CLINICAL FEATURES OF OSTEOSARCOMA AND PROGNOSTIC FACTORS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7838896
Anna Beatriz Luciano Alves1
Patrick Martins Barbosa Brito2
Flávio Salomão-Miranda3
Ana Gabriela Reis Arouca4
Ana Gabriela Soares Guimarães5
Aléxya Eduarda Andrade6
Marcos Rogério Cardoso Said7
Francisca Mariane Martins Monte8
Yasmin Macedo Guimarães9
Ricardo Barbosa de Freitas10
Renata Araujo Silva11
Paulo Victor Guedes de Carvalho Peleteiro12
Aleks Barbosa da Fonseca13
Elisângela Silva de Barros14
Rafael Santiago de Almeida15
RESUMO
O objetivo deste artigo é revisar as principais características clínicas do osteossarcoma e discutir os fatores prognósticos que podem influenciar o desfecho do tratamento. Para a construção deste artigo foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados SciVerse Scopus, Scientific Electronic Library Online (Scielo), U.S. National Library of Medicine (PUBMED) e ScienceDirect, com auxílio do gerenciador de referências Mendeley. O osteossarcoma é um tumor ósseo maligno que pode ter prognóstico desfavorável se não for diagnosticado e tratado precocemente. A dor óssea, o inchaço e a sensibilidade ao toque são as principais características clínicas do tumor. Vários fatores prognósticos podem influenciar o desfecho do tratamento, incluindo a idade do paciente, a localização do tumor, o tamanho da lesão, a presença de metástases e a resposta ao tratamento. O tratamento padrão para o osteossarcoma inclui a cirurgia e quimioterapia, e a resposta ao tratamento é um fator importante para o prognóstico do paciente.
Palavras-chave: Osteossarcoma. Mandíbula. Maxila. Tumores ósseos.
SUMMARY
The aim of this article is to review the main clinical features of osteosarcoma and discuss prognostic factors that may influence treatment outcome. For the construction of this article, a bibliographical survey was carried out in the databases SciVerse Scopus, Scientific Electronic Library Online (Scielo), U.S. National Library of Medicine (PUBMED) and ScienceDirect, with the help of the Mendeley reference manager. Osteosarcoma is a malignant bone tumor that can have a poor prognosis if not diagnosed and treated early. Bone pain, swelling, and tenderness to touch are the main clinical features of the tumor. Several prognostic factors can influence treatment outcome, including patient age, tumor location, lesion size, presence of metastases, and response to treatment. Standard treatment for osteosarcoma includes surgery and chemotherapy, and response to treatment is an important factor in the patient’s prognosis.
Keywords: Osteosarcoma. Jaw. Jaw. Bone tumors.
1 INTRODUÇÃO
Os osteossarcoma (OS) são neoplasias malignas que produzem osteóide de origem mesenquimal, e quantidades variáveis de matriz cartilaginosa e tecido fibroso. Eles são um dos tipos mais comuns de tumores ósseos primários em crianças e adolescentes, principalmente na faixa etária entre 10 a 25 anos. A maioria dos casos diagnosticados são de alto grau de malignidade, com origem na região metafisária dos ossos longos (BABU et al., 2022).
Pacientes com tumores apendiculares localizados têm uma taxa de sobrevida relativa de 5 anos de 70%. No entanto, quando há presença de metástases distantes, a sobrevida diminui significativamente para menos de 30%. Embora vários esforços tenham sido realizados para gerenciar doenças localizadas, a contenção da disseminação metastática ainda é um problema de saúde. Estudos revelam que cerca de 25% dos pacientes com OS apresentam doença metastática, sendo os pulmões o local mais comum (ELKORDY et al., 2018; SHOAIB; FAN; IRUDAYARAJ, 2022).
Embora a cirurgia tenha melhorado as taxas de sobrevida da OS, ela ainda está associada a morbidades como dor fantasma, disfunção locomotora e complicações cirúrgicas (SMRKE et al., 2021).
O objetivo deste artigo é revisar as principais características clínicas do osteossarcoma e discutir os fatores prognósticos que podem influenciar o desfecho do tratamento.
2 METODOLOGIA
Refere-se a uma revisão integrativa de literatura, de caráter qualitativo. A revisão de literatura permite a busca aprofundada dentro de diversos autores e referenciais sobre um tema específico, nesse caso características clínicas e fatores prognósticos do osteossarcoma (Pereira et al., 2018).
Buscas avançadas foram realizadas em estratégias detalhadas e individualizadas em quatro bases de dados: SciVerse Scopus (https://www-scopus.ez43.periodicos.capes.gov.br/), Scientific Eletronic Library Online – Scielo (https://scielo.org/), U.S. National Library of Medicine (PUBMED) (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/) e ScienceDirect (https://www-webofknowledge.ez43.periodicos.capes.gov.br/), com auxílio do gerenciador de referência Mendeley. Os artigos foram coletados no mês de dezembro de 2022 e contemplados entre os anos de 2000 a 2023.
A estratégia de pesquisa desenvolvida para identificar os artigos incluídos e avaliados para este estudo baseou-se em uma combinação apropriada de termos MeSH (www.nlm.nih.gov/mesh/meshhome.html), nos idiomas português e inglês.
Considerou-se como critério de inclusão os artigos completos disponíveis na íntegra nas bases de dados citadas, nos idiomas inglês e português e relacionados com o objetivo deste estudo. Os critérios de exclusão foram artigos incompletos, duplicados, resenhas, estudos in vitro e resumos.
A estratégia de pesquisa baseou-se na leitura dos títulos para encontrar estudos que investigassem a temática da pesquisa. Caso atingisse esse primeiro objetivo, posteriormente, os resumos eram lidos e, persistindo na inclusão, era feita a leitura do artigo completo. Na sequência metodológica foi realizada a busca e leitura na íntegra dos artigos pré-selecionados, os quais foram analisados para inclusão da amostra.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base na revisão de literatura feita nas bases de dados eletrônicas citadas, foram identificados 1487 artigos científicos, dos quais 189 estavam duplicados com dois ou mais índices. Após a leitura e análise do título e resumos dos demais artigos, outros 1203 foram excluídos. Assim, 81 artigos foram lidos na íntegra e, com base nos critérios de inclusão e exclusão, apenas 20 artigos foram selecionados para compor este estudo. O fluxograma com detalhamento de todas as etapas de seleção está na figura 1.
Figura 1 – Fluxograma de identificação e seleção dos estudos.
Fonte: Autoria própria, 2023.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, há várias variantes do osteossarcoma que são diferenciadas por sua localização, comportamento clínico e morfologia citológica. O tipo mais comum de osteossarcoma é o convencional primário, que surge no centro do osso. Além disso, é possível fazer uma subdivisão microscopicamente do osteossarcoma de acordo com a morfologia celular e o tipo de produção de matriz predominante (SMRKE et al., 2021; WHELAN; SEDDON; PERISOGLOU, 2006).
Entre os subtipos, as variantes osteoblástica, condroblástica e fibroblástica são as mais frequentes. Por outro lado, o osteossarcoma secundário surge a partir de condições preexistentes, e tem sido associado à doença de Paget, radioterapia, displasia fibrosa, osteocondromatose múltipla e osteomielite crônica (KLEIN; SIEGAL, 2006; SMELAND et al., 2019).
Quando o osteossarcoma afeta os ossos craniofaciais, a mandíbula e a maxila são os locais mais frequentes de ocorrência. Nos maxilares, o osteossarcoma representa 8% de todas as malignidades e é a malignidade primária mais comum dessas estruturas ósseas (MCHUGH et al., 2006; SMELAND et al., 2019).
O osteossarcoma que acomete os maxilares é considerado uma variante do osteossarcoma convencional. Essa distinção é feita porque o osteossarcoma de mandíbula apresenta comportamento clínico e história natural distintos do osteossarcoma que afeta o tronco e os ossos longos (MCHUGH et al., 2006; SMELAND et al., 2019).
As lesões osteossarcomatosas da mandíbula são menos propensas a apresentar metástases à distância, afetando geralmente pacientes com idade entre 10 e 20 anos mais velhos e associadas a uma taxa de sobrevida em 5 anos mais favorável (KLEIN; SIEGAL, 2006; MILLER et al., 2013).
A mandíbula, mais especificamente o corpo mandibular, é a localização mais frequente, seguida pelo ângulo, sínfise e ramo ascendente. Por sua vez, os tumores maxilares apresentam uma tendência a acometer as regiões posteriores do processo alveolar e do osso maxilar. Cabe ressaltar que tais características clínicas diferenciam os osteossarcomas maxilares dos tumores ósseos que acometem o tronco e ossos longos (MILLER et al., 2013; SMELAND et al., 2019).
Os exames de imagem demonstram lesões osteolíticas, osteogênicas ou lesões líticas e escleróticas mistas. Uma característica radiográfica importante é o sinal de Garrington, que é um alargamento simétrico do ligamento periodontal devido à infiltração de células tumorais e é comumente visto no início do processo da doença (MILLER et al., 2013).
Os achados clínicos do osteossarcoma convencional incluem dor, edema e destruição óssea. No entanto, eles podem ser inespecíficos (por exemplo, vermelhidão, unha distrófica, infecção superficial sobreposta) a um grau que dificulta o diagnóstico e atrasa o tratamento (KLEIN; SIEGAL, 2006).
3.1 Fatores prognósticos
Para obter sucesso no tratamento do osteossarcoma, é necessária uma coordenação cuidadosa do estadiamento, biópsia, cirurgia adequada, quimioterapia pré e pós-operatória e, em alguns casos, radioterapia. Os fatores prognósticos envolvem a idade do paciente, sexo, estadiamento, localização, tamanho, histologia e resposta tumoral primária (KLEIN; SIEGAL, 2006). A tabela 1 resume os fatores prognósticos e suas características.
Tabela 1 – Fatores prognósticos do osteossarcoma
Fonte: autoria própria, 2023.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O osteossarcoma é um tumor ósseo maligno que pode ter prognóstico desfavorável se não for diagnosticado e tratado precocemente. A dor óssea, o inchaço e a sensibilidade ao toque são as principais características clínicas do tumor. Vários fatores prognósticos podem influenciar o desfecho do tratamento, incluindo a idade do paciente, a localização do tumor, o tamanho da lesão, a presença de metástases e a resposta ao tratamento. O tratamento padrão para o osteossarcoma inclui a cirurgia e quimioterapia, e a resposta ao tratamento é um fator importante para o prognóstico do paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BABU, S. et al. Osteosarcoma as a primary bone tumor in the adult foot: A case report. Foot & Ankle Surgery: Techniques, Reports & Cases, v. 2, n. 4, p. 100248, 2022.
ELKORDY, M. A. et al. Osteosarcoma of the jaw: Challenges in the diagnosis and treatment. Journal of the Egyptian National Cancer Institute, v. 30, n. 1, p. 7–11, mar. 2018.
KLEIN, M. J.; SIEGAL, G. P. Osteosarcoma: anatomic and histologic variants. American journal of clinical pathology, v. 125, n. 4, p. 555–581, abr. 2006.
MCHUGH, J. B. et al. Primary versus radiation-associated craniofacial osteosarcoma: Biologic and clinicopathologic comparisons. Cancer, v. 107, n. 3, p. 554–562, ago. 2006.
MILLER, B. J. et al. Risk factors for metastatic disease at presentation with osteosarcoma: an analysis of the SEER database. The Journal of bone and joint surgery. American volume, v. 95, n. 13, p. e89, jul. 2013.
SHOAIB, Z.; FAN, T. M.; IRUDAYARAJ, J. M. K. Osteosarcoma mechanobiology and therapeutic targets. British journal of pharmacology, v. 179, n. 2, p. 201–217, jan. 2022.
SMELAND, S. et al. Survival and prognosis with osteosarcoma: outcomes in more than 2000 patients in the EURAMOS-1 (European and American Osteosarcoma Study) cohort. European journal of cancer (Oxford, England : 1990), v. 109, p. 36–50, mar. 2019.
SMRKE, A. et al. Future Directions in the Treatment of Osteosarcoma. Cells, v. 10, n. 1, jan. 2021.
WHELAN, J.; SEDDON, B.; PERISOGLOU, M. Management of osteosarcoma. Current treatment options in oncology, v. 7, n. 6, p. 444–455, nov. 2006.
1annabeatrizcd@outlook.com
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