BLACKFRIDAY NO “SERASA DO CRIADOR & RENOVAÇÃO DO CONSIGNADO” SOB A ÉGIDE NEUROCIENTÍFICA

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102412272112


Rosa Maria Braga Lopes de Moura1
Cristiane Rodrigues da Silva2
Graça Vignolo de Siqueira3
Marcelo Lima dos Santos4
Mauro Ribeiro Schinestsck5


RESUMO

Neurotranscendência é um campo emergente, que busca entender como as práticas espirituais impactam positivamente o desenvolvimento cognitivo e emocional do indivíduo. Na essência, somos seres espirituais vivenciando uma experiência humana e não um ser humano em busca de uma experiência espiritual. Neste caso, o indivíduo está vivenciando a equalização de dores e sofrimentos que possa ter causado – de maneira consciente ou inconsciente – ao longo de suas existências. Assim, deixamos a seguinte provocação: Estamos no “Serasa do Criador”? Existe “Blackfriday do Criador”? Para responder ao problema de pesquisa, o presente estudo investigou a dualidade existencial em oito subseções trazendo em pauta a inteligência espiritual, a paciência como a ciência da paz bem como a Neurofisiologia da Mediunidade, Neurotranscendência como mecanismo de transformação entre outras hipóteses de pesquisa já confirmadas desconstruindo, desse modo, o paradigma dominante das “Dívidas como Punição sem Blackfriday” tendo em vista que o bem que se faz anula o mal que se fez perpassando os seus benefícios pela saúde física, mental e espiritual com implicações significativas na fisioanatomia  do sistema nervoso central e entérico correlacionado neste constructo.

Palavras-chave: Consignado, Dualidade; Neuroespiritualidade;  Neurotranscendência; Serasa do Criador.

ABSTRACT

 Neurotranscendence is an emerging field that seeks to understand how spiritual practices positively impact an individual’s cognitive and emotional development. In essence, we are spiritual beings having a human experience and not a human being seeking a spiritual experience. In this case, the individual is experiencing the equalization of pain and suffering that they may have caused – consciously or unconsciously – throughout their lives. So, we leave you with the following provocation: Are we in the “Serasa of the Creator”? Is there a “Creator’s Black Friday”? To answer the research problem, the present study investigated existential duality in nine subsections, bringing into focus spiritual intelligence, patience as the science of peace as well as the Neurophysiology of Mediumship, Neurotranscendence as a mechanism of transformation among other research hypotheses already confirmed. deconstructing, in this way, the dominant paradigm of “Debts as Punishment without Blackfriday” considering that the good that is done cancels out the evil that was done, permeating its benefits for physical, mental and spiritual with significant implications in the physioanatomy of the central and enteric nervous system correlated in this construct.

Keywords: Consigned, Duality; Neurospirituality; Neurotranscendence; Serasa of the Creator.

RESUMEN

La neurotrascendencia es un campo emergente que busca comprender cómo las prácticas espirituales impactan positivamente el desarrollo cognitivo y emocional de un individuo. En esencia, somos seres espirituales que tenemos una experiencia humana y no un ser humano que busca una experiencia espiritual. En este caso, el individuo está experimentando la igualación del dolor y sufrimiento que pudo haber causado -consciente o inconscientemente- a lo largo de su vida. Entonces, os dejamos con la siguiente provocación: ¿Estamos en el “Serasa del Creador”? ¿Existe un “Viernes Negro del Creador”? Para responder al problema de investigación, el presente estudio investigó la dualidad existencial en nueve subsecciones, poniendo en foco la inteligencia espiritual, la paciencia como ciencia de la paz, así como la Neurofisiología de la Mediumnidad, la Neurotrascendencia como mecanismo de transformación, entre otras hipótesis de investigación ya confirmadas. , de esta manera, el paradigma dominante de “Las deudas como castigo sin Blackfriday” que considera que el bien que se hace anula el mal que se hizo, permeando sus beneficios para el bienestar físico, mental y social. espiritual con implicaciones significativas en la fisioanatomía del sistema nervioso central y entérico correlacionados en este constructo.

Palabras clave: Consignados, Dualidad; Neuroespiritualidad; Neurotrascendencia; Serasa del Creador.

INTRODUÇÃO

A organização mundial da saúde (OMS) define espiritualidade no sentido laico como o conjunto de todas as emoções e convicções de natureza não material que pressupõem que há mais no viver do que pode ser percebido por nossos sentidos ou plenamente compreendido, remetendo o indivíduo a questões como o significado e o sentido da vida, não necessariamente a partir de uma crença ou prática religiosa.

A palavra ‘espiritualidade’ deriva do latim ‘spirare’ e significa ‘respirar/alma’ (breath/soul). Logo, a sua expressão semântica carrega consigo os conceitos e preconceitos sobre este assunto, inspirados pelas experiências de vida de cada sujeito e pela sua visão sobre os temas referentes à fé, religião e mundo espiritual (KWON, 2008). 

Camon et al. (2002) analisaram que o conceito de espiritualidade é complexo e abrangente e, devido aos seus vários desdobramentos, gera distorções relevantes ao tema. Os autores esclarecem que espiritualidade tem pouco a ver com as questões místico-religiosas: não que uma pessoa não possa desenvolver sua espiritualidade praticando alguma religião, mas trata-se de algo que vai além. O conceito abrange os determinantes que levam uma pessoa a evoluir em sua condição humana, tratando-se de uma capacidade de transcendência por meio da qual o homem busca desenvolver sua subjetividade, isto é, sua vivência interior. Desse modo, o termo transcendência é utilizado no sentido de buscar compreender seus limites pessoais, uma forma de se comportar perante os acontecimentos da vida, sendo uma atitude interpretativa a respeito do sentido da vida.

A espiritualidade tem sido uma busca constante dos seres humanos ao longo da história, motivada pelas incertezas da vida e pela necessidade de significado e conexão com algo maior. A religião, como uma das formas de vivenciar a espiritualidade, estabelece padrões de comportamento para uma conexão mais profunda com o transcendental. Por outro viés,  a neurociência revela que diferentes práticas espirituais ativam diversas áreas cerebrais, proporcionando benefícios mentais e físicos a longo prazo (AMARAL, 2021).

O lobo temporal – área cerebral descrita como “Ponto de Deus” por Zohar e Marshall (2012), desempenham um papel importante no armazenamento de aspectos fundamentais das crenças e comportamentos de cunho espiritual. Em contrapartida, inúmeros estudos revelaram que regiões e sistemas cerebrais medeiam os diferentes aspectos da experiência espiritual descartando, assim, a teoria “Ponto de Deus”, que postulava um local específico no cérebro como responsável pela experiência com o “criador”.  Sendo assim,  as experiências espirituais são complexas e multidimensionais na medida em que envolvem alterações na percepção, cognição e emoção.

O significado de ‘transcendência’ está imune a dúvidas e ambivalências, pois é certo que os posicionamentos mais divergentes podem ser encontrados na fundamentação dos temas em questão.  Segundo Heidegger (2006) intenta, de fato, uma destruição da história da ontologia com subversão e ressignificação para  compreender o sentido mais profundo e estruturado.

Atualmente, as questões que não conseguem ser respondidas completamente pela ciência ou que podem ser melhor tratadas pela espiritualidade, permitem o diálogo e a integração de ambos os campos de conhecimento buscando compreender de forma equilibrada a relação entre as funções cerebrais e a espiritualidade (NEWBERG, 2016). Desse modo, os conceitos relacionados à espiritualidade são integradas aos conhecimentos neurocientíficos, possibilitando uma compreensão mais completa do indivíduo.

Na correlação entre ciência e espiritualidade é possível detectar no hipotálamo (região que controla as funções vitais e responsável por manter o organismo em equilíbrio), uma melhora de 50% do seu funcionamento no cérebro dos indivíduos que têm o  hábito de orar ou meditar. Até mesmo estudos genéticos já comprovaram a regeneração celular, a capacidade de “silenciarmos” genes e alterarmos nossa fisiologia. Portanto,  as experiências espirituais transcendem completamente os processos cerebrais e não podem ser totalmente compreendidas através da neurociência. Por outro viés, a abordagem neurocientífica oferece um caminho fascinante para desenvolver a “Inteligência Espiritual”. 

Acreditamos que a provocação  intitulada “Serasa do Criador ou Serasa de Deus” bem como “Blackfriday do Criador” não existe em nenhum descritor no Google e sim, uma ideia construída pelos autores da presente obra para demonstrar a necessidade de quitar os débitos bem como a aplicação da retórica da ironia descrita como a “Renovação do Crédito Consignado” com o escopo de tornar mais suave e mensurável a nossa responsabilidade para diluir os blocos energéticos de ordem emocional, mental, espiritual e, em última instância nos libertar do passado e projetar o futuro com maior propósito, discernimento e, principalmente,  assertividade.

O título do presente artigo foi originado no entendimento metafórico da oração de Jesus, “(…) Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (…)”. Na sequência, a nossa segunda provocação “Serasa do Criador” foi alusivo ao “Ponto de Deus” de  Zohar – Prêmio Nobel de Física – para abordar nossa conexão com o criador de forma consciente e, ao mesmo tempo, menos punitiva sendo que para apagar as marcas do passado  não é necessário apenas APRENDER coisas novas, e sim DESaprender coisas velhas.

CICLO CIRCADIANO & GLÂNDULA PINEAL

Relacionada à dimensão Espaço-Tempo, a glândula pineal  impacta todas as áreas da Medicina, como a Psiquiatria – nos transtornos do humor, nos distúrbios do sono e em toda a fisiologia psicofísica; e a Clínica – nas desordens autoimunes, nos cânceres, nos distúrbios alimentares e metabólicos.

Segundo Oliveira (2000), a glândula pineal está ligada aos estados de transe dos fenômenos espirituais, implicados não só nas doenças, mas sobretudo em nossos potenciais. Para o autor, a glândula pineal nos conecta com as fontes superiores da vida, na destinação e sustentáculo do nosso bem-estar, e em nossa capacidade de alcançar a paz e compartilhar o amor.

Durante o sono, os mecanismos eletrofisiológicos e moleculares envolvidos na formação de sinapses mais estáveis estão em funcionamento. É como se o cérebro, durante o sono, passasse a limpo as experiências vividas e as informações recebidas durante o período de vigília, tornando mais estáveis e definitivas aquelas que são mais significativas.

A melatonina é um hormônio que é derivado do neurotransmissor serotonina. Conhecida como o “hormônio do sono”, a melatonina é produzida em altos níveis durante a noite e cai durante o dia. Ela ajuda a regular o ciclo sono-vigília, indicando ao corpo que é hora de relaxar e se preparar para dormir. O GABA (ácido gama-aminobutírico) é um neurotransmissor inibitório, reduz a atividade do cérebro, o que pode facilitar o início e a manutenção do sono. Outro neurotransmissor importante que afeta o sono é a adenosina, que se acumula no cérebro durante o período de vigília e declina durante o sono.  O marcador mais preciso para avaliar a necessidade de sono são as ondas lentas – ondas delta – que aparecem no eletroencefalograma, com frequências de 0,75 a 4,5 hertz.

Nos mamíferos, o núcleo supraquiasmático (NSQ) situado no hipotálamo é o relógio biológico endógeno, guiado por estímulos luminosos, mediado por neurotransmissores e com ação através da melatonina. À medida que o corpo transita da luz para a escuridão, este envia informações para a via pineal retino-hipotalâmica.

Durante o dia, sobre estímulos luminosos, a retina envia informações luminosas para outras áreas além da área visual primária como o trato retino-hipotalâmico via nervo óptico. A consequência é uma inibição do núcleo paraventricular e de conexões com outros núcleos hipotalâmicos, através do neurotransmissor inibitório GABA (ácido gama-amino-butírico). Inibe, ainda, o sistema nervoso simpático.

A NSQ faz sinapse com outros núcleos hipotalâmico, como o núcleo paraventricular. Este, por sua vez, inerva núcleos pré-ganglionares que inervam a glândula pineal. Portanto, a consequência da inibição da NSQ faz com que a melatonina não seja liberada da glândula pineal para a circulação.

Geralmente, durante a vigília e sob ação da luminosidade, há aumento de temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial.

À medida que a noite se aproxima, ocorre a ativação do núcleo paraventricular que então envia axônios através do núcleo intermediolateral para o gânglio cervical superior estimulando o sistema nervoso simpático que induz a sonolência. A glândula pineal é mobilizada para secretar melatonina na circulação.

A interrupção do ritmo circadiano pode ter implicações graves para a saúde de vários sistemas de órgãos, incluindo os sistemas imunológico, reprodutivo, gastrointestinal, esquelético, endócrino, renal e cardiovascular.

Nas últimas décadas, a luz de dispositivos eletrônicos à noite ao confundir o “relógio biológico” são causas frequentes de distúrbios do sono. Os dois distúrbios do sono mais prevalentes dos ritmos circadianos são a fase avançada do sono e a fase atrasada do sono.

Como consequência, essas alterações podem causar distúrbios do sono e levar a outras condições crônicas de saúde, como cansaço diurno excessivo, ansiedade, obesidade, diabetes e aumento do risco cardiovascular. Evidências crescentes demonstram a ligação entre a ritmicidade circadiana e os distúrbios de regulação do humor, como o transtorno afetivo sazonal.

De acordo com Oliveira (2000) a glândula pineal funcionaria como um sensor capaz de perceber o mundo espiritual e de coligá-lo com a estrutura biológica, chegando a afirmar que os mecanismos físicos envolvidos no funcionamento dessa glândula são excelentes modelos experimentais para o estudo da relação do mundo espiritual com o mundo material. Portanto, o autor propõe a hipótese de

que essa glândula poderia agir como um transdutor psiconeuroendócrino, captando energias sutis que, além de trabalhar com a captação de campos magnéticos, se ligaria à função tempo dentro de seus mecanismos cronobiológicos.

A melatonina é a molécula chave secretada pela glândula pineal que controla o ciclo circadiano sendo que na espécie humana, a maior concentração de melatonina ocorre durante a infância, caindo rapidamente antes do início da puberdade e sofrendo nova queda acentuada durante a senectude (MAGANHIN, 2008).

A melatonina é um hormônio derivado do aminoácido triptofano, secretada principalmente pela glândula pineal, localizada no núcleo supraquiasmático do hipotálamo. Além da glândula pineal, outros órgãos e tecidos podem sintetizá-la, incluindo o trato gastrointestinal, epitélio das vias respiratórias, pâncreas, glândulas suprarrenais, glândula tireóide, timo e trato urogenital. A secreção de melatonina pelo organismo saudável ocorre principalmente durante a noite, apresentando níveis noturnos elevados e diurnos reduzidos. Entretanto, no envelhecimento e em doenças neurodegenerativas, vários precursores da melatonina encontram-se reduzidos, incluindo a serotonina e o triptofano, diminuindo assim a capacidade de síntese. Com isso, pacientes com doenças neurodegenerativas apresentam transtornos do sono. Desta forma, a melatonina tem um papel fundamental na regulação do sono e sua suplementação tem sido utilizada como tratamento nessas condições (CHEN et al. 2016).

Na obra intitulada “Evolução em Dois Mundos”, a glândula pineal é um fulcro de energia de sensações sutis traduzindo e selecionando os estados mentais diversos, prenunciando as operações da mediunidade, de forma consciente ou inconsciente, nas quais os espíritos encarnados e desencarnados se consorciam uns com os outros na mesma faixa vibratória. Na  descrição de Xavier (2017), “É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária.

Na obra supramencionada, André Luiz apresenta a glândula pineal como um fulcro de energia de sensações sutis. Ela traduz e seleciona os estados mentais diversos, prenunciando as operações da mediunidade, de forma consciente ou inconsciente, nas quais os Espíritos encarnados e desencarnados se consorciam uns com os outros na mesma faixa vibratória (XAVIER, 2017a). 

André Luiz observou as modificações no cérebro e admirou-se com a luz crescente que percebia descrevendo que “A glândula minúscula transformara-se em núcleo radiante e, em derredor, seus raios formavam um lótus de pétalas sublimes” (XAVIER, 2015, p. 19).

No entendimento de Xavier (2015), a glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entregasse a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas em outra época, que reaparecem sob fortes impulsos.

Na obra intitulada “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz visualizou células especializadas, com funções diversificadas, funcionando como detectores e estimulantes, transformadores e amplificadores da sensação e da ideia, semelhante a raios luminosos.

Semm et al (1980) sugerem que a glândula pineal é a estrutura ideal para detectar os campos magnéticos que influenciam os sistemas biológicos, tanto do homem, quanto de outros vertebrados. Essa função seria possível devido ao fato de ser ela um órgão de cronometragem sensível à luz. 


O pesquisador supracitado apresenta a hipótese de que essa glândula poderia agir como um transdutor psiconeuroendócrino, captando energias sutis que, além de trabalhar com a captação de campos magnéticos, se ligaria à função tempo dentro de seus mecanismos cronobiológicos.

No sono profundo, há uma liberação dos laços que prendem o espírito ao nosso corpo e não precisando este da sua presença, ele se lança no espaço e entra numa relação direta com os outros espíritos. E a única forma que o liga com o corpo é pelo cordão de prata. O conceito de desdobramento espiritual tem raízes antigas, presentes em diversas culturas e religiões. No espiritismo, o desdobramento é visto como uma forma de comunicação com o mundo espiritual.

Ao dormir, entramos numa espécie de transe e desconectamos do estado da vigília chamado pela ciência de Beta para o Delta que é o sono propriamente dito, no entanto, nessa transição de um estado para outro há um processo intermediário onde o nosso corpo adormece e o  espírito continua desperto, agora no perispírito.

Nesta etapa do desdobramento, o laço fluídico mais sutil chamado de Cordão de Prata, que prende o perispírito ao corpo se afrouxa, e na medida em que o espírito se afasta de seu corpo, mais fino e tênue vai ficando, porém, não há perigo deste laço ou cordão se arrebentar e também nenhum espírito inferior poderá arrebentá-lo ou rompe-lo. Os bons espíritos só podem rompe-lo quando há motivo justo (como o desencarne natural) e permissão de seus superiores, pois é este o laço principal que quando rompido por espíritos superiores especializados em desencarne, é que se finaliza a morte do corpo físico e a libertação do espírito. No entanto, há algumas pessoas que não adormecem logo que o seu corpo se aproxima do estado Alpha, eles permanecem acordados no corpo perispiritual e com isso podem experimentar os sintomas do desdobramento.

Nas obras  “A obsessão e suas máscaras”   e o “Dom da Mediunidade”, Marlene Nobre analisa a mediunidade. De acordo com a autora, taquicardia,  arrepios pelo corpo, vontade de chorar sem motivo, irrita-se com qualquer fato,  ter sonolência exagerada ou outros distúrbios do sono como insônia, terror noturno sem uma causa definida pode indicar os “sintomas” da mediunidade. Daí, a importância da glândula pineal e, sobretudo, o mecanismo da exteriorização da sensibilidade.

Evidências apontam que o espiritual age pelo campo eletromagnético. Quando se fala do espiritual, em Deus, a interferência acontece na natureza pelas leis da própria natureza. Se o campo magnético interfere no cérebro, a espiritualidade interfere no cérebro através do campo magnético. Portanto, a “mediunidade” acontece pelo funcionamento da glândula pineal, que capta o campo eletromagnético, que depois é convertido, pela própria, em estímulos eletroneuroquímicos, através do qual a espiritualidade interfere.

A American Medical Association, do Ministério da Saúde dos EUA, possui vários trabalhos publicados sobre mediunidade e a glândula pineal. O Hospital das Clínicas sempre teve tradição de pesquisas na área da espiritualidade e espiritismo.

As pesquisas  são  realizadas através de testes de hormônios, eletroencefalogramas, tomografias, ressonância magnética, mapeamento cerebral, entre outros. A coleta de hormônios, por exemplo, pode ser feita enquanto o paciente está em estado de transe. E os resultados apresentam alterações significativas.

A glândula pineal forma cristais de apatita, e isso independe da idade. Estes cristais têm a ver com o perfil da função da glândula.

As pesquisas apontam, que quando um adulto tem muito destes cristais na pineal, ele tem mais facilidade de sequestrar o campo eletromagnético. Quando a pessoa tem muito desses cristais e sequestra esse campo magnético, esse campo chega num cristal que é repelido e rebatido pelos outros cristais, e este indivíduo então apresenta mais facilidade no fenômeno da incorporação. Ele incorpora o campo com as informações do universo mental de outrem. É possível visualizar estes cristais na tomografia. Nos adultos, mede aproximadamente 5 por 8 mm. A glândula pineal fica localizada no centro do cérebro, sendo conectada com os olhos através de nervos.

MEMÓRIA  ATEMPORAL

A memória de longa duração (MLD) é um sistema ou sistemas que servem de base à capacidade de armazenar informação por longos períodos de tempo. A MLD subdivide-se em memória declarativa/ explícita e não declarativa/ implícita, de acordo com o conteúdo armazenado. A memória explícita está aberta à evocação intencional, seja com base na recordação de eventos pessoais – memória episódica – ou de fatos – memória semântica. Já a memória implícita é aberta à evocação por meio do desempenho, no lugar de lembranças ou reconhecimento consciente. 

Memória semântica é o  armazenamento de informações relativas aos conhecimentos gerais, significados de palavras e de fatos socialmente compartilhados. Todo o conteúdo arquivado é passível de relato verbal, mas não tem ancoragem no tempo e nem no espaço. 

Memória episódica – é onde os eventos que dizem respeito à história pessoal e eventos específicos estão arquivados (como uma viagem ou um encontro importante) e, ao contrário da memória semântica, são ancorados no tempo e no espaço. Esses eventos também são passíveis de relato verbal, quer dizer, podem ser evocados de maneira consciente. Logo, compreende-se que as informações contidas nesses sistemas de memória explícita podem ser relatadas verbalmente, quer dizer, o indivíduo possui acesso consciente ao conteúdo e pode, assim, declará-lo. 

A memória explícita envolve os processos empregados para lembrar informações específicas. A informação recuperada na memória explicita é conhecida como memória declarativa, que se refere à informação cognitiva que pode ser trazida à mente, isso é, o conhecimento que pode ser declarado. Muitos cientistas psicológicos usam os termos intercambiavelmente, mas a memória explícita se refere ao processo de memória, ao passo que a memória declarativa se refere ao conteúdo da memória.

Memória implícita – consiste na retenção de conteúdos não verbalizáveis como as habilidades. Saber cozinhar e andar de bicicleta, por exemplo. Envolve treinamento, repetição e a aquisição, sendo que a aquisição dessas habilidades é gradual. A evocação desses conteúdos da memória de longa duração se dá por meio do desempenho, em lugar da lembrança consciente a partir das habilidades percepto-motoras, respostas esqueléticas e emocionais.

Percebe-se, então, que todas as memórias são igualmente importantes e que funcionam em conjunto. Exemplo disso é o funcionamento da memória de trabalho, que coordena o que entra e o que sai das memórias de curta e longa duração, para depois se fazer a consolidação dos conteúdos. Ao ler um texto, um leitor apreende novas informações e estabelece uma relação entre os conhecimentos anteriores e os novos conteúdos. Para que essa relação aconteça, a memória de trabalho faz uma conexão, evocando as informações existentes na memória de longa duração, num fluxo constante de ida e volta.

O sono é essencial para que informações que estão na estrutura do hipocampo passem para o córtex, o qual é responsável por movimentos corporais e pela realização de atividades intelectuais. Além de permitir que memórias não sejam simplesmente esquecidas, o sono torna essas memórias mais acessíveis. As hipóteses mais consistentes hoje são as seguintes: a conservação e a restauração do armazenamento de energia do organismo, a termorregulação cerebral, a desintoxicação do cérebro, os processos de “restauração” dos tecidos corporais, a plasticidade cerebral durante a ontogenia e a consolidação dos processos de aprendizagem e memória.

A acetilcolina (ACh) é um neurotransmissor que atua, auxiliando a comunicação entre os neurônios na formação de memórias. Dentre outras funções a ACh também está envolvida em processo de contração muscular que está associado, por exemplo com batimento cardíacos e dilatação pulmonar nos sistemas cardiovasculares e respiratório, respectivamente.

A biosíntese da ACh ocorre em uma única etapa catalisada por uma enzima acetiltransferase que se encontra na porção terminal do neurônio. De forma simplificada, a ACh pós-sintetizada é liberada para entrar em contatos com os receptores nicotínicos e muscarínicos e, em seguida gerar resposta biológica. Em outras palavras, a ACh é uma molécula que quando entra em contato com seus receptores específicos desencadeia uma série de reações bioquímicas em resposta ao estímulo químico.

Se o fortalecimento de conexões ocorre predominantemente durante o sono, a privação do sono anularia esses efeitos na aprendizagem e reduziria a capacidade de novos processos de aprendizagem dependentes do hipocampo no próximo dia. Essa hipótese foi testada em um estudo que demonstrou prejuízo significativo de atividade de codificação hipocampal após uma noite de privação do sono, bem como diminuída habilidade de formação de novas memórias episódicas.

O estímulo emocional intensifica a consolidação das memórias, consequentemente, memórias não emocionais decaem ao longo do tempo com maior facilidade. Portanto, recentes estudos de avaliação subjetiva, bem como medidas objetivas de humor e afeto, combinados com insights de domínios clínicos, oferecem uma compreensão para o papel fundamental do sono para regular o funcionamento emocional do cérebro através da manutenção da integridade funcional do circuito amígdala e córtex pré-frontal. 

Os indivíduos privados de sono exibem significativamente um pior desempenho na codificação e consolidação da memória, resultando em uma menor capacidade de desempenho. O papel do sono na consolidação da memória declarativa pode também ser reforçado quando o processamento da memória é proveniente de uma associação e modulado pela emoção.  

De acordo com Marlene Nobre, as experiências realizadas pelo psicólogo brasileiro, Júlio Peres, em parceria com o neurocientista, Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia, EUA, evidenciaram áreas do cérebro em funcionamento, que são ativadas e rebaixadas, durante as sessões de Terapia por Regressão de Memória, realizadas com pacientes do Instituto Nacional de Terapia de Vivências Passadas (INTVP) do Brasil.

 Tanto as experiências de Andrew Newberg e Júlio Peres, quanto as de Massaru Emoto trazem subsídios importantes para validar a “Terapêutica Complementar Espiritual” e articulam  novos campos para a pesquisa em medicina energética. Atualmente, com o progresso vertiginoso da ciência e, igualmente, o aumento maciço das doenças da alma, é imperioso que esses cursos de Medicina e Espiritualidade se multipliquem nas Escolas Médicas do mundo.

O paradigma materialista reducionista está calcado no predomínio do egoísmo sobre o amor, do intelecto sobre o sentimento, e tem sido responsável pelo recrudescimento da violência, da ambição, dos vícios, da intolerância religiosa e das grandes desigualdades e calamidades sociais. Nele, o ser humano é reduzido às funções neuroquímicas do cérebro, destituído de qualquer elemento imaterial que anime suas células.

A favor da integração espírito-matéria, coloca-se o movimento em prol da Medicina e da Espiritualidade. A literatura médica e o cinema têm relatos enriquecedores que atestam a reencarnação e a ocorrência de permanência dessas memórias episódicas. Além disso, são descritos os casos de persistência das memórias semânticas.

Considerando a reencarnação, é provável que as memórias episódicas carregadas de forte emoção física ou psíquica podem ser uma boa explicação para nossos medos. Pode-se conjecturar que as memórias de procedimento, são as que mais se conservam de uma encarnação para outra. Essas permanecem sempre mais firmemente consolidadas em nosso cérebro – principalmente nos núcleos basais e no cerebelo – e os exemplos são parte da história de todas famílias – são as aptidões, os talentos, as tendências, os pendores artísticos e os desempenhos que surgem facilmente no artesanato, na música, na pintura, no esporte entre tantos outros.

Pesquisadores da Universidade da Basiléia, na Suíça, descobriram uma nova função do cerebelo. A estrutura localizada na parte posterior do cérebro, além de ser a principal responsável pelo equilíbrio e movimento, está ligada à capacidade de armazenar experiências emocionais. O armazenamento de imagens emocionais foi associado ao aumento da atividade em algumas áreas do cérebro que já eram conhecidas, chamou atenção, entretanto, a intensa atividade do cerebelo.

Os achados mostram que a região posterior do cérebro faz uma comunicação ativa com várias áreas do órgão durante o processamento de memórias emocionais. Pelas imagens, foi possível observar atividades entre o cerebelo e o giro cingulado, uma região do cérebro importante na percepção e na avaliação dos sentimentos. Além disso, e estrutura envia sinais para outras áreas, como a amígdala e hipocampo, regiões que também desempenham papel central no armazenamento de memória.

Os pesquisadores afirmam que o cerebelo está intensamente envolvido no recrutamento de informações sobre as experiências vividas. O estudo suíço foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Os exames de Ressonância Funcional e a estimulação direta nos neurônios detectam essas competências. Logo após a morte, seremos exatamente o mesmo que somos hoje. Com as mesmas memórias, comportamentos e experiências. Isso explica porque, mesmo desencarnados, há espíritos que continuarão duvidando da reencarnação. E, para maioria de nós não será de um dia para o outro que teremos acesso as memórias do nosso passado.

NEUROFISIOLOGIA DA MEDIUNIDADE                                                        

Conforme o neurocirurgião e professor titular da Unicamp Nubor Orlando Facure, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética e a tomografia por emissão de pósitrons, têm permitido uma compreensão cada vez maior dos mecanismos envolvidos na fisiologia do cérebro Com base nesses achados, têm surgido novas interpretações para os quadros mentais das demências, das psicoses e até dos distúrbios do comportamento.

Atualmente, a medicina admite que a atividade mental é resultante, em termos neurológicos, de um concerto de um grupo de áreas cerebrais que interagem mutuamente constituindo um “sistema funcional complexo”.

De acordo com o neurocirurgião,  os processos mentais são expressões da atividade espiritual com repercussões na estrutura física cerebral. A participação do cérebro é meramente instrumental. Além disso, a ação do espírito sobre o cérebro, ao integrar elementos de classes diferentes (mente e matéria), implica a existência de um terceiro elemento, transdutor desse processo, que transmite e transfere as “ideias” geradas pelo espírito em fluxo de pensamento expresso pelo cérebro.

Esse elemento intermediário que imprime ao corpo físico as diretrizes definidas pelo espírito, constitui nosso corpo espiritual ou perispírito. Após a morte, o espírito permanece com seu corpo espiritual, o qual permite sua integração no ambiente espiritual onde vive. É por esse corpo semi-material, de que dispõe também os espíritos desencarnados, que se tornam possíveis as chamadas comunicações mediúnicas.

No Livro dos Médiuns, os espíritos esclareceram, que todos os fenômenos mediúnicos de efeito inteligente se processam através do cérebro do médium. No estágio atual do conhecimento que nos fornece a neurologia, seria oportuno indagarmos se é possível uma maior compreensão do fenômeno mediúnico, procurando-se identificar no cérebro as áreas e as funções que estariam envolvidas nesses processos.

Os espíritos desencarnados devem, de alguma maneira, co-participarem das funções cerebrais dos médiuns seguindo regras compatíveis com os recursos da fisiologia cerebral. Desse modo, pode-se correlacionar, pelo menos hipoteticamente, quais as funções cerebrais já conhecidas que podem se prestar para a exteriorização da comunicação mediúnica.

No córtex cerebral origina-se a atividade motora, voluntária e consciente. Nele são codificadas também todas as percepções sensitivas que chegam ao cérebro e são organizadas as funções cognitivas complexas.

A atividade cerebral, para se expressar conscientemente, estabelece uma interação entre o córtex cerebral, o tálamo e a substância reticular mesencefálica. É nessa substância reticular do tronco cerebral e do diencéfalo que se situa a sede da consciência. Uma lesão nessa área provoca o estado de coma. A partir da substância reticular, integrando o tálamo e o córtex cerebral, projetam-se estímulos neuronais que ativam ou inibem a atividade cerebral como um todo, levando a um maior ou menor estado de atenção, alerta ou sonolência.

Pelo exposto, podemos compreender que fenômenos como a psicografia, a vidência, a audiência e a fala mediúnica, devem implicar uma participação do córtex do médium já que aqui se situam áreas para a escrita, a visão, a audição e a fala. Se o espírito comunicante e o médium não disciplinarem seu intercâmbio para promoverem um bloqueio no sistema reticular ativador ascendente, as mensagens serão sempre conscientes e o médium, além de acrescentar sua participação intelectual na comunicação, poderá pôr em dúvida a autenticidade da participação espiritual do fenômeno.

Por outro lado, nenhuma mensagem poderá ser totalmente inconsciente, visto que em todas há participação do córtex do médium e, se por acaso este não se recordar dos eventos que se sucederam durante a comunicação, o esquecimento deve ser atribuído à ocorrência de uma simples amnésia.

Considera-se, portanto, que o processo mediúnico transcorre sempre em parceria, com assimilação das ideias do espírito comunicante e a participação cognitiva do médium. Sendo comum uma amnésia que ocorre logo após a rotura da ligação fluídica (interação de campos de força), entre o médium e a entidade espiritual.

A clarividência, a telepatia e a capacidade de desenhar objetos fora do alcance da visão do médium, ocorrem com características muito semelhantes á organização de noção geométrica e espacial que, ultimamente, tem-se intensificado na fisiologia normal do hemisfério cerebral direito. Quando ocorrem lesões no hemisfério cerebral direito as falhas nos desenhos são muito características. Os objetos são esquematizados com negligência de detalhes, ficando as figuras incompletas. Os médiuns que captam as informações à distância ou registram visões imateriais, também costumam descrever suas percepções com falta de detalhes ou amputações das imagens de maneira muito semelhante à negligência observada nas síndromes do hemisfério direito. É possível que esses médiuns registrem as imagens utilizando as áreas corticais específicas para funções visuais e gnósticas (de reconhecimento) do hemisfério direito do cérebro. O grau de distorção ou de falta de detalhes mais precisos deve depender do maior ou menor grau de desenvolvimento mediúnico.

As estruturas nucleares constituídas por aglomerados de neurônios situadas na profundidade da substância branca cerebral são denominadas de gânglios ou núcleos da base. Eles são responsáveis por uma série de funções motoras automáticas e involuntárias, fazendo parte do chamado sistema extrapiramidal. Os gânglios da base controlam o tônus muscular, a postura corporal e uma enorme de movimentos gestuais que complementam nossa movimentação voluntária.

Considerando o fenômeno mediúnico da psicografia e da fala mediúnica, podemos observar que os médiuns ao discursarem ou psicografarem um texto sob influência do espírito comunicante, o fazem revelando gestos, posturas e expressões mais ou menos comuns a todos eles.

No caso da psicografia, a escrita se processa frequentemente com muita rapidez, as palavras podem aparecer escritas com pouca clareza, as letras às vezes são grandes, provavelmente para facilitar a escrita rápida, a caligrafia tem pouco capricho, não há necessidade do médium acompanhar o que escreve e pode ocorrer escrita em espelho.

Na comunicação oral, o médium se expressa com vozes de características variadas, o sotaque pode ser pausado como que feito com esforço, mas, em médiuns mais preparados, a fala costuma ser fluente, muito rápida, parecendo se tratar de um discurso previamente preparado ou muito bem decorado. Nota-se também que, durante a comunicação, o médium assume posturas e gestos incomuns ao seu modo habitual de se expressar.

A linguagem é revestida de aspectos emocionais com reativação de várias modalidades de memória, como visuais, auditivas e olfativas e depende da integridade de inúmeras outras funções cerebrais, primitivas e filogeneticamente mais evoluídas.

O avanço nos estudos do cérebro permitiu uma compreensão maior das áreas envolvidas na linguagem, especialmente no hemisfério esquerdo. Sabe-se que as áreas de associação das regiões frontal, temporal e parietal fornecem conexões entre conceitos e palavras. Da mesma forma, as áreas pré-frontais e do giro do cíngulo parecem estar envolvidas no controle das funções executivas.

Nos giros do lobo frontal inferior encontra-se a área de Broca que controla a expressão da linguagem, o centro cortical da palavra falada. Nela, há um conjunto de neurônios que regulam a expressão da linguagem, tanto a falada quanto a escrita. Outra área relacionada à linguagem, que fica próxima ao final do sulco lateral, é a área de Wernicke, na qual acontece a percepção e a compreensão da linguagem. Já na área de Broca, ocorre a expressão.

A superfície superior do lobo temporal é responsável pela percepção. Uma vez percebidos, seguem para a área de Wernicke no hemisfério esquerdo promovendo a compreensão da linguagem.

Correlacionando em termos neurológicos para a fisiologia do sistema extrapiramidal (gânglios da base e área cortical pré-motora) com as características da comunicação mediúnica, temos a impressão que a entidade comunicante se utiliza desse sistema automático para se manifestar com maior rapidez, com o mínimo de dispêndio de energia, com menor interferência da consciência do médium e com maior possibilidade de se suceder uma amnésia.

Neste estudo, a consciência está livre para a execução de atos voluntários e intencionais podendo com eles interromper ou modificar os automatismos. Os resultados apontam que a manifestação mediúnica, em se tratando de gestos automatizados, sofre o controle e a ingerência da consciência do médium. O que não deixa de ser um fator inibidor, mas necessário para a própria “disciplina” da entidade comunicante, quando isso se fizer necessário. Resumidamente, esse tipo de comunicação mediúnica é uma constelação de automatismos complexos, desempenhados pelo sistema extrapiramidal do médium, mas com a co-autoria do espírito comunicante.

O tálamo é um receptor, centralizado e seletor das informações sensitivas que se dirigem ao cérebro. Os estímulos externos do tipo dor, tato, temperatura e pressão percebidos em toda a extensão do nosso corpo percorrem vias neurais que terminam no tálamo (no centro do cérebro). A partir daí, esses estímulos são priorizados e selecionados para que cheguem ao cérebro apenas os estímulos convencionais, principalmente os mais urgentes, como é o caso dos estímulos nocivos. Por outro lado, mesmo para estímulos de pouca importância, o tálamo pode fornecer para a consciência as informações desejadas, quando elas forem requeridas para o córtex. Portanto, as informações sensitivas são percebidas no tálamo e este exerce um papel bloqueador interrompendo o caminho até o córtex cerebral; que só será alcançado quando a informação for nova ou quando despertar interesse ou risco.

As informações monótonas e rotineiras ficam permanentemente inibidas no tálamo. É possível que muitas das sensações somáticas referidas pelos médiuns, que dizem perceber a aproximação de entidades espirituais, como se estes lhes estivessem tocando o corpo, seja efeito de estímulos talâmicos.

Nesse caso, pela ação do córtex do médium os estímulos espirituais podem ser facilitados ou inibidos pela aceitação ou pela desatenção do médium, bem como por efeito de estados emocionais não disciplinados pelo médium. Estudos  experimentais demonstraram que a luz interfere na função da glândula pineal através da retina, atingindo o quiasma óptico, o hipotálamo, o tronco cerebral, a medula espinhal, o gânglio cervical superior, chegando, finalmente, ao nervo coronário na tenda do cerebelo. Entre a pineal e o restante do cérebro não há uma via nervosa direta. A ação da pineal no cérebro se faz pelas repercussões químicas das substâncias que produz.

Como a glândula pineal é sensível à luz, não será de estranhar que possa ser mais sensível ainda à vibração eletromagnética Sabemos que a irradiação espiritual é essencialmente semelhante à onda eletromagnética que conhecemos, compreendendo- se, assim, sua ação direta sobre a glândula pineal. Sendo assim, podemos supor que o primeiro contato da entidade espiritual com a pineal do médium possibilitaria a liberação de melatonina predispondo o restante do cérebro ao “domínio” do espírito comunicante. Essa participação química ao fenômeno mediúnico poderia nos explicar as flutuações da intensidade e da frequência com que se observa a mediunidade.

Os avanços em Neuroteologia apontam que estados profundos de silêncio têm um impacto benéfico no corpo humano, e mostram que a meditação e a oração explora as energias e estruturas profundas da mente, efetuando uma liberação de componentes que  promovem e potencializam a saúde mental (KOURIE, 2015). Além disso, constatou-se que os seres humanos estão programados para a espiritualidade (KYRIACOU, 2018).

A preocupação com questões éticas na neurociência remonta às tradições filosóficas e científicas que originalmente tinham procurado compreender a relação entre cérebro e comportamento. Recentemente, o campo da neuroética – estudo dos avanços éticos, legais e sociais em neurociência –  surgiu no contexto do debate público e acadêmico sobre os efeitos dos avanços decorrentes das neurociências.   

A neuroética pode ser mais aplicada ao campo de conhecimento que recorre aos resultados das investigações neurocientíficas para equacionar filosoficamente questões do comportamento humano, como as que dizem respeito aos nossos processos de tomada de decisão e à formação dos julgamentos sociais. Por outro lado, a expressão mais apropriada para designar a área de investigação é dedicada às implicações éticas suscitadas pela pesquisa neurocientífica e pelas neurotecnologias.

Trata-se  da  preocupação que ultrapassa o âmbito da privacidade para se estender a preocupações acerca da possibilidade de leituras equivocadas quanto ao real conteúdo qualitativo dos nossos estados mentais. Diante dessas considerações, o desenvolvimento do que temos em relação às técnicas e tecnologias pode ser usada, para o bem e para o mal, no âmbito das esferas pessoal, jurídica e profissional (DUMIT, 2004; MCCABE, 2007; RACINE,  2005; ROSKIES, 2006).

No livro “Em Busca de Sentido”, o psiquiatra Victor Frankl lança as bases de sua teoria a partir da exposição de suas experiências nas prisões nazistas. Para o autor, não existe uma fórmula padrão universal, mas existem três eixos que facilitam a busca pelo sentido da vida a partir do autoconhecimento:

Criação: de hábitos a manifestações artísticas, este caminho do autoconhecimento está relacionado com as coisas que as pessoas podem criar ou desenvolver;

Vivencial: foca na forma como as experiências moldam e impactam a identidade, os propósitos e objetivos de vida das pessoas;

Atitudinal: existem situações que independem da nossa vontade. Este eixo diz respeito a forma como as pessoas reagem ao que ocorre ao seu redor. Por ser judeu, Frankl foi enviado para Auschwitz em 1942, onde se tornou o prisioneiro número 119.104. Posteriormente, acabou passando por outros campos de concentração, sendo libertado apenas no fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Sobrevivendo a quatro campos de concentração, Frankl registrou suas experiências no livro “A Busca do Homem por Sentido”, obra que se tornou best-seller mundial. Em suas páginas, o livro apresenta a logoterapia. Ao lado da Psicanálise de Freud e da Psicologia Individual de Adler, o conceito completou a tríade de pensamento da Psicoterapia.

A teoria de Viktor Frankl considera a resiliência uma adaptação positiva do homem em resposta às adversidades, as quais possibilitam ao homem superar-se. A logoterapia objetiva a conscientização do espiritual. Em sua especificação como análise existencial, ela esforça-se especialmente em levar o homem à consciência do seu ser-responsável, enquanto fundamento vital da existência humana (FRANKL, 2003).

Para Frankl (2003), a morte não pode corroer o sentido que caracteriza a vida. Ao contrário, o que aconteceria se a vida não fosse finita temporalmente, mas ilimitada no tempo? Se fôssemos imortais, poderíamos adiar as nossas ações infinitamente; e nunca teria a menor importância o realizá-las agora, amanhã ou daqui a dez anos. Em contrapartida, tendo em vista a morte como uma fronteira intransponível do futuro e limite das nossas possibilidades, vemo-nos obrigados a aproveitar o tempo de vida que dispomos e a não deixar passar em vão as ocasiões consideradas irrepetíveis, cuja soma “finita” significa precisamente a vida toda.

A finitude e a temporalidade neste contexto não são apenas um adicional à vida humana, são necessariamente constitutivos do seu sentido. Fankl acredita que uma das maiores ameaças para a saúde mental é o “vazio existencial”. Com efeito, o número de pacientes (20%) afligidos por uma sensação de vacuidade interior, um sentido de total e absoluta falta de sentido da vida, especialmente em face da morte, que recorrem à ajuda clínica, aumenta assustadoramente em todo o mundo, sobretudo nos países ocidentais. Frankl pensa que esta perturbação é o resultado direto e desastroso da negação do valor, característica da moderna sociedade cientificamente orientada, ou seja, da crença de que, como a ciência é em grande medida reducionista quanto à sua técnica, o reducionismo é a única filosofia em que se pode crer.

Para Frankl, existe no homem uma tendência intrínseca para procurar significados que possa compreender e valores que possa atualizar. O reducionismo predominante mais não é do que um disfarce do niilismo que, na sua versão atual, deixou de anunciar o “nada” para afirmar simplesmente “nada mais do que”. Isto significa que o verdadeiro niilismo não é o existencialismo, que afirmava que o ser humano não é uma coisa entre coisas, mas o reducionismo que, nas escolas e nas universidades, socializa as pessoas, levando-as a crer na concepção reducionista do homem e na visão reducionista da vida.

O vazio existencial é, pois, a frustração da força motivacional fundamental do homem: a “vontade de sentido”, completamente distinta da vontade de poder dos adlerianos e do desejo de prazer dos freudianos. Hyman confirmou esta perspectiva nos seus pacientes submetidos a cirurgia cerebral: a procura de sentido é uma força motivacional básica do animal symbolicum, que, no fundo, é um homo religiosus.

PACIÊNCIA: CIÊNCIA DA PAZ

No capitulo IX do Evangelho Segundo o Espiritismo, um espírito amigo, provavelmente Joana de Angelis, afirma que a caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Desse modo, a mais penosa e,  ao mesmo tempo a mais meritória é de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos por à prova a paciência. Na sequência, o espírito amigo assevera que o “fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte”.

Para Joana de Angelis,

“Quem guarda rancor, coleciona lixo moral e, consequentemente, termina enfermando. O mal que te façam, não deve merecer o teu sacrifício. Se alguém deseja ver-te infeliz, age de forma contrária, vivendo com alegria. Se outrem planeja perturbar-te, insiste na posição de harmonia. Se aquele que se tornou teu adversário trabalha pela tua desdita, continua em paz. Para quem procura infelicitar os outros, a maior dor é vê-los imperturbáveis. Sê inteligente e não te desgastes à toa”

Nos ensinamentos da mentora, a paciência reflete a tranquilidade íntima, que se assenta na irrestrita confiança nos desígnios de Deus.

– O conhecimento da verdade propicia calma, pois que enseja ao homem saber o que lhe está destinado e como lográ-lo.

– Respeita o tempo, aplicando-o com correção e trabalhando sistemática e continuamente para alcançar as metas aque se propõe.

– Em todas as circunstâncias comporta-se com equidade, pois sabe que as ocorrências da vida obedecem à leis de Causalidade, assim submetendo-se-lhes sem deixar-se desarmonizar por fatores fortuitos, negativos.

– Desencadeada a ação, advirão os resultados, conforme o tipo de movimento desenvolvido.

-Irritar-se, impacientar-se, somente agrava o quadro dos acontecimentos que não podem ser alterados.

– Harmoniza-te com a vida, adquirindo o tesouro valioso da paciência.

– Nas competições destrutivas, aguarda a tua vez.

– Nas lutas de predomínio, espera no teu lugar.

– Nos choques da ambição, permanece em paz.

– Usa a paciência como instrumento de luta, não te desequilibrando quando os múltiplos convites ao desespero estiverem açodando as tuas resistências.

– Cada experiência te brindará maior capacidade para outros cometimentos, forjando os metais dos teus sentimentos para vitórias mais amplas. Assim, fica alerta e paciente.

– Conhecendo a “Lei de Justiça”, compreendes que somente te acontece conforme a necessidade da tua evolução.

– Não te aflijas, nem te apresses.

– Sem tardança, porém com paciência, atua sempre, aguardando o correto resultado das tuas realizações.

– Com paciência conquistarás tudo, após te haveres conquistado a ti mesmo para o bem e para a paz.

Pilatos perguntou a Jesus “De onde és tu?” “Não queres dizer nada?” Pilatos insiste “Não compreendes que tenho poder para te soltar ou para te crucificar?”

Jesus respondeu com extrema paciência: “Não terias poder nenhum sobre mim se não te tivesse sido dado do alto”.

Assim como em todas as outras virtudes, ninguém teve que exercer tanta paciência com aqueles que o prejudicaram sendo que a sua última frase ainda ecoa no Universo “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”.

“Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; – ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. – E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria”.

“A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; – não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”.

E acrescentou: “Quando mesmo eu tivesse a linguagem dos anjos; quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou”.

Dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade. Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença particular.

Emmanuel descreve na obra Paulo e Estêvão, em detalhes, toda sua dor e vergonha, ao se dar conta que Estêvão não era outro senão o irmão da sua amada noiva Abigail, que viria a morrer 8 meses depois.

A caminho de Damasco, na Síria, levando cartas que lhe autorizavam a prender outros tantos seguidores de Jesus, que Saulo foi surpreendido, em pleno meio-dia, pela luz imensa daquele a quem perseguia.

“Saulo, Saulo, por que me persegues?, diz-lhe a voz. Nas entrelinhas, pode-se ler: Por que, Saulo, se és o vaso escolhido para levar a minha palavra a todas as gentes?”

Tendo vislumbrado a luz, ele se ergue da areia, onde tombara, sem visão. Seguindo a orientação dada pelo Mestre, entrou na cidade e aguardou. Ananias, em nome de Jesus, o vem retirar da sua noite de sombras.

Iniciou para Saulo a jornada de trabalho e o calvário das dores. Após o exílio de 3 anos, no deserto de Dan, ele retornou para pregar a Boa Nova. Aquele Jesus, a quem tanto perseguira na pessoa dos seus seguidores, tornou-se seu Senhor. Quando empreendeu a viagem a Damasco ele era o orgulhoso Saulo, cujo nome significa aquele a quem se pede, solicita algo, orgulhoso. Ao se erguer, após a queda do cavalo e a visão extraordinária do Cristo, ele estava transformado. Era o escravo. Que queres que eu faça, Senhor?, é o que roga. Por isso mesmo, haveria de trocar seu nome para Paulo, posteriormente, que significa modesto, pequeno, humilde.

Sob a inspiração de Jesus, tendo a servir de intermediário o próprio Estêvão, da espiritualidade, Mais de uma vez foi apedrejado, açoitado, maltratado. Padeceu fome, frio, privações. Por amor a Jesus, ele tudo aceitou e afirmou portar no corpo as marcas do Cristo.

Decapitado, fora dos muros de Roma, no ano de 67, por ordem do Imperador Nero, ele adentrou a espiritualidade. Quando a Terceira Revelação se apresentou na Terra, ei-lo participando da equipe do Espírito de Verdade, deixando suas palavras em O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos capítulos X, item 15 (sobre o perdão, em Lyon, em 1861) e capítulo XV, item 10 (Fora da caridade não há salvação, em Paris, em 1860). Igualmente, respondendo à questão de número 1009 de O Livro dos Espíritos, a respeito da eternidade das penas, junto a dissertações de Santo Agostinho, Lamennais e Platão.

Francisco de Assis teve importante participação no Espiritismo, sendo um dos espíritos superiores que ajudaram na codificação espírita por Allan Kardec. É ele quem assina em primeiro lugar os Prolegômenos, de O Livro dos Espíritos, mas com outro nome, o de sua antiga reencarnação: João Evangelista.

Quando encarnado, a Doutrina Espírita ainda não havia sido sistematizada, mas Francisco de Assis, certamente, aplicou muitos de seus princípios. Afinal, era um homem bondoso e caridoso.

Algumas fontes mediúnicas fazem menção de o apóstolo João Evangelista, em pretérita reencarnação, ter sido Francisco. O evangelista esteve presente em todos os acontecimentos importantes relacionados ao Mestre, inclusive, no momento crucial da crucificação. A narrativa bíblica conta que, na última ceia, ficou assentado ao lado do Cristo, em posição privilegiada (em seus últimos momentos na carne, Francisco pediu para lerem os textos evangélicos correspondentes à Última Ceia).

João foi quem ficou ao lado de Maria após o desencarne de Jesus, o que explicaria a adoração de Francisco de Assis à mãe do Mestre. O Evangelista, ainda, participou ativamente do colégio apostólico, sendo o último a morrer. Escreveu cinco dos livros do Novo Testamento: o Quarto Evangelho, três epístolas e o Apocalipse.

Francisco de Assis, tendo sido João Evangelista, foi um dos excelsos benfeitores espirituais da Codificação sistematizada por Allan Kardec, e deixou-nos algumas mensagens bem profundas, como a publicada na Revista Espírita de dezembro de 1864 (Sessão Comemorativa na Sociedade de Paris):

“O amor é a lei do Espiritismo; ele dilata o coração e faz amar ativamente aqueles que desaparecem na vaga penumbra do túmulo. O Espiritismo não é um som vão, caído dos lábios mortais e que um sopro leva; é a lei forte e severa que proclamou Moisés no Monte Sinai, a lei que afirmaram os mártires ébrios de esperança, a lei que discutiram os filósofos inquietos, e que, enfim, os Espíritos vêm proclamar. Espíritas! O grande nome de Jesus deve flutuar, como uma bandeira, acima de vossos ensinamentos. Antes que fôsseis, o Salvador trazia a revelação em seu seio, e a sua palavra, prudentemente medida, indicou cada uma das etapas que percorrereis hoje. Os mistérios desabaram ao sopro profético que abala as vossas inteligências, como outrora as muralhas de Jericó”.

Na Revista Espírita de 1863, o apóstolo João enfatiza que “chegou a hora em que o Espiritismo deve rejuvenescer e vivificar a própria essência do Cristianismo”. Assim ele procedeu, quando vivenciou a personalidade firme e resoluta de Francisco de Assis.

Em Recanto das Letras, no texto de Marco Aurélio, houve mudança nos projetos do plano espiritual e, segundo as novas diretrizes, Joana de Angelis e Emmanuel não vão mais reencarnar, conforme Chico Xavier havia anunciado.  O mundo espiritual tem leis consolidadas, mas não se rege por determinismo. Há projetos que são mudados. O que há no mundo espiritual, há também no mundo material, e o que existe no mundo material, existe também no plano espiritual. Infelizmente, a humanidade não consegue ver que só existe o plano de Deus, o Plano Divino, o Plano Espiritual.

Tudo existe dentro de Deus, pois Deus não tem lado externo. Portanto, tudo está em Deus e no Plano Espiritual. Recentemente, Joana de Angelis anunciou que o projeto de sua reencarnação foi adiado por tempo indeterminado, pelo fato de que ela, como espírito, está atualmente assumindo uma atribuição espiritual de grande relevância para o desenvolvimento moral da humanidade em colaboração com alguns espíritos encarnados que igualmente assumiram a mesma missão e atuam por enquanto no anonimato.

Do mesmo modo, o projeto de reencarnação do espírito de Emmanuel foi abortado, também por tempo indeterminado, em vista de ter assumido ao lado de Joana de Angelis essa nobre missão de impulsionar mais ainda o estado de consciência da humanidade para as realidades do mundo espiritual. Isso não quer dizer que a humanidade estará privada da companhia e das mensagens desses dois espíritos e de outros espíritos conhecidos que tanto consolo proporcionaram e proporcionam às pessoas. Apenas os projetos de reencarnação desses dois espíritos foram arquivados nos planos divinos de restauração espiritual da humanidade.

Tendo em vista que na Terra as instituições mudam os seus planejamentos e os planos de governo, do mesmo modo as instituições espirituais dos planos superiores mudam seus planos, e, portanto, é fato que o espírito de Joana de Angelis e o espírito de Emmanuel foram encarregados de assumir postos mais importantes na coordenação do desenvolvimento da espiritualidade da humanidade, não como encarnados, mas lá mesmo no plano espiritual onde continuam existindo.

NEUROFISIOANATOMIA DA PACIÊNCIA

Estudo recente descobriu que, quando uma recompensa é garantida, a serotonina aumenta em até 75%, gerando o chamado “efeito da paciência”. E os ganhos vão além da resiliência momentânea: a pesquisa também demonstrou que esse aumento da paciência assegurava diminuição da depressão e maior autocontrole, sugerindo que a paciência é, sim, treinável (SCHNITKER, 2021).

A serotonina é um dos neurotransmissores mais importantes em nosso cérebro. Sua função é a de conduzir a transmissão de uma célula nervosa (neurônio) para outra. Quimicamente, a serotonina, também conhecida por 5-hidroxitriptamina (5HTP), é uma substância que, em última análise, é a biotransformação do aminoácido L-Triptofano, proveniente da dieta. Os níveis de serotonina e o quadro psíquico podem determinar se a pessoa está deprimida, propensa à violência, com humor irritadiço, com atitudes impulsivas e até mesmo gulosa. Mas fazer sua ligação com falta de paciência é novidade.

Estudo recente, revela que serotonina pode aumentar a paciência, em vez de provocar “bem estar e felicidade”. Ela foi conduzida por pesquisadores da Fundação Champalimaud de Lisboa, conforme um estudo publicado na revista científica norte-americana “Current Biology”. A conclusão final dá conta de que a serotonina tem ligação mais direta com a paciência do que com o bem-estar. Apesar de normalmente ser relacionada à sensação de “alegria”, na verdade, o que a serotonina provoca de forma mais global e visível é um aumento de tolerância.

A serotonina parece ter funções diversas, como o controle da liberação de alguns hormônios e a regulação do ritmo circadiano, do sono e do apetite. Diversos fármacos que controlam a ação da serotonina como neurotransmissor são atualmente utilizados, ou estão sendo testados, em patologias como a ansiedade, depressão, obesidade, enxaqueca, esquizofrenia, entre outras. Em geral, os indivíduos deprimidos têm níveis baixos de serotonina no sistema nervoso central. Alimentos como banana, tomate, chocolate amargo ou meio-amargo e vinho são ricos no precursor da serotonina, o triptofano. Porém, em casos em que os quadros de ansiedade, irritabilidade e “estopim curto” ocorrem de forma mais acentuada, o uso do suplemento à base de 5HTP deve ser considerado pelo profissional.

São bem conhecidos alguns dos efeitos adversos da serotonina em nível cerebral, como a redução da fome e do impulso sexual. Um dos pesquisadores levantou uma questão importante: “se o efeito fosse deixar as pessoas mais felizes, os efeitos colaterais seriam mais fome, mais energia e maior frequência da atividade sexual”. Porém, o que ocorre é justamente o contrário, trazendo um desconforto em relação ao que sabemos, até o momento, desta substância.

O uso dos de antidepressivos da classe dos inibidores seletivos da receptação da serotonina (ISRS) nas pessoas melhora o estado de humor porque reduz a intolerância e a alta irritabilidade que acompanham estes casos. Tenho certeza de que os antidepressivos nunca trarão felicidade a ninguém, mas, sim, maior tolerância frete às adversidades do dia a dia, onde os problemas irão ficar mais amenos para os enfrentamentos e batalhas diárias. Justo seria falar na classe dos “medicamentos” anti-impacientes e anti-intolerância.

Há três expressões distintas de paciência: uma paciência para enfrentar as grandes dificuldades da vida, outra para lidar com pequenos aborrecimentos cotidianos, e uma paciência interpessoal, que diz respeito aos relacionamentos com outras pessoas. Muitas vezes, no entanto, elas se confundem e influenciam mutuamente. Por isso, reconhecer quando você já está irritado, raivoso ou triste é tão importante para interromper esse círculo vicioso da impaciência, reassumindo as rédeas do próprio comportamento.

A paciência é uma virtude almejada desde os primórdios da humanidade – na prática, porém, as pessoas buscam respostas o tempo todo e se impacientam com as incertezas inerentes à vida, rejeitando o presente possível enquanto sonham com o futuro perfeito. Afinal a impaciência representa, primordialmente, uma fuga da realidade.

Um dos vilões cerebrais da impaciência é a amígdala, parte mais primitiva do nosso cérebro responsável por eliminar ameaças e regular emoções. Mesmo tendo evoluído junto com o ser humano, ela ainda não é capaz de diferenciar ameaças reais e imaginárias – por isso, quando somos obrigados a lidar com alguém desagradável, ficamos irritados facilmente, pois a amígdala encara a pessoa como um grande urso feroz antes mesmo de ela dizer ou fazer qualquer coisa.

A paciência tem prazo de validade. O estoque de limites acaba conforme o uso já comprovado por imagens de ressonância magnética, que mostraram como o cérebro fica quando a pessoa faz algo que sabe que não deveria estar fazendo.

Há duas zonas cerebrais envolvidas nesse processo: o córtex cingulado anterior, que regula funções como a emoção, a pressão sanguínea e o aprendizado, e identifica as situações que demandam paciência; e o córtex pré-frontal dorsolateral, que comanda o autocontrole e a tomada de decisões responsável pelo manejo do autocontrole e pela escolha das melhores respostas para as situações estressantes.

O córtex cingulado permanece em atividade continuamente, enquanto o pré- frontal varia, e com o tempo é ativado com menos intensidade. A sua perda de atividade significa que a capacidade de manter a paciência e o autocontrole está chegando ao fim

Antes

Depois

Fonte: BMED Report, 2012.

INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL

A inteligência espiritual é a capacidade de todo ser humano de questionar o sentido da vida e de se relacionar com o mundo em que vive permitindo as adaptações necessárias para lidar com os aspectos imateriais como valores, propósito e consciência social.  Segundo Wolman (2002, p.111).

“A inteligência espiritual é a capacidade humana de formular as perguntas fundamentais sobre o significado da vida e simultaneamente experimentar a conexão perfeita entre cada um de nós e o mundo em que vivemos”. 

Conforme Wolman (2002, p.147) 

“A Inteligência espiritual é claramente muito mais do que um conjunto de habilidades sofisticadas de solução de problemas. Combina habilidades, talentos, dons e uma interconexão transcendente do espírito humano individual com um universo maior, luminoso, que é a fonte do nosso ser. A inteligência espiritual sugere a capacidade de pensar com a alma, um fenômeno integral que pode ser visto como o relacionamento humano com a experiência do sagrado, englobando o conhecimento da espiritualidade através da mente assim como através do coração e da alma”.  

Richard Griffiths fundador do “3Q Institute for Education and Training in Secular Spiritualit”, define a inteligência espiritual como a dimensão mais complexa de inteligência que ativa as qualidades e capacidades do verdadeiro ‘self’, na forma de sabedoria, compaixão, integridade, alegria, amor, criatividade e paz. É um senso de significado e propósito, que pode ser combinado com o desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais https://sqi.co/spiritual-intelligence-and-creativity/. 

Na percepção de  Griffiths, há  3 tipos de inteligência:

– Inteligência racional: refere-se à capacidade de resolução de problemas e ao pensamento lógico. Representada pelo Quociente de Inteligência.

– Inteligência emocional: capacidade de reconhecer e lidar com as próprias emoções, além de responder adequadamente às emoções das outras pessoas. Representada pelo Quociente Emocional.

– Inteligência espiritual: capacidade de dar propósito às ações e dar significado à vida. Representada pelo Quociente Espiritual.

Para Wolman (2002), o Quociente Espiritual corresponde a “Capacidade do indivíduo de atingir um objetivo social ou psicológico por meio da espiritualidade”.

O termo “spiritual intelligence” foi cunhado pela filósofa, física e professora de Oxford Danah Zohar, no livro “ReWiring the Corporate Brain”. A cientista    descobriu que temos um “Ponto de Deus” no cérebro, uma área no lobo temporal que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experiência espiritual (ZOHAR, 1997).

Em estudo posterior, Zohar e Marshall (2000)  descrevem os princípios para desenvolver a Inteligência Espiritual:

– Autoconsciência: saber com o que se importa, pelo que vive e pelo que morreria,

– Espontaneidade: deixar de lado preconceitos, expectativas e problemas de infância para agir no momento presente – e se responsabilizar por essas ações;

– Visão baseada em valores e propósito: agir e viver de acordo com os próprios princípios e crenças;

– Holismo: enxergar a conexão entre pessoas e coisas, além de sentir que faz parte daquele grupo;

– Compaixão: não basta aceitar os sentimentos dos outros, é preciso compreendê-los;

– Diversidade: valorizar as pessoas pelas suas diferenças;

– Independência de campo:  confiar mais nas percepções internas do que nas externas. Formar uma opinião de acordo com os seus valores e depois de ouvir a dos demais, mesmo que isso signifique perder popularidade;

– Humildade: assumir que a opinião que você tinha sobre um tópico estava errada. Considerada o outro lado da independência de campo;

– Perguntar “por quê”: questionar o porquê das coisas, mesmo que as respostas não sejam fáceis;

– Capacidade de reformulação: conseguir dar alguns passos para trás e tentar enxergar o todo, sem reagir imediatamente a uma situação;

– Fazer uso positivo da adversidade: aprender e amadurecer a partir de erros, imprevistos e sofrimentos;

– Senso de vocação: sentir a necessidade de retribuir à sociedade.

Zohar (2012) identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes. Segundo os autores:

– Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo;

– São conduzidas por valores humanos. São idealistas e creem na vida;

– Têm capacidade de encarar desafios e utilizar a adversidade a seu favor;

– São holísticas – têm a visão do todo integrado e a percepção da unidade;

– Celebram a diversidade como fonte de beleza e aprendizado.

– Têm independência de pensamento e comportamento. Perguntam sempre “por quê?” e “para que”. São agentes de transformações;

– Têm capacidade de colocar as coisas e os temas num contexto mais amplo;

– Têm espontaneidade de gestos e atitudes, e são equilibradas emocionalmente;

– São sensíveis, fraternas e compassivas.

Os caminhos mais comumente escolhidos para conceituar o constructo “Inteligência Espiritual” tendem a referir-se aos princípios que expressam a ideia de que o ser humano possui uma consciência profunda e ampliada da realidade. Essa consciência o conduz para a busca de sentido e significado na própria vida e na vida de todos os seres do planeta. As ideias estão associadas ao desenvolvimento ou ao reconhecimento das dimensões transcendentais e imateriais da existência, aos valores mais elevados e à relação com um ser divino, que é nomeado de muitas formas (DEIN et al., 2012). 

Outra característica conferida à inteligência espiritual, enquanto habilidade cognitiva, é assumir a influência da espiritualidade na resolução de problemas. A inteligência espiritual enquadrada como pertencente ao campo da inteligência humana traz como fator de impacto a inclusão do tema da espiritualidade como matéria científica (EMMONS, 2000; ZOHAR, 2000).

Nos trabalhos acadêmicos que envolvem a inteligência espiritual os dois posicionamentos (domínio e inteligência) são amplamente encontrados, conduzindo a pontos de vista divergentes sobre o mesmo assunto (CHAN, 2016; HANEFAR et al., 2016; HYDE, 2004; ZOHAR, 2000). Portanto,  as experiências espirituais são complexas e multidimensionais na medida em que envolvem alterações na percepção, cognição e emoção (ZOHAR,  2012; ZOHAR, 2000; ZOHAR,  1997).

A espiritualidade, como ciência, associou-se a alguns campos de investigação como o campo da saúde. Daí,  a importância de definir a espiritualidade como um tipo de inteligência está em retirá-la do campo do domínio, elevando-a ao patamar de ciência (EMMONS, 2000a). Desta forma, a inteligência espiritual passa a ser discutida como um potencial biológico e uma capacidade humana de pensar o mundo e resolver problemas, e não apenas como uma área de conhecimento intelectual (ZOHAR, 2000).

Ser considerada como um potencial biológico confere à inteligência espiritual um predicado fisiológico significando que a inteligência espiritual faz parte da natureza física humana, mesmo quando se manifesta em níveis inexpressivos. Diante do exposto, a hipótese de Zohar (2000) abarca esta característica, apresentando pesquisas no campo da neurologia para determinar o “Ponto de Deus” no cérebro humano. 

Por fim, o lobo temporal desempenha um papel importante no armazenamento de aspectos fundamentais das crenças e comportamentos de cunho espiritual, afetando interpretações sobrenaturais. Em contrapartida, outros estudos sugerem que regiões e sistemas cerebrais medeiam os diferentes aspectos da experiência espiritual tentando, assim, refutar a hipótese do “Ponto de Deus”, que postula um local no cérebro como responsável pela experiência com o “criador”.  Em outros estudos, o “Ponto de Deus” está localizado no lobo frontal e em outros estudos na junção Frontotemporoparietal   divergindo de Zohar (2002). Cabe ressaltar que   a inteligência espiritual perpassa por todas as regiões cerebrais. No entanto, há  áreas especializadas para tornar consciente a experiência como o área de Wernicke do lobo temporal onde ocorre a compreensão semântica da linguagem.

 DUALIDADE EXISTENCIAL

Segundo Searle, o materialismo é, por excelência, a filosofia que suporta todo o projeto da ciência moderna, mas com esta diferença: se ontem, isto é, no passado recente, a ciência materialista era uma força colocada ao serviço da libertação e da emancipação, É evidente que esta nova visão da ciência se deve a uma outra forma de materialismo: o materialismo negativo de Marx que, além de visar o fim do materialismo, ensina que a ciência não capta a realidade imediatamente tal como ela é, mas como algo mediado em si mesmo pela sociedade e pela linguagem do poder.

A hipótese de Eccles encobre um problema: pretende ser uma alternativa adequada ao materialismo predominante, alegando que está em conformidade com o princípio da conservação de energia, um princípio que deriva do materialismo científico que nunca levou em conta a mente, e que abre à ciência um campo de investigação imenso, tanto na física quântica como no domínio das neurociências.

Se aceitarmos a antecedência da matéria ou o seu primado sobre o espírito, o materialismo radical, esbarramos sempre nos dois horizontes de Monod: o surgimento da vida (horizonte 1) e o surgimento do espírito humano (horizonte 2). O argumento do bisturi esgrimido pelos fisicalistas é forte: as lesões produzem efetivamente défices mentais, como se a mente fosse equivalente ao cérebro, mas estes défices podem ser devidos à destruição dos sítios onde a mente interage com o cérebro e, por seu intermédio, com o corpo (Eccles).

Popper elaborou uma classificação das teorias materialistas ou fisicalistas, a partir de um pressuposto comum, o princípio fisicalista da inviolabilidade do Mundo 1 físico: o mundo físico é auto-contido ou fechado. Isto significa que os processos físicos podem e devem ser explicados e entendidos inteiramente em termos de teorias físicas. Este princípio é comum às quatro grandes teorias materialistas delimitadas por Popper: o materialismo radical, o panpsiquismo, o epifenomenalismo e a teoria da identidade ou teoria do estado central, embora as últimas três teorias admitam a existência de processos mentais.

Eccles adota esta classificação das teorias materialistas, bem como a teoria dos três mundos de Popper, sobre a qual assenta a sua teoria dualista da interação mente/cérebro. Em termos muito esquemáticos, Popper distingue três mundos reais: o Mundo 1, o universo das entidades físicas, o Mundo 2, o mundo dos estados mentais, incluindo os estados de consciência, as disposições psicológicas e os estados de inconsciência, e o Mundo 3, o mundo dos conteúdos do pensamento e dos produtos da mente humana. Nesta perspectiva pluralista, o mundo compreende, pelo menos, três “submundos ontologicamente distintos”, que interagem entre si de uma determinada maneira: os dois primeiros mundos (1 e 2) podem interagir e os dois últimos (2 e 3) também podem interagir, mas os mundos 1 e 3 só podem interagir através da intervenção do mundo 2 das experiências subjetivas ou pessoais.

A respeito da evolução do universo, Popper pensa que esta se deu em seis fases:

(1) a produção dos elementos mais pesados, inclusive isótopos, e o aparecimento de líquidos e cristais; (2) o aparecimento da vida; (3) o aparecimento da sensibilidade; (4) o aparecimento, juntamente com a linguagem humana, da consciência do “eu” e da morte (ou mesmo do córtex cerebral; (5) o aparecimento da linguagem humana e de teorias do “eu” e da morte; (6) o aparecimento de produtos da mente humana, tais como mitos explicativos, teorias científicas ou obras de arte”. (Popper, 1991, p. 34-35)

O trialismo de Popper é insuficiente para explicar a complexidade do mundo, porque, devido ao liberalismo individualista que lhe é subjacente, negligencia ou esquece o Mundo social que, como mundo intrinsecamente histórico, interage diretamente com todos os outros mundos definidos por Popper, desempenhando um papel estruturador fundamental sobre o Mundo 2. O filósofo desprezou a dimensão social da mente individual e que não soube levar em conta o materialismo social na delimitação das teorias materialistas, sendo levado a incluir a linguagem no Mundo 3, como se ela fosse um meio transparente em si mesmo usado sem mácula pela ciência objetiva para “dizer a verdade”. 

No entendimento de Searle: “precisamos redescobrir o carácter social da mente”. Por outro viés, Popper não precisava redescobrir, mas falsificar, integrando a teoria de Marx no seio do panpsiquismo, e omitir a matriz teórica capaz de desmentir e denunciar a ideologia que opera na sua filosofia. Segundo Searle, “a motivação mais profunda para o materialismo é simplesmente o terror da consciência”, cuja subjetividade ameaça a objetividade.

A meta das neurociências é compreender como o sistema nervoso funciona, mas, como o funcionamento do encéfalo é extremamente complexo, os neurocientistas utilizam a abordagem reducionista: a complexidade é dividida em unidades que são submetidas a uma análise sistemática experimental. Em ordem ascendente de complexidade, os níveis de análise são os seguintes: molecular (neurociências moleculares), celular (neurociências celulares), sistémica (neurociências de sistemas), comportamental (neurociências comportamentais) e cognitivo (neurociências cognitivas).

Segundo a teoria neurobiológica atual, o cérebro recebe diversos impulsos que atuam reciprocamente através de todas as interconexões estruturais e funcionais para produzir uma resposta motora integrada. O seu objetivo é formular uma teoria capaz de explicar exaustiva e completamente o comportamento dos animais e do homem, incluindo os comportamentos cognitivos superiores do homem.

O materialismo radical está intimamente ligado a esta abordagem neuroreducionista: ele rejeita a existência de processos conscientes ou mentais, os quais são reduzidos a comportamentos ou a tendências para determinados comportamentos. Esta é, portanto, uma interpretação materialista, fisicalista ou behaviorista, que reduz todos os factos e experiências do homem a atividades do cérebro. Até mesmo o behaviorismo menos radical de Skinner nega a importância das experiências conscientes na sua globalidade que nos proporcionam a nossa realidade primária. A interpretação fisicalista é, como observou Popper, consistente em si mesma, apresenta uma solução muito simples e aliciante para o problema corpo/mente, fazendo-o desaparecer, e, à luz da teoria evolucionista, a matéria é anterior aos processos mentais.

A maioria dos neurocientistas tende a ser materialista na sua atividade experimental, embora o fisicalismo enquanto filosofia seja impensável: o materialismo radical auto-anula-se. Porém, no seio da própria ciência, têm surgido outras críticas que merecem atenção. Alistar Hardy considerou as concepções monistas atuais que predominam entre os cientistas e alguns humanistas como excessivamente perigosas para o futuro da civilização, porque estas ideias convertem o aspecto espiritual do homem simplesmente num produto superficial de um processo material. O dogma fisicalista é tão injustificado como qualquer dogma da Igreja Medieval. Diversos psiquiatras mostraram que a crença no reducionismo tem um efeito sobre a saúde mental, especialmente sobre a prudência e o juízo do homem contemporâneo.

Epifenomenalismo admite a existência das experiências mentais, mas afirma que são subprodutos ineficazes e redundantes da atividade do cérebro. Deste modo, Huxley nega a eficácia causal do Mundo 2 de Popper: só os processos cerebrais são decisivos para produzir ações no mundo, ou seja, só os processos físicos são causalmente relevantes. Neste sentido, o epifenomenalismo é uma modificação do panpsiquismo que suprime o elemento “pan”, confinando o “psiquismo” aos seres vivos que parecem ser dotados de mente. E, como o panpsiquismo, é uma variante do paralelismo: os processos mentais são paralelos a alguns processos físicos, e ambos podem ser os aspectos internos e externos de uma terceira entidade que desconhecemos.

A teoria da identidade é basicamente uma modificação do panpsiquismo e do epifenomenalismo, dos quais difere quando afirma que os processos mentais são idênticos a determinados processos cerebrais. Isto significa que há uma certa identidade entre os processos mentais e determinados processos cerebrais. Esta identidade pode ser vista como a identidade que existe entre a “estrela vespertina” e a “estrela matutina”, denominações alternativas do mesmo planeta: Vénus. Porém, elas indicam diferentes aparências do planeta Vénus, tal como os processos mentais são vividos a partir do interior (conhecimento por familiarização), enquanto os processos cerebrais são descritos a partir do exterior (conhecimento por descrições teóricas). Assim, os processos mentais interagem com os processos físicos, porque os processos mentais são simplesmente processos físicos, ou melhor, casos especiais de processos cerebrais.

A teoria dualista foi aceita pelos pensadores gregos, pelo menos a partir de Homero, e foi retomada e desenvolvida por Descartes, de modo a clarificar as relações entre a alma e o corpo. O Dualismo Cartesiano de Descartes ilustrou o reflexo comum de retirar um membro do contacto com o fogo como um circuito físico que liga os receptores sensoriais do calor ao músculo: uma mensagem dos receptores de calor viaja até à base da medula espinal, sendo daí transmitida aos músculos apropriados e produzindo uma remoção reflexa. Circuitos deste tipo e os comportamentos por eles desencadeados constituíam o tema adequado da investigação científica, mas a experiência consciente da dor que acompanha o contacto com objetos muito quentes era de natureza completamente diferente, porque, ao contrário dos reflexos, não estava sujeita às leis da ciência física.

Os processos físicos eram mensuráveis e, portanto, sujeitos às leis da ciência, enquanto os processos subjetivos eram imateriais e não mensuráveis. Isto significa que, para Descartes, o mundo físico e o mundo mental estavam essencialmente separados, interagindo apenas numa parte do cérebro: a glândula pineal.

A alma cartesiana é uma substância inextensa mas está localizada num ponto do espaço euclidiano, mais precisamente num pequeno órgão cerebral, a glândula pineal, que é movido instantaneamente pela alma humana, e a partir do qual ela age sobre os “espíritos animais” (antecipações dos sinais eléctricos nervosos) como uma válvula num amplificador eléctrico, direcionando os seus movimentos e, através deles, os movimentos corporais. A maior dificuldade da teoria de Descartes reside no facto dos espíritos animais que são extensos moverem o corpo por impulso e serem, por sua vez, movidos por impulso pela alma humana. Esta solução deriva da própria cosmologia cartesiana que encarava o mundo como um enorme aparelho mecânico, onde os vórtices se engrenavam uns nos outros e se impulsionavam uns aos outros.

A interação alma/corpo não se adapta com a cosmologia mecânica: Como pode uma alma inextensa exercer um impulso sobre o corpo espacialmente extenso sem violar nenhuma lei física? Esta dificuldade deriva da teoria cartesiana da causalidade mecânica, segundo a qual toda a causalidade do Mundo 1 é exercida por impulso. Mas, se a teoria interacionista de Descartes for traduzida em linguagem neurobiológica e a sua noção de causalidade substituída em função da nova física, a dificuldade que foi apontada ao interacionismo pode ser removida.

Popper e Eccles trabalharam nessa possibilidade, de modo a reabilitar o interacionismo. A versão cartesiana foi rejeitada em proveito de certas formas de paralelismo. A primeira solução para resolver a dificuldade da interacção alma/corpo que decorre da teoria essencialista da causalidade de Descartes foi proposta pelos cartesianos ocasionalistas.

A região relacionada à linguagem parece comprometer mais a capacidade intelectual que o córtex frontal, mostrando como o cérebro funciona de forma coordenada e como o papel das escolhas, da moral e do indivíduo são importantes para a produção do conhecimento, e não uma mera capacidade de processar informações com precisão. Pois, a área pré-frontal é a área que mais nos diferencia de outros primatas (GUYTON, 2011).

O ocasionalismo é a teoria que afirma o carácter miraculoso da causalidade: Deus intervém por ocasião de cada caso particular de ação causal ou interação alma/corpo. Com esta tese, os ocasionalistas rejeitam o interacionismo físico-psíquico e substituem-no pelo paralelismo físico-psíquico que recusa a interação entre a alma e o corpo. O paralelismo cria a aparência de uma interação: um membro é movido como se tal movimento fosse causado pela vontade, e um órgão sensorial é estimulado, como se a percepção experimentada pela mente fosse causada pelo órgão sensorial.

“Não pretendemos aqui que nossa atual compreensão científica do cérebro solucionará qualquer um dos problemas filosóficos [sobre o eu e sobre o cérebro] mas que o nosso conhecimento possa desacreditar as formulações de teorias insustentáveis e forneça novas modalidades de conhecimento introspectivo de problemas tão fundamentais como a percepção consciente, a ação voluntária e a memória consciente” (Popper, 1991, p. 284).

Na avaliação de Eccles, o interacionismo dualista considera que o espírito e o cérebro constituem entidades independentes: o cérebro pertence ao Mundo 1 e o espírito ao Mundo 2. Estes dois mundos interagem por meio da física quântica e a interação é bidirecional, sendo concebida não como um fluxo de energia, mas como um fluxo de informação. Eccles pode afirmar que os acontecimentos mentais agem por meio de um campo de probabilidade quântica, a fim de modificar a probabilidade da emissão das vesículas. Mais precisamente, o intenção mental do eu tem uma ação real no plano neural, “aumentando momentaneamente as probabilidades de exocitose e harmoniza dessa maneira o grande número de amplitudes de probabilidade para produzir uma ação coerente”.

 De acordo com  Guyton (2011), a vida é uma consequência final de fenômenos que ocorrem em escalas progressivamente maiores. Iniciando pelos fenômenos da física, para os da química, em seguida para a bioquímica, depois para a biologia celular, biologia dos tecidos, biologia dos órgãos e sistemas e por último para o indivíduo macroscópico que observamos. Se observamos apenas a última ponta da escala, apenas os seres macroscópicos, que era a realidade antes de certos desenvolvimentos mais recentes, a biologia se torna uma ciência de caráter mais descritivo que “explicativo” . Dessa forma, pode-se compreender que as ciências médicas sofreram um refinamento como ciência, na medida que conseguem agora encontrar, por meio da biologia molecular, quais fenômenos elementares levam aos fenômenos macroscópicos observados.

A área associativa pré-frontal é onde acredita-se processar o pensamento. Essa área trabalha em associação com o córtex motor para processar e planejar movimentos complexos. Mas, além disso, também tem íntima associação à área parieto- occipitotemporal por meio de um feixe de fibras nervosas subcorticais e, por isso, também é capaz de realizar processos não motores associando informações de diferentes áreas, sendo essa área mais associada a funções intelectuais do ser humano, como a moralidade e o processamento dos pensamentos abstratos (GUYTON, 2011). Considerando que essa área recebe os sinais principalmente da região onde se processa a linguagem, podemos considerar provável que a ideia que temos da realidade é dependente da linguagem e da forma como o sistema nervoso está organizado para interpretar o mundo, nem todos os estímulos da natureza são captados por nós que não vemos o infravermelho, por exemplo. E ainda assim nas alucinações podemos receber informações que não condizem com o meio externo. Dessa forma, o conhecimento atual parece corroborar mais com uma ideia racionalista da realidade, porque mesmo que haja algo no mundo externo, o que nós realmente observamos é apenas fruto do que nossa linguagem interpretou. É como pensar que posso até ver um estímulo com meus sentidos, porém a capacidade de enxergá-lo depende da minha linguagem.

A área associativa límbica corresponde à área ventral do lobo frontal, no giro do cíngulo e parte anterior do lobo temporal relacionada ao comportamento, emoções e motivação. Essa parte do cérebro produz o componente motivacional para o aprendizado (GUYTON, 2011). Isso corrobora com o pensamento de Popper por considerar como as expectativas e motivações humanas participam do processo de aprendizagem. Talvez pensando do ponto de vista psicanalítico, poderíamos relacionar essa área com o conceito de Id, porém seu funcionamento parece ser sinérgico e não antagônico a outra área da mente que poderia ser associada a um suposto superego.

As investigações científicas da biologia têm adentrado cada vez mais o campo das neurociências que por muito tempo tem se mostrado um desafio. Isso traz um novo horizonte para a filosofia, pois os fenômenos estudados por esta área, como o conhecimento, a existência e a ética, são aparentemente associados à existência do ser humano. O ser humano, por sua vez, é um ser vivo e, por conseguinte, adentra o estudo da biologia. A constatação empírica que danos no sistema nervoso causam alterações na mente traz uma grande evidência de que a mente guarda relação profunda com esse sistema (CHURCHLAND, 2004).

A espiritualidade e a religiosidade estão enraizadas na dinâmica neurobiológica fundamental e profundamente entrelaçadas no tecido neural. Segundo Ferguson – professor de neurologia na Harvard Medical School e conferencista na Harvard Divinity School – houve surpresa ao descobrir que o circuito cerebral para a espiritualidade está centrado em uma das estruturas mais preservadas evolutivamente, a substância cinzenta periaquedutal (PAG). Trata-se de uma região do tronco cerebral que tem sido implicada em várias funções, incluindo condicionamento do medo, modulação da dor, comportamentos altruístas e amor incondicional.

NEUROTRANSCENDÊNCIA: TRANSFORMAÇÃO

Este tópico tem o propósito de ressignificar o entendimento sobre a nossa provocação intitulada “Blackfriday no Serasa de Deus & Renovação do Consignado Sob a Égide Neurocientífica ” de forma consciente e, ao mesmo tempo, menos punitiva para desconstruir e ou reeditar as marcas do passado  com o escopo de construir o futuro com “Mindset de Crescimento”. Para tanto, torna-se urgente confirmar os benefícios das práticas espirituais para saúde mental e evolução espiritual dos indivíduos sob o respaldo dos fatos tendo em vista que fato é sempre verdade e opinião nem sempre é fato.

A  neurotranscendência é um campo emergente, que busca entender como as práticas espirituais impactam positivamente o desenvolvimento cognitivo e emocional do indivíduo, contribuindo para a formação de comunidades mais tolerantes e receptivas. Logo, as implicações éticas dessas pesquisas ressaltam a importância de abordar temas espirituais com respeito e empatia e a diversidade de crenças.

Newberg e colaboradores (2009) investigou a oração contemplativa em monges budistas tibetanos experientes. Os resultados mostraram que a oração estava associada a um aumento da atividade na região frontal do cérebro, envolvida no processamento da atenção e da intenção. Além disso, a oração também mostrou influenciar a atividade do sistema límbico, promovendo um estado de calma e relaxamento.

Em estudo posterior, Newberg e colaboradores (2010) utilizaram a técnica de imagem cerebral, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e também fMRI, avaliaram que a oração e a meditação estão associadas a mudanças na atividade cerebral. Portanto, essas práticas podem ativar regiões cerebrais relacionadas à regulação emocional, como o córtex pré-frontal e o sistema límbico, resultando em uma redução do estresse e melhora do bem-estar emocional.

 As alterações na atividade cerebral durante a oração pode estar relacionada a uma série de benefícios para a experiência  espiritual. A oração bem como a meditação, se associa a maior capacidade de autorregulação emocional, redução do estresse, melhora da atenção e bem-estar psicológico (TANG et al., 2015).

A oração tem sido relacionada a um senso de conexão com o divino, fortalecimento da fé, aumento da gratidão e um sentido de propósito e significado na vida (KOENIG et al., 2012).

Brewer e colaboradores (2011) revelaram que a meditação mindfulness está relacionada a uma redução da ativação da rede de modo padrão, envolvida no processamento de pensamentos autocentrados. Essa redução na ativação pode estar ligada a um maior senso de conexão com o presente e com os outros, aspectos fundamentais da experiência espiritual. Estudos têm investigado os efeitos da oração no cérebro, revelando padrões de atividade neural específicos.

Newberg et al., (2009) investigaram a oração contemplativa em monges budistas tibetanos experientes. Os resultados mostraram que a oração estava associada a um aumento da atividade na região frontal do cérebro, envolvida no processamento da atenção e da intenção. Além disso, a oração também mostrou influenciar a atividade do sistema límbico, promovendo um estado de calma e relaxamento.

Tang (2015) assevera que  as alterações de atividade cerebral durante a meditação e a oração estão associadas a uma maior capacidade de autorregulação emocional, redução do estresse, melhora da atenção e bem-estar psicológico que por sua vez, tem sido relacionada a conexão com o divino em um sentido de propósito e significado na vida.  Desse modo, a prática espiritual está relacionada à redução do estresse, aumento do bem-estar subjetivo e resiliência emocional.

Newberg et al., (2010) utilizaram a técnica de imagem cerebral, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e também fMRI, mostraram que a oração e a meditação estão associadas a mudanças na atividade cerebral. Portanto, essas práticas podem ativar regiões cerebrais relacionadas à regulação emocional, como o córtex pré-frontal e o sistema límbico, resultando em uma redução do estresse e melhora do bem-estar emocional.

Os estudos neurofuncionais tendem a sugerir maior atividade do córtex frontal e pré-frontal durante experiências espirituais. Outras semelhanças entre os achados incluem um aumento da atividade nas redes atencionais relacionadas ao pensamento reflexivo durante tais experiências (AZARI, 2001; BEAUREGARD, 2012; NEWBERG, 2001).

A substância cinzenta periaquedutal (SCP), associada a funções como condicionamento do medo, modulação da dor, altruísmo e amor incondicional. Essa estrutura evolucionária preservada também está ligada à oração e ao desejo por respostas, mostrando como o cérebro coordena os pensamentos, memórias e funções corporais (MENDONÇA, 2022).

As redes de cognição social, como regiões de teoria da mente e regulação emocional, contribuem para a racionalização das intenções e emoções atribuídas a Deus. O córtex pré-frontal dorsolateral, por sua vez, auxilia na regulação de interpretações mágicas de experiências religiosas. Adicionalmente, o processamento de crenças religiosas envolve regiões relacionadas a recompensa e avaliação (GRAFMAN et al., 2020).

Kong et al., (2012) sugerem que a espiritualidade está associada a menor prevalência de transtornos de ansiedade e depressão, maior satisfação com a vida e maior capacidade de lidar com adversidades.

Koenig e colaboradores (2012) examinaram a relação entre espiritualidade e saúde mental em diversas populações. Os resultados sugerem que a espiritualidade está associada a uma melhor saúde mental. Ainda, inclui menor prevalência de transtornos de ansiedade e depressão, maior satisfação com a vida e maior capacidade de lidar com adversidades. Esses benefícios podem ser atribuídos a fatores psicossociais, como suporte social, senso de significado e propósito na vida, além de práticas de autocuidado, como a meditação e a oração já aqui exploradas. Do ponto de vista neurocientífico, estudos têm mostrado que essas práticas podem ter efeitos mensuráveis no cérebro.

Segundo o neurocirurgião Fernando Gomes, em entrevista para CNN, a fé atua de forma específica no cérebro independentemente de credo, “silenciando” algumas áreas e ativando outras. Em um momento de oração, por exemplo, o lobo parietal – a área relacionada à percepção do meio ambiente e da própria pessoa – acaba sendo inativada, enquanto o lobo frontal, que trata da concentração e do foco, e o giro do cíngulo e tálamo, relacionados ao gerenciamento das emoções, são mais acionados.

Pesquisa inédita da Universidade de Aachen, na Alemanha, examinou o cérebro de oito médiuns e constatou que, durante o transe, a área relacionada à vivência do real foi a mais ativada. O estudo, liderado pela psicóloga brasileira Alessandra Ghinato Mainieri e pelo psicólogo alemão Nils Kohn, acaba de ser publicado na revista científica Psychiatry Research Neuroimaging.

Durante o transe existem mais áreas ativadas relacionadas ao sistema perceptual, a sensações, áreas mais atrás do cérebro. Áreas da frente do cérebro tem relação com a imaginação, criação de ideias e construção de pensamentos. O estudo recebeu financiamento total de 65 mil euros (o equivalente a R$ 240 mil), de duas instituições (Start – Faculdade de Medicina da Universidade de Aachen – e da Fundação Bial). O trabalho contou com a colaboração de outros profissionais da neurociência, como Julio Peres (USP), Klaus Mathiak, Ute Habel e Alexander Moreira-Almeida.

Os médiuns, no equipamento de ressonância magnética, realizaram três atividades. Na primeira, ficavam em repouso e deixavam o pensamento fluir por três minutos. Após pausa, e uma sequência de perguntas, eram estimulados ao transe. Apertavam um botão quando percebiam o início do estado alterado. Três minutos depois, uma sineta sinalizava o fim da etapa. Mais uma vez, eles realizavam algumas tarefas e contas para voltar ao estado de consciência. Por último, recebiam a instrução para imaginar que estavam em transe, tentando utilizar as mesmas percepções, mas conscientemente.

Após os experimentos, os médiuns relatavam detalhes do que ocorreu durante a permanência no equipamento. Descreviam contatos com espíritos e visões. As informações eram comparadas às atividades cerebrais registradas nos exames de ressonância magnética. A pesquisa é inédita, por ser a primeira vez que se faz estudo de ressonância magnética funcional com médiuns espíritas.

Na ressonância magnética funcional, é feita uma análise através de uma combinatória da quantidade de hemoglobina oxigenade hemoglobina desoxigenada, sem oxigênio. Quanto maior a quantidade de hemoglobina sem oxigênio, significa que as células daquela região gastaram mais energia. Elas consumiram oxigênio. As células precisam de oxigênio para funcionar. Então, funcionaram mais do que em outras áreas do cérebro

Estudo do IPq analisa atividade cerebral de médiuns na psicografia. Constatou-se uma menor atividade cerebral durante a psicografia, aliada à geração de complexo conteúdo escrito.

Uma pesquisa mundial envolvendo neuroimagem analisou o fluxo sanguíneo cerebral de médiuns brasileiros durante a prática da psicografia (em que “um espírito escreve através da mão do médium”). O estudo revelou resultados intrigantes quanto a menor atividade cerebral durante o estado dissociativo mediúnico e concomitante geração de complexos conteúdos escritos.

O trabalho foi realizado por pesquisadores do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, da Universidade da Pensilvânia e da Universidade Thomas Jefferson, ambas nos Estados Unidos.

A pesquisa de neuroimagem durante o estado de transe: uma contribuição ao estudo da dissociação. O estudo envolveu dez médiuns brasileiros com 15 a 47 anos de experiência mediúnica e aproximadamente 18 psicografias por mês, destros e com plena saúde mental.

Os participantes receberam um marcador radioativo para captar a atividade cerebral durante a escrita normal e durante a prática da psicografia em estado de transe. Os médiuns foram escaneados usando SPECT (tomografia computadorizada com emissão de fóton único) para destacar as áreas do cérebro que são ativas e inativas durante as respectivas tarefas.

Os pesquisadores observaram que, durante a psicografia, os médiuns experientes apresentaram níveis mais baixos de atividade nas áreas do cérebro associadas ao planejamento, raciocínio, geração de linguagem e solução de problemas (hipocampo esquerdo/sistema límbico, giro temporal superior direito e as regiões do lobo frontal do cingulado anterior esquerdo e giro direito precentral) em relação a escrita normal (sem transe mediúnico).

Os autores consideram que as áreas hipo-ativadas possivelmente refletiram a ausência de consciência durante a psicografia. Os médiuns menos experientes mostraram o oposto: aumento do fluxo sanguíneo cerebral nas mesmas áreas cerebrais durante a psicografia em comparação à escrita normal. A diferença foi significativa em comparação com os psicógrafos experientes. Este achado pode estar relacionado com a tentativa mais esforçada dos menos experientes na prática da psicografia.

As amostras de escrita produzidas foram analisadas e verificou-se que os textos psicografados foram mais complexos que os conteúdos produzidos no estado normal de vigília. Os conteúdos gerados durante as psicografias envolveram princípios éticos e espirituais e a importância da união entre ciência e espiritualidade. Em particular, os médiuns mais experientes apresentaram escores significativamente mais elevados de complexidade, o que normalmente exigiria mais atividade nos lobos frontais e temporais, e este não foi o caso. As áreas relacionadas ao planejamento mostraram menor atividade.

Várias hipóteses foram consideradas, uma delas é que como a atividade do lobo frontal diminui, as áreas do cérebro relacionadas à criatividade estão mais desinibidas. De uma maneira semelhante, o desempenho da meditação e da improvisação musical estão associados com níveis mais baixos de atividade cerebral, que pode favorecer o relaxamento e a criatividade respectivamente. Porém, é importante notar que o consumo de álcool ou drogas, a meditação e a improvisação musical são estados bastante peculiares e distintos da psicografia. Portanto, não comparáveis diretamente com a expressão literária mediúnica. Os médiuns referem que “a autoria dos textos psicografados foi dos espíritos comunicantes e não pode ser atribuída a seus próprios cérebros” sendo assim esta hipótese plausível.

Segundo Julio Peres pesquisador do Programa Saúde, Espiritualidade e Religiosidade, embora o motivo exato dos presentes resultados não seja conclusivo neste momento, esta primeira avaliação neurocientífica fornece dados interessantes sobre estados dissociativos mediúnicos alinhados a compreensão da mente e sua relação com o cérebro, e estes achados merecem futuras investigações, tanto em termos de replicação e hipóteses explicativas.

Podemos supor que este primeiro contato da entidade espiritual com a pineal do médium possibilitaria a liberação de melatonina predispondo o restante do cérebro ao “domínio” do espírito comunicante. Essa participação química ao fenômeno mediúnico poderia nos explicar as flutuações da intensidade e da frequência com que se observa a mediunidade. Até o presente, a espécie humana recebe a mediunidade como uma carga pesada de provas e sacrifícios. Raras vezes como oportunidade bem aproveitada para prestação de serviço e engrandecimento espiritual.

Nos domínios da mediunidade – André Luiz e Chico Xavier – o médium pode ser transportado através das paredes, porque técnicos competentes podem desmaterializar os elementos físicos e reconstituí-los imediatamente após; e, dia virá que a ciência dos homens fará isso com total segurança.

Nessa mesma obra, foi apresentado o “psicoscópio”, utilizado para a inspeção dos trabalhadores mediúnicos. Constituído por óculos com recursos para a microfotografia, funciona a base de eletricidade, utilizando raios gama. A evolução não dá saltos, e mesmo que os espíritos mais evoluídos possam dispensar o uso de todos esses aparelhos, isso não se aplica para trabalhadores mais limitados, que os utilizam para as atividades no mundo espiritual. Todos esses avanços científicos, eventualmente serão “descobertos” no momento oportuno pelos cientistas.

Na obra “Memórias de um Suicida” (Yvonne Pereira e Camilo Castelo Branco), é descrito o processo de armazenamento de imagens em disco, dos espíritos suicidas que eram cadastrados para tratamento em uma colônia correcional. Um processo semelhante ao armazenamento em CD (disco compacto a laser) que foi desenvolvido em 1980. Esse disco foi de uso corrente entre nós por duas décadas até tornar-se obsoleto. Entretanto, essa obra foi editada pela FEB (Federação Espírita Brasileira) em 1954, relatando a desencarnação de Camilo, ocorrida em 1890. Isso evidencia o uso do CD, por mais de um século no mundo espiritual, antes de ser “descoberto” por nós. Em outra obra, “Missionários da Luz” (Chico Xavier), o espírito André Luiz, cita que a glândula pineal, segrega “hormônios psíquicos”. Mas, esse conhecimento na época (1945), era apenas especulação científica; a melatonina, hormônio da pineal, somente foi isolada em 1958. André Luiz ainda relatou que “a glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema endócrino”, fato que só foi confirmado em 1979.

Existem várias conquistas científicas relatadas em obras espíritas que ainda não foram desenvolvidas por nós. O espírito Camilo (Memórias de um Suicida, Yvonne Pereira) menciona a transmissão de imagens mentais dos palestrantes, durante as aulas, para uma tela, através de um projetor. Na obra “Nosso Lar” (Chico Xavier), editada em 1943, o espírito André Luiz, descreve a circulação de carros (Aeróbus), levitando pela cidade, a uma altura de cinco metros. O uso dessa tecnologia (levitação magnética de veículos) entre nós é recente e está sendo implementada em ferrovias. Outra informação relevante diz respeito as reuniões de materialização em centros espíritas. Nesses eventos são utilizadas as energias do médium (ectoplasma), dos participantes e as existentes na natureza, que são manipuladas pelos espíritos.

Na obra Maria: Mãe de Jesus,  a antologia procura silenciar a voz da imaginação, reunindo textos considerados fiéis à realidade, resultando numa biografia fidedigna das atividades de Maria na espiritualidade. De acordo com A Gênese, cap. XV, “Os Milagres e as Predições do Evangelho” item 1: “Os fatos que os Evangelhos relatam e que foram até hoje considerados milagrosos pertencem, na sua maioria, à ordem dos fenômenos psíquicos, ou seja, os que têm como causa primária as faculdades e os atributos da alma”. Quanto à Jesus: “a sua superioridade com relação aos homens não derivava das qualidades superiores de seu corpo, mas do seu espírito que dominava a matéria”.

Jesus possuía uma imensa quantidade de fluídos espirituais, que lhe conferiam uma imensa força magnética, potencializada pelo seu enorme amor às criaturas traduzindo-se sempre em ações do bem. Os fluídos são o princípio elementar de tudo na natureza. Perceptíveis à visão e à audição do espírito, escapam aos sentidos carnais pesados da matéria. Jesus, evoluído como é, “manipulava” esses fluídos pela força de seu pensamento e, assim, pôde promover todos os feitos que realizou, atendendo e curando todos aqueles que o procuravam desesperados em busca de uma solução para os seus males.

Se todos os atos de sua vida, a reiterada predição de sua morte, a cena dolorosa do Jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para que lhe afastasse dos lábios o cálice de amarguras, sua paixão, sua agonia, tudo, até ao último brado, no momento de entregar o Espírito, não teria passado de vão simulacro, para enganar com relação à sua natureza e fazer crer num sacrifício ilusório de sua vida, numa comédia indigna de um homem simplesmente honesto, indigna, portanto, e com mais forte razão de um ser tão superior.

Jesus pronunciou “bem-aventurados os aflitos, pois é deles o reino dos céus”, era justamente uma referência à aceitação e compreensão de que os sofrimentos vividos hoje são resgates para a conquista da paz e evolução moral. Afinal, como está descrito no Capítulo 5-20 do Evangelho Segundo o Espiritismo, “A felicidade não é deste mundo”.

No Sermão da Montanha, Jesus define felicidade, explica a sua missão, compara a justiça terrena e a justiça divina, critica a religiosidade meramente exterior e ensina o que é ser santo. Reúne deste modo e de forma sintética o mais expressivo discurso moral já conhecido.

Com o propósito de desconstruir o paradigma dominante dos expectadores passivos, impotentes e endividados, os estudos recentes têm investigado os efeitos da transcendência, revelando padrões de atividade neural específicos na glândula pineal, hipocampo,  núcleo amigdalóide bilateral, habênula,  entre outros. Do ponto de vista neurocientífico sob o viés do paradigma emergente, esses achados têm demonstrado os efeitos mensuráveis e transformadores da nossa conexão com o criador em prol da tríade da saúde corporal, mental e espiritual. Sendo assim, para concluir, segue abaixo as duas máximas do Sermão da Montanha em que Jesus nos  credenciou ao protagonismo ativo.

Na afirmação de Jesus, “Se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível”. — Mateus, 17: 14 a 20.

Por fim, corroborando com a declaração supracitada, o mestre asseverou: “Vós sois a luz do mundo; deixai brilhar a vossa luz”. – Mateus, 5:14-16.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A correlação entre a ciência e a espiritualidade que é possível detectar no Hipotálamo (região que controla as funções vitais e responsável por manter o organismo em equilíbrio), uma melhora de 50% do seu funcionamento no cérebro das pessoas que têm costume de orar ou meditar. Até mesmo estudos genéticos já provam a regeneração celular, a capacidade de “silenciarmos” genes e alterarmos nossa fisiologia, quando mudamos nossa estrutura de pensamento, de emoções e de ações.

A espiritualidade, como ciência, associou-se a alguns campos de investigação como o campo da saúde. Daí,  a importância de definir a espiritualidade como um tipo de inteligência está em retirá-la do campo do domínio, elevando-a ao patamar de ciência (EMMONS, 2000a). Desta forma, a inteligência espiritual passa a ser discutida como um potencial biológico e uma capacidade humana de pensar o mundo e resolver problemas, e não apenas como uma área de conhecimento intelectual (ZOHAR, 2000).

Ser considerada como um potencial biológico confere à inteligência espiritual um predicado fisiológico significando que a inteligência espiritual faz parte da natureza física humana, mesmo quando se manifesta em níveis inexpressivos. Diante do exposto, a hipótese de Zohar (2000) abarca esta característica, apresentando pesquisas no campo da neurologia para determinar o “Ponto de Deus” no cérebro humano. 

A ideia de uma teoria quântica para a consciência já foi proposta por alguns estudiosos como John Eccles, Dana Zohar e Roger Penrose. probabilidades ao lado de capacidade de predição, parece um elegante encontro do que Kant previa como o transcendente.

O presente artigo foi originado no entendimento metafórico da oração de Jesus, “(…) Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (…)”. Na sequência, a nossa provocação  “Serasa de Deus”  foi alusivo ao “Ponto de Deus” de  Zohar – Prêmio Nobel de Física – para abordar nossa conexão com o criador de forma consciente e, ao mesmo tempo, menos punitiva sendo que para apagar as marcas do passado  não é necessário apenas aprender coisas novas, e sim DESaprender coisas velhas. Para tanto, torna-se urgente confirmar, ainda mais,  os benefícios transformadores da conexão com o criador para a tríade da saúde sob o respaldo dos fatos tendo em vista que  as experiências espirituais são complexas e multidimensionais na medida em que envolvem alterações na percepção, cognição e emoção.

Tendo em vista as considerações supramencionadas, o advento da biologia em escalas cada vez mais microscópicas está permitindo predições mais apuradas da nossa conexão com o criador na intitulada ”Neurotranscendência”, admitindo além da mera descrição e relação de causa e efeito uma explanação mais  assertiva e mensurável dos elementos causadores desses fenômenos descritos erroneamente como “sobrenaturais”  sob o viés neurocientífico.

REFERÊNCIAS

AMARAL, AV. Neurociência da espititualidade. Laboratório de Neurociência e Cognição da Universidade Fderal de Juíz de Fora, s. v., n. 3, s. p., 2021.

ARAUJO, C.A. Introdução: resiliência ontem, hoje e amanhã (2011) In: ARAUJO, C.A.; MELLO, M.A.; RIOS, A.M.G. Resiliência: Teoria e Práticas de Pesquisa em Psicologia. V 1, n.223, p.6-17, São Paulo: Ithaka Books.

AZARI NP, NICKEL J, WUNDERLICH G, NIEDEGGEN M, HEFTER H, TELLMANN L. Neural correlates of religious experience. Eur J Neurosci. 2001;13:1649- 52.

BEAUREGARD M, PAQUETTE V. Neural correlates of a mystical experience in Carmelite nuns. Neurosc Lett. 2006;405:186-90.

BEAUREGARD M. Functional Neuroimaging Studies of Emotional Self- -Regulation and Spiritual Experiences. In: Moreira-Almeida A, Santos SF (ed.). Exploring Frontiers of Mind-Brain Relationship. New York: Springer; 2012.

BREWER, J. A., WORHUNSKY, P. D., GRAY, J. R., TANG, Y. Y., WEBER, J., & KOBER, H. (2011). Meditation experience is associated with differences in default mode network activity and connectivity. Proceedings of the National Academy of Sciences, 108(50), 20254-20259.

CHAN, A. W. Y., & Siu, A. F. Y. (2016). Application of the Spiritual Intelligence Self-Report Inventory (SISRI-24) Among Hong Kong University Students.  International Journal of Transpersonal Studies, 35(1), 1–12.

CHEN S, SHI L, LIANG F, XU L, DESISLAVA D, WU Q, ZHANG J. Exogenous Melatonin for Delirium Prevention: a Meta-analysis of Randomized Controlled Trials. Mol Neurobiol. 2016 Aug;53(6):4046-4053. Doi: 10.1007/s12035-015-9350-8. Epub 2015 Jul 21. PMID: 26189834.

CHURCHLAND, P. (2004). Matéria e consciência: uma introdução contemporânea à filosofia da mente. São Paulo: Editora Unesp.         [ Links ]

DAVIDSON, R.J.; BEGLEY, S (2013) As bases cerebrais do estilo emocional. In: DAVIDSON, R.J.; BEGLEY, S. O estilo emocional do cérebro. Rio de Janeiro: Sextante.

DE ÂNGELIS, J; FRANCO, D (psic.), Espístola ao Menestrel de Deus, 2011.

DEIN, S., Cook, C. C. H., & Koenig, H. (2012). Religion, Spirituality, and Mental Health. The Journal of Neurvous and Mental Disease, 200(10), 852–855.

DUMIT, J. Picturing Personhood: Brain Scans and Biomedical Identity. NJ, Princeton: Princeton University Press, 2004.

EMMONS, R. A. 2000. Is Spirituality na Intelligence ? Motivation , Cognition, and the Psychology of Ultimate Concern. The International Journal for the Psychology of Religion, 8619(April), 3–26.

EMMONS, R. A. (2020a). Spirituality and Intelligence : Problems and Prospects. The International Journal for the Psychology of Religion, 10(1), 57–64.

FRANKL, VE. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. Petrópolis: Editora Vozes, 1991. ISBN 85-326-0626-2 ISBN 85-233-0274-3

FRANKL, VE. Sede de Sentido (Neurotização da Humanidade ou Reumanização da Psicoterapia?) São Paulo: Quadrante, Soc. Publicações Culturais, 1989.

FRANKL, VE. Um Sentido para a Vida – Psicoterapia e Humanismo. Editora Ideias&Letras, 2005.

GOLDMAN, A. (1988). Empirical Knowledge. Berkeley; Los Angeles: University California Press.    

GRAFMAN, J et al., The neural basis of religious cognition. Current Directions in Psychological Science, 2020.

HANEFAR, S. B., As’ari, C. Z., & Siraj, S. (2016). A Synthesis of Spiritual Intelligence Themes from Islamic. Journal of Religion and Health, 55(6), 2069–2085.

HORN          SR,    FEDER         A. Understanding resilience and preventing           and treating ptsd harv       ver psychiatry. 2018;26(3):158-174.

HYDE, B. (2004). The plausibility of spiritual intelligence: spiritual experience, problem solving and neural sites. International Journal of Children’s Spirituality, 9(1), 39–52.

HEIDEGGER, M. A essência do fundamento: edição bilíngue. Lisboa: 70, 2006 (Biblioteca de filosofia contemporânea).

JUNGES, JR. Bioética: Perspectivas e Desafios. São Leopoldo: Unisinos, 1999.

KARDEC A. O Evangelho Segundo o Espiritismo, 1864.

KOENIG, H. G., KING, D. E., & CARSON, V. B. (2012). Handbook of religion and health. Oxford University Press.

KWON, S. (2008). Well-being and Spirituality from a Korean Perspective: Based on the Study of Culture and Subjective Well-being. Pastoral Psychology, 56(6), 573–584.

IZQUIERDO, I. Memória. Porto Alegre: Artmed, 2011.

MCCABE, D e CASTEL, A. Seeing is believing: The effect of brain images on judgments of scientific reasoning. Cognition, v. 107, p. 343‐352, 2008.

MAGANHIN CC, CARBONEL AA, HATTY JH, FUCHS LF, OLIVEIRA-JÚNIOR IS, SIMÕES MDE J, et al. Efeitos da melatonina no sistema genital feminino: breve revisão. Ver Assoc Med Bras. 2008;54:267-71.

MENDONÇA, G. Impulsos e estímulos cerebrais na oração. Caderno Discentev. 6, n. 1, p. 1-6, 2022.

NEWBERG AB, WINTERING NA, MORGAN D, WALDMAN MR. The measurement of regional cerebral blood flow during glossolalia: a preliminary SPECT study. Psychiatry Res. 2016;22(148):67-71.

NEWBERG, A., WALDMAN, M. R. (2009). How God changes your brain: Breakthrough findings from a leading neuroscientist. Ballantine Books.

NEWBERG, A., WINTERING, N., & WALDMAN, M. R. (2010). Neurotheology: How science can enlighten us about spirituality. Columbia University Press.

NEWBERG A, ALAVI A, BAIME M, POURDEHNAD M, SANTANNA J, D’AQUILI E. The measurement of regional cerebral blood flow during the complex cognitive task of meditation: a preliminary SPECT study. Psychiatry Res. 2001;10(106): 113-22.

NOBRE, M, GUTIERREZ D. O Dom da Mediunidade. Editora FE, 2020.

POPPER, K. (s.d.). A vida é aprendizagem: epistemologia evolutiva. Lisboa: Edições 70.         [ Links ]

POPPER, K. (1975). Conhecimento objetivo: uma abordagem evolucionária. Belo Horizonte; São Paulo: Itatiaia; Edusp.        

POPPER, K. (1986). Autobiografia intelectual. (2. ed.) São Paulo: Cultrix.       

Popper, K. (1987). O realismo e o objetivo da ciência. Lisboa: Publicações Dom Quixote.    

POPPER, K. (1989). A teoria dos quanta e o cisma na física. Lisboa: Publicações Dom Quixote.   

POPPER, K. (1993). Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Edusp.       

POPPER, K. & ECCLES, J. (1991). O Eu e seu cérebro. Campinas; Brasília: Papirus; Editora da UnB.

POPPER, K. & ECCLES, J. (1992). O cérebro e o pensamento. Campinas; Brasília: Papirus; Editora da UnB.   

RACINE, E; BAR‐ILAN, O; ILLES, J. fMRI in the public eye. Nature Reviews Neuroscience, v. 6, n.2, p. 159-164, 2005.

SCHNITKER, S. A., & EMMONS, R. A. (2021). Personality and religion. In O. P. John & R. W. Robins (Eds.), Handbook of personality: Theory and research (4th ed., pp. 707–723).

SEARLE, J. (1995). The Construction of Social Reality. New York/London: The Free Press.        

SEARLE, J. (2000). Mente, linguagem e sociedade. Rio de Janeiro: Rocco.         

SEMM, P., SCHNEIDER, T., VOLLRATH, L. Efeitos de um campo magnético de força terrestre na atividade elétrica das células pineais, Revista Nature, 1980.

SHI L, SUN J, WEI D, QIU J. Recover from the adversity: functional connectivity basis of psychological resilience. Neuropsychologia. 2019;122:20-27.

TABOADA, N.G.; LEGAL, E.J.; MACHADO, N. Resiliência: em busca de um conceito.  rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.16 n.3. São Paulo, 2006.

TANG, Y. Y., HÖLZEL, B. K., & POSNER, M. I. (2015). The neuroscience of mindfulness meditation. Nature Reviews Neuroscience, 16(4), 213-225.

TAVARES, Clóvis. Mediunidade dos Santos. Editora FEB;

XAVIER, FC., (André Luiz, Espírito). Missionários da Luz 45a. Ed. Brasília, DF: FEB, 2015. 

XAVIER FC. Paulo e Estevão. Federação Espírita Brasileira ( FEB), 45  Edição, 2019.

WOLMAN, R. N. Inteligência Espiritual. Tradução de Geni Hirata. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. 329 p.

XAVIER, FC. Domínios da Mediunidade. 36. Ed. Brasília, DF: FEB, 2017.

XAVIER, FC. e VIEIRA, W. (André Luiz, Espírito). Evolução em Dois Mundos 27. Ed. Brasília, DF: FEB, 2017ª.

ZHANG, J, WU, W, ZHAO, X, & ZHANG, W (2020) Recommended psychological crisis intervention response to the 2019 novel coronavirus pneumonia outbreak in China: A model of West China Hospital Precision Clinical Medicine, 1–6.

ZOHAR, D, MARSHALL, Ian. QS: Inteligência Espiritual. Trad. Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Viva Livros, 2012, 336 p.

ZOHAR D., MARSHALL, I. (2000). QS Inteligência Espiritual. Rio de Janeiro – São Paulo: Editora Record.

ZOHAR, D. ReWiring the Corporate Brain: Using the New Science to Rethink How We Structure and Lead Organizations. Oakland: Berrett-Koehler Publishers, 1997, 172 p.


1 http://lattes.cnpq.br/1198252075678764

4 http://lattes.cnpq.br/7310607678153538