CHARACTERIZATION OF FORCED VITAL CAPACITY AND FORCED EXPIRATORY VOLUME IN THE FIRST SECOND IN SMOKERS AND NON-SMOKERS ACADEMIC STUDENTS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411301747
Tiago Roma Gomes1;
Lydhia Rubia de Lima Torres2;
Eduardo Andrade Gonçalves3
RESUMO
INTRODUÇÃO: Sabe-se que o tabagismo é um grave problema de saúde pública, fator causal de doenças incapacitantes e fatais. A nicotina presente na composição do cigarro causa dependência química, similar às drogas. Neste contexto, um dos exames mais seguros de mensurar o dano causado ao pulmão pelo tabagismo é o teste espirométrico, auxiliando na prevenção e permitindo o diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória conhecida. OBJETIVO: Avaliar a CVF e o VEF1 em população jovem de fumantes e não fumantes. MÉTODO: Foi realizado um teste espirométrico do tipo quantitativo, com 20 acadêmicos tabagistas e não tabagistas, com idade mínima de 18 anos e máxima de 35 anos e não praticantes de atividades físicas regular, no mês de Março de 2016. Sendo caracterizados os valores de CVF, VEF1 e Índice de Tiffeneau, para avaliação da função pulmonar, com posterior análise e comparação entre os grupos. RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos estudados e a literatura encontrada, visto que os distúrbios ventilatórios em fumantes dar-se-ão aos 20 anos/maço. CONCLUSÃO: Acredita-se que o grupo tabagista, esteve dentro desse padrão de normalidade, devido ao tempo de tabagismo ser insuficientes para provocar alterações no sistema respiratório.
Palavras-chave: Tabagismo. Espirometria. Distúrbios Ventilatórios.
ABSTRACT
INTRODUCTION: It is known that smoking is a major public health problem, causal factor of disabling and fatal diseases, the nicotine present in cigarette composition cause addiction similar to drugs. In this context, one of the safest tests to measure the damage done to the lungs by smoking is spirometric testing, helping to prevent and allowing the diagnosis and quantification of respiratory disorders in patients with respiratory symptoms or known respiratory disease. OBJECTIVE: To evaluate the FVC and FEV1 in young smokers and nonsmokers population. METHODS: A spirometric test of the quantitative type was conducted with 20 students’ smokers and nonsmokers, with a minimum age of 18 years and maximum 35 years and not practicing regular physical activity, in March 2016. It is characterized the FVC, FEV1 and Tiffeneau index for evaluation of pulmonary function, with subsequent analysis and comparison between groups. RESULTS: There were no significant differences between the groups and found literature since the ventilatory disorders in smokers give will see to 20 years / sheaf. CONCLUSION: It is believed that the smoker group was within that normal range, due to smoking time being insufficient to cause changes in the respiratory system.
Keywords: Smoking. Spirometry. Ventilatory disorders.
1. INTRODUÇÃO
O tabagismo é um grave problema de saúde pública, fator causal de quase 50 diferentes doenças incapacitantes e fatais. A nicotina do tabaco causa dependência química, similar às drogas. O tabagismo está na Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), além de ser uma doença crônica e o seu tratamento deve ser valorizado, fazendo parte das rotinas de atendimento de unidades públicas de saúde, neste contexto (BRASIL,2002).
Por se tratar de uma doença mundial, que tem repercussões principalmente relacionadas ao tempo, faz necessário definir exames precisos e de baixo custo. Neste âmbito tem-se o exame que atende todos esses quesitos, a espirometria, que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios e deve ser parte integrante da avaliação de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória conhecida (PEREIRA et al., 1996).
Pelos componentes do tabaco, o sistema respiratório é o que mais sofre as agressões. A inalação contínua da fumaça contribui para a degradação da função respiratória e o grau dessa degradação está diretamente relacionado com o tempo e a intensidade do tabagismo (CARVALHO, 2000).
O epitélio de revestimento do trato respiratório superior atua como o primeiro defensor do organismo contra agentes agressores, seja poluentes, alérgenos ou microrganismos, podendo gerar sintomas e doenças das vias aéreas quando expostos a eles. A queima do cigarro produz uma fumaça com mais de 4000 componentes nocivos a saúde, incluindo substâncias como, formaldeído, monóxido de carbono e a nicotina. A inalação dessa fumaça, seja oral ou nasal, promove uma profunda diminuição no transporte mucociliar. A fumaça de cigarro também está associada a profundas alterações nos mecanismos de produção de muco, sua exposição crônica a essa fumaça provoca alterações na mucosa respiratória com aumento no número e tamanho de células caliciformes e consequente aumento de secreção nas vias aéreas (TAMASHIRO et al., 2009).
A dependência do tabaco é um processo mais complexo, que envolve a relação entre a dependência física, componentes comportamentais e a dependência psicológica, e por isso devem ser melhores investigados, principalmente em relação aos comprometimentos respiratórios que esta dependência pode causar que levará aos indivíduos usuários a lotarem os atendimentos dos três níveis de atenção, sobrecarregando o sistema de saúde, ao invés de ser interrompido ainda na atenção primária, fato que justifica a inserção do fisioterapeuta neste nível de assistência (PLANETA; CRUZ, 2005).
A espirometria é uma técnica avaliativa muito utilizada pela fisioterapia respiratória, consiste em medir a entrada e a saída de ar nos pulmões (COSTA; JAMAMI, 2001).
Além de volumes e capacidades, a espirometria envolve a velocidade com que o ar deixa os pulmões, ou seja, seu fluxo aéreo. Sabe-se que o fluxo expiratório fornece importantes dados sobre a função pulmonar. A fluxometria é obtida por meio de uma manobra denominada CVF (Capacidade Vital Forçada), que consiste em inspirar o máximo possível e depois expirar o mais rápido possível, colocando para fora dos pulmões todo o ar que o indivíduo puder. O Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1) é o volume máximo que um indivíduo consegue expirar no primeiro segundo de uma expiração máxima, valor esse que exprime o fluxo aéreo da maior parte das vias aéreas, sobretudo as de maior calibre (PEREIRA et al., 1996).
Diversos testes de função pulmonar são importantes na avaliação prognóstica dessas alterações de fluxos e volumes pulmonares. Sendo que a espirometria é o primeiro teste funcional realizado e o mais importante na rotina da maioria dos pacientes. A relação VEF1/CVF, conhecida como índice de Tiffeneau, é importante para a caracterização dessas obstruções, já que é o resultado de uma fração entre o VEF1 em relação à CVF (AZEVEDO, 2013).
O estudo a seguir tem a importância de analisar a caracterização da CVF e do VEF1 de alunos fumantes e não fumantes em uma população jovem, comparando resultados com valores de referência e avaliando possíveis déficits nos valores da CVF e do VEF1. Os dados coletados servirão para contribuir com o aumento do espectro de dados espirométricos em população jovem e tabagista.
O objetivo geral do presente estudo será de analisar o volume pulmonar através da CVF e do VEF1, em acadêmicos jovens fumantes da UNINORTE. Assim como, avaliar as repercussões do uso do tabaco em uma população jovem, comparar os volumes pulmonares entre os sexos e analisar dados obtidos e classificados conforme referências.
2. METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de campo, realizada em um público específico, para obtenção de dados, do tipo quantitativa, tendo como base os valores da CVF, do VEF1 e do VEF1/CVF obtidos pelo teste espirométrico, para avaliação da função pulmonar.
A população desse estudo foi de 20 acadêmicos tabagistas e não tabagistas da UNINORTE, no município de Rio Branco – Acre. População de ambos os sexos, com idade mínima de 18 anos e máxima de 35 anos e não praticantes de atividades físicas regular.
Foram excluídos, indivíduos com história de patologias recentes e/ou utilização de medicamentos de ação direta no sistema respiratório ou apresentarem qualquer sinal de mal estar geral, deformidades torácicas e/ou posturais, cirurgias e/ou procedimentos cirúrgicos recentes e outros problemas que limitem o entendimento e execução do teste.
A população foi dividida em dois grupos: Grupo Tabagista (GT) e o Grupo Não Tabagista (GNT), assim sendo submetidos ao teste espirométrico, com objetivo de avaliar a CVF, o VEF1 e o VEF1/CVF de cada indivíduo.
Para execução do projeto, o mesmo foi aprovado pelo comitê de ética do Hospital das Clínicas de Rio Branco – AC e ainda coletada a assinatura da diretora da UNINORTE (ANEXO I) para termos a permissão de realizar a coleta de dados. Foi disponibilizado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE I) que foi assinado pelos acadêmicos, a partir disso foram submetidos à avaliação.
Para obtenção de dados referente à CVF, o VEF1 e o VEF1/CVF, foi utilizado o aparelho de espirometria da marca FERRARIS RESPIRATORY, modelo KOKO LEGEND SPIROMETER.
O teste ocorreu da seguinte forma: Os voluntários compareceram ao laboratório de fisiologia humana da UNINORTE, durante a tarde ou noite do dia acordado com eles, sendo instruídos de como seria a realização de todo o procedimento.
Antes do teste, que foi realizado de forma individual, os participantes fizeram repouso por 10 minutos. Logo após foi feita a coleta dos seguintes dados: Pressão arterial, através do aparelho esfigmomanômetro da marca SOLIDOR, saturação de oxigênio e frequência cardíaca através do aparelho oxímetro, da marca GERATHERM e a circunferência torácica, com fita métrica.
Para que a espirometria seja confiável, há necessidade de certos cuidados e de condições básicas como a compreensão e colaboração do paciente, conhecimento técnico de quem realizará o teste, voz de comando (alta, esclarecedora, incentivadora, padronizada e, sempre que possível, por um mesmo operador), equipamento de boa qualidade e devidamente calibrado, controle ambiental de temperatura, umidade relativa do ar e pressão (COSTA; JAMAMI, 2001).
Na realização do teste, os mesmos estavam sentados em uma cadeira com encosto lombar e torácico, uma de suas mãos estava segurando parte do aparelho de espirometria e a outra ao longo do corpo ou apoiada na coxa, conforme o voluntário se sentisse mais confortável. A utilização do clip nasal se fez necessária para evitar o vazamento de ar pelo nariz.
Foram feitas oito tentativas de reprodutibilidade, sendo este o número máximo aceitável para o teste, obtendo o melhor valor em cada teste. A calibração do aparelho espirométrico, foi feita com uso de sua seringa antes do teste, conforme preconiza a literatura (PEREIRA, 2002).
Os dados foram tabelados e analisados por meios estatísticos, através do software Excel 2007 e comparados com o grupo controle, servindo de correlação de resultados, para posterior publicação.
3. RESULTADOS
A população avaliada nesse estudo foi de 20 indivíduos, distribuídos da seguinte forma: 50% eram do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Relacionado à faixa etária de não fumantes, 90,0% encontravam-se na faixa etária de 19 a 28 anos e 10,0% na faixa de 29 a 33 anos, sendo a média de idade desta população de 23,7 anos. Na população fumante, 70,0% encontravam-se na faixa etária de 19 a 28 anos e 30,0% na faixa de 29 a 33 anos, com uma média de idade de 27,4 anos desta população, conforme descrito na tabela 1.
Tabela 1 – Características de sexo, faixa etária e curso de graduação da população de estudo. Rio Branco, Acre, 2016.
Na tabela 2, observam-se os índices de média de massa corporal (IMC) de 26,65 Kg/m² para o grupo não tabagista e de 28,28 Kg/m² para o grupo tabagista. A média da circunferência torácica foi de 101,5 cm para o grupo não tabagista e de 101,9 cm para o grupo não tabagista.
Tabela 2 – Características de índice de massa corporal (IMC), circunferência torácica da população do estudo. Rio Branco, Acre, 2016.
A média máxima de cigarros/dia da população feminina foi de 9 unidades e a média de anos/maço foi de 2,43. Para a população masculina, a média máxima de cigarros/dia foi de 15 unidades e a média de anos/maço foi de 6,3 dados analisados na tabela 3.
Tabela 3 – Quantidade de cigarros máximos consumidos por dia e valor de ano/maço da população feminina tabagista do estudo. Rio Branco, Acre, 2016.
Os valores da Capacidade Vital Forçada (CVF) na população feminina do estudo serão observados na tabela 4, visto que o valor da média obtida pelo grupo não tabagista foi de 3,06 litros e que no grupo tabagista foi de 3,55 litros.
Tabela 4 – Valores da Capacidade Vital Forçada (CVF) da população feminina do estudo. Rio Branco, Acre, 2016.
A Capacidade Vital Forçada (CVF) na população masculina do estudo estão na tabela 5, observa-se que o valor da média obtida pelo grupo não tabagista foi de 4,90 litros enquanto que no grupo tabagista foi de 3,96 litros.
Tabela 5 – Valores da Capacidade Vital Forçada (CVF) da população masculina do estudo. Rio Branco, Acre, 2016.
Na tabela 6 estão os valores do Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1) da população feminina do estudo. Nota-se que o valor da média obtida pelo grupo não tabagista foi de 2,09 litros enquanto que no grupo tabagista foi de 2,83 litros.
Tabela 6 – Valores do Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1) da população feminina do estudo. Rio Branco, Acre, 2016.
A tabela 7 refere aos valores do Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1) da população masculina do estudo. O valor da média obtida pelo grupo não tabagista foi de 3,21 litros enquanto que no grupo tabagista foi de 2,94 litros.
Tabela 7 – Valores do Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1) da população masculina do estudo. Rio Branco, Acre, 2016.
O Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) na população feminina do estudo está na tabela 8, o valor da média obtida pelo grupo não tabagista foi de 0,70 litros enquanto que no grupo tabagista foi de 0,84 litros.
Tabela 8 – Valores do Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) da população feminina do estudo. Rio Branco, Acre, 2016.
Sobre o Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) na população masculina do estudo, os valores obtidos estão na tabela 9, à média do grupo não tabagista foi de 0,67 litros enquanto que no grupo tabagista foi de 0,80 litros.
Tabela 9 – Valores do Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) da população masculina do estudo. Rio Branco, Acre, 2016.
4. DISCUSSÃO
Sobre a análise antropométrica, pode-se observar que as amostras são homogêneas, já que as medidas foram semelhantes entre eles. No que diz respeito ao IMC, ambos os grupos foram classificados como pré-obesidade (OMS, 2000).
No que diz respeito às variáveis antropométricas, verifica-se através de estudos, que o IMC em indivíduos com peso normal tem uma relação positiva, pois se verificou um aumento da CVF e do VEF1. No entanto o autor não afirma que em indivíduos com sobrepeso existe uma relação negativa. Contudo foi relatado que a medida de circunferência abdominal onde se verifica uma relação negativa, ou seja, não estabelece uma relação direta com a melhora da função pulmonar. (CHEN et al., 2007).
Neste trabalho os indivíduos estavam classificados com sobrepeso e apresentavam função pulmonar normal. Sabe-se, que o IMC não avalia percentual de massa magra, uma vez que a variável peso, não discrimina massa magra de tecido adiposo. E este pode influenciar no resultado, obtido neste ensaio.
Outro aspecto, que deve ser levado em consideração é o tamanho da amostra. Em todos os trabalhos pesquisados o número de indivíduos é sempre uma representativa da média da população estudada, fato este não contemplado neste estudo (LOUREIRO; GAMEIRO, 2011).
O IMC pode influenciar de forma positiva no aumento da função pulmonar em indivíduos jovens, devido ao aumento de massa magra, que está associado ao aumento da força muscular, porém, nos idosos, esse aumento de IMC nem sempre estabelece uma relação positiva ao aumento da função pulmonar, haja vista que no idoso esse aumento poderá está associado ao aumento da adiposidade. Sendo assim, o impacto total do IMC na função pulmonar em estudos populacionais pode estar reduzido (CHINN; COTES; REED, 1996; PEREIRA et al., 1992).
E a maioria dos autores concordam que o peso não contribui para explicar as variáveis espirométricas ou só o faz em casos de obesidade acentuada (SCHOENBERG; BECK; BOUHUYS, 1978).
Quanto à idade, as médias foram de 23,7 anos para o grupo não tabagista e de 27,4 anos para o grupo tabagista, média essa, semelhante ao encontrado em outros estudos (BRASIL, 2010).
Referente ao consumo de tabaco, a média da população feminina foi de 2,43 anos/maço e da masculina foi de 6,3 anos/maço valor esse menor quando se sabe que a partir de 20 anos/maço é que irão ocorrer as obstruções pulmonares (OLIVEIRA; JARDIM; CARVALHO, 2007).
Em longo prazo, o fumo ocasionará a irritação da árvore brônquica, aumentando a produção de muco, dificultando a expectoração, reduzindo a capacidade pulmonar e consequente diminuição da tolerância à atividade física. Além disso, aumenta o risco de câncer de pulmão e infarto do miocárdio. Sabe-se também que existe uma correlação entre o risco de desenvolver câncer de pulmão com a quantidade de cigarros consumidos, o tempo de tabagismo, e o número de inspirações por cigarros fumados (DRA, 2004).
Quando comparado os valores de CVF na população em estudo, independente da classificação de tabagista ou não tabagista, ambos os grupos estiveram dentro dos valores de referência encontrados, ou seja, parece que o fator idade tem um efeito protetor contra os danos provocados pelo cigarro. No entanto em idades mais avançadas isso não é verdade, pois será quando os danos à longa exposição ao tabaco manifestam-se fortemente (OLIVEIRA; JARDIM; CARVALHO, 2007; PEREIRA et al., 2007).
Quanto ao VEF1 da população em estudo, houve uma diminuição, referente à normalidade, na média do grupo tabagista masculino de 0,16 litros. O volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) corresponde à medida de função pulmonar mais útil do ponto de vista clínico, avaliando basicamente distúrbios ventilatórios obstrutivos. Portanto, o declínio do VEF1, observado em provas de função pulmonar, correlaciona-se diretamente com o prognóstico e a gravidade dos sintomas em doenças obstrutivas (PEREIRA, 2002).
Ao valor do Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) que é de 81 ± 5 % para ambos os sexos e os grupos, esteve abaixo da normalidade 0,06 litros ou 6% na população não tabagista feminina e 0,09 litros ou 9 % na população não tabagista masculina, assim a diferença na média foi muito reduzida quando comparada com o grupo tabagista (PEREIRA et al., 2007).
Contudo, não foram realizados testes estatísticos específicos para verificar se essa diferença observada é devido ao acaso ou a existência real na população, pois se sabe que apenas são utilizados testes de hipótese para a inferência estatística quando a amostra for aleatória e representativa da população estudada que não é o caso da amostra da presente pesquisa (LOUREIRO; GAMEIRO, 2011).
O diagnóstico de obstrução dos fluxos pulmonares se dá de forma tardia porque a progressão na maioria dos casos é de forma lenta, podendo apresentar manifestações obstrutivas ou serem assintomáticos mesmo quando os valores dos fluxos expiratórios já estiverem substancialmente diminuídos (SBPT, 2004).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, conforme apresentado neste estudo, ambos os grupos estiveram dentro dos padrões de normalidade, no que se preconiza sobre volume pulmonar. Acredita-se que o grupo de fumantes também esteve dentro desse padrão de normalidade, devido o tempo de tabagismo ser insuficientes para provocar alterações no sistema respiratório, porém sabe-se que a permanência neste hábito, acarretará disfunções nos fluxos pulmonares. O presente trabalho teve limitações principalmente pelo tamanho da amostra, não sendo possível aplicar testes estatísticos para observarmos se a diferença do grupo fumante e do grupo não fumante era significante. Apesar dessas limitações, foi possível realizar um trabalho de cunho cientifico onde foram pesquisadas essas duas amostras.
Mais estudos se fazem necessários para melhor interpretação do mecanismo relacionado com a função respiratória e tabagismo em jovens fumantes.
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1Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário Uninorte e-mail: thiagoromaft@gmail.com
2Fonoaudióloga da Fundhação Hospitalar Rio Branco-AC e-mail: lydhiatorres@gmail.com
3Docente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário Uninorte e-mail: edango.dudu@gmail.com