BRONQUITE CRÔNICA CANINA: RELATO DE CASO CANINE

CANINE CHRONIC BRONCHITIS: CASE REPORT

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411290958


Victoria Sanches de Souza1


Resumo 

A bronquite crônica canina é um distúrbio caracterizado pela ocorrência de um processo inflamatório na árvore traqueobrônquica desses animais, onde o principal sinal clínico observado é a presença de tosse crônica há dois meses, que não apresenta melhora com tratamentos. Um canino fêmea foi atendido em domicílio na cidade de Jundiaí, localizada no estado de São Paulo, apresentando histórico de tosse produtiva há mais de um ano. O exame físico revelou que animal apresentava crepitação em região de lobo caudal durante a ausculta pulmonar e sopro em valva mitral em ausculta cardíaca. No exame radiológico de tórax foi detectado a presença de “trilhos de trem”. O animal foi efetivamente tratado com nebulização com soro fisiológico 0,9%, acetilcisteína, propionato de fluticasona e manejo ambiental. 

Palavras-chave: bronquite crônica. cães. doença das vias aéreas.  

1. INTRODUÇÃO 

A bronquite crônica canina possui três fatores que geralmente são associados como responsáveis por desencadear um processo inflamatório das vias aéreas, sendo eles: processos alérgicos, aspiração de moléculas consideradas irritantes da mucosa aérea e infecções no geral. Ou seja, cães que estão constantemente em contato com tutor fumante, ou até mesmo vão com frequência ao petshop e recebem aplicação de perfumes estão em constante contato com fatores desencadeadores de inflamação da via respiratória (JOHNSON, 2004; ROZANSKY, 2014; HAWKINS, 2015). 

Em relação a epidemiologia, a bronquite crônica possui maior incidência principalmente em cães idosos e de raças de pequeno porte e clinicamente este animal apresenta tosse crônica intratável, podendo variar de produtiva à seca por um período superior a dois meses e não possui cura, mas sim controle. (BROWNLIE, 1990; GOUGH, 2009; ROZANSKI, 2014).

Por conta disso, se faz necessário entender como realizar o diagnóstico e tratamento de forma individual para cada paciente, para que haja melhora nos sinais clínicos, contendo uma evolução do quadro e consequentemente sua piora. 

O presente trabalho tem por objetivo relatar um caso sobre bronquite crônica em um cão fêmea, discutir e esclarecer a importância de exames radiológicos para realização do diagnóstico e individualização do tratamento para cada paciente. 

2. REVISÃO DA LITERATURA 

A bronquite crônica canina é uma enfermidade caracterizada pela ocorrência de um processo inflamatório na árvore traqueobrônquica, apesar de não possuir sua etiologia bem definida, há três fatores que são comumente relacionados como grandes causadores dessa alteração, sendo eles:  alergias, aspiração de moléculas irritantes da mucosa e infecções (JOHNSON, 2004; ROZANSKY, 2014; HAWKINS, 2015). 

O processo inflamatório prolongado causado por tais substâncias estimula o aumento da secreção de muco pelas vias aéreas, sendo responsáveis por estimular os receptores de estiramento de adaptação rápida, desencadeando episódios de tosse (WIDDICOMBE, 1995). Geralmente, a bronquite crônica é mais relatada em cães de pequeno porte, obesos, de meia idade e idosos (BROWNLIE, 1990; JOHNSON, 2004).  

Ademais, a bronquite crônica, também está relacionada com a presença de muco de consistência viscosa ou até mesmo purulenta no trato respiratório, que pode causar a opilação de brônquios menores, além de causar alterações na mucosa dos brônquios, deixando-a mais espessa, edemaciada e hiperemica (JOHNSON et al., 2013; HAWKINS, 2015). 

Os principais sinais clínicos relatados em pacientes com bronquite crônica são: episódios de tosse crônica e persistente por pelo menos dois meses consecutivos, intratável que pode variar de improdutiva a produtiva, onde o paciente acaba ingerindo a mesma, podendo ocorrer um maior número de episódios de tosse no período noturno, após e durante exercício ou excitação, obesidade, cianose, intolerância ao exercício, dispnéia expiratória (GOUGH, 2009; SHARP E ROZANSKI, 2013; ROZANSKI, 2014; HAWKINS, 2015) 

Ao exame físico, é possível auscultar sons pulmonares aumentados, sibilos expiratórios e crepitações, porém, alguns pacientes portadores de bronquite crônica podem apresentar ausculta pulmonar normal, dependendo do grau em que a enfermidade se encontra (HAWKINS, 2006; ALONSO, 2007; SHARP E ROZANSKI, 2013). 

O diagnóstico da bronquite crônica pode ser realizado através da realização de radiografia torácica, onde pode ser possível observar espessamento da parede dos brônquios, o que normalmente é chamado de “trilhos de trem” (MANTIS et al., 1998; NORRIS et al., 2001). Porém, alguns cães podem apresentar radiografia torácica sem alterações, o que não necessariamente descarta a possibilidade deste animal possuir bronquite crônica, assim como, alguns cães idosos podem apresentar padrão peribronquial de leve a moderado e ser uma alteração relacionada a senilidade, sem a presença da enfermidade (NORRIS et al., 2001).  Além da radiografia torácica, há também a possibilidade da realização de broncoscopia, procedimento considerado padrão ouro para diagnóstico da bronquite crônica, principalmente quando combinada com coleta de amostra das vias aéreas para realização de citologia, cultura e antibiograma (MANTIS et al., 1998; CREEVY, 2009). Sendo que, durante a broncoscopia é possível observar as seguintes alterações nas vias aéreas: mucosas eritematosas, espessas, irregulares, edematosas, presença de muco denso e espesso. (PAIVA E ALAM, 2005). 

Na realização de citologia, cultura e antibiograma de amostra coletada das vias aéreas é possível analisar a presença exacerbada de muco, macrófagos, linfócitos, neutrófilos, células caliciformes e hiperplasia de células epiteliais brônquicas, ou até mesmo, presença de neutrófilos ativados e bactérias, podendo indicar a presença de uma infecção bacteriana concomitante, porém, quando há presença de eosinófilos na amostra é indicativo de processo alérgico (CREEVY, 2009; JOHNSON et al., 2013). 

Já em relação ao tratamento, o maior objetivo é controlar a inflamação do trato respiratório, principalmente, porque geralmente a causa primária muitas vezes não é conhecida, por conta disso, a técnica terapêutica da bronquite crônica é baseada em administração de antiinflamatórios, mucolíticos e dependendo do caso até mesmo de broncodilatadores (MC KIERMAN, 2000; BEXFIELD et al., 2004). 

No que se refere aos antiinflamatórios, o uso dos estereoidais se apresentaram mais eficientes a longo prazo, podendo ser administrados por via oral ou inalatória, sendo que a via inalatória diminui efeitos adversos sistêmicos da utilização de corticóides por longo prazo, e que além disso, a prednisolona e a prednisona são os mais indicados para administração por via oral, sendo necessário iniciar o tratamento com a dose antiinflamatória aconselhada e diminuindo gradualmente até dose mínima terapêutico (BEXFIELD et al., 2004; CAREY, 2012). 

No que se diz respeito ao uso de mucolíticos, é indicado a sua administração para auxiliar na remoção do muco presente nas vias aéreas, como por exemplo, o uso da Nacetilcisteína (MC KIERMAN, 2000; ROZANSKI, 2014). 

Quanto ao uso de broncodilatadores, pode ser indicado com o intuito de diminuir a broncoconstrição, podendo ser administrado medicamentos da classe dos beta-2 agonistas (albuterol e terbutalina, por exemplo), anticolinérgicos (atropina) e derivados metilxantínicos (teofilina e aminofilina, por exemplo), sendo recomendado iniciar o tratamento sempre pela menor dose e caso o animal não apresente uma melhora clínica em até duas semanas de tratamento não é indicado continuar o uso de broncodilatadores (MC KIERMAN, 2000; BARNES, 2004; BEXFIELD et al., 2004; ALONSO, 2007; CAREY, 2012). Porém, o uso de mucolíticos em conjunto com medicamentos antitussígenos não é indicado em casos em que o animal apresente tosse produtiva, já que nesses casos a tosse é necessária para auxiliar na remoção do muco presente dos brônquios, contudo, o uso de antitussígenos pode ser indicado em casos em que o animal apresenta tosse não produtiva (PAIVA E ALAM, 2005; ALONSO, 2007; HAWKINS, 2015). 

Ademais, o uso de antibióticos durante o tratamento é indicado em casos em que haja infecção bacteriana nas vias aéreas e a escolha do antimicrobiano deve ser baseada no resultado de cultura e antibiograma da amostra do lavado broncoalveolar (SETHI et al., 2006; ROZANSKI, 2014). 

Por fim, a realização de inalação por nebulização se mostra muito eficiente quando o intuito é auxiliar na umidificação do trato respiratório e favorecer o desprendimento e excreção do muco presente no mesmo (ROZANSKI, 2015). Assim como, evitar fatores estressantes, manter o animal em ambiente limpo e ventilado, evitando a inalação de partículas irritantes e indicando a utilização de coleira peitoral e não a cervical (CAREY, 2012; RAO et al., 2014; ROZANSKI, 2014). 

Apesar de se tratar de uma enfermidade que não possui cura, a bronquite crônica pode ser controlada, tendo prognóstico favorável quando o animal apresenta uma resposta positiva à administração dos medicamentos e alteração dos manejos ambientais (MC KIERMAN, 2000; ROZANSKI, 2014). Entretanto, há a necessidade da realização de avaliações clínicas e laboratoriais periodicamente para análise da necessidade de mudança no tratamento, aparecimento de infecções secundárias e até mesmo complicações (CAREY, 2012).  

3. METODOLOGIA 

O presente caso refere-se a uma fêmea canina, castrada, da raça poodle, de aproximadamente 12 anos, pesando 12,5 kg de massa corporal que foi atendida em domicílio na região de Jundiaí, São Paulo (SP) em setembro de 2022.  

Durante a consulta a tutora relatou que a queixa principal era de que o animal apresentava histórico de ronco, espirros e tosse produtiva que finalizava com um “engasgo” há mais de um ano, apresentando piora nos últimos meses, principalmente no período noturno e quando animal ficava mais agitado, e nunca havia feito um tratamento prévio para tais sinais clínicos. Apesar disso, tutora negou que animal apresentasse secreção nos olhos e ouvidos e relatou que era um animal ativo, que passeava cinco vezes ao dia sem apresentar cansaço físico, edema de membros, cianose ou síncope, negava também a presença de contactante humano fumante. 

Além disso, animal apresentava um ótimo apetite, com boa ingestão hídrica, negando êmese e diarreia, animal havia tomado vermífugo em agosto de 2022, fazia uso de coleira antiparasitária e havia sido vacinada (V10 e antirrábica) em dezembro de 2021 e possuía um contactante canino assintomático. 

Ao exame físico e inspeção constatou-se que animal apresentava temperatura retal de 38,3º C, frequência cardíaca noventa batimentos por minuto (bpm), frequência respiratória de trinta e cinco movimentos por minuto (mpm), na ausculta pulmonar foi possível constatar que havia crepitação em região de lobo caudal, principalmente durante a inspiração. Já na ausculta cardíaca foi possível auscultar um discreto sopro em foco mitral, além disso, animal apresentava mucosas (oral, ocular e vaginal) normocoradas, turgor cutâneo normal (indicando uma boa hidratação), linfonodos (submandibulares e poplíteos) não palpáveis, palpação abdominal macia, com teste de reflexo de traqueia positivo, pulso normocinético e com o tempo de preenchimento capilar (TPC) menor do que dois segundos. 

Ademais, o animal realizava acompanhamento com cardiologista, realizando ecodopplercardiograma a cada 06 (seis) meses por apresentar discretas alterações em valvas mitral e tricúspide, sem repercussões hemodinâmicas, portanto não havia a necessidade de administração de medicamento, assim como também estava fazendo acompanhamento com colega endocrinologista devido a uma suspeita de hiperadrenocortisolismo. 

Foram realizados hemograma, perfil bioquímicos (ureia, creatinina, ALT, fosfatase alcalina, albumina, glicemia, colesterol total e triglicérides) e radiografia de tórax. Na avaliação sanguínea animal apresentou discreta linfopenia (876 células/µL), discreta monocitopenia (146 células/µL), discreta trombocitopenia ( 162.000/mm³, com presença de macroplaquetas), além de um aumento no valor da ALT (399 U/L) e uma discreta hiperlipidemia (144 mg/dL). Já na radiografia de tórax (Fig. 1, Fig. 2, Fig. 3) foi possível visualizar que o parênquima pulmonar apresentava maior evidência do padrão broncointersticial de aspecto difuso e simétrico, pouco mais evidente em região de lobo caudal direito, com presença de trilhos de trem.

Figura 1: Exame radiográfico de tórax projeção latero-lateral direita, com presença de “trilhos de trem”. (Fonte: arquivo pessoal).

Figura 2: Exame radiográfico de tórax projeção latero-lateral esquerda, com presença de “trilhos de trem”. (Fonte: arquivo pessoal).

Figura 3: Exame radiográfico de tórax projeção ventro-dorsal, com presença de “trilhos de trem”. (Fonte: arquivo pessoal).

Além dos exames citados, foi solicitado a realização de ultrassom abdominal e broncoscopia para coleta de lavado broncoalveolar com a finalidade de enviar amostra para análise de cultura e antibiograma, sendo assim, possível descartar causas infecciosas, porém, não houve autorização da tutora para realização desses exames. 

Com base no histórico do animal, exame físico e exames complementares realizados foi instituído tratamento para bronquite crônica com o uso de acetilcisteína, na dose de 10 mg/kg a cada doze horas, durante oito dias. Ademais, foi prescrito propionato de fluticasona por via inalatória, na dose de 20 µg/kg a cada doze horas, durante três meses e após esse período diminuiu a frequência para uma vez a cada vinte e quatro horas até novas recomendações. Outrossim, foi prescrito a realização de nebulização com soro fisiológico 0,9% por quinze minutos a cada oito horas, durante quinze dias. Já em relação ao manejo ambiental, a tutora foi orientada a deixar o animal sempre em ambiente limpo e arejado, sendo necessário a retirada dos tapetes da casa e caminhas de pelúcia, para diminuir a inalação de partículas irritantes. 

Após oito dias da instituição do tratamento tutora relatou uma melhora em todos os sinais clínicos que animal apresentava, relatou que o animal ainda apresentava alguns episódios de tosse, mas que havia diminuído a frequência e a tentativa de excreção de muco havia diminuído também, apesar de ainda ser presente. Por conta disso, foi realizado a diminuição da frequência de utilização da acetilcisteína para uma vez a cada vinte e quatro horas, durante mais sete dias apenas, mantendo sua dose. 

Após quinze dias da instituição do tratamento tutora relatou que animal apresentou uma melhora significativa, onde os episódios de tosse diminuíram mais ainda e que os “engasgos” ao final das tosses haviam cessado, ou seja, a tosse havia se tornado não produtiva, por conta disso, foi descontinuado a realização de nebulização e administração de acetilcisteína. 

Após os três meses de uso de propionato de fluticasona, tutora relatou que animal apresentava raros episódios de tosse (duas vezes por dia), por conta disso, a frequência de utilização do propionato de fluticasona foi diminuída para uma vez a cada vinte e quatro horas até novas recomendações. Posteriormente, tutora foi para retorno com o animal após quinze dias da nova prescrição de fluticasona, relatando que animal estava bem estabilizado, ainda com raros episódios de tosse, que permaneciam não produtivas, por conta disso a prescrição de fluticasona foi mantida até novas recomendações.  

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES  

A bronquite crônica é mais relatada em cães de pequeno porte, obesos, de meia idade e idosos (BROWNLIE, 1990; JOHNSON, 2004). Estes dados corroboram com o presente relato em que paciente tratava-se de um cão fêmea de doze anos, de raça de pequeno porte, com alto escore corporal.   

Os sinais clínicos comumente observados em pacientes com bronquite crônica são: episódios de tosse crônica e persistente por pelo menos dois meses consecutivos, podendo variar de improdutiva a produtiva, onde o paciente acaba ingerindo o muco expelido quando produtiva, podendo ocorrer um maior número de episódios de tosse no período noturno, após e durante exercício ou excitação e obesidade (GOUGH, 2009. ROZANSKI, 2014; SHARP E ROZANSKI, 2013; HAWKINS, 2015). Estes dados se assemelham com os sinais clínicos apresentados pelo animal do que relato que foram: tosse produtiva persistente há mais de um mês com piora no quadro no período noturno e quando animal ficava agitado. 

No caso relatado, durante a ausculta pulmonar foi possível constatar que havia crepitação em região de lobo caudal, principalmente durante a inspiração, fato que corrobora com a literatura que diz que ao exame físico de cães com bronquite crônica, é possível auscultar sons pulmonares aumentados, sibilos expiratórios e crepitações (ALONSO, 2007; HAWKINS, 2006; SHARP E ROZANSKI, 2013). 

Já em relação ao diagnóstico da bronquite crônica, segundo a literatura, ele pode ser realizado através da realização de radiografia torácica, onde pode ser possível observar espessamento da parede dos brônquios, o que normalmente é chamado de “trilhos de trem” (MANTIS et al., 1998; NORRIS et al., 2001). Sendo que no presente caso o diagnóstico foi realizado através da radiografia de tórax, onde foi possível visualizar que o parênquima pulmonar do animal apresentava maior evidência do padrão broncointersticial de aspecto difuso e simétrico, com presença de trilhos de trem, ou seja, condizendo com a literatura. 

A terapia de tratamento instituída no relato presente foi realizado através da administração de acetilcisteína como mucolítico, propionato de fluticasona como antinflamatório por via inalatória, afim de evitar efeitos adversos do uso contínuo de antiinflamatórios esteroidais por via oral, por fim, foi prescrito a realização de nebulização com soro fisiológico 0,9%, sendo que tais medicamentos foram escolhidos para instituir o tratamento do relato com base nas recomendações de seu uso pela literatura, em que diz que a técnica terapêutica da bronquite crônica é baseada em administração de antiinflamatórios, mucolíticos e dependendo do caso até mesmo de broncodilatadores ( MC KIERMAN, 2000; BEXFIELD et al., 2004). 

Por fim, no relato presente o animal apresentou uma excelente resposta ao tratamento e diminuição dos sintomas clínicos, o que indica que prognóstico é favorável, apesar de se tratar de uma enfermidade que não possui cura, mas sim controle, o que também está de acordo com a literatura em que diz que a bronquite crônica pode ser controlada, tendo prognóstico favorável quando o animal apresenta uma resposta positiva à administração dos medicamentos e alteração dos manejos ambientais (ROZANSKI, 2014; MC KIERMAN, 2000).  

5. CONCLUSÃO 

A bronquite crônica canina, apesar de ser uma enfermidade que não possui cura, possui um prognóstico favorável quando diagnosticada de forma correta e em estágios iniciais e principalmente quando animal responde bem aos tratamentos medicamentosos e ao manejo correto do ambiente em que vive, sendo necessário avaliar dentro das opções medicamentosas quais são as mais indicadas para cada paciente, realizando a individualização do tratamento, não dispensando também acompanhamento periódico para realização de novas avaliações, exames e possíveis alterações na estratégia terapêutica. 

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1Discente do Curso Superior de Pós-Graduação em Clínica Médica de Cães e Gatos do Instituto ANCLIVEPA-SP Campus Tatuapé e-mail: victoriasanchesmedvet@outlook.com.br