frequent type of accident (38.3%). Regarding the victims’ profile, there was a predominance of males (67.4%) and individuals aged between 30 and 59 years (47.8%). It is concluded that the findings reinforce the need for effective preventive measures, stricter enforcement of traffic laws, and highlight the importance of local studies as a tool to support the development of public policies aimed at road safety.

Keywords: Accidents, Traffic. Pre-hospital care. Health Profile.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, os acidentes de trânsito representam um desafio significativo para a saúde pública, resultando em milhões de óbitos, além de possíveis sequelas e despesas hospitalares para tratamento. Esses eventos geram custos elevados tanto do ponto de vista econômico quanto humano, para a sociedade como um todo (Luisa et al., 2018). No Brasil, dados do relatório Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras apontam que os acidentes de transporte terrestre são responsáveis por aproximadamente 43 mil mortes por ano (Carvalho et al., 2015).

Os acidentes de trânsito são um grave problema de saúde pública, sendo a principal causa de morte entre jovens em todo o mundo. Em 2023, o relatório Mundial sobre a Situação da Segurança Viária da OMS, mostrou que, desde 2010, as mortes de trânsito diminuíram 5%. No entanto, essa problemática ainda se configura uma crise global, pois gera riscos à vida de condutores, pedestres, ciclistas e outros usuários vulneráveis das vias.  Nove em cada dez mortes ocorrem em países de baixa e média renda. As mortes nestes países também apresentam maiores índices, quando comparadas com o número de vias e de veículos em circulação. O risco de mortalidade por habitantes é aproximadamente três vezes maior nos países de baixa renda, quando comparado aos de alta, embora esses países detenham apenas 1% da frota motorizada global (OPAS/OMS, 2023).

Dados do Observatório Nacional de Segurança viária de 2024, mostram que no ano de 2022, ocorreram cerca de 33.894 óbitos no trânsito, um aumento de 81 mortes em relação a 2021 (Observatório Nacional de Segurança Viária, 2024). Esse aumento pode ser atribuído ao crescimento desordenado da frota de veículos e à falta de atualização dos projetos de mobilidade rodoviária (Sagás et al., 2022).

O Ministério da Saúde também aponta que, houve um aumento das taxas de internações decorrentes de acidentes de trânsito em 2021, em 55%, considerando apenas a rede do SUS e conveniados. A maioria dessas internações foi decorrente de lesões envolvendo motociclistas (Brasil, 2023).

Ainda segundo o Ministério da Saúde, houve uma redução de 3.801 óbitos por acidentes de trânsito no Brasil em 2016, em comparação a 2015. No entanto, foi registrado um aumento de 21.715 internações no mesmo período. Em 2018, a taxa de mortalidade nas rodovias brasileiras foi de 19,7 óbitos por 100 mil habitantes, apresentando uma redução de 3,7 mortes por 100 mil habitantes quando comparada a 2015 (Brasil, 2021).

As mortes e incapacidades resultantes de acidentes de trânsito geram uma sobrecarga nos sistemas de seguridade social e de saúde, em virtude de óbitos prematuros e internações prolongadas seguidas de processos de reabilitação. Tais eventos podem, ainda, repercutir diretamente na esfera econômica da vítima e de sua família, uma vez que, em decorrência das lesões, muitos indivíduos se veem impossibilitados de exercer suas atividades laborais, seja de forma temporária ou permanente, comprometendo de maneira significativa sua qualidade de vida (Paiva et al., 2015).

Nesse sentido, o estudo do padrão dos acidentes de trânsito e das vítimas atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) permite a formulação de medidas preventivas locais. As ações podem ser direcionadas aos grupos de maior risco e embasar o planejamento de intervenções em diferentes áreas. Assim, os resultados dessa pesquisa podem fomentar discussões sobre os acidentes de trânsito e contribuir para fortalecimento de políticas públicas locais voltadas à redução morbimortalidade resultante de acidentes, com o objetivo de proteger a vida e a qualidade de vida da população (Longuiniere et al., 2021).

Diante disso, este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil dos acidentes de trânsito atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, no ano de 2024, no município de Imperatriz, Maranhão (MA).

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa dos dados, realizado na unidade central do Serviço Móvel de Urgência, localizado na cidade de Imperatriz (MA). O serviço conta com sete unidades de suporte básico (USB) e duas unidades de suporte avançado (USA).  

Segundo Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa descritiva busca mostrar as características de uma população específica, ou então de um fenômeno e engloba técnicas específicas para a obtenção dos dados. Esse tipo de pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem alterá-los, ao buscar descobrir a frequência com que um fato ocorre.

Imperatriz localiza-se no oeste do Estado do Maranhão e encontra-se a 629,5 quilômetros da capital do estado. O município apresenta uma população estimada de 254.569 habitantes, área territorial de 1.368,987 km e o índice de desenvolvimento humano (IDH) do de 0,731 (IBGE, 2017).

A coleta dos dados aconteceu nos meses fevereiro e março de 2025, a partir das Fichas de Atendimento Pré-Hospitalar (FAPH), referentes ao ano de 2024, disponibilizadas pelo Serviço de Atendimento Móvel (SAMU) do município de Imperatriz. Essa etapa foi realizada na sede administrativa do serviço e utilizou somente dados secundários, de acesso público e sem a identificação dos sujeitos, desta forma, dispensada de apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme a Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL. 2016).

A FAPH é um documento preenchido pelos profissionais de saúde que atuam no SAMU e fazem todas as notificações das ocorrências das Unidades de Suporte Básico de Vida (SBV) e Suporte Avançado de Vida (USA). As variáveis investigadas no estudo foram: local de ocorrência, idade, sexo, óbito, tipo de ocorrência, tipo de colisão, tipo de ambulância, turno, mês e dia de ocorrência, de todos os acidentes de trânsitos ocorridos no município de Imperatriz no ano de 2024.

Foram incluídas as fichas com registro de trauma automobilístico atendidos pelo SAMU de Imperatriz, em 2024. Os critérios de exclusão foram: fichas com dados incompletos, ocorrências em anos anteriores e registros que não se relacionavam com a problemática da pesquisa.

Após coleta dos dados, os resultados foram analisados e interpretado através da estatística descritiva simples, com o auxílio do Software Microsoft Excel 2019, e estão expressos em gráficos e tabelas.

3 RESULTADOS 

No ano de 2024, foram registradas 1.829 vítimas (100,0%) de acidentes de trânsito na cidade de Imperatriz, Maranhão. A distribuição mensal do número de vítimas revelou variações ao longo do ano, com um aumento significativo nos últimos meses. O mês com o maior número de vítimas foi dezembro, totalizando 180 vítimas, o que corresponde a aproximadamente 9,8% do total anual. Por outro lado, o mês com o menor número de vítimas foi janeiro, com 122 vítimas (6,7%). 

Os meses de junho (166 vítimas) e julho (163 vítimas) também apresentaram números elevados, sugerindo um possível impacto do período de férias escolares, quando há maior circulação de veículos e deslocamentos para viagens. Já os meses de fevereiro (144), março (142) e abril (141) registraram números mais baixos e relativamente estáveis. Em maio (154), setembro (161), outubro (154) e novembro (157), o número de vítimas manteve-se em patamares médios, sem grandes variações (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Número de vítimas de acidentes de trânsitos ocorridos em Imperatriz, Maranhão, entre os meses de janeiro e dezembro de 2024.

Fonte: Dados da Pesquisa

Quanto aos óbitos, em 2024, foram 22 registros. A distribuição mensal, demonstrou variações, com alguns meses concentrando mais fatalidades, enquanto outros não apresentaram registros. Os meses com maior número de óbitos foram julho, agosto, setembro e novembro, cada um com 3 mortes (13,6% do total anual). Fevereiro (1), março (2), abril (1) e maio (2) apresentaram números moderados de fatalidades. Não foram registrados óbitos nos meses de junho, outubro e dezembro (Gráfico 2).De modo geral, os dados mostram que, embora o número de vítimas de acidentes tenha sido relativamente alto ao longo do ano (conforme o Gráfico 1), a letalidade variou entre os meses.

Gráfico 2 – Número de óbitos por  acidentes de trânsitos ocorridos em Imperatriz, Maranhão, entre os meses de janeiro e dezembro de 2024

Fonte: Dados da Pesquisa

Na Tabela 1, observa-se que a maioria dos atendimentos foi realizada por equipes de Suporte Básico de Vida (SBV), totalizando 1.675 vítimas (91,6%), enquanto as equipes de Suporte Avançado de Vida (SAV) atenderam 154 vítimas (8,4%).

Em relação ao período de ocorrência dos acidentes, o maior número foi registrado no período da tarde (580; 31,7%), seguido da manhã (567; 31,0%) e da noite (467; 25,5%). O menor número de ocorrências ocorreu na madrugada (215; 11,8%). Esse padrão pode estar relacionado ao aumento do fluxo de veículos durante o horário comercial. 

Quanto ao dia da semana, o sábado foi o dia com maior número de acidentes (308; 16,8%), possivelmente devido ao aumento do tráfego durante atividades de lazer e eventos sociais. Em seguida, destacam-se segunda-feira (285; 15,6%) e quinta-feira (274; 15,0%). Os dias com o menor número de vítimas foram quarta-feira (208; 11,4%) e terça-feira (239;  13,1%) (Tabela 1).

Tabela 1 – Variáveis tipo de equipe, período e dia da semana relacionadas às vítimas de acidentes de trânsito ocorridos em Imperatriz, MA, no ano de 2024.

Fonte: Dados da Pesquisa

A análise dos tipos de acidentes evidencia que as colisões com motocicletas representam a maior parte das ocorrências. O tipo de acidente com maior frequência foi a colisão entre moto e automóvel, totalizando 834 vítimas (38,3%). Em seguida, destacam-se os acidentes do tipo moto contra anteparo, com 662 vítimas (30,46%) e colisões entre duas motocicletas, 291 de vítimas (13,39%). 

Outros acidentes que envolveram motocicletas incluem colisões com bicicletas (4,05%), caminhões (1,70%), pedestres (1,38%) e animais (1,20%), além de acidentes com ônibus (0,28%). Esses dados reforçam a vulnerabilidade dos motociclistas no trânsito, possivelmente relacionada à alta exposição ao risco, menor proteção estrutural e comportamentos como velocidade excessiva e imprudência. 

No que diz respeito a automóveis, os tipos mais frequentes de acidentes foram colisões com bicicletas (2,12%), anteparos (1,29%) e pedestres (0,74%). Colisões entre dois automóveis (1,24%) e acidentes entre caminhões (0,51%) ou ônibus (0,09%) foram menos comuns. Acidentes envolvendo bicicletas também foram registrados, sendo que as colisões contra anteparos resultaram em 62 vítimas (2,85%) e atropelamentos de pedestres em 4 vítimas (0,18%). Por sua vez, os acidentes com ônibus apresentaram baixa incidência, com apenas um caso de atropelamento de pedestre (0,05%), uma colisão com anteparo (0,05%) e um acidente envolvendo bicicleta (0,05%) (Tabela 2).

Tabela 2 – Tipo de veículo envolvido nos acidentes de trânsito notificados em Imperatriz, MA, no ano de 2024.

Fonte: Dados da Pesquisa

Em relação ao o perfil das vítimas, observou-se a predominância sexo masculino (67,4%), enquanto as mulheres representaram 32,6% dos casos. Quanto à faixa etária, a maior concentração de vítimas estava entre 30 a 59 anos (47,8%), seguida pela faixa de 19 a 29 anos, (39,3% das vítimas). Crianças e adolescentes de até 18 anos somaram uma parcela menor, com 1,7% e 4,0%, respectivamente, enquanto os idosos acima de 60 anos representaram 7,2% do total de vítimas (Tabela 3). 

Tabela 3 – Perfil das vítimas de acidentes de trânsito de acordo com as variáveis sexo e faixa etária, ocorridos em Imperatriz, Maranhão, no ano de 2024.

Fonte: Dados da Pesquisa

DISCUSSÃO

O perfil dos acidentes de trânsito evidenciado neste estudo indica predominância do sexo masculino, achado que corrobora com outros estudos que também apontam uma maior incidência de traumas decorrentes de acidentes de trânsito entre homens (Zannete et al., 2021; Longuiniere et al., 2021).

Essa disparidade entre homens e mulheres pode ser explicada por uma combinação de fatores comportamentais, sociais e de exposição ao risco (Moreira et al., 2018). Os homens estão mais propensos a dirigir com maior velocidade e agressividade, o que os torna mais vulneráveis a mortes por causas externas (Longuiniere et al., 2021). Lopes et al., (2022) afirmam que o uso de motocicletas, associado à embriaguez, velocidade excessiva e comportamento de risco, são os principais fatores para a maior ocorrência de acidentes de trânsito com este público.

Quanto à faixa etária, a predominância de jovens também está de acordo com estudos realizados em diferentes regiões do Brasil (Lima et al., 2019; Biffe et al., 2017). Sabe-se que a juventude é marcada por impulsividade e busca por novas emoções, frequentemente associadas à inexperiência, negligência e uso de substâncias como álcool e drogas. Esses aspectos contribuem para a subestimação dos riscos, a condução perigosa e o desrespeito às regras de trânsito (Rafael et al., 2021).

Em relação ao tipo de veículo envolvido nos acidentes, os maiores índices estão relacionados ao uso de motocicletas, principalmente a colisão moto e automóvel. No estudo de Rafael et al., (2021) é apontado que as principais causas de acidente com esse tipo de veículo são colisões com automóveis, assim como neste estudo. Esse dado reforça a necessidade de ações educativas voltadas à prevenção, com foco na segurança viária e na condução responsável.

Estudo semelhante realizado em Minas Gerais, sobre os acidentes de trânsito com motociclistas entre 2019 e 2023, apontou 3.942 mortes, e ainda uma ocorrência de 62.133 acidentes motociclísticos, com um índice de mortalidade de 6,3% (Caixeta; Peixoto, 2024). Tavares, Coelho e Leite (2014), destacam que, além de ser meio de transporte, a motocicleta é também ferramenta de trabalho. Quando associada a longas jornadas, fadiga e reflexos comprometidos, aumenta-se o risco de acidentes. 

O dia da semana com maior número de acidentes de trânsito nesta pesquisa foi sábado e domingo, corroborando com dados de outros estudos, que também mostraram que os fins de semanas tiveram índices mais elevados (Silva et al., 2016; Santana et al., 2024). 

Quanto ao período do dia, observou-se uma maior incidência de acidentes no período diurno, principalmente no turno vespertino, fato este que pode estar relacionado com o cansaço do condutor, bem como ao acúmulo de cobranças e pressões. Cita-se ainda, a influência das altas temperaturas, característica típica da região do estudo na maior parte do ano, como fator que pode afetar a atenção e o desempenho dos condutores (Rocha et al., 2021).

A predominância do atendimento por equipes de Suporte Básico de Vida (SBV) sugere que a maioria dos acidentes envolveu vítimas com ferimentos menos graves, o que corrobora com o atendimento inicial do SBV, que não requer uma intervenção avançada (Oliveira et al., 2019). Essa distribuição é comum em serviços de emergência, pois a maior parte das ocorrências envolve lesões leves a moderadas, como escoriações e fraturas, enquanto casos mais graves são menos frequentes. Estudos apontam que apenas uma pequena parcela dos acidentados requer suporte avançado, geralmente em situações de trauma grave, politraumatismos ou risco iminente de morte (Lima et al., 2021; Oliveira et al., 2019).

5 CONCLUSÃO

Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil dos acidentes de trânsito atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, no município de Imperatriz, no ano de 2024. A análise dos dados revelou que o mês com o maior número de ocorrências foi dezembro, com destaque para os fins de semana e período vespertino. Quanto ao perfil, observou-se maior prevalência entre indivíduos do sexo masculino e jovens. Identificou-se, ainda, que a motocicleta foi o principal veículo envolvido nos acidentes, sendo os seus condutores as principais vítimas.

Dessa forma, conclui-se que os acidentes de trânsito permanecem como um grave problema de saúde pública, tornando necessária a adoção de medidas eficazes que priorizem a prevenção e a conscientização quanto às condutas adotadas no trânsito. Evidencia-se, também, a importância da aplicação rigorosa das leis de trânsito e ações integradas entre os órgãos públicos e a população, com o objetivo de modificar essa realidade. 

Além disso, este estudo reitera a relevância de pesquisas com enfoque local, as quais podem servir como ferramenta para a gestão pública, ao fornecer subsídios para a elaboração de políticas públicas voltadas à realidade do munícipio.

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¹Acadêmico do curso de Bacharelado em Enfermagem do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail:Janaina_imp@hotmail.com
²Enfermeira. Especialista em Unidade de Terapia Intensiva. Docente do curso de Bacharelado em Enfermagem do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail:pamela.franco@unisulma.edu.br