ORGAN AND TISSUE PROCUREMENT: AN INTEGRATIVE REVIEW OF THE CHALLENGES IN THE SOCIAL, SCIENTIFIC AND HEALTH CONTEXT.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202412191450
Giovanna Gonçalves Fagundes1; Márcia Eduarda Abreu Pacheco2; Daniella Valença Daher de Almeida3 ; Tainá Galvão Cunha Rodrigues4
RESUMO
O processo de doação de órgãos e tecidos é um procedimento cirúrgico que se baseia em substituir órgãos e tecidos que apresentam insuficiência funcional permanente de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador. O Brasil, em 2021, realizou mais de 12 mil transplantes pelo SUS, porém esses números ainda são escassos tendo em vista o aumento progressivo da lista de espera. A finalidade deste estudo, uma revisão integrativa da literatura, foi categorizar e sintetizar os principais fatores dificultadores existentes no processo de captação e doação de órgãos e tecidos. A análise incluiu 14 estudos publicados nos últimos 5 anos em bases de dados pertinentes, LILACS, Base de Dados em Enfermagem – BDENF, SciELO e PubMed. Os principais desafios relacionados ao processo de captação e doação de órgãos e tecidos, foram associados à falta de treinamento e conhecimento dos profissionais, bem como, a dificuldade na comunicação entre profissionais e familiares, advinda de uma raiz sociocultural, emocional e espiritual; ao receio da comercialização ilegal de órgãos contribuindo para a baixa adesão à doação de órgãos e tecidos, culminando em uma emergência pública. Conclui-se que a falta de elucidação; conscientização quanto à temática são fatores decisivos para adesão ou não adesão da prática de doação de órgãos em vida ou após diagnóstico de morte encefálica. Dessa forma, é preciso investir em infraestrutura, investigação teórica e em processos de qualificação profissional, a qual se configura como ponto essencial para a racionalização dos procedimentos e para o aprimoramento de normas e rotinas.
Palavras-chave: Obtenção de Tecidos e Órgãos, Pessoal de Saúde, Morte encefálica, Transplantes e Doadores vivos.
ABSTRACT
The process of organ and tissue donation is a surgical procedure based on replacing organs and tissues that have permanent functional insufficiency in a sick person (recipient) with another normal organ or tissue from a donor. In 2021, Brazil performed more than 12,000 transplants through the SUS, but these numbers are still scarce given the progressive increase in the waiting list. The purpose of this study, an integrative literature review, was to categorize and summarize the main factors that hinder the process of organ and tissue procurement and donation.The analysis included 14 studies published in the last 5 years in relevant databases, LILACS, Nursing Database – BDENF, SciELO and PubMed. The main challenges related to the process of organ and tissue procurement and donation were associated with a lack of training and knowledge on the part of professionals, as well as difficulties in communication between professionals and family members, stemming from sociocultural, emotional and spiritual roots; fear of the illegal sale of organs contributing to low adherence to organ and tissue donation, culminating in a public emergency. It can be concluded that the lack of clarification and awareness of the subject are decisive factors in adherence or non-adherence to the practice of organ donation while alive or after a diagnosis of brain death. It is therefore necessary to invest in infrastructure, theoretical research and professional qualification processes, which is essential for rationalizing procedures and improving standards and routines.
Keywords: Tissue and Organ Procurement, Health Care Professional, Brain Death, Tissue Transplants and Living Donors.
1 INTRODUÇÃO
O processo de doação de órgãos e tecidos é um procedimento cirúrgico que baseia-se em substituir órgãos e tecidos que apresentam insuficiência funcional permanente de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador (BRASIL,2021). De acordo com a tradição chinesa, o primeiro transplante foi realizado a cerca de 300 a.C pelo cirurgião ocidental Pien Chiao, onde obteve-se êxito ao realizar a troca de órgãos entre dois irmãos (BERNARD, 1998, p. 71). Além disso, consta na literatura que durante a era medieval os médicos chineses Itoua To e Pien Tsio haveriam transplantado a perna de um soldado já falecido em outro soldado recém amputado.(LEITE, 2000, p. 104).
A transplantação de órgãos e tecidos pode ser realizada em vida – como é o caso da doação de sangue, medula óssea e de alguns órgãos (rins, parte do fígado e parte dos pulmões)- ou após o diagnóstico de Morte Encefálica (ME) ou nas primeiras horas de óbito após Parada Cardiorrespiratória (PCR) (FIGUEIREDO et al.,2020; BRASIL, 2015).
Contudo, o transplante de órgãos em casos de ME, somente ocorre quando há o estado irreversível das funções neurológicas, considerando os hemisférios cerebrais como também o tronco encefálico. O conjunto formado por essas lesões resultam em um edema cerebral e, posteriormente, para a morte encefálica. (SOUZA et al., 2019).
Segundo a Resolução nº 2.173/2017 do Conselho Federal de Medicina, a determinação de morte encefálica se dá por meio da realização de exames clínicos e complementares. O protocolo e o diagnóstico devem ser realizados por dois médicos distintos, com intervalo de uma hora entre o primeiro e o segundo teste, sendo que ao menos um desses médicos seja especialista em medicina neurológica, intensiva ou emergencista. Não podendo participar membros das equipes de remoção e de transplante devido ao risco de conflito de interesse (BRASIL, 2017).
No ano de 2021, o DATASUS constatou no Brasil 2.266 casos de óbitos na classificação do CID-10- G93 (outros transtornos do encéfalo), ao qual dentre as causas inclui a ME. Nesses casos após a constatação do óbito e na ausência de contraindicações, o familiar maior de 18 anos, cônjuge ou parente em segundo grau obedecendo a linha reta, podem ser abordados para a autorização ou não da possível doação de órgãos (BRASIL, 2001; BRASIL, 2023).
O Brasil, em 2021, realizou mais de 12 mil transplantes pelo SUS, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Porém esses números ainda são escassos tendo em vista o aumento progressivo da lista de espera que é única e o tempo de espera é variável entre a compatibilidade entre receptor e doador e o grau de emergência do receptor. (LOPES et al., 2020; FURTADO et al., 2021; BRASIL, 2022).
Nesse sentido, considerando a relevância da temática, esta revisão tem como objetivo categorizar e sintetizar os principais fatores dificultadores existentes no processo de captação e doação de órgãos e tecidos.
2 METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, expositiva e descritiva com base em pesquisas publicadas anteriormente acerca da temática em questão. Para melhor eficácia nas buscas dos estudos que comporam esse trabalho, a revisão, baseou-se no acrônimo PICO, para a formulação da pergunta de pesquisa. Sendo formada pela população de estudo (P), sendo composta pelos “doadores”; intervenção de interesse (I) representada pela “captação”; comparação com a intervenção de interesse (C) retratado pelos “profissionais de saúde e familiares”; e o desfecho de interesse (O) caracterizado pelo componente “transplante” (SANTOS, 2007). Sendo assim, a questão a ser respondida foi: Quais os desafios da captação e doação de órgãos e tecidos associada ao contexto social, científico e de saúde?
A coleta dos dados para essa pesquisa efetivou-se por busca ativa de artigos, livros e manuais que estiverem indexados nas bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS, Base de Dados em Enfermagem – BDENF, SCIELO e PubMed, através de descritores validados pelo Descritores em Ciências da Saúde (DECS), os quais são: Obtenção de Tecidos e Órgãos, Pessoal de Saúde, Morte encefálica, Transplantes e Doadores vivos.
A escolha dos estudos que compuseram o trabalho contemplou-se, por meio de busca, avaliação, seleção final e extração dos resultados organizados através da plataforma Rayyan, um aplicativo gratuito online desenvolvido pelo Qatar Computing Research Institute (QCRI) com o intuito de selecionar e organizar as publicações de acordo com o nicho temático e alvo de pesquisa dos autores. Todas as publicações foram buscadas por meio de descritores e critérios previamente estabelecidos, alcançando o resultado de 106 artigos para a análise inicial, e após inserção desses na plataforma Rayyan foi possível alcançar a amostra final para análise completa e leitura analítica. Após a análise, permaneceram no estudo 14 referências, sendo compiladas as informações pertinentes ao estudo em questão. Ao final os dados relacionados às pesquisas escolhidas, como: autores, ano, periódicos e editoras foram organizados e anexados em uma planilha do Microsoft Word. A parte metodológica foi simplificada no fluxograma contido na Figura 1.
A amostra foi por conveniência e composta por 14 artigos, livros e/ou manuais – em português, inglês e espanhol, em texto completo e gratuito – sendo alcançada a saturação teórica. Foram incluídos os artigos, publicados nos últimos 5 anos, além de livros, manuais e legislação que estavam diretamente ligados ao contexto social, de saúde e procedimentos acerca da doação e captação de órgãos e tecidos no Brasil. Foram excluídos os artigos, livros e manuais que estavam na temática abordada, porém que se enquadraram em formato de revisão (integrativa, sistemática, narrativa e/ou metanálise); cartas, recomendações, protocolos clínicos e/ou resumos de congressos; monografias, dissertações de mestrado e/ou teses de doutorado independentemente do tempo de publicação.
Figura 1- Fluxograma metodológico
(Fonte: Compilação de dados dos autores1)
3 DESENVOLVIMENTO
Portanto, com base em estudos e evidências clínicas encontradas na literatura, o presente artigo busca elencar os principais desafios no contexto científico, social e de saúde, bem como possíveis soluções diante dessa temática.
O enfermeiro como um dos integrantes da CIHDOTT, é encarregado pela busca de pacientes em unidades de terapia intensiva, sala de emergência e em recuperação pós-anestésica, a fim de dar início aos processos técnicos e protocolos para identificação e confirmação da ME. Esse é responsável por realizar a interlocução com familiares do potencial doador de órgãos e/ou tecidos (OT), frente ao diagnóstico de ME. Ademais é atribuído o esclarecimento legal, ético e moral sobre a captação e distribuição de OT a serem doados, elucidando as incertezas e inseguranças dos familiares relacionados ao processo (ARANDA et al., 2018; BERNARDO & NUNES, 2022).
Os pacientes que evoluem para óbito pós PCR, situação evidenciada pela cessação dos batimentos cardíacos e das incursões respiratórias do paciente, não refratária após manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), e a Resolução n°55/2015, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, tornam viável a doação de órgãos e tecidos oculares, musculoesquelético, cutâneos e cardiovasculares por um período de 6 a 24 horas, se obedecerem aos critérios de doação. (FIOCRUZ, 2021; BRASIL,2015).
Em contrapartida, doadores vivos aumentam as possibilidades do prolongamento da vida de muitos outros pacientes, através da doação consciente e voluntária, seja através da doação de sangue, medula óssea ou órgãos como rim, parte do fígado e do pulmão, e não se faz necessário o consentimento familiar, em caso de maiores de 18 anos. (FIGUEIREDO et al.,2020; BRASIL, 2015).
No contexto hospitalar, as literaturas trazem direcionamentos para um bom funcionamento nas buscas de potenciais doadores. Sendo assim, nos hospitais brasileiros, a existência de uma comissão intra hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante (CIHDOTT), auxilia não somente na identificação, mas na captação de possíveis doadores através da abordagem familiar. O diagnóstico de ME é uma temática pouco compreendida pela população, o que pode ser solucionado através equipe de transplante e/ou remoção de órgãos/tecidos. Nessa equipe, é importante que haja distribuição de cargos e tarefas, sendo esses: o coordenador, profissional de medicina ou enfermagem que tenha realizado o curso de Formação de Coordenadores, pelo Sistema Nacional de Transplante (SNT) ou pelas Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) (BRASIL, 2006).
Com isso, as literaturas encontradas dissertam acerca dos desafios enfrentados no processo de identificação, abordagem familiar, bem como, a sobrecarga profissional, despreparo profissional, infraestrutura inadequada, barreira sociocultural e os entraves da comunicação, sendo a literatura baseada nos seguintes artigos representados na tabela 1.
Tabela 1– Artigos e estudos da pesquisa e seus respectivos objetivos e ano de publicação
(Fonte: Compilado próprio dos autores2)
4 ANÁLISE DOS DADOS
4.1. Desafios no contexto científico e de saúde
- Sobrecarga profissional
Em 2005, o Ministério da Saúde (MS), determinou a constituição de Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) em todos os hospitais com mais de 80 leitos, devendo ser composta por profissionais capacitados no que se refere ao diagnóstico de morte encefálica, habilidade de comunicação interpessoal e domínio sobre legislações específicas e aspectos éticos que envolvem a doação de órgãos e tecidos. (LIMA et al., 2020).
O estudo de (BERNARDES & MENEZES, 2021) que analisou as questões de trabalho da equipe CIHDOTT, destacou que a sobrecarga enfrentada por esses profissionais resulta consequentemente em desequilíbrios relacionados a saúde mental, devido às condições de trabalho enfrentadas: jornada excessiva de trabalho, dimensionamento inadequado de pessoal, sobrecarga e pressões enfrentadas no contexto vida e morte durante a abordagem familiar, e a convivência constante de ocasiões que geram medo e estado de alerta. O estudo destaca também as situações de constrangimentos e humilhações enfrentadas nas relações intra e extra hospitalar.
Ao analisar a jornada de trabalho desses profissionais observa-se que a sobrecarga de trabalho se justifica por carga horária extensa de trabalho principalmente relacionado a plantões extras, para garantir o funcionamento adequado do setor quando não se tem cobertura de jornada de trabalho suficiente, além da invasão da vida pessoal em que se utiliza de meios próprios para manter o funcionamento do serviço estendendo-o ao ambiente domiciliar. Destaca-se também que o peso do papel social exercido por esses trabalhadores infringe em grande exaustão mental, relacionada à responsabilidade pessoal de conseguir concluir com sucesso o processo de doação e transplantação. (BERNARDO & NUNES, 2022; BERNARDES & MENEZES, 2021).
- Despreparo profissional
O despreparo profissional foi um desafio exposto em boa parcela dos artigos analisados. O estudo realizado por (LIMA et al, 2020), em que foi aplicado um questionário aos membros formadores da CIHDOTT identificou um importante grau de limitação do conhecimento dos profissionais participantes do estudo no que se refere a questões essenciais ao exercício do trabalho como conceito de morte encefálica e condutas relacionadas ao protocolo e doação de órgãos. Sendo evidenciado a falta de preparação durante a graduação, por ser um tema pouco abordado na grade curricular formando profissionais sem a devidas competências necessárias para conduzir adequadamente os casos.
Por consequência do despreparo profissional e dos demais impasses estruturais e sociais enfrentados pelos trabalhadores é evidente a crescente falta de notificação do diagnóstico de ME e falhas no processo de captação e manutenção dos órgãos, fatores esses, dificultadores à efetivação do processo de doação, sendo fundamental o treinamento e capacitação destes profissionais. (SOUZA et al, 2021)
- Estrutura
Apesar de o Brasil ser o segundo país do mundo em número absoluto de transplantes, é ainda assim evidente a discrepância entre a demanda e a oferta de órgãos (LIMA et al 2020). Sendo a acessibilidade aos serviços de transplante um fator impactante, o estudo que analisou as disparidades regionais na realização de transplantes de órgãos sólidos no Brasil durante o período de 2001 a 2017 constata que há uma concentração de transplantes em regiões mais desenvolvidas, como o Sudeste e o Sul, em detrimento do Norte e Nordeste. Isso porque as regiões Sudeste e Sul apresentaram a maior concentração de centros de transplantes, sendo as únicas com capacidade para realizar todos os tipos de transplantes de órgãos sólidos. Ao contrário, o número reduzido de hospitais capacitados e equipes especializadas no Norte e Nordeste limita o acesso ao transplante. Ademais, é destacado o impacto na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes, que, em muitas ocasiões, precisam se deslocar para outras regiões para ter acesso ao procedimento (SOARES et al, 2020).
O estudo realizado por (COSTA et al, 2024) aborda como uma das principais causas da não efetivação da doação e transplante de órgãos e tecidos, a infraestrutura inadequada. Foi realizada uma pesquisa descritiva e qualitativa com a participação de 10 membros da CIHDOTT em um hospital público, sendo que as principais dificuldades relatadas pelos participantes estão relacionadas a precária estrutura física hospitalar, desde a recorrente falta de insumos e materiais necessários a exames, conservação e transporte até a falta de locais apropriados para entrevista e acolhimento familiar.
A Literatura aponta ainda a escassez de recursos humanos em algumas regiões, principalmente de neurologista, profissional responsável por diagnosticar o quadro de ME. (TONDINELLI et al, 2020). É evidenciado também a escassez de transporte aéreo, estratégia essencial para garantir a viabilidade dos órgãos doados de forma mais rápida e segura, superando a eficiência do transporte terrestre, principalmente onde a captação ocorre em hospitais localizados longe dos centros transplantadores (COSTA et al, 2024).
1.2 Desafios no contexto social
- A barreira sociocultural como fator redutor do número doadores
O Brasil possui o maior programa público para a realização de transplantes de órgãos, tecidos e células do mundo através do Sistema Único de Saúde, sendo responsável pelo financiamento de 88% dos transplantes no país. Existem diversos motivos pelos quais a doação de órgãos pode não acontecer, dentre eles a subnotificação e a autorização ou não do procedimento pela família estão inclusos (BRASIL, 2023). Conjuntura essa não tão presente nos casos de doadores vivos. Nesse aspecto, essas doações são de decisão exclusiva do doador, sendo que, esses eventos ocorrem majoritariamente com doadores e receptores conhecidos, principalmente familiares. Ou seja, o agir dos profissionais é facilitado e às condutas clínicas, exames, coletas de materiais biológicos e os procedimentos pré, intra e pós-operatório, ocorrem de maneira mais esclarecida e notificada (FIGUEIREDO et al.,2020; BRASIL, 2015)
No panorama atual, ainda que dados comprovem o aumento das doações nos últimos anos, essas não têm sido suficientes para atender toda a demanda existente na fila única de transplantes, e a não educação em saúde para com a população corrobora para esse resultado. Em um estudo realizado em 2019, em duas Unidades Hospitalares no estado do Paraná, a abordagem familiar foi alvo da análise proposta, de modo a identificar a percepção dos enfermeiros sobre a doação de órgãos e como envolver a parentela de modo respeitoso e que pudesse obter sucesso nas doações. Os resultados da pesquisa relataram dificuldades dos profissionais em abordar as famílias, principalmente, pela falta de conhecimento prévio desses ao assunto, tanto à nível de baixo grau de escolaridade quanto ao pouco acesso à informação, além das barreiras emocionais e religiosas. (MARCONDES et.al, 2019)
Por esse motivo, a entrevista familiar é um momento delicado e muito importante para um resultado positivo ou negativo à doação, isso porque, a morte ainda é considerada um tabu social, sobretudo quando falamos do falecimento de jovens (LIMA et. al, 2020).
Em parâmetros sociais, a doação de órgãos se torna, ainda mais, escassa quando envolve um público menor do que 41 anos, dados esses expostos por Klug et. al (2020) em seu estudo voltado para doação de córneas no estado de Porto Alegre. Isso porque, a sociedade tende a compreender de maneira negativa o fim dessas vidas, tendo em vista, que talvez, esses não tenham experienciado longos anos de vivência (LIMA et. al, 2020).
Possivelmente, a dificuldade em trabalhar assuntos e emoções relacionadas à uma perda familiar justifique o resultado de 35,71% dos estudos da amostra final desta pesquisa abordarem a perspectiva familiar no contexto social, cultural e religioso. Apesar de ser uma porcentagem positiva para esse estudo, ela pode ser considerada baixa, devido ao pequeno número de pesquisas, em caráter mundial, voltadas para a temática. Esse fator revela a necessidade em aprofundar as questões sociais subjetivas, não somente pela influência dessas na decisão ou não à doação de órgãos, como também, um reflexo da necessidade de ter-se empatia e melhor compreensão dos familiares do potencial doador.
Sendo assim, conhecer a realidade familiar do possível doador e suas possíveis crenças e descrenças podem facilitar a abordagem e melhorar as respostas de adesão ao processo. Ou seja, é necessário que o profissional esteja habilitado a enxergar o paciente como mero doador, mas sem esquecer-se de manter a empatia e o respeito à decisão familiar. O sucesso de aceitação familiar, vem associada à quebra das barreiras socioculturais (questões de classe, culturais, religiosas), especialmente com a demonstração de segurança técnica, prática e teórica dos profissionais, incluídos enfermeiros; médicos; psicólogos; fisioterapeutas e assistentes sociais, bem como, o favorecimento de um ambiente acolhedor para a família (LIMA et. al, 2020).
Contudo, aspectos socioculturais e emocionais podem ser impactados por situações como: baixo acesso às redes de saúde, em regiões como Norte e Nordeste, bem como, por informações mal esclarecidas, tanto na doação de sangue, medula-óssea até outros tipos de órgãos e tecidos (FIGUEIREDO et al.,2020; BRASIL, 2015; SOARES, 2020).
Como medidas de apoio visando o aumento no número de doadores em vida ou em ME, o Estado tem utilizado recursos tecnológicos, veículos de informação e programas de incentivo à doação, como o Programa Incremento Financeiro para o Sistema Nacional de Transplantes instituído em setembro de 2023. Sendo que, o resultado foi expressivamente melhor do que nos últimos dez anos, sendo acrescentadas 711 transplantes a mais do que no ano de 2022, totalizando 6.766 transplantes no período de janeiro a setembro (FIOCRUZ, 2024; BRASIL, 2023).
- Comunicação como principal instrumento de decisão
O ser humano é um ser com diversas características que o tornam diferente de todos outros seres vivos existentes no ecossistema. Exemplos dessas características são a linguagem verbal, não verbal, visual, corporal e muitas outras, essas são capazes de compor a capacidade humana de se comunicar com os seres da mesma espécie, chamadas de tecnologias leves, onde exige necessariamente relação interpessoal. Contudo, apesar da linguagem ser um veículo natural para os homens, em determinadas situações ela se torna mais árdua, seja pelos interlocutores ou pela temática a ser abordada e como será recebida (FEIL, 2013).
Dessa forma, assuntos com influência emocional, como a morte, geram resultados diversos a depender da abordagem. A morte, apesar de fazer parte do desenvolvimento humano, é uma temática que corrobora para a formação de barreiras dentro de um diálogo, seja por questões sociais, emocionais, religiosas, quando não abordadas de maneira adequada ou não respeitadas (GOMES et. al, 2017).
Outro fator que favorece a não adesão à doação, é uma problemática evidenciada nos últimos anos, que é a comercialização ilegal de órgãos, sendo esse um fator negativo que tem acometido o território brasileiro, principalmente, aos últimos relatos no aumento do comercio ilegal de órgãos por parte da população que enfrenta problemas financeiros. (BRASIL, 1997; BRASIL, 1988)
O impacto da comunicação na fila de transplante de órgãos é um fator existente e pré-condicionador do número expressivo de indivíduos que aguardam para ser transplantados. Dados recentes do Ministério da Saúde (MS) relatam que, atualmente, 45.265 pessoas aguardam para ser transplantadas, sendo 59 % do sexo masculino e 41 % do sexo feminino (BRASIL, 2024), dados esses que são modificados diariamente, tendo em vista o aumento no número de pacientes com necessidade de transplante renal, cardíaco e entre outros.
Alguns pesquisadores se proporão a averiguar o público doador e as características dos familiares que optaram pela doação de córneas, em um hospital de Porto Alegre, e verificaram que 53,3% dos doadores se encontravam na faixa etária média de 57 anos, sendo o grau de parentesco favorável à doação os descendentes do potencial doador, deixando expresso, ainda que, o nível de escolaridade, o parentesco e o turno da entrevista como sendo influenciadores na decisão para a doação (KLUG, D. et al, 2024) . É observado nesse contexto que o número de doadores é maior na população madura, do que no grupo mais jovem, o que revela um possível bloqueio dos familiares para a execução desse processo com esse último público.
Em contraponto, uma pesquisa feita em 2021, com adolescentes no Ensino Médio em uma instituição de ensino do Paraná, os resultados apontaram para uma possível solução na crescente fila de espera para a doação de órgãos e aumento no número de doadores jovens. Isso porque, de acordo com Ferreira e Higarashi (2021), quando submetidos à diálogos sobre “doação de órgãos”, sentimentos de empatia, incluindo amor, compaixão e solidariedade são despertados nos adolescentes e dessa forma há maior abertura ao tema. Sendo esse é um exemplo do contraste entre a necessidade de doadores jovens e a importância da comunicação como fator importante para o convencimento familiar (FERREIRA & HIGARASHI, 2021).
Com o advento das novas tecnologias e transformações, a população mais jovem possui o aparato necessário para modificar as próximas gerações: a renovação das mentes e adaptação às novas realidades. Em outras palavras, significa dizer que, quanto mais cedo um assunto é introduzido na realidade de crianças e adolescentes, mais fácil se torna a adequação destes à essas questões, seja em potenciais disseminadores de conhecimento, modificadores de decisões familiares ou até mesmo possíveis doadores em vida ou em casos de falecimento (FERREIRA & HIGARASHI, 2021).
Sendo assim, a comunicação é um veículo primordial para o entendimento, não somente da perspectiva dos familiares, mas principalmente, um instrumento poderoso para o convencimento da doação de órgãos e tecidos, seja para crianças e adolescentes, até futuros adultos. O manejo com as palavras e o cuidado em respeitar as individualidades de cada um permitem uma abertura promissora, porém, para que isso ocorra, faz-se necessário a introdução da temática na sociedade, em escolas, faculdades e unidades de saúde, bem como, melhor domínio das teorias e práticas pelos profissionais da CIHDOTT e dos setores responsáveis pela identificação do ME.
5 CONCLUSÃO
A doação de órgãos e tecidos se tornou um assunto de relevância social. O número crescente de pessoas na fila de transplantes se tornou reflexo das dificuldades enfrentadas no processo de captação de órgãos e tecidos, para além da compatibilidade entre receptor e doador. A falta de elucidação; conscientização; estrutura física; o despreparo profissional; barreiras religiosas e culturais; baixo incentivo da população e o receio da comercialização ilegal de órgãos contribuem para a insuficiente adesão à doação de órgãos e tecidos, culminando em uma emergência pública.
Nessa perspectiva, os resultados aqui encontrados revelaram a necessidade do fomento a pesquisas e um melhor planejamento de ações a serem desenvolvidas para o aprimoramento do processo de trabalho profissional. A interligação do incentivo à educação em saúde, em todas as faixas etárias, e a promoção do envolvimento populacional na disseminação da informação são fatores que podem contribuir para o aumento do número de doadores. Para tanto, os estudos coletados na construção dessa pesquisa demonstraram a necessidade de mudanças no comportamento dos profissionais, não somente para a diminuição da sobrecarga e adequada profissionalização, mas também, na melhora da abordagem com os familiares.
Embora o número de pesquisas voltadas para a temática seja reduzido elas demonstram os maiores desafios para o processo de doação de órgãos e tecidos. Destarte, tais resultados constroem um ponto essencial para a transformação em saúde: a racionalização dos procedimentos e o aprimoramento de normas e rotinas.
1 Fluxograma criado pelos autores a partir das coletas de dados da pesquisa.
2 Artigos incluídos na pesquisa e seus respectivos objetivos de estudo e ano de publicação reunidos através da coleta de dados desse estudo.
REFERÊNCIAS
- ARANDA, R. S. et al. Perfil e motivos de negativas de familiares para doação de órgãos e tecidos para transplante. Revista baiana de enfermagem, v.32, 2018.
- BERNARD, J. A bioética. São Paulo: Ática, 1998.
- BERNARDES, A. R. B.; MENEZES, L. S. DE . Organização do trabalho e a saúde mental dos trabalhadores que lidam com doação de órgãos e tecidos para transplantes. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 12, p. 5967–5976, dez. 2021.
- BERNARDO, C.A. D & Nunes, C. A. S. A assistência da enfermagem no processo de doação de órgãos. Reseach, society and development, v. 11, n. 14, p. 1-11, 2022
- BRASIL. [Constituição (1988)] . Constituição do Brasil. Presidência da República. Artigo 9. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1503907193/constituicao-federal-constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988 . Acesso em: 10 dez 2024BRASIL. Lei n° 9434, de 4 de fevereiro de 1997 . Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1997.
Disponível em:https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9434.htm .Acesso em: 10 dez 2024 - BRASIL. Ministério da saúde. Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do mundo. Brasília. Disponível em: < https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/fevereiro/brasil-e-o-segundo-maior-transplantador-de-orgaos-do-mundo#:~:text=De%20janeiro%20a%20novembro%20de,atr%C3%A1s%20apenas%20dos%20Estados%20Unidos >. Acesso em: 30 jun 2023.
- BRASIL. Ministério da saúde. Datasus. Painel de monitoramento da mortalidade por transtornos do encéfalo. Brasília. Disponível em :<http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def>. Acesso em 03 jul 2023.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete da Ministra. Portaria n° 1262, de 12 de setembro de 2023. Brasília, 2023.
- BRASIL. Secretaria da Saúde. Governo do Estado Ceará. Processo de doação de órgãos e tecidos: Recomendações técnicas para profissionais das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de òrgãos e Tecidos para Transplante- CIHDOTT. Ceará: Governo do Estado, 2021. Disponível em: <https://www.saude.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/9/2021/04/Processo-de-doacao-de-orgaos-e-tecidos-23-de-setembro-de-2021.pdf > Acesso em: 28. ago 2023.
- BRASIL, Ministério da Saúde. Sistema Nacional de Transplantes. Portal Gov, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/snt. Acesso em: 01 dez. 2024.
- BRASIL, Ministério da Saúde. Pessoas esperam por transplantes de órgãos no Brasil: Fila única de espera, 2024. Disponível em: https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNmMyOTVlZGEtYzdhNC00ZDEzLWJhZDYtMDg1ZGYwY2M5MTQzIiwidCI6IjMyMjU1NDBiLTAzNDMtNGI0Ny1iMzk2LTMxMTYxZTdiODMyMyJ9. Acesso em: 17 dez. 2024.
- BRASIL. Ministério da saúde. Portaria nº 1.262, de 16 de junho de 2006. Brasília. Disponível em:<http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-1262.htm>. Acesso em 14 jun 2023.
- BRASIL, RDC n°55 de 11 de dezembro de 2015. Dispõe sobre as Boas Práticas em Tecidos humanos para uso terapêutico. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Brasília, DF, 11. dez 2015. Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiHgKGk-v-AAxX0pJUCHUDFA4AQFnoECAkQAQ&url=https%3A%2F%2Fbvsms.saude.gov.br%2Fbvs%2Fsaudelegis%2Fanvisa%2F2015%2Frdc0055_11_12_2015.pdf&usg=AOvVaw2TYn04eMuHrPaZS5TfuNhY&opi=89978449 > Acesso em 12 nov 2024.
- CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução do CFM nº 2173 de 15 de dezembro de 2017. Brasília. Disponível em :<https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2017/2173>. Acesso em 02. jun 2023.
- COSTA, B.Y.F.L et.al. Processo de trabalho da comissão de doação de órgãos e tecidos: percepção da equipe. Ciênc.cuid.saúde [online] n.18(4); Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1120050 Acesso em :14 nov 2024.
- FEIL, G. S. Comunicação: condição ou impossibilidade humana? Galaxia (São Paulo, Online), n. 26, p. 48-59, dez. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/gal/a/7mPTm7hpqSq4R8WhmBTXFZL/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 16 jun 2024.
- FERREIRA, D. R.; HIGARASHI, I. H.. Representações sociais sobre doação de órgãos e tecidos para transplantes entre adolescentes escolares. Saúde e Sociedade, v. 30, n. 4, p. e201049, 2021.
- FIGUEIREDO, C. A.; Pergola-Marconato, A.M.; Saidel, M. G. B. Equipe de enfermagem na doação de órgãos: revisão integrativa de literatura. Revista Bioética, v. 28, n. 1, p. 76–82, jan. 2020.
- FIOCRUZ, Brasil. Brasil registra o maior número de transplantes de órgãos em 10 anos. Fiocruz, 2024. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/brasil-registra-o-maior-numero-de-transplantes-de-orgaos-em-10-anos. Acesso em: 15 set. 2024.
- FURTADO, L. B. S. et al. O papel de enfermeiro frente a casos de morte encefálica e doação de orgãos e tecidos. Reseach, society and development, v. 10, n. 2, p. 1-12, 2021.
- GOMES, Daniele Moreira; SOUSA, Airle Miranda. A morte sob o olhar fenomenológico: uma revisão integrativa. Rev. NUFEN, Belém , v. 9, n. 3, p. 164-176, 2017 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912017000300014&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 17 dez. 2024. https://doi.org/10.26823/RevistadoNUFEN.vol09.n03revir25.
- KLUG, D. et al.. Análise dos fatores associados à decisão familiar sobre a doação de córneas. Revista Brasileira de Oftalmologia, v. 79, n. 5, p. 296–301, set. 2020. Disponível em: https://www.rbojournal.org/article/analise-dos-fatores-associados-a-decisao-familiar-sobre-a-doacao-decorneas/ .Acesso em: 10 nov 2024.
- LEITE, R. de C. C.Transplantes de Órgãos e Tecidos e os Direitos da personalidade. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2000, p.104.
- LIMA, A.B.C, et al . Doação de órgãos e tecidos para transplantes: conhecimento, atitude e prática. Reme : Rev. Min. Enferm., Belo Horizonte , v. 24, e1309, 2020 . Disponível em <http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-27622020000100235&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 26 abr. 2024. Epub 07-Ago-2020. http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20200046.
- LOPES, K. et al. A importância da assistência de enfermagem ao potencial doador de orgãos em morte encefálica. Revista brasileira interdisciplinar de saúde, v. 2, n. 2, p. 20-26, 2020.
- MARCONDES, Camila et al. Abordagem familiar para a doação de órgãos: percepção dos enfermeiros. Revista de enfermagem UFPE online: Recife. v 13(5): 1253-63, mai, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/236511/32209 . Acesso: 10 dez. 2024. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v13i05a236249p1253-1263-2019
- NOGUEIRA, T.S, et. al. Identificação por enfermeiros da dimensão das emoções presentes no processo de doação de órgãos e tecidos. Nursing (Edição Brasileira), [S. l.], v. 24, n. 283, p. 6656–6665, 2021. DOI: 10.36489/nursing.2021v24i283p6656-6665. Disponível em: https://revistanursing.com.br/index.php/revistanursing/article/view/2067. Acesso em: 26 abr. 2024.
- NUNES, S. DOS S. et al.. Adherence to nursing guidelines in relation to home care of bone marrow transplants in the ecosystem perspective Texto & Contexto – Enfermagem, v. 29, p. e20180310, 2020.
- PAIM, S. M. S.. Biovigilância no processo de doação de órgãos e tecidos durante a pandemia: desafios para o enfermeiro. Escola Anna Nery, v. 25, n. spe, p. e20210086, 2021.
- RASQUINHO, M.R.R. Nursing interventions in the detection and active treatment of potential organ donors – Escola Superior de Enfermagem de Lisboa; s.n.; 2020
- SANTOS, C.M.C.; et.al. The PICO strategy for the research question construction and evidence search. Revista Latino-Americana
- SILVA, V.S et.al, The effectiveness of the organ donation process fronts new legislation – Nursing (Ed. bras., Impr.);23(264): 4018-4026, maio.2020
- SOARES, L. S. DA S. et al.. Transplantes de órgãos sólidos no Brasil: estudo descritivo sobre desigualdades na distribuição e acesso no território brasileiro, 2001-2017. 2020
- SOUSA, J.M.A., et. al. Enfermeiro no processo de captação de coração e pulmão em um centro transplantador. Nursing (Edição Brasileira), 25(294):: 8916-8927, nov.2022. DOI: https://doi.org/10.36489/nursing.2022v25i294p8916-8927 . Disponível em: https://www.revistanursing.com.br/index.php/revistanursing/article/view/2860/3457. Acesso em: 26 abr. 2024
- SOUZA, D. H. C, et. al. – Determinação de morte encefálica, captação e doação de órgãos e tecidos em um hospital de ensino– CuidArte, Enferm; 15(1): 53-60, jan-jun.2021.
- SOUZA, D. R. S. et al. (2019). Morte Encefálica: Conhecimento e Opinião dos Médicos da Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Educação Médica [online]. 43(3) 115-122.
- TOLFO, F. et al.. Obtaining tissues and organs: empowering actions of nurses in the light of ecosystem thinking. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 74, n. 2, p. e20200983, 2021.
- TONDINELLI, M. G, et. al. Performance of intra-hospital commision of organ and tissue donation for transplantation – Ver. Saúde Pública Paraná [online]; 3(2): 47-60, abril.2020
1-Giovanna Gonçalves Fagundes – Enfermeira Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Terapia Intensiva pela Escola de Saúde Pública do Distrito Federal vinculada à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Email: giovannagf99.gf@gmail.com
2– Márcia Eduarda Abreu Pacheco – Enfermeira Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Terapia Intensiva pela Escola de Saúde Pública do Distrito Federal vinculada à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Email: meaplanejamentopessoal@gmail.com
3– Daniella Valença Daher de Almeida – Enfermeira Servidora da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e Tutora do Programa de Residência Multiprofissional em Terapia Intensiva pela Escola de Saúde Pública do Distrito Federal vinculada à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Email: daniella-almeida@fepecs.edu.br
4 – Tainá Galvão Cunha – Enfermeira Servidora da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e Preceptora do Programa de Residência Multiprofissional em Terapia Intensiva pela Escola de Saúde Pública do Distrito Federal vinculada à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Email: tainagalvao13@gmail.com