BIOESTIMULADOR DE COLÁGENO – ÁCIDO POLI-L-LÁCTICO NO ENVELHECIMENTO CUTANEO¹

 COLLAGEN BIOSTIMULATOR – POLY-L-LACTIC ACID IN SKIN AGING 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202503311819


Núria Regina da Rosa Alves2 
Thiago Prats Alves3


RESUMO

Com o rejuvenescimento facial busca-se diminuir as marcas de expressão, flacidez e  rugas na face, com naturalidade e harmonia, preservando a expressão particular de  cada rosto sem alterar os atributos. Assim, o objetivo deste artigo foi de estudar os  principais benefícios de utilizar o bioestimulador de colágeno com ácido poli-l-láctico  no tratamento facial. O trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica.  Compuseram a amostra desta pesquisa cinco (5) artigos científicos, resultantes da  aplicação dos descritores, critérios de inclusão e análise crítica. Constatou-se então  que, os tratamentos com bioestimulador de colágeno com ácido poli-L-láctico (PLLA)  são eficientes e seguros, se for aplicado por um profissional qualificado e de forma  adequada. Essa técnica trata a flacidez, auxiliando na firmeza da pele, propiciando um  rosto mais jovem, com aparência mais harmônica, prevenindo e retardando os sinais  de envelhecimento da face. Ainda, o efeito final do tratamento com PLLA depende da  avaliação facial com cautela, com orientação correta para cada tratamento, do  emprego da prática, preparo e aplicação do produto, e por fim, atributos particulares  do indivíduo. 

Palavras-chave: Ácido Poli-L-Láctico; Bioestimuladores de Colágeno;  Envelhecimento da Pele. 

ABSTRACT  

With facial rejuvenation, the aim is to reduce expression marks, flaccidity and wrinkles  on the face, with naturalness and harmony, preserving the particular expression of  each face without changing the attributes. Thus, the objective of this article was to  study the main benefits of using the collagen biostimulator with poly-l-lactic acid in the  facial treatment. The work was developed through a bibliographic review. Five (5)  scientific articles composed the sample of this research, resulting from the application  of descriptors, inclusion criteria and critical analysis.  It was then found that treatments with collagen biostimulator with poly-L-lactic acid  (PLLA) are efficient and safe, if applied by a qualified professional and properly. This  technique treats flaccidity, helping to firm the skin, providing a younger face, with a  more harmonious appearance, preventing and delaying the signs of aging on the face.  Still, the final effect of treatment with PLLA depends on careful facial evaluation, with  correct orientation for each treatment, on the use of practical preparation and  application of the product, and finally, on the individual’s particular attributes.  

Key-words: Collagen Biostimulators; Poly-L-Lactic acid; Skin Aging.

1. INTRODUÇÃO  

O processo de envelhecimento da face possui atributos individuais, como por  exemplo, rugas, manchas, perda de luminosidade, ptose tissular e pele seca. A pele é  o órgão que mais reflete essas alterações, por conseguinte, com o passar dos anos,  muitas pesquisas estão sendo efetuadas na procura de procedimentos estéticos que  contribuem para amenizar o envelhecimento cutâneo. (BARBA; RIBEIRO, 2009).  

Nesse sentido, a busca por uma face mais atraente, a percepção pela beleza, tem  influenciado a ciência e a tecnologia para atender esse mercado em expansão, onde  homens e mulheres tentam alcançar uma aparência mais jovem, harmônica dos terços  faciais, mesmo que não sejam determinantes, pois pequenas assimetrias já são  atrativas, e estabelecem a característica particular de uma face (MATA et. al. 2021).  

É essencial analisar as precisões de cada indivíduo, analisando os atributos positivos  e negativos da face, para conseguir propiciar um tipo de tratamento adequado,  auxiliando assim, no rejuvenescimento e embelezamento de modo natural e  melhorado (BARBA; RIBEIRO, 2009).  

O processo de envelhecimento é algo natural, no qual acontece através do processo  intrínseco e extrínseco, e pode ser definido como agrupamento de alterações  fisiológicas inevitáveis, porém reversíveis (BARBA; RIBEIRO, 2009).  

Os procedimentos estéticos de rejuvenescimento facial, tem a função de prevenir o  envelhecimento cutâneo, deixando a pele mais íntegra, sem marcas de expressão,  flacidez e rugas. Segundo Gabriel (2020), esse processo consiste em melhorar a  aparência com naturalidade e harmonia, preservando a expressão particular de cada  rosto sem alterar os atributos.  

Diversas intervenções com práticas minimamente invasivas que influenciam o  colágeno são orientadas, como: microagulhamento, peelings químicos, lasers  fracionados para auxiliar na textura da pele, radiofrequência no qual demonstra ondas  que atravessam as camadas mais profundas da pele, promovendo a contração das  fibras de elastina e colágeno, o ultrassom microfocado propiciando um resultado lifting  (MATA et. al. 2021). 

Dessa maneira, o objetivo deste artigo foi analisar os principais benefícios de utilizar  o bioestimulador de colágeno ácido poli-L-láctico no rejuvenescimento cutâneo. O  estudo se justifica pela importância de abordar esse assunto, visto que procedimentos estéticos que entregam resultados naturais, estão crescendo a cada dia  mundialmente.  

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA  

2.1. Envelhecimento da pele  

O maior órgão do corpo humano é a pele, constituindo aproximadamente 15%  do peso corporal, com uma extensão que pode chegar entre 1,5m a 2,0m. Esse órgão  exerce diversas funções, sendo vista como a primeira linha de defesa contra  agressões de danos ambientais (RODRIGUES; CAGNANI, 2022).  

A epiderme é a camada mais superficial da pele, responsável pelo primeiro  contato com o ambiente externo, e a derme, a camada média, a qual constitui o tecido  de sustentação que nela atravessa os vasos e nervos, onde estão implantados os  anexos cutâneos como as glândulas sudoríparas, pêlos, glândulas sebáceas e unhas.  (RODRIGUES; CAGNANI, 2022).  

Nesse contexto, a pele é o órgão mais afetado do corpo humano quando se  trata de envelhecimento, ao avançar dos anos, a pele promove redução da  elasticidade, fragilidade, atrofia, colágeno e gordura. Por conseguinte, o  envelhecimento cutâneo que se exterioriza por meio de rugas, linhas de expressão e  flacidez (RODRIGUES; CAGNANI, 2022).  

Esse órgão começa o processo de envelhecimento aproximadamente a partir  dos 30 anos de idade, porém a transformação das estruturas da pele acontece desde  a formação do embrião. Desta forma, a ciência dividiu esses fatores em intrínseco e  extrínseco, sendo que, no fator intrínseco acontecem as alterações genéticas e de  idade, esperado e inevitável, por outro lado, no fator extrínseco é provocado por  fatores ambientais, raios UV, tabagismo, má alimentação, alcoolismo e radicais livres  (COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2013).  

A multiplicação celular diminui no momento em que o envelhecimento progride,  comprometendo a síntese e a atividade de proteínas importantes, que garantem a elasticidade e resistência à pele, como no caso da elastina e do colágeno (COIMBRA;  URIBE; OLIVEIRA, 2013).  

Os sinais que mais aparecem na pele com o envelhecimento são a atrofia,  enrugamento, ptose e lassidão, sendo que, estas alterações na derme, comprometem  o alicerce estrutural para epiderme, ou seja, delineiam as mudanças na aparência  externa, refletidas no estrato córneo. Já na epiderme, ocorre uma redução da camada  córnea, deixando a mesma mais fina, pálida (COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2013).  

As alterações que acontecem na derme causam as manifestações inestéticas  ocorridas no envelhecimento. Exemplo disso são a flacidez e rugas, sendo estas  causadas pelo achatamento nas papilas dérmicas e pelo comprometimento da  nutrição celular (FRANZEN; SANTOS; ZANCANARO, 2013).  

Durante o envelhecimento da pele ocorre uma diminuição de fibroblastos,  colágeno, diminuição de glicosaminoglicanos, como o ácido hialurônico, impactando  na quantidade de água existentes na derme e na sua turgescência (FRANZEN;  SANTOS; ZANCANARO, 2013).  

Entretanto, existem procedimentos para reduzir e tratar o processo de  envelhecimento, melhorando e auxiliando na nutrição e tônus muscular, possibilitando  neste sentido, uma melhora na aparência geral da pele (SANTOS, 2021).  

2.2. Bioestimuladores de colágeno  

As substâncias mais utilizadas como bioestimuladores de colágeno são ácido poli-l láctico (PLLA), hidroxiapatita de cálcio (CaHa), policaprolactona (PCL). A aplicação  dos bioestimuladores são vistos como um procedimento minimamente invasivo que  trata linhas finas, rugas, perda de volume, com a formação de novo colágeno dérmico,  agindo neste sentido, nas camadas mais profundas da pele (MATA et. al. 2021).  

Os materiais são injetados na derme profunda da face com microcânulas, sendo  também indicados na redução do processo de envelhecimento facial e em sua  reestruturação, com o intuito de combater a flacidez, e de melhorar a firmeza da pele  (MATA et. al. 2021). A média de duração dos bioestimuladores varia entre 18 meses a cinco anos  de permanência do material no tecido dérmico, e o permanente, Polimetilmetacrilato  (PMMA), que não é biodegradável, permanece no organismo (MATA et. al. 2021).  Assim, no quadro 1 apresenta-se uma comparação dos bioestimuladores de colágeno. 

Quadro 1: Comparação dos bioestimuladores de colágeno. 

Fonte: Adaptado de Mata et. al. (2021).

2.3. Colágeno  

A proteína mais importante que o corpo produz é o colágeno, de origem animal,  que auxilia na integridade e estrutura dos tecidos. Assim, o colágeno está presente nos tecidos conjuntivos do corpo, como ossos, tendões, cartilagens, veias, pele,  dentes, músculos e no estrato córneo dos olhos (SILVA, 2012).  

A produção de colágeno com o passar dos anos diminui, necessitando de  reposição, que pode ser realizado através do procedimento com bioestimulador de  colágeno. De todos os tipos de colágeno já descritos, o colágeno tipo l ocorre em  tendões, cartilagens fibrosas, tecido conjuntivo frouxo, tecido conjuntivo espesso  sólido, formado por feixes e fibras, encontrado em ossos, tendões e pele (AVELAR,  2022).  

O colágeno tipo II acontece na cartilagem elástica e hialinizada, estando  presente nos olhos, cartilagens e discos, também é o principal responsável pela saúde  das cartilagens e articulações. Já o colágeno tipo III está disponível no músculo liso,  artérias, fígado e útero, e auxilia no desenvolvimento e manutenção da pele (AVELAR,  2022).  

Existe, ainda, o colágeno tipo IV, que pode ser encontrado em locais de grande  resistência às tensões, como nos ossos, que precisam de uma estrutura compatível com a sua função de sustentação (AVELAR, 2022).  

2.4. Ácido poli-l-láctico  

O ácido poli-l-láctico, foi aprovado em 1999 na Europa, como um preenchedor com  nome comercial de New- Fill® (Biotech Industry SA), nos Estados Unidos, foi  autorizado pela Food and Drug Administration (FDA) em 2004, para o tratamento da  lipoatrofia, ligada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), com o nome comercial  Sculptra® (PLLA). Posteriormente, essa orientação foi ampliada para indivíduos  imunocompetentes para objetivos estéticos (HADDAD et. al. 2017).  

Dessa forma, os polímeros de ácido láctico são utilizados há mais de 30 anos, em  diferentes áreas, como implantes intraósseos, placas, pinos ou parafusos em cirurgias  de reconstrução e fios de sutura. Segundo Lima (2020), essa substância está  aprovada para fins cosméticos na Europa, no Canadá, na Austrália e no Brasil.  

2.5. Mecanismo de ação  

O PLLA é uma substância biocompatível e biodegradável, que ao ser introduzido na  pele promove a ampliação do volume da face, por meio da fibroplasia, que acontece  através da influência que esse material gera, estimulando uma resposta em seu  hospedeiro (FITZGERALD et. al. 2018).  

Dessa forma, a quantidade de produto, planejamento de aplicação e lugar,  influenciam o efeito biológico no indivíduo. A resposta esperada depois da aplicação  do PLLA é um processo inflamatório subclínico, acompanhado de encapsulamento e  fibroplasia para a ampliação de volume no tecido (LIMA, 2020). Na figura 1 observa-se  o mecanismo de ação do PLLA e apresenta-se a reação de corpo estranho a um  biomaterial. 

Figura 1 – Mecanismo de ação após aplicação do bioestimulador de colágeno PLLA na face.

Legenda: Na primeira hora observa-se o reconhecimento do corpo estranho e inicia uma inflamação  controlada. Em até dois dias observa-se a adsorção de proteína com a presença dos Neutrófilos. Do segundo ao décimo dia iniciou-se o ataque dos macrófagos e monócitos a substância PLLA. Do  décimo dia em diante iniciou-se o encapsulamento do corpo estranho com a presença dos  fibroblastos, na terceira semana em diante, até 18 meses, observa-se a produção de colágeno.  

Fonte: Fitzgerald et. al. (2018).  

Ademais, é pertinente destacar que o ácido poli-l-láctico influencia as fibroplasias e  colagenases, que acarreta em resultados de volumização gradual nos locais  tratados. Logo depois da injeção de PLLA, há uma reposição visível de volume  dérmico em consequência da água estéril e da lidocaína usadas no preparo do material, no qual o organismo absorve logo após o procedimento em algumas horas  (LIMA, 2020). 

Pelo motivo de ser um material, em que o efeito depende da resposta do hospedeiro,  não traz consequências instantâneas, pois o efeito leva de 4 a 6 semanas, o aumento  da espessura dérmica depende do número de sessões planejadas (HADDAD et. al.  2017). Na figura 2 pode-se observar uma amostra de biópsia de ácido poli-L-láctico  (PLLA) injetado em pacientes, no qual, demonstra uma diminuição da resposta  inflamatória, degradação do PLLA e acúmulo de colágeno ao longo do tempo. 

Figura 2: Amostra de biópsia de ácido poli-L-láctico (PLLA) injetado em pacientes 

Legenda: Amostra de biópsia de ácido poli-L-láctico (PLLA) injetado em pacientes, demonstram uma  diminuição da resposta inflamatória, degradação do PLLA e acúmulo de colágeno ao longo do tempo.  a) Exame histológico 12 meses após a injeção de PLLA, mostrando micropartículas de PLLA com  agregação adjacente de células gigantes, histiócitos e fibras colágenas (coloração de  hematoxilina eosina; aumento original x 400). b) Exame histológico 30 meses após a injeção de PLLA,  mostrando ausência de micropartículas de PLLA e abundância de colágeno (coloração de  hematoxilina-eosina; aumento original de x 400).  

Fonte: VLEGGAAR, FITZGERALD; LORENC (2014).  

A constituição de colágeno e, por conseguinte, o começo da volumização  acontece em um período de 1 a 3 meses depois da aplicação do PLLA. Segundo  Fitzgerald (2018), quando o material vai se degradando, o efeito da inflamação reduz e a produção de colágeno amplia, tendo em vista que seu efeito pode manter-se por  anos.  

2.6. Principais contraindicações o uso do ácido poli-l-láctico  

A constituição de colágeno tipo I inicia aproximadamente 10 dias depois da aplicação  do ácido poli-L-láctico, e permanece por um tempo de oito a 24 meses. A deterioração  do produto acontece através de hidrólise não enzimática, no qual os monômeros de  ácido lático são metabolizados em CO2 e água, sendo completamente extintos do  organismo em cerca de 20 meses (COSER; ALCÂNTARA, 2020).  

Portanto, as indicações clínicas primordiais no uso do PLLA na estética facial, são o  tratamento da flacidez cutânea resultante do processo de envelhecimento e correção  do volume de locais deprimidos como rugas, sulcos e cicatrizes atróficas, como por  exemplo, cicatriz de acne. Além disso, mudanças oriundas de lipoatrofia e  remodelação óssea (FILHO, 2013).  

Ainda, o PLLA pode ser utilizado em outras regiões, como face medial dos braços,  pescoço, região peitoral, abdômen e nádegas. Contudo, é necessário evitar locais  dinâmicos e esfincterianos do rosto, como a região periorbital e lábios, pelo motivo de  que a deslocação repetitiva pode acarretar no acúmulo do produto e no surgimento de  nódulos de resposta tardia. Esse método é contraindicado em ocorrências de  processos infecciosos e inflamatórios em regiões de aplicação, patologias autoimunes  em atividade e colagenoses. Além disso, não pode ser utilizado em pacientes com  histórico de queloides e cicatrizes hipertróficas, presença de preenchedores  definitivos, mulheres grávidas ou por indivíduos que manifestam hipersensibilidade a  qualquer dos constituintes da fórmula (PORTELLA; DUTRA, 2019).  

Desse modo, com base no quadro 2 verificam-se as principais doenças  autoimunes que contraindicam o uso do ácido poli-l-láctico, devido aos processos  inflamatórios e degenerativos que atacam o tecido conjuntivo do corpo. 

Quadro 2: Principais doenças autoimunes que contraindicam o uso do ácido poli-l-láctico.

Fonte: Adaptado de Haddad (2017). 

2.7. Recomendações  

Na face, os lugares de aplicação precisam respeitar as áreas de musculatura  hiperdinâmica, como a região perioral, periorbital e frontal. Os planos de aplicação  podem ser supraperiostal, em locais de suporte ósseo, como o mento, ângulo da  mandíbula e eminência malar, para tratar contornos irregulares devido da reabsorção  óssea. No plano subcutâneo, a aplicação trata a atrofia dos coxins de gordura,  utilizando-se cânula, com retroinjeção em leque. A perda de gordura na área  temporo lateral, cria concavidades nas regiões temporal e pré-auricular, ocasionando  o aumento a demarcação do arco zigomático, que pode ser tratado através da  aplicação do ácido poli-L-lático ao longo do coxim temporal lateral (HADDAD, 2017).  

A aplicação na região que se estende da pré-auricular, até o ângulo da mandíbula ao  arco do zigomático, recomenda se a utilização de cânula, no plano subcutâneo  superficial, utilizando a técnica de retroinjeção em leque, restaurando assim o  contorno do mento e da mandíbula (HADDAD, 2017).  

É recomendado a aplicação em bólus, no plano supraperiotal, para corrigir as  irregularidades do contorno inferior da face, redefinindo o contorno facial (HADDAD,  2017). 

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS  

O presente estudo foi desenvolvido como uma pesquisa de revisão bibliográfica  narrativa, do tipo qualitativa, de forma descritiva. Na pesquisa descritiva realiza-se o  estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a  interferência do pesquisador (BARROS; LEHFELD, 2007 p. 147).  

Utilizou-se como base de coleta de dados as bases Google Acadêmico e Scielo.  Os descritores usados para a procura foram as palavras Ácido Poli-L-Láctico;  Bioestimuladores de Colágeno; Envelhecimento da Pele; o período da coleta e seleção  dos artigos no período de Novembro de 2022 à abril de 2023.  

Foram selecionados 224 artigos encontrados na base de dados, entre os anos  de 2007 e 2022, com as palavras chaves citadas acima. Dentro dos selecionados, 204  foram excluídos, como critério de exclusão, foi retirado os artigos que continham  outras substâncias de bioestimuladores, como hidroxiapatita de cálcio e prolactina,  também foi excluído artigos com anos anteriores a 2007 e artigos que desviavam do  tema principal. Como critério de inclusão foi selecionado os artigos com a substância  PLLA, como tema principal o papel do bioestimulador de colágeno com o ácido poli-L-Láctico no rejuvenescimento facial e artigos com datas recentes. Foram selecionados  destes 18 artigos 5 como descritores, para a discussão sobre o papel do ácido poli-L-Láctico no tratamento de rejuvenescimento facial, sendo que 1 destes 5 artigos, debate  sobre as características químicas e propriedades funcionais do colágeno e os outros  4 restantes discutem sobre o bioestimulador de colágeno.  

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES  

Compuseram a amostra desta pesquisa cinco (5) artigos científicos, resultantes  da aplicação dos descritores, critérios de inclusão e análise crítica. Os artigos  selecionados tiveram como tema principal o bioestimulador de colágeno ácido Poli LLáctico e colágeno, para entender o papel desse bioestimulador no rejuvenescimento  cutâneo, conforme serão apresentados no quadro 4 a seguir:

Quadro 4: Apresentação dos artigos selecionados segundo autores/ano, Título, Objetivo e Resultados. 

Diante a análise dos artigos e seus respectivos resultados, o  bioestimulador ácido poli-l-lático, é atraente para muitos pacientes que preferem  um rejuvenescimento cutâneo com resultados satisfatórios e naturais.  

Segundo Silva (2012) a principal característica do envelhecimento da pele  é a fragmentação da matriz de colágeno na derme por ação de enzimas  específicas. A perda da inserção de colágeno impede que os fibroblastos  recebam informações mecânicas, ocorrendo o desequilíbrio entre a produção de  colágeno e a ação de enzimas que o degradam. Ele defende a ingestão de  colágeno e procedimentos estéticos para trazer esse equilíbrio novamente a pele.  

Segundo Avelar (2022), os bioestimuladores são uma opção segura e  efetiva para prevenir e reverter os efeitos do envelhecimento, melhorando assim  a flacidez da pele, trazendo uma aparência mais harmônica.  

O ácido PLLA, segundo Coser (2020) é uma alternativa viável e segura, e  apresenta bons resultados no tratamento de rejuvenescimento facial,  principalmente a pacientes em que a maior queixa é a flacidez dérmica, pois o  ácido Poli-L-Láctico atua corrigindo contorno volumétrico, aumentando a  espessura da derme.  

Haddad (2017) aborda inicialmente uma visão sobre o envelhecimento  cutâneo tridimensional, que reconhece como sinais de envelhecimento não só a  perda da textura cutânea e as rugas de expressão, como também as perdas  volumétricas secundárias, como a redistribuição da gordura facial, remodelação  óssea e musculatura de sustentação da face. Segundo Haddad (2017), uma  análise correta da face e dos objetivos de cada paciente, permite resultados  satisfatórios e naturais. Uma vez injetado o PLLA na pele, ocorre resposta  inflamatória local subclínica, com recrutamento de monócitos, macrófagos e  fibroblastos, à medida que o ácido poli-l-láctico é metabolizado, permanece a  deposição aumentada de colágeno produzida pelo fibroblasto, com consequente  aumento da espessura dérmica.  

Para Fitzgerald (2018) o papel do ácido hialurônico serve para preencher  diretamente os tecidos moles, já o PLLA atua diretamente na produção de colágeno, e a correção volumétrica final é determinada pelo número das sessões  de tratamento, Fitzgerald (2018) realiza uma análise detalhada comparando os  dois procedimentos e seus objetivos, ficando claro que o PLLA é atraente para  pacientes que estão optando por procedimentos mais sutis. 

O PLLA é uma ferramenta poderosa para fornecer correção da perda de  volume facial, descobriu-se que ele é um produto seguro e eficaz com resultados  previsíveis e reprodutíveis, principalmente em pacientes mais jovens, fazendo o  papel de um preventivo poderoso contra o envelhecimento cutâneo.  

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Através dos artigos analisados, foi concluído que o papel do  bioestimulador ácido Poli-L-Láctico, como rejuvenescedor cutâneo, possui uma  resposta positiva no aumento de tecido, tendo uma resposta previsível, sendo  uma poderosa ferramenta para fornecer correção duradoura da perda de volume  facial, com resultados sutis, naturais e agradáveis de longa duração.  

O tratamento com bioestimulador de colágeno ácido poli-l-láctico, são  eficientes e seguros, se for aplicado por um profissional qualificado e de forma  adequada, tratando a flacidez, e auxiliando na firmeza da pele, propiciando um  rosto mais jovem, auxiliando no rejuvenescimento da face.  

O efeito do PLLA, de acordo com os estudos selecionados, em virtude de  seu meio de ação que abrange a estimulação de uma resposta inflamatória  subclínica, acarreta em uma ampliação progressiva no volume da derme e dos  tecidos subcutâneos, restaurando a aparência tridimensional da face. 

REFERÊNCIAS  

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1Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Avantis – UniAvan. 2023/1

2Acadêmica do Curso de Graduação em Biomedicina. E-mail: nuriaregina@hotmail.com

3Acadêmica do Curso de Graduação em Biomedicina. E-mail: Thiago-prats@hotmail.com