CÂNCER DE MAMA E OS IMPACTOS DA MICROPIGMENTAÇÃO DO COMPLEXO ARÉOLO-PAPILAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8302865


Bruna Valle Cesconeti
Ligia De Oliveira Vago
Maria Júlia Veríssimo Portela
Yasmim Batista Oliveira
Orientadora: Danielle Chambô dos Santos 


RESUMO 

Objetivo: Analisar os impactos da micropigmentação do complexo aréolo-papilar na reconstrução de mama, em mulheres mastectomizadas devido ao câncer de mama. Método: Uma revisão narrativa de literatura, proposta para elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso, que conta com o apoio de bibliografias entendendo os impactos da micropigmentação como método de reconstrução do CAP em mulheres submetidas a mastectomia devido ao câncer de mama. Foram encontrados vinte e nove artigos, de leitura gratuita e completa, em português, inglês ou espanhol. Quatro artigos foram excluídos pois fugiam ao tema ou não estavam disponíveis integralmente. Discussão: A reconstrução de CAP está associada a uma melhora na qualidade de vida, principalmente no que tange os aspectos psicológicos e sociais. Entretanto, não há um consenso acerca do melhor método e momento para realizá-lo. Dentre as técnicas usadas para reconstruir o CAP, se destacam o enxerto, que é a mais utilizada, é a micropigmentação, que tem se tornado relevante nos dias de hoje. O uso da micropigmentação como opção de reconstrução levou grande satisfação aos pacientes e se mostrou de fácil realização, baixo custo, rápido tempo de realização e recuperação, baixos índices de complicação, além de poder ser realizado ambulatorialmente e por profissional não médico. Conclusão: É evidente a relevância epidemiológica e caráter crônico do câncer de mama, e a necessidade de discutir a temática, visando melhorar o atendimento e acompanhamento dessa população, uma vez que manter a estética perto da normalidade é um determinante importante na qualidade de vida dessas mulheres. 

Palavras-chave: Câncer de mama; Mastectomia; Reconstrução de mama; Autoestima; Qualidade de vida. 

ABSTRACT 

Objective: To analyze the impacts of micropigmentation of the areola-papillary complex on breast reconstruction in mastectomized women due to breast cancer. Method: A narrative literature review, proposed for the elaboration of a Course Conclusion Work, which has the support of bibliographies understanding the impacts of micropigmentation as a method of reconstruction of the CAP in women undergoing mastectomy due to breast cancer. Twenty-nine articles were found, free and complete reading, in Portuguese, English or Spanish. Four articles were excluded because they were not related to the topic or were not fully available. Discussion: The reconstruction of CAP is associated with an improvement in quality of life, especially with regard to psychological and social aspects. However, there is no consensus on the best method and time to perform it. Among the techniques used to reconstruct the CAP, the graft, which is the most used, and micropigmentation, which has become relevant today, stand out. The use of micropigmentation as a reconstruction option brought great satisfaction to the patients and proved to be easy to perform, low cost, fast time to perform and recover, low complication rates, and can be performed on an outpatient basis and by a non-medical professional. Conclusion: It is evident the epidemiological relevance and chronic character of breast cancer, and the need to discuss the theme, aiming to improve the care and monitoring of this population, since keeping the aesthetics close to normality is an important determinant in the quality of life of these women. 

Keywords: Breast cancer; Mastectomy; Breast reconstruction; Self-esteem; Quality of life. 

1 INTRODUÇÃO 

O câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo, apresentando-se como uma das principais causas de morte e, portanto, um dos principais obstáculos para o aumento da expectativa de vida. Sendo assim, é importante destacar que o câncer de mama apresenta grande relevância mundial dentre as neoplasias, constituindo 11,7% de todos os casos (ALMEIDA, 2012). 

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (2020a), afirma que, no Brasil, excluindo-se o câncer de pele não melanoma, o câncer de mama feminino é o mais comum, com estimativa de 74 mil novos casos por ano até 2025, e sua alta incidência estende-se a todas as regiões brasileiras, sendo o Sudeste a região com maior risco estimado. Ainda, diz que em 2020 o Brasil atingiu uma taxa de mortalidade equivalente a 17.825 óbitos de mulheres por câncer de mama, correspondendo a um risco de 16,47 mortes a cada 100.000 mulheres. 

Sabe-se que o tratamento varia conforme o estadiamento da doença, as suas características biológicas, e também com as condições da paciente (idade, status menopausal, comorbidades e preferências). Ainda, existem basicamente duas modalidades de tratamento: a terapia local – através de cirurgia e radioterapia, sendo importante sempre pensar em reconstrução mamária pós mastectomia; e a terapia sistêmica – por meio de quimioterapia, hormônioterapia e terapia biológica (BRASIL, 2022). 

Hoje, a cirurgia de reconstrução mamária é um direito das mulheres com câncer de mama, e tem o intuito de corrigir deformidade consequente de mastectomia parcial ou total, sendo integrante do tratamento da doença em questão, através das Leis nº 9.797/99, nº 10.223/01, nº 12.802/13, nº 13.770/18, e Resolução CFM no 1.483/97, em que é assegurada à paciente a realização do procedimento pelo SUS e também por planos e seguros privados de assistência à saúde, sendo o momento e os métodos cirúrgicos indicados pelo cirurgião. É imprescindível respeitar a autonomia do paciente acerca da decisão de realizar o procedimento ou não (BRASIL, 1999; BRASIL, 2001; BRASIL, 2013; BRASIL, 2018; CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 1997; CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2011; SILVA et al., 2017). 

Quando possível, o cirurgião busca poupar o CAP durante a cirurgia, por meio da mastectomia poupadora de pele ou por meio de mastectomia poupadora de mamilo. Entretanto, nem sempre é executável, e tal complexo precisa ser removido cirurgicamente com o câncer e o tecido mamário, sendo reconstruído na mesma cirurgia ou posteriormente (NEDOMANSKY et al., 2017; SISTI, 2020; SISTI et al., 2016). 

O último passo da reconstrução da mama é a reconstrução do CAP, idealmente realizada de 3 a 6 meses após o procedimento cirúrgico, sendo que na literatura, não tem um consenso com relação à melhor técnica a ser empregada. Assim, geralmente, a estratégia é escolhida pela prática do cirurgião e pelas particularidades da paciente, sendo levado em consideração a espessura da pele, cicatrização, método que se deu a reconstrução de mama e os tratamentos adjuvantes implementados (SISTI, 2020; SISTI et al., 2016; URBAN et al., 2015; VANDEWEYER, 2003). 

Dentre os meios utilizados para reconstrução do CAP, existem: reconstrução de mamilo com retalho local; uso de enxertos autólogos/alogênicos/sintéticos para melhorar a projeção do mamilo; reconstrução de aréola com enxerto de pele; técnica de partilha de mamilo para reconstrução de mamilo; micropigmentação do complexo mamilo-aréola. Ainda, opções extras possíveis são as próteses de mamilo externo-aréola de silicone ou outros materiais para a reconstrução, assim como o uso de prótese de mamilo interno (NEDOMANSKY et al., 2017; SISTI, 2020; SISTI et al., 2016, VANDEWEYER, 2003). 

O Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória – ES (HSCMV) conta, por meio de trabalho voluntário, com uma profissional micropigmentardora paramédica, especialista em reconstrução de CAP. Através do Projeto Juntos pela Mama o HSCMV realiza a micropigmentação em mulheres mastectomizadas, exclusivamente para pacientes com câncer de mama atendidas pelo SUS. 

1.1 OBJETIVO 

Analisar os impactos da micropigmentação do complexo aréolo-papilar na reconstrução de mama, em mulheres mastectomizadas devido ao câncer de mama. 

2 MÉTODO 

2.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO 

O modelo proposto será para elaboração de um trabalho de conclusão de curso. Este é uma revisão de literatura narrativa, entendendo os impactos da micropigmentação como método de reconstrução do CAP em mulheres submetidas a mastectomia devido ao câncer de mama. 

O levantamento de dados, foi realizado nos bancos da Medline, Pubmed, LILACS, SciELO, BVS, Google Acadêmico, utilizando os termos descritores cadastrados no DeCS, sendo eles Câncer de mama, Mastectomia, Reconstrução da mama, Autoestima, Qualidade de vida. 

2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 

Os critérios para inclusão neste trabalho foram artigos que envolviam mastectomia, reconstrução da mama, autoestima e qualidade de vida, de forma gratuita e abrangendo a língua português, espanhola e inglesa. Foram excluídos trabalhos cujos textos completos não se encontravam gratuitamente disponíveis nas bases de dados e que fugiam ao tema. 

Foram selecionados vinte e nove artigos através dos critérios de inclusão. Destes, quatro foram eliminados, por meio da leitura do título e do resumo, pois fugiam ao tema. E um, foi descartado, pois não possuía versão em português, espanhol ou inglês. Os demais artigos foram lidos integralmente e selecionados devido sua relevância e contribuição ao tema. Além disso, utilizamos como apoio, Leis da CF e Resoluções do CFM que abordavam o tema em questão. 

3 DISCUSSÃO 

Devido sua importância epidemiológica e seu caráter crônico, o câncer de mama tem suscitado discussões entre os diversos especialistas que buscam melhoria no atendimento e acompanhamento dessa população. Sabe-se que o diagnóstico e o tratamento desencadeiam mudanças sociais, econômicas, físicas, emocionais, psicológicas e sexuais às pacientes. As manifestações psicossociais são muito comuns durante o processo de tratamento, são observados problemas de ordem sexual, humor, relações familiares, imagem do próprio corpo, quadros emocionais como depressão, ansiedade, ideação suicida, insônia e medo. Nos estudos realizados, foi possível observar uma piora na qualidade de vida das mulheres com a saúde mental afetada, interferindo também nas atividades do cotidiano, podendo evoluir até mesmo ao isolamento social. Dessa maneira, se vê essencial a tentativa de minimizar as repercussões negativas trazidas no processo de adoecimento e de cura (ALMEIDA, 2012; CONDE et al., 2006; HUGUET et al., 2009; SIMEÃO et al., 2013). 

É evidente na literatura científica, que a reconstrução da mama está associada a uma melhor qualidade de vida, principalmente no que tange os aspectos psicológicos, as relações sociais, familiares e a funcionalidade das mulheres que se submetem ao procedimento, independente do momento em que ele é realizado. Por muitas vezes, a paciente o entende como sucesso/cura do tratamento do câncer de mama, uma vez que auxilia a superar o sofrimento gerado pela doença. De outro lado, a reconstrução pode acontecer meses a anos após a mastectomia, e não há, no meio científico, um consenso sobre como cada etapa da reconstrução afeta a qualidade de vida (MURICI, BARROS, 2020; NEDOMANSKY et al., 2017; PEREIRA et al., 2020; SISTI et al., 2016). 

Ainda, é importante salientar a influência das mamas na autopercepção das mulheres, bem como na forma em que essas mulheres são vistas pela sociedade e como sua retirada impacta na feminilidade. Além do que, a experiência com esta doença, reflete na maneira de ver e levar a vida. Assim, para muitas mulheres a saúde sobrepõe a estética, e por isso frequentemente desejam mais um seio com aspecto “normal” do que um seio com “boa” aparência. Entretanto, sabe-se que a “normalidade” é singular e individual, e os métodos reconstrutivos auxiliam essas mulheres não serem notadas como “diferente” das outras (PITTERMANN, RADTKE, 2019; POPOWICH, KOSTARAS, TEMPLE-OBERLE, 2020; SILVA et al., 2017; URBAN et al., 2015). 

Não há um consenso acerca da melhor técnica para reconstruir o CAP, sendo frequentemente selecionada de acordo com a prática do cirurgião. Sabe-se que a maneira mais descrita é o enxerto, todavia, atualmente a micropigmentação tem tido cada vez mais relevância (SALA et al., 2022; SISTI, 2020; SISTI et al., 2016). 

A enxertia, se trata de um transplante autólogo de gordura. É um método seguro, pouco invasivo e de fácil realização, empregado na reconstrução de CAP a fim de corrigir deformidades causadas pela mastectomia e repor volume total da mama (LARA et al., 2021; OHANA et al., 2011). Neste, realizado por um cirurgião plástico, sob anestesia local ou geral, há restauração do contorno habitual das mamas, suas cicatrizes são mínimas, podendo corrigir várias irregularidades simultaneamente. As contraindicações são neoplasias ativas no local que vai ser manipulado no ato cirúrgico e radiodermite. Um importante ponto negativo desta técnica, é a perda estimada de volume do enxerto entre 25-43,5% após o procedimento, através da reabsorção da gordura enxertada pelo corpo. Demais complicações, como infecção, necrose gordurosa, hematoma e fibrose, não são comuns (LARA et al., 2021). 

Já a micropigmentação como uma técnica de reconstrução de CAP, é definida pela deposição de pigmentos, através do rompimento das camadas superficiais da pele, por meio de um dermógrafo. Nos dermógrafos, utilizamos agulhas para inserir o pigmento na parte subdérmica da pele. Dessa maneira, embora não haja projeção palpável do CAP neste método, há uma ilusão tridimensional simulando-a, abrandando o aspecto “não estético”. Trata-se de um método barato, fácil e asséptico, minimamente invasivo, seguro, podendo contar com o uso de anestésicos locais, de curto tempo de realização (cerca de vinte a trinta minutos em cada mama), e bem tolerado pelas pacientes. Ainda, este procedimento é uma solução viável para as pacientes que são contra indicadas a realizar a reconstrução de CAP através de outros métodos. Além de poder ser realizado ambulatorialmente e por profissional não médico, levando grande satisfação às pacientes que são submetidas a ele (SALA et al., 2022; SEVERIANO, 2022; SILVA et al., 2016; SISTI, 2020; SISTI et al., 2016). 

Hodiernamente, os pigmentos utilizados para realizar a micropigmentação de CAP são de dióxido de titânio e óxido férrico, evitando com que se desenvolvam reações alérgicas ou rejeição pelo corpo, entretanto, isso não exclui as possibilidades de surgirem complicações. Sabe-se que há uma diversidade de colorações e tonalidades, buscando atingir um resultado mais verdadeiro. Entretanto, a determinação das colorações e do tamanho do CAP, deve ser individual e dividida com a paciente, uma vez que variam com idade, gênero e raça (SALA et al., 2022; SILVA et al., 2016). 

Após o procedimento, há uma tendência de clareamento do pigmento, devido a descamação da epiderme e fagocitose à níveis mais profundos, por isso, deve-se usar nuances mais escuras do que da mama contra-lateral. Entende-se então, que as pacientes podem passar por diversos retoques para obter o tom ideal e resultando em uma melhor aparência. (SALA et al., 2022) 

Durante a micropigmentação, é esperado apresentar eritema local com equimoses, ainda mais sobre as áreas cicatriciais. Depois, há uma resposta inflamatória habitual, com edema, irritação local, dor, e exsudato, que leva a formação de crostas superficiais na parte micropigmentada. Não se deve remover as crostas, pois são etapas usuais da cicatrização e seu desprendimento se dá em cerca de quatorze a vinte e um dias (BEZERRA et al., 2018; SALA et al., 2022). São raras as complicações após a micropigmentação e incluem reações de hipersensibilidade, desbotamento do pigmento podendo ser necessária retoques a longo prazo, incompatibilidade da cor e dermatite alérgica de contato na mama (BEZERRA et al., 2018; SALA et al., 2022; SISTI, 2020; SISTI et al., 2016). 

Ao longo da graduação em medicina, tivemos a oportunidade de presenciar a realização de micropigmentação de CAP em mulheres mastectomizadas devido ao câncer de mama, que acontece no HSCMV através do projeto Juntos Pela Mama. Tendo isso em vista, é importante ressaltar a nossa experiência e o resultado da micropigmentação na vida dessas mulheres. Acompanhando o processo desde o diagnóstico até a reconstrução da mama e CAP é nítido o impacto positivo percebidos nas pacientes. Elas têm suas histórias de vida transformadas e recuperam sua autoestima através deste procedimento. Ao se olharem no espelho após o resultado final, se emocionam ao enxergarem seu corpo por inteiro, que um dia estará mutilado. Relatam, ainda, uma melhora psicológica, nas relações conjugais, sociais e também da sua percepção como mulher, visto que os seios são, muitas vezes, o símbolo da sua feminilidade. 

Sabe-se que o paciente deve participar das decisões acerca do seu tratamento, tendo o poder de escolha sobre o que pode ser melhor para a sua vida e sua terapia, e para tanto é necessário que o mesmo tenha o esclarecimento, orientação e conhecimento sobre todas as possibilidades de recursos terapêuticos, visando um tratamento individualizado (PITTERMANN, RADTKE, 2019). 

Diante do exposto, é válido ressaltar que a reconstrução da mama não é necessariamente a solução para os problemas psicológicos gerados pela doença e pelo tratamento. Assim, é preciso respeitar o tempo de recuperação de tais sequelas e não abreviá-lo para realizar o procedimento de reconstrução, uma vez que as questões psicossociais não solucionadas podem gerar insatisfação com a decisão ou resultado (PITTERMANN, RADTKE, 2019; POPOWICH, KOSTARAS, TEMPLE-OBERLE, 2020;). 

4 CONCLUSÃO 

Por meio desta revisão de literatura, conclui-se que a reconstrução do CAP é uma etapa relevante na reconstrução da mama em pacientes mastectomizadas devido ao câncer de mama. 

É imprescindível que os determinantes da qualidade de vida sejam um componente na escolha da terapia ideal oferecida às mulheres com neoplasia mamária, já que padrões estéticos perto da normalidade são importantes para a autoestima dessas. 

A micropigmentação como método de reconstrução de CAP vem ganhando destaque na atualidade, uma vez que é um método barato, minimamente invasivo, seguro, de simples e rápida realização e recuperação, pode ser realizado ambulatorialmente por profissionais não médicos treinados para tal, e de baixos índices de complicação. Tal técnica, a cada dia mais é otimizada, a fim de gerar um resultado mais próximo ao do CAP normal. 

É nítida a carência de literatura científica acerca da importância e dos impactos da micropigmentação do CAP após mastectomia em mulheres com diagnóstico de câncer de mama. Embora seja uma técnica relativamente nova e não muito difundida, é preferida por muitos cirurgiões, uma vez que não expõe a paciente a riscos cirúrgicos e auxilia no resgate da qualidade de vida e autoestima. 

Espera-se que através das pesquisas sobre o impacto psicossocial do câncer de mama, uma melhor prática da medicina se desenvolva, de forma integral e humanizada a partir das condições específicas desses pacientes, o que contribuirá para a melhoria do conforto e qualidade dos serviços prestados.

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LISTA DE SIGLAS 
BVS: Biblioteca Virtual em Saúde 
CAP: Complexo aréolo-papilar 
CF: Constituição Federal de 1988 
CFM: Conselho Federal de Medicina 
HSCMV: Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória 
LILACS: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências de Saúde Medline: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Pubmed: US National Library of Medicine 
SUS: Sistema Único de Saúde 
SciELO: Scientific Eletronic Library Online