COLLAGEN BIOSTIMULATOR – POLY-L-LACTIC ACID IN SKIN AGING
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202503311819
Núria Regina da Rosa Alves2
Thiago Prats Alves3
RESUMO
Com o rejuvenescimento facial busca-se diminuir as marcas de expressão, flacidez e rugas na face, com naturalidade e harmonia, preservando a expressão particular de cada rosto sem alterar os atributos. Assim, o objetivo deste artigo foi de estudar os principais benefícios de utilizar o bioestimulador de colágeno com ácido poli-l-láctico no tratamento facial. O trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica. Compuseram a amostra desta pesquisa cinco (5) artigos científicos, resultantes da aplicação dos descritores, critérios de inclusão e análise crítica. Constatou-se então que, os tratamentos com bioestimulador de colágeno com ácido poli-L-láctico (PLLA) são eficientes e seguros, se for aplicado por um profissional qualificado e de forma adequada. Essa técnica trata a flacidez, auxiliando na firmeza da pele, propiciando um rosto mais jovem, com aparência mais harmônica, prevenindo e retardando os sinais de envelhecimento da face. Ainda, o efeito final do tratamento com PLLA depende da avaliação facial com cautela, com orientação correta para cada tratamento, do emprego da prática, preparo e aplicação do produto, e por fim, atributos particulares do indivíduo.
Palavras-chave: Ácido Poli-L-Láctico; Bioestimuladores de Colágeno; Envelhecimento da Pele.
ABSTRACT
With facial rejuvenation, the aim is to reduce expression marks, flaccidity and wrinkles on the face, with naturalness and harmony, preserving the particular expression of each face without changing the attributes. Thus, the objective of this article was to study the main benefits of using the collagen biostimulator with poly-l-lactic acid in the facial treatment. The work was developed through a bibliographic review. Five (5) scientific articles composed the sample of this research, resulting from the application of descriptors, inclusion criteria and critical analysis. It was then found that treatments with collagen biostimulator with poly-L-lactic acid (PLLA) are efficient and safe, if applied by a qualified professional and properly. This technique treats flaccidity, helping to firm the skin, providing a younger face, with a more harmonious appearance, preventing and delaying the signs of aging on the face. Still, the final effect of treatment with PLLA depends on careful facial evaluation, with correct orientation for each treatment, on the use of practical preparation and application of the product, and finally, on the individual’s particular attributes.
Key-words: Collagen Biostimulators; Poly-L-Lactic acid; Skin Aging.
1. INTRODUÇÃO
O processo de envelhecimento da face possui atributos individuais, como por exemplo, rugas, manchas, perda de luminosidade, ptose tissular e pele seca. A pele é o órgão que mais reflete essas alterações, por conseguinte, com o passar dos anos, muitas pesquisas estão sendo efetuadas na procura de procedimentos estéticos que contribuem para amenizar o envelhecimento cutâneo. (BARBA; RIBEIRO, 2009).
Nesse sentido, a busca por uma face mais atraente, a percepção pela beleza, tem influenciado a ciência e a tecnologia para atender esse mercado em expansão, onde homens e mulheres tentam alcançar uma aparência mais jovem, harmônica dos terços faciais, mesmo que não sejam determinantes, pois pequenas assimetrias já são atrativas, e estabelecem a característica particular de uma face (MATA et. al. 2021).
É essencial analisar as precisões de cada indivíduo, analisando os atributos positivos e negativos da face, para conseguir propiciar um tipo de tratamento adequado, auxiliando assim, no rejuvenescimento e embelezamento de modo natural e melhorado (BARBA; RIBEIRO, 2009).
O processo de envelhecimento é algo natural, no qual acontece através do processo intrínseco e extrínseco, e pode ser definido como agrupamento de alterações fisiológicas inevitáveis, porém reversíveis (BARBA; RIBEIRO, 2009).
Os procedimentos estéticos de rejuvenescimento facial, tem a função de prevenir o envelhecimento cutâneo, deixando a pele mais íntegra, sem marcas de expressão, flacidez e rugas. Segundo Gabriel (2020), esse processo consiste em melhorar a aparência com naturalidade e harmonia, preservando a expressão particular de cada rosto sem alterar os atributos.
Diversas intervenções com práticas minimamente invasivas que influenciam o colágeno são orientadas, como: microagulhamento, peelings químicos, lasers fracionados para auxiliar na textura da pele, radiofrequência no qual demonstra ondas que atravessam as camadas mais profundas da pele, promovendo a contração das fibras de elastina e colágeno, o ultrassom microfocado propiciando um resultado lifting (MATA et. al. 2021).
Dessa maneira, o objetivo deste artigo foi analisar os principais benefícios de utilizar o bioestimulador de colágeno ácido poli-L-láctico no rejuvenescimento cutâneo. O estudo se justifica pela importância de abordar esse assunto, visto que procedimentos estéticos que entregam resultados naturais, estão crescendo a cada dia mundialmente.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Envelhecimento da pele
O maior órgão do corpo humano é a pele, constituindo aproximadamente 15% do peso corporal, com uma extensão que pode chegar entre 1,5m a 2,0m. Esse órgão exerce diversas funções, sendo vista como a primeira linha de defesa contra agressões de danos ambientais (RODRIGUES; CAGNANI, 2022).
A epiderme é a camada mais superficial da pele, responsável pelo primeiro contato com o ambiente externo, e a derme, a camada média, a qual constitui o tecido de sustentação que nela atravessa os vasos e nervos, onde estão implantados os anexos cutâneos como as glândulas sudoríparas, pêlos, glândulas sebáceas e unhas. (RODRIGUES; CAGNANI, 2022).
Nesse contexto, a pele é o órgão mais afetado do corpo humano quando se trata de envelhecimento, ao avançar dos anos, a pele promove redução da elasticidade, fragilidade, atrofia, colágeno e gordura. Por conseguinte, o envelhecimento cutâneo que se exterioriza por meio de rugas, linhas de expressão e flacidez (RODRIGUES; CAGNANI, 2022).
Esse órgão começa o processo de envelhecimento aproximadamente a partir dos 30 anos de idade, porém a transformação das estruturas da pele acontece desde a formação do embrião. Desta forma, a ciência dividiu esses fatores em intrínseco e extrínseco, sendo que, no fator intrínseco acontecem as alterações genéticas e de idade, esperado e inevitável, por outro lado, no fator extrínseco é provocado por fatores ambientais, raios UV, tabagismo, má alimentação, alcoolismo e radicais livres (COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2013).
A multiplicação celular diminui no momento em que o envelhecimento progride, comprometendo a síntese e a atividade de proteínas importantes, que garantem a elasticidade e resistência à pele, como no caso da elastina e do colágeno (COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2013).
Os sinais que mais aparecem na pele com o envelhecimento são a atrofia, enrugamento, ptose e lassidão, sendo que, estas alterações na derme, comprometem o alicerce estrutural para epiderme, ou seja, delineiam as mudanças na aparência externa, refletidas no estrato córneo. Já na epiderme, ocorre uma redução da camada córnea, deixando a mesma mais fina, pálida (COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2013).
As alterações que acontecem na derme causam as manifestações inestéticas ocorridas no envelhecimento. Exemplo disso são a flacidez e rugas, sendo estas causadas pelo achatamento nas papilas dérmicas e pelo comprometimento da nutrição celular (FRANZEN; SANTOS; ZANCANARO, 2013).
Durante o envelhecimento da pele ocorre uma diminuição de fibroblastos, colágeno, diminuição de glicosaminoglicanos, como o ácido hialurônico, impactando na quantidade de água existentes na derme e na sua turgescência (FRANZEN; SANTOS; ZANCANARO, 2013).
Entretanto, existem procedimentos para reduzir e tratar o processo de envelhecimento, melhorando e auxiliando na nutrição e tônus muscular, possibilitando neste sentido, uma melhora na aparência geral da pele (SANTOS, 2021).
2.2. Bioestimuladores de colágeno
As substâncias mais utilizadas como bioestimuladores de colágeno são ácido poli-l láctico (PLLA), hidroxiapatita de cálcio (CaHa), policaprolactona (PCL). A aplicação dos bioestimuladores são vistos como um procedimento minimamente invasivo que trata linhas finas, rugas, perda de volume, com a formação de novo colágeno dérmico, agindo neste sentido, nas camadas mais profundas da pele (MATA et. al. 2021).
Os materiais são injetados na derme profunda da face com microcânulas, sendo também indicados na redução do processo de envelhecimento facial e em sua reestruturação, com o intuito de combater a flacidez, e de melhorar a firmeza da pele (MATA et. al. 2021). A média de duração dos bioestimuladores varia entre 18 meses a cinco anos de permanência do material no tecido dérmico, e o permanente, Polimetilmetacrilato (PMMA), que não é biodegradável, permanece no organismo (MATA et. al. 2021). Assim, no quadro 1 apresenta-se uma comparação dos bioestimuladores de colágeno.
Quadro 1: Comparação dos bioestimuladores de colágeno.

2.3. Colágeno
A proteína mais importante que o corpo produz é o colágeno, de origem animal, que auxilia na integridade e estrutura dos tecidos. Assim, o colágeno está presente nos tecidos conjuntivos do corpo, como ossos, tendões, cartilagens, veias, pele, dentes, músculos e no estrato córneo dos olhos (SILVA, 2012).
A produção de colágeno com o passar dos anos diminui, necessitando de reposição, que pode ser realizado através do procedimento com bioestimulador de colágeno. De todos os tipos de colágeno já descritos, o colágeno tipo l ocorre em tendões, cartilagens fibrosas, tecido conjuntivo frouxo, tecido conjuntivo espesso sólido, formado por feixes e fibras, encontrado em ossos, tendões e pele (AVELAR, 2022).
O colágeno tipo II acontece na cartilagem elástica e hialinizada, estando presente nos olhos, cartilagens e discos, também é o principal responsável pela saúde das cartilagens e articulações. Já o colágeno tipo III está disponível no músculo liso, artérias, fígado e útero, e auxilia no desenvolvimento e manutenção da pele (AVELAR, 2022).
Existe, ainda, o colágeno tipo IV, que pode ser encontrado em locais de grande resistência às tensões, como nos ossos, que precisam de uma estrutura compatível com a sua função de sustentação (AVELAR, 2022).
2.4. Ácido poli-l-láctico
O ácido poli-l-láctico, foi aprovado em 1999 na Europa, como um preenchedor com nome comercial de New- Fill® (Biotech Industry SA), nos Estados Unidos, foi autorizado pela Food and Drug Administration (FDA) em 2004, para o tratamento da lipoatrofia, ligada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), com o nome comercial Sculptra® (PLLA). Posteriormente, essa orientação foi ampliada para indivíduos imunocompetentes para objetivos estéticos (HADDAD et. al. 2017).
Dessa forma, os polímeros de ácido láctico são utilizados há mais de 30 anos, em diferentes áreas, como implantes intraósseos, placas, pinos ou parafusos em cirurgias de reconstrução e fios de sutura. Segundo Lima (2020), essa substância está aprovada para fins cosméticos na Europa, no Canadá, na Austrália e no Brasil.
2.5. Mecanismo de ação
O PLLA é uma substância biocompatível e biodegradável, que ao ser introduzido na pele promove a ampliação do volume da face, por meio da fibroplasia, que acontece através da influência que esse material gera, estimulando uma resposta em seu hospedeiro (FITZGERALD et. al. 2018).
Dessa forma, a quantidade de produto, planejamento de aplicação e lugar, influenciam o efeito biológico no indivíduo. A resposta esperada depois da aplicação do PLLA é um processo inflamatório subclínico, acompanhado de encapsulamento e fibroplasia para a ampliação de volume no tecido (LIMA, 2020). Na figura 1 observa-se o mecanismo de ação do PLLA e apresenta-se a reação de corpo estranho a um biomaterial.
Figura 1 – Mecanismo de ação após aplicação do bioestimulador de colágeno PLLA na face.

Fonte: Fitzgerald et. al. (2018).
Ademais, é pertinente destacar que o ácido poli-l-láctico influencia as fibroplasias e colagenases, que acarreta em resultados de volumização gradual nos locais tratados. Logo depois da injeção de PLLA, há uma reposição visível de volume dérmico em consequência da água estéril e da lidocaína usadas no preparo do material, no qual o organismo absorve logo após o procedimento em algumas horas (LIMA, 2020).
Pelo motivo de ser um material, em que o efeito depende da resposta do hospedeiro, não traz consequências instantâneas, pois o efeito leva de 4 a 6 semanas, o aumento da espessura dérmica depende do número de sessões planejadas (HADDAD et. al. 2017). Na figura 2 pode-se observar uma amostra de biópsia de ácido poli-L-láctico (PLLA) injetado em pacientes, no qual, demonstra uma diminuição da resposta inflamatória, degradação do PLLA e acúmulo de colágeno ao longo do tempo.
Figura 2: Amostra de biópsia de ácido poli-L-láctico (PLLA) injetado em pacientes

Legenda: Amostra de biópsia de ácido poli-L-láctico (PLLA) injetado em pacientes, demonstram uma diminuição da resposta inflamatória, degradação do PLLA e acúmulo de colágeno ao longo do tempo. a) Exame histológico 12 meses após a injeção de PLLA, mostrando micropartículas de PLLA com agregação adjacente de células gigantes, histiócitos e fibras colágenas (coloração de hematoxilina eosina; aumento original x 400). b) Exame histológico 30 meses após a injeção de PLLA, mostrando ausência de micropartículas de PLLA e abundância de colágeno (coloração de hematoxilina-eosina; aumento original de x 400).
Fonte: VLEGGAAR, FITZGERALD; LORENC (2014).
A constituição de colágeno e, por conseguinte, o começo da volumização acontece em um período de 1 a 3 meses depois da aplicação do PLLA. Segundo Fitzgerald (2018), quando o material vai se degradando, o efeito da inflamação reduz e a produção de colágeno amplia, tendo em vista que seu efeito pode manter-se por anos.
2.6. Principais contraindicações o uso do ácido poli-l-láctico
A constituição de colágeno tipo I inicia aproximadamente 10 dias depois da aplicação do ácido poli-L-láctico, e permanece por um tempo de oito a 24 meses. A deterioração do produto acontece através de hidrólise não enzimática, no qual os monômeros de ácido lático são metabolizados em CO2 e água, sendo completamente extintos do organismo em cerca de 20 meses (COSER; ALCÂNTARA, 2020).
Portanto, as indicações clínicas primordiais no uso do PLLA na estética facial, são o tratamento da flacidez cutânea resultante do processo de envelhecimento e correção do volume de locais deprimidos como rugas, sulcos e cicatrizes atróficas, como por exemplo, cicatriz de acne. Além disso, mudanças oriundas de lipoatrofia e remodelação óssea (FILHO, 2013).
Ainda, o PLLA pode ser utilizado em outras regiões, como face medial dos braços, pescoço, região peitoral, abdômen e nádegas. Contudo, é necessário evitar locais dinâmicos e esfincterianos do rosto, como a região periorbital e lábios, pelo motivo de que a deslocação repetitiva pode acarretar no acúmulo do produto e no surgimento de nódulos de resposta tardia. Esse método é contraindicado em ocorrências de processos infecciosos e inflamatórios em regiões de aplicação, patologias autoimunes em atividade e colagenoses. Além disso, não pode ser utilizado em pacientes com histórico de queloides e cicatrizes hipertróficas, presença de preenchedores definitivos, mulheres grávidas ou por indivíduos que manifestam hipersensibilidade a qualquer dos constituintes da fórmula (PORTELLA; DUTRA, 2019).
Desse modo, com base no quadro 2 verificam-se as principais doenças autoimunes que contraindicam o uso do ácido poli-l-láctico, devido aos processos inflamatórios e degenerativos que atacam o tecido conjuntivo do corpo.
Quadro 2: Principais doenças autoimunes que contraindicam o uso do ácido poli-l-láctico.

2.7. Recomendações
Na face, os lugares de aplicação precisam respeitar as áreas de musculatura hiperdinâmica, como a região perioral, periorbital e frontal. Os planos de aplicação podem ser supraperiostal, em locais de suporte ósseo, como o mento, ângulo da mandíbula e eminência malar, para tratar contornos irregulares devido da reabsorção óssea. No plano subcutâneo, a aplicação trata a atrofia dos coxins de gordura, utilizando-se cânula, com retroinjeção em leque. A perda de gordura na área temporo lateral, cria concavidades nas regiões temporal e pré-auricular, ocasionando o aumento a demarcação do arco zigomático, que pode ser tratado através da aplicação do ácido poli-L-lático ao longo do coxim temporal lateral (HADDAD, 2017).
A aplicação na região que se estende da pré-auricular, até o ângulo da mandíbula ao arco do zigomático, recomenda se a utilização de cânula, no plano subcutâneo superficial, utilizando a técnica de retroinjeção em leque, restaurando assim o contorno do mento e da mandíbula (HADDAD, 2017).
É recomendado a aplicação em bólus, no plano supraperiotal, para corrigir as irregularidades do contorno inferior da face, redefinindo o contorno facial (HADDAD, 2017).
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente estudo foi desenvolvido como uma pesquisa de revisão bibliográfica narrativa, do tipo qualitativa, de forma descritiva. Na pesquisa descritiva realiza-se o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador (BARROS; LEHFELD, 2007 p. 147).
Utilizou-se como base de coleta de dados as bases Google Acadêmico e Scielo. Os descritores usados para a procura foram as palavras Ácido Poli-L-Láctico; Bioestimuladores de Colágeno; Envelhecimento da Pele; o período da coleta e seleção dos artigos no período de Novembro de 2022 à abril de 2023.
Foram selecionados 224 artigos encontrados na base de dados, entre os anos de 2007 e 2022, com as palavras chaves citadas acima. Dentro dos selecionados, 204 foram excluídos, como critério de exclusão, foi retirado os artigos que continham outras substâncias de bioestimuladores, como hidroxiapatita de cálcio e prolactina, também foi excluído artigos com anos anteriores a 2007 e artigos que desviavam do tema principal. Como critério de inclusão foi selecionado os artigos com a substância PLLA, como tema principal o papel do bioestimulador de colágeno com o ácido poli-L-Láctico no rejuvenescimento facial e artigos com datas recentes. Foram selecionados destes 18 artigos 5 como descritores, para a discussão sobre o papel do ácido poli-L-Láctico no tratamento de rejuvenescimento facial, sendo que 1 destes 5 artigos, debate sobre as características químicas e propriedades funcionais do colágeno e os outros 4 restantes discutem sobre o bioestimulador de colágeno.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Compuseram a amostra desta pesquisa cinco (5) artigos científicos, resultantes da aplicação dos descritores, critérios de inclusão e análise crítica. Os artigos selecionados tiveram como tema principal o bioestimulador de colágeno ácido Poli LLáctico e colágeno, para entender o papel desse bioestimulador no rejuvenescimento cutâneo, conforme serão apresentados no quadro 4 a seguir:
Quadro 4: Apresentação dos artigos selecionados segundo autores/ano, Título, Objetivo e Resultados.


Diante a análise dos artigos e seus respectivos resultados, o bioestimulador ácido poli-l-lático, é atraente para muitos pacientes que preferem um rejuvenescimento cutâneo com resultados satisfatórios e naturais.
Segundo Silva (2012) a principal característica do envelhecimento da pele é a fragmentação da matriz de colágeno na derme por ação de enzimas específicas. A perda da inserção de colágeno impede que os fibroblastos recebam informações mecânicas, ocorrendo o desequilíbrio entre a produção de colágeno e a ação de enzimas que o degradam. Ele defende a ingestão de colágeno e procedimentos estéticos para trazer esse equilíbrio novamente a pele.
Segundo Avelar (2022), os bioestimuladores são uma opção segura e efetiva para prevenir e reverter os efeitos do envelhecimento, melhorando assim a flacidez da pele, trazendo uma aparência mais harmônica.
O ácido PLLA, segundo Coser (2020) é uma alternativa viável e segura, e apresenta bons resultados no tratamento de rejuvenescimento facial, principalmente a pacientes em que a maior queixa é a flacidez dérmica, pois o ácido Poli-L-Láctico atua corrigindo contorno volumétrico, aumentando a espessura da derme.
Haddad (2017) aborda inicialmente uma visão sobre o envelhecimento cutâneo tridimensional, que reconhece como sinais de envelhecimento não só a perda da textura cutânea e as rugas de expressão, como também as perdas volumétricas secundárias, como a redistribuição da gordura facial, remodelação óssea e musculatura de sustentação da face. Segundo Haddad (2017), uma análise correta da face e dos objetivos de cada paciente, permite resultados satisfatórios e naturais. Uma vez injetado o PLLA na pele, ocorre resposta inflamatória local subclínica, com recrutamento de monócitos, macrófagos e fibroblastos, à medida que o ácido poli-l-láctico é metabolizado, permanece a deposição aumentada de colágeno produzida pelo fibroblasto, com consequente aumento da espessura dérmica.
Para Fitzgerald (2018) o papel do ácido hialurônico serve para preencher diretamente os tecidos moles, já o PLLA atua diretamente na produção de colágeno, e a correção volumétrica final é determinada pelo número das sessões de tratamento, Fitzgerald (2018) realiza uma análise detalhada comparando os dois procedimentos e seus objetivos, ficando claro que o PLLA é atraente para pacientes que estão optando por procedimentos mais sutis.
O PLLA é uma ferramenta poderosa para fornecer correção da perda de volume facial, descobriu-se que ele é um produto seguro e eficaz com resultados previsíveis e reprodutíveis, principalmente em pacientes mais jovens, fazendo o papel de um preventivo poderoso contra o envelhecimento cutâneo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos artigos analisados, foi concluído que o papel do bioestimulador ácido Poli-L-Láctico, como rejuvenescedor cutâneo, possui uma resposta positiva no aumento de tecido, tendo uma resposta previsível, sendo uma poderosa ferramenta para fornecer correção duradoura da perda de volume facial, com resultados sutis, naturais e agradáveis de longa duração.
O tratamento com bioestimulador de colágeno ácido poli-l-láctico, são eficientes e seguros, se for aplicado por um profissional qualificado e de forma adequada, tratando a flacidez, e auxiliando na firmeza da pele, propiciando um rosto mais jovem, auxiliando no rejuvenescimento da face.
O efeito do PLLA, de acordo com os estudos selecionados, em virtude de seu meio de ação que abrange a estimulação de uma resposta inflamatória subclínica, acarreta em uma ampliação progressiva no volume da derme e dos tecidos subcutâneos, restaurando a aparência tridimensional da face.
REFERÊNCIAS
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1Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Avantis – UniAvan. 2023/1
2Acadêmica do Curso de Graduação em Biomedicina. E-mail: nuriaregina@hotmail.com
3Acadêmica do Curso de Graduação em Biomedicina. E-mail: Thiago-prats@hotmail.com