CÂNCER DE PULMÃO: DETECÇÃO PRECOCE E NOVAS TERAPIAS-ALVO– INOVAÇÕES EM IMUNOTERAPIA E TRATAMENTO

LUNG CANCER: EARLY DETECTION AND NEW TARGETED THERAPIES – INNOVATIONS IN IMMUNOTHERAPY AND TREATMENT

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202504301732


Lucas Gabriel Skerratt Suckow1, Ana Clara Silvério Feliciano2, Caio Arthur Schmidt Tavares3, Hellen Christiny Mendonça Prates4, Isabela Rosan dos Santos5, Isadora Oliveira de Morais6, Nássara Letícia Muller Pinheiro7, Marcela Andrade Vian8, Jordanna Araujo Praxedes9, Laene de Sousa Ribeiro10


RESUMO

O câncer de pulmão é uma das neoplasias mais prevalentes e letais mundialmente, sendo que a detecção precoce e as terapias-alvo emergem como estratégias fundamentais para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. Este artigo analisou avanços recentes através de uma revisão sistemática da literatura publicada entre 2020 e 2025 nas bases PubMed, Scopus, Google Acadêmico e Lilacs. Tecnologias de imagem, como a tomografia por emissão de pósitrons e radiologia de alta resolução, associadas ao uso de biomarcadores genéticos, têm permitido diagnósticos mais precoces e eficazes. As terapias-alvo, incluindo inibidores de tirosina quinase voltados a mutações específicas como EGFR e ALK, mostraram aumentar a eficácia do tratamento e a sobrevida dos pacientes. A imunoterapia, utilizando inibidores de checkpoint imunológico como anti-PD-1 e anti-PD-L1, destacou-se ao estimular o sistema imunológico a combater o tumor, proporcionando ganhos expressivos em sobrevida e qualidade de vida em casos avançados ou metastáticos. Entretanto, desafios como resistência terapêutica, efeitos colaterais imunomediados e a variabilidade na resposta entre os pacientes limitam o sucesso pleno dessas estratégias. A combinação entre imunoterapia e terapias-alvo, bem como a personalização do tratamento baseada em características moleculares individuais, mostra-se uma tendência promissora para superar essas limitações. As inovações discutidas indicam que o futuro do tratamento do câncer de pulmão depende do avanço contínuo da pesquisa, da integração de novas abordagens diagnósticas e terapêuticas e da ampliação do acesso às tecnologias emergentes, visando melhores desfechos clínicos para os pacientes.

Palavras-chave: Câncer de pulmão; Detecção precoce; Tratamento oncológico.

1 INTRODUÇÃO

O câncer de pulmão é uma das neoplasias mais comuns e letais no mundo, responsável por um número significativo de mortes anuais. A detecção precoce e os avanços nas terapias-alvo têm se mostrado fundamentais para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. Nos últimos anos, a pesquisa sobre imunoterapia tem ganhado destaque como uma abordagem inovadora no tratamento do câncer de pulmão, proporcionando novas perspectivas terapêuticas. Ao ativar o sistema imunológico para identificar e destruir células tumorais, a imunoterapia tem demonstrado resultados promissores, especialmente em tipos de câncer de pulmão com características moleculares específicas ( Araújo, et al. 2018).

Além disso, a combinação de terapias-alvo com imunoterapias está revolucionando o manejo da doença, oferecendo alternativas mais eficazes e com menos efeitos colaterais em comparação com os tratamentos tradicionais. O entendimento dessas inovações oferece esperança para avanços significativos no combate ao câncer de pulmão, além de contribuir para uma medicina personalizada que visa tratamentos mais precisos e adaptados às características individuais de cada paciente (Dos Santos Ferreira, et al. 2024).

O objetivo deste artigo é analisar os avanços recentes na detecção precoce e nas novas terapias-alvo para o câncer de pulmão, com ênfase nas inovações em imunoterapia. Através da revisão de estudos e abordagens terapêuticas emergentes, busca-se compreender como a combinação de terapias-alvo e imunoterapias tem transformado o tratamento dessa neoplasia, proporcionando uma abordagem mais eficaz e personalizada. Além disso, o artigo objetiva discutir o impacto dessas inovações na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes, destacando os desafios e as perspectivas futuras para o tratamento do câncer de pulmão

2 METODOLOGIA

A metodologia adotada para a elaboração deste artigo baseou-se em uma revisão sistemática da literatura, com o intuito de analisar os avanços na detecção precoce e nas novas terapias-alvo, com foco nas inovações em imunoterapia no tratamento do câncer de pulmão. A pesquisa foi realizada em bases de dados científicas reconhecidas, como PubMed, Scopus, Google Acadêmico e Lilacs, abrangendo publicações de 2020 a 2025, para garantir a inclusão de estudos recentes sobre o tema.

Os descritores utilizados na busca foram: “câncer de pulmão”, “detecção precoce”, “terapias-alvo”, “imunoterapia”, “medicina de precisão”, “tratamento oncológico”, “terapias moleculares” e “imuno-oncologia”. Esses termos foram combinados com operadores booleanos (AND, OR), permitindo uma busca ampla e específica sobre os avanços nas terapias-alvo e imunoterapia para o câncer de pulmão.

Foram estabelecidos critérios de inclusão para selecionar artigos que abordassem estudos clínicos, ensaios randomizados controlados, revisões sistemáticas e meta-análises publicados em inglês, português e espanhol. Os artigos selecionados precisavam apresentar dados relevantes sobre as inovações no tratamento do câncer de pulmão, excluindo aqueles que não abordavam diretamente as terapias em questão ou que não apresentavam dados completos ou confiáveis.

Após a seleção, a análise dos artigos seguiu um processo estruturado. Primeiramente, foi feita uma leitura crítica dos resumos, e, posteriormente, do texto completo dos artigos. Os estudos foram avaliados em relação à sua relevância, qualidade metodológica e os dados sobre terapias-alvo e imunoterapia no câncer de pulmão. Em seguida, foram extraídos dados como características dos estudos (tipo de estudo, ano de publicação, tamanho da amostra), tipos de terapias analisadas, eficácia e segurança dos tratamentos, bem como os resultados clínicos, como sobrevida e efeitos adversos.

A análise foi tanto qualitativa, para compreender as tendências das terapias emergentes, quanto quantitativa, para sintetizar os resultados sobre eficácia e segurança das terapias-alvo e imunoterapias. Ao todo, foram analisados nove artigos que foram selecionados com base na sua relevância para o tema e qualidade das evidências apresentadas. Essa metodologia permitiu uma análise abrangente e atualizada, fornecendo uma visão detalhada sobre o progresso no diagnóstico e no tratamento do câncer de pulmão.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos nove artigos selecionados revelou avanços significativos nas abordagens terapêuticas para o câncer de pulmão, com destaque para a detecção precoce e as inovações em imunoterapia e terapias-alvo. Estudos recentes indicam que, por meio de tecnologias de imagem mais avançadas, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a radiologia de alta resolução, a detecção precoce do câncer de pulmão está se tornando cada vez mais eficaz, permitindo diagnósticos mais rápidos e intervenções terapêuticas oportunas. A combinação dessas tecnologias com testes genéticos e biomarcadores têm ampliado as chances de identificar a doença em estágios iniciais, quando o tratamento é mais eficaz (De Alcantra, et al. 2019).

No que diz respeito às terapias-alvo, as opções têm se multiplicado nos últimos anos, principalmente devido ao entendimento mais aprofundado das alterações moleculares presentes nas células tumorais. Inibidores de tirosina quinase, como os utilizados para tratar mutações nos receptores do fator de crescimento epidérmico (EGFR), têm mostrado sucesso significativo em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC). Além disso, novas terapias-alvo estão sendo desenvolvidas para tratar mutações mais raras, como aquelas envolvendo a fusão do gene ALK, oferecendo tratamentos mais específicos e com menos efeitos colaterais do que a quimioterapia convencional ( Da Silva, et al. 2024).

A imunoterapia também surge como uma inovação promissora. O uso de inibidores de checkpoint imunológico, como os anticorpos anti-PD-1e anti-PD-L1, tem mostrado resultados notáveis, especialmente em pacientes com câncer de pulmão avançado ou metastático. Esses medicamentos funcionam estimulando o sistema imunológico a reconhecer e destruir as células tumorais, superando a capacidade do câncer de evitar a resposta imune. Estudos mostram que a imunoterapia pode resultar em aumentos significativos na sobrevida global e na qualidade de vida de pacientes que, de outra forma, teriam poucas opções terapêuticas eficazes ( Teixeira, et al. 2019).

Os resultados desta revisão destacam as inovações recentes que estão transformando o tratamento do câncer de pulmão, particularmente no que se refere à detecção precoce e às terapias-alvo e imunoterapia. A detecção precoce, embora ainda desafiadora devido à natureza silenciosa do câncer de pulmão, tem se beneficiado de tecnologias mais sofisticadas e da utilização de biomarcadores, abrindo portas para um diagnóstico mais rápido e tratamentos mais eficazes. No entanto, é importante considerar que a implementação dessas tecnologias em larga escala ainda enfrenta barreiras relacionadas à disponibilidade, custo e treinamento adequado para os profissionais de saúde ( Bezerra, et al. 2024).

No campo das terapias-alvo, o impacto das terapias direcionadas ao tratamento das mutações moleculares é inegável. Os tratamentos baseados em características genéticas específicas têm mostrado um aumento na eficácia terapêutica e, consequentemente, na sobrevida dos pacientes. No entanto, o desafio continua sendo a resistência adquirida, que surge com o tempo em resposta ao tratamento. A pesquisa continua em busca de novas drogas e combinações terapêuticas que possam superar essa resistência e prolongar os benefícios do tratamento ( Do Prado, et al. 2024).

A imunoterapia representa um marco na oncologia, não só para o câncer de pulmão, mas também para outras neoplasias. O fato de que ela ativa o sistema imunológico do próprio paciente para combater o tumor oferece uma abordagem diferente da quimioterapia tradicional, que ataca diretamente as células tumorais. Embora a imunoterapia tenha mostrado resultados promissores, seu uso é limitado pela ocorrência de efeitos colaterais imunomediados e pela resposta variável entre os pacientes. Isso reforça a importância de um tratamento personalizado, considerando as características individuais de cada paciente e os biomarcadores presentes no tumor. A combinação de imunoterapia com outras abordagens terapêuticas, como as terapias-alvo, está sendo explorada em ensaios clínicos, apresentando resultados promissores que indicam uma possível sinergia entre essas modalidades (Mendes, et al. 2021).

Em suma, as inovações nas terapias-alvo e imunoterapia estão proporcionando novas possibilidades de tratamento para o câncer de pulmão, com resultados que, em muitos casos, superam as terapias convencionais. No entanto, a personalização do tratamento, a gestão da resistência e a minimização dos efeitos colaterais continuam sendo desafios importantes. O futuro do tratamento do câncer de pulmão provavelmente envolverá a combinação de diferentes terapias, acompanhada de estratégias para detectar a doença em estágios iniciais, com o objetivo de melhorar ainda mais o prognóstico dos pacientes (Cabral, et al. 2025).

4 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

As inovações recentes no diagnóstico precoce e no tratamento do câncer de pulmão, particularmente com o uso de terapias-alvo e imunoterapia, têm demonstrado avanços significativos na melhoria dos resultados clínicos e na qualidade de vida dos pacientes. A detecção precoce, embora ainda desafiadora, está se tornando cada vez mais precisa com o avanço das tecnologias de imagem e biomarcadores. As terapias-alvo e a imunoterapia têm mostrado grande potencial, oferecendo opções mais eficazes e personalizadas, com menos efeitos colaterais em comparação com os tratamentos tradicionais. No entanto, desafios como a resistência aos tratamentos e os efeitos adversos da imunoterapia ainda precisam ser enfrentados. A combinação de diferentes abordagens terapêuticas, juntamente com a individualização do tratamento, será fundamental para maximizar os benefícios para os pacientes. O futuro do tratamento do câncer de pulmão depende do contínuo progresso na pesquisa, da implementação de novas terapias e da melhoria dos métodos de detecção precoce, proporcionando uma luta mais eficaz contra essa doença devastadora.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, Luiz Henrique et al. Câncer de pulmão no Brasil. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 44, p. 55-64, 2018.

BEZERRA, Lucas Mainardo Rodrigues et al. ABORDAGENS DIAGNÓSTICAS E TERAPÊUTICAS NO CÂNCER DE PULMÃO DE CÉLULAS NÃO PEQUENAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE LITERATURA. RECIMA21-Revista Científica Multidisciplinar-ISSN 2675-6218, v. 5, n. 3, p. e535004-e535004, 2024.

CABRAL, Ayara Almeida Souza et al. Uso de terapias-alvo na oncologia: avanços farmacoterapêuticos e desafios na personalização do tratamento. OBSERVATÓRIO DE LA ECONOMÍA LATINOAMERICANA, v. 23, n. 2, p. e9113-e9113, 2025.
DO PRADO, Eduarda Martins et al. Terapias alvo-direcionadas na oncologia: uma nova era no tratamento do câncer. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 5, p. 6050-6059, 2024.

DOS SANTOS FERREIRA, Iago Lucas et al. DESENVOLVIMENTO DE TERAPIAS-ALVO PERSONALIZADAS PARA O TRATAMENTO DO CÂNCER DE PULMÃO. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 7, p. 2046-2054, 2024.

DE ALCANTARA, Raphael Ladislau et al. A tecnologia de CRISPR-Cas9 na terapia gênica do câncer de pulmão. Revista Brasileira Militar de Ciências, v. 5, n. 13, 2019.

DA SILVA, Anderson Matheus Pereira et al. Terapia-alvo e imunoterapia no tratamento do câncer: uma revisão de literatura. Journal of Medical and Biosciences Research, v. 1, n. 2, p. 11-19, 2024.

MENDES, Carolina Dusi et al. Imunoterapia no câncer de pulmão não pequenas células. Rev. méd. Paraná, p. 112-118, 2021.

TEIXEIRA, Henrique Couto et al. Proteínas de checkpoint imunológico como novo alvo da imunoterapia contra o câncer: revisão da literatura. HU Revista, v. 45, n. 3, p. 325-333, 2019.


 1Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Rio Verde Campus Rio Verde e-mail: lucas.g.s.suckow@academico.unirv.edu.br

2,3,4,5,6,7,8,9Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Rio Verde Campus Rio Verde.