BENEFÍCIOS E DESAFIOS DO BICARBONATO DE SÓDIO NA PERFORMANCE ATLÉTICA: UMA ANÁLISE ABRANGENTE

BENEFITS AND CHALLENGES OF SODIUM BICARBONATE IN ATHLETIC PERFORMANCE: A COMPREHENSIVE ANALYSIS

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10213788


Rodrigo de Almeida Moretti Pinna [1]
Lucas Gonçalves Zanini [2]
Felipe Lapido Aguiar [1]
Vinícius Soares Pereira [2]
Gustavo Galvão [3]
Rebecca Heloísa Pereira [4]
Laís Miura [5]
Pedro Rogatis Nunes [6
Marina de Almeida Moretti Pinna  [7]
Paulo Sallarola Takao [8]
Fabiano Bezerra Menegidio [9]


Resumo

O presente trabalho empreende uma revisão de literatura abordando o bicarbonato de sódio como um suplemento potencialmente benéfico para o aprimoramento do desempenho esportivo. O processo de seleção de artigos, realizado por meio de uma pesquisa abrangente no PubMed, datada de abril de 2021, focalizou publicações entre 2011 e 2021, delineando a evolução recente do interesse científico na temática. A categorização dos artigos foi estruturada com base em domínios específicos, notadamente resistência muscular e força, com o intuito de discernir tendências e descobertas relevantes na literatura científica recente. A crescente procura por informações acerca do bicarbonato de sódio enquanto suplemento reflete-se na atualização do conhecimento científico sobre suas implicações para atletas. Embora alguns artigos apontem para potenciais benefícios, é imperativo destacar que, até o momento, escasseiam pesquisas que estabeleçam uma correlação inequívoca entre o uso do bicarbonato de sódio e melhorias tangíveis na prática esportiva. A revisão destaca lacunas significativas no entendimento atual, indicando a necessidade de pesquisas mais aprofundadas para discernir a eficácia e a aplicabilidade do bicarbonato de sódio como um agente ergogênico em contextos esportivos. Este estudo contribui, assim, para a consolidação de uma base de conhecimento científico mais robusta sobre o tema, fornecendo uma visão crítica e abrangente da pesquisa disponível.

Palavras-chave: Bicarbonato de sódio. Suplementação esportiva. Desempenho atlético. Resistência muscular. Força física.

1.INTRODUÇÃO

A regulação complexa do estado de fadiga e desempenho durante o exercício resulta de uma interação intricada de fatores centrais e periféricos (CHIN; ALLEN, 1998; MARCORA; STAIANO, 2010; NOAKES; ST CLAIR GIBSON; LAMBERT, 2004). Os componentes centrais desempenham um papel crucial na manutenção da consciência e/ou controle subconsciente do exercício, visando evitar falhas na regulação da homeostase (MARCORA; STAIANO, 2010; NOAKES; ST CLAIR GIBSON; LAMBERT, 2004). Por outro lado, a fadiga periférica está frequentemente associada ao acúmulo excessivo de metabólitos, como íons H+, potássio (K+), íons fosfato (Pi+), e à disponibilidade de fontes de energia metabólica (CHIN; ALLEN, 1998).

Estudos indicam que a acidose induzida pelo exercício, resultante do acúmulo de íons H+, é uma causa significativa do estado de fadiga (FITTS, 2008). Além disso, fatores como tipo de exercício, duração e intensidade desempenham papéis cruciais na determinação desse estado, sendo exercícios de curta duração e alta intensidade associados ao aumento da concentração de lactato e íons H+ (BANGSBO, 1998; CALBET et al., 2003).

O aumento desses íons resulta na acidificação do pH sanguíneo (PEINADO et al., 2006), desaceleração da glicólise (PÉRONNET et al., 2007), alterações na liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático e, consequentemente, modificações na ligação deste íon (KEMP, 2007). Isso se traduz em maior percepção de fadiga (ZABALA et al., 2008) e deterioração na performance do exercício (SIEGLER; HIRSCHER, 2010; ZABALA et al., 2008).

A manipulação de variáveis de treino, como cargas e velocidade de contração, visando adaptações neuromusculares, pode ser influenciada pela implementação de intervenções nutricionais. A suplementação com bicarbonato de sódio, objeto de estudo desde os anos 1970 (LINDERMAN et al., 1992; MATSON; TRAN, 1993), é reconhecida na literatura por sua capacidade de aprimorar a performance em exercícios anaeróbicos e sustentar o poder de contração muscular. Atletas de elite, como remadores e corredores de curta distância, bem como praticantes de esportes coletivos com demandas intensas em corridas repetitivas, fazem uso comum desse suplemento, uma vez que a maior parte da energia para atividades de curta duração e alta intensidade provém da via glicolítica não-oxidativa (MATSON; TRAN, 1993; MCARDLE; KATCH; KATCH, 2007).

O aumento da atividade nessa via está associado ao acúmulo de lactato e íons H+ no músculo e no sangue, sendo o íon H+ responsável pela inibição enzimática e atividade contrá-

til no músculo esquelético (MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 1997; MCARDLE; KATCH; KATCH, 2007; PARKHOUSE; MCKENZIE, 1984). À medida que a atividade de alta intensidade progride, diversos mecanismos intracelulares de regulação, com destaque para o bicarbonato (HCO-) (PARKHOUSE; MCKENZIE, 1984), agem para neutralizar o aumento de H+ sérico. No entanto, os estoques naturais de HCO- muitas vezes são insuficientes, levando à acidose e, consequentemente, ao estado de fadiga (CAIRNS, 2006).

Dessa forma, a ingestão de reguladores exógenos, como o Bicarbonato de Sódio (NaHCO3), antes do exercício, tem sido adotada por atletas para potencializar a capacidade do sistema tampão do organismo (COSTILL et al., 1984; LINDERMAN et al., 1992; MATSON; TRAN, 1993; PRICE; SINGH, 2008; REQUENA et al., 2005). Estudos indicam que a dosagem eficaz para efeitos ergogênicos varia entre 0,2-0,3 g/kg e deve ser administrada de 60 a 120 minutos antes do exercício (DOUROUDOS et al., 2006; GOLDFINCH; MC NAUGHTON; DAVIES, 1988; MCNAUGHTON et al., 1999; SIEGLER et al., 2018).

Esta revisão visa explorar de maneira clara e aprofundada os efeitos da suplementação com bicarbonato de sódio, considerando que resultados contraditórios em desempenho podem ser atribuídos a variações nos protocolos de suplementação (como dosagens, tempo e métodos de ingestão) ou a respostas interindividuais ao suplemento e à tarefa de desempenho subsequente.

2  METODOLOGIA 

Este estudo compreende uma revisão de literatura que investiga os impactos da suplementação de bicarbonato de sódio na performance esportiva de atletas. A seleção de artigos foi conduzida através da base de dados PubMed (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/), abrangendo o intervalo temporal de 2010 a 2021. As variáveis de interesse incluíram resistência muscular, avaliada por meio de diferenças no número de repetições, tempo de isometria e trabalho isocinético (velocidade controlada), assim como a força, que foi medida por variações no pico de força, torque ou carga levantada. Também foram consideradas diferentes alterações nos estados de repouso e fadiga.

Para a inclusão na revisão, foram considerados todos os artigos identificados por palavras-chave pertinentes à suplementação de bicarbonato de sódio em atletas, enquanto foram excluídos aqueles que não abordavam diretamente a relação entre performance esportiva e a referida suplementação. Esse critério foi adotado para garantir a pertinência e especificidade dos estudos considerados na revisão.

3  RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na fase de pesquisa primária, identificamos 40 artigos, dos quais 34 foram selecionados para análise. Dentro desse conjunto, 33 estabeleceram uma relação entre o consumo de bicarbonato de sódio e a performance esportiva, 2 examinaram os efeitos desse composto no aumento da força muscular, enquanto 18 destacaram a ocorrência de distúrbios gastrointestinais associados ao seu consumo.

A compreensão dos processos metabólicos durante atividades de alta intensidade e curta duração revela a importância da via glicolítica não oxidativa na provisão de energia. Nesse contexto, o aumento dessa via está intrinsecamente ligado ao acúmulo de lactato e íons H+ no sangue e no músculo. A relevância desse acúmulo está associada ao estado de fadiga, uma vez que o íon H+ desempenha um papel crítico na inibição enzimática e na modulação da atividade contrátil da musculatura esquelética (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2007, p. 200; MCNAUGHTON; FORD; NEWBOLD, 1997; PARKHOUSE; MCKENZIE, 1984).

Essa interconexão entre a atividade da via glicolítica não oxidativa e os efeitos cumulativos dos íons H+ destaca-se como um ponto crucial na compreensão da fisiologia do exercício. O entendimento desses mecanismos bioquímicos fundamentais é essencial para explorar intervenções que visam modular o equilíbrio ácido-base durante atividades físicas intensas, como a suplementação com bicarbonato de sódio.

A manutenção do equilíbrio iônico no organismo durante atividades físicas intensas envolve a ativação de mecanismos intracelulares para neutralizar o aumento acentuado dos íons H+ no sangue. Nesse contexto, o bicarbonato (HCO) emerge como o componente mais proeminente nesse processo regulatório. À medida que a intensidade da atividade física se eleva, a produção endógena de HCO revela-se insuficiente para efetuar o tamponamento sanguíneo, resultando no acúmulo de íons H+ e, por conseguinte, desencadeando um estado de acidose e fadiga (CAIRNS, 2006; GOUGH et al., 2019; MCNAUGHTON; FORD; NEWBOLD, 1997; PARKHOUSE; MCKENZIE, 1984).

Essa complexa interação entre os mecanismos tampão intracelulares e os desafios impostos pela demanda metabólica durante atividades intensas ilustra a importância da homeostase ácido-base. O entendimento desses processos é essencial para explorar estratégias que visem modular o sistema tampão do organismo, como a utilização do bicarbonato de sódio como suplemento ergogênico na busca por melhorias na performance atlética.

Assim, busca-se potencializar a capacidade de tamponamento do sistema fisiológico por meio da ingestão de suplementos esportivos, como o Bicarbonato de sódio, resultando na retarda do surgimento do estado de fadiga. O interesse nesse suplemento remonta à década de 1970, com atletas explorando seus potenciais benefícios para aprimorar o desempenho esportivo, notadamente em modalidades de alta intensidade e curta duração (COSTILL et al., 1984; LINDERMAN et al., 1992; MATSON; TRAN, 1993; MCARDLE; KATCH; KATCH, 2007; MCNAUGHTON; FORD; NEWBOLD, 1997; PRICE; SINGH, 2008; REQUENA et al.,

2005). Essa prática reflete uma abordagem estratégica visando otimizar a capacidade do organismo de lidar com os desafios metabólicos associados a esforços físicos intensos.

Nesta análise abrangente, constatou-se que a suplementação de bicarbonato de sódio apresenta efeitos positivos na performance esportiva em 25 dos 35 estudos examinados. Em um estudo conduzido por Wang et al. (2019), que focou em treinamento de alta intensidade intervalado (HIIT) caracterizado por breves e intensos esforços, observou-se aprimoramento na performance anaeróbica. Os benefícios incluíram melhora na potência de saída, retardo do estado de fadiga, além de uma taxa aprimorada e velocidade superior na depuração de lactato no sangue. Similarmente, no estudo de Durkalec et al. (2020) realizado no wrestling, a suplementação de bicarbonato de sódio contribuiu para a redução da fadiga, corroborando os resultados de Wang. Em outra vertente esportiva, o estudo de Krzysztof et al. (2020), que explorou o consumo de NaHCO3 no hockey de grama, revelou que esse composto beneficia o desempenho desses atletas, tanto em condições de suplementação aguda quanto crônica. A administração crônica demonstrou impacto na potência anaeróbica, especialmente no início da atividade e antes do surgimento da fadiga, enquanto a suplementação aguda resultou em aprimoramento na capacidade de tamponamento sanguíneo, determinante para a eficácia do atleta em eventos de alta intensidade, como competições (DURKALEC–MICHALSKI et al., 2020; LINDERMAN; FAHEY, 1991; WANG et al., 2019). Esses achados destacam a versatilidade e a relevância da suplementação de bicarbonato de sódio em contextos esportivos diversos.

Para além dos benefícios observados na melhoria da performance anaeróbica e na redução da fadiga, a suplementação de bicarbonato de sódio demonstrou ser eficaz na diminuição dos tempos de prova em diversas práticas esportivas. No estudo conduzido por Boegman et al. (2020), que investigou os efeitos da suplementação individualizada de NaHCO3- em remadores profissionais, foi constatado que, dos 23 atletas avaliados, 18 reduziram seus tempos de prova em uma média de 2 segundos, sendo que 11 destes apresentaram melhorias de 3 segundos ou mais. Em uma perspectiva prática, esse ganho médio de 2 segundos equivale a uma distância maior do que a extensão de um barco, traduzindo-se em uma melhoria significativa na performance. Essa diminuição do tempo de prova também foi corroborada pelo estudo de Farney et al. (2020), que explorou os efeitos do bicarbonato de sódio em atividades de alta intensidade e curta duração, como tiros de corrida, agachamento e circuito de ciclismo. Nesse contexto, os participantes que receberam a suplementação foram capazes de executar a atividade em um período menor em comparação ao grupo controle que recebeu placebo. Hilton et al. (2020) também contribuíram para essa compreensão, destacando uma diminuição ainda mais expressiva no tempo de prova em seu estudo. Nesse caso, foi observada uma redução de 8,5 segundos em um percurso de ciclismo de 4 km, além de uma melhora significativa na potência de saída. Esses resultados reforçam a influência positiva da suplementação de bicarbonato de sódio na otimização do desempenho esportivo, evidenciando ganhos substanciais na eficiência e velocidade em diversas modalidades.

Entre os 34 artigos analisados, nove abordaram o ciclismo associado à utilização de bicarbonato de sódio (NaHCO3). No estudo conduzido por Gough et al. (2019) e Mündel (2018), foi possível observar uma recuperação mais rápida entre os atletas que receberam a suplementação, e segundo Mündel (2018), houve um aprimoramento na potência no grupo que utilizou o NaHCO3. Adicionalmente, no estudo de Miller et al. (2016), constatou-se que o grupo de participantes que ingeriu bicarbonato de sódio foi capaz de executar um número maior de repetições em sprints quando comparado ao grupo que recebeu placebo. Esses achados indicam consistentemente que a suplementação de bicarbonato de sódio pode conferir benefícios específicos a atletas envolvidos em atividades ciclísticas, demonstrando melhorias tanto na capacidade de recuperação quanto na potência muscular, o que contribui para um desempenho aprimorado em sprints e exercícios de alta intensidade. Essas observações oferecem insights valiosos para a aplicação prática do bicarbonato de sódio como uma estratégia ergogênica específica para ciclistas.

Na extensa análise realizada, observou-se que o condicionamento físico dos participantes emerge como um fator crucial na eficácia do bicarbonato de sódio como suplemento ergogênico. Dos 34 artigos examinados, 26 envolveram atletas de elite, demonstrando uma tendência clara de aplicação em indivíduos bem condicionados. Este padrão reflete a complexidade da relação entre o bicarbonato de sódio e o desempenho atlético, uma vez que, segundo Cameron et al. (2010), em atletas de elite, como jogadores profissionais de rugby, o uso desse suplemento não resultou em melhorias significativas de performance, apesar de alterações observadas no pH sanguíneo e concentração de bicarbonato.

Essa divergência de resultados entre estudos com atletas altamente condicionados e aqueles com menor condicionamento, como discutido por Parkhouse & McKenzie (1984), sugere que o treinamento regular pode aumentar a capacidade de tamponamento, atenuando os efeitos ergogênicos do bicarbonato de sódio. Este fenômeno é exemplificado pelo estudo de Voskamp et al. (2020) em ciclistas de elite, onde não houve melhora de desempenho com a suplementação de bicarbonato de sódio. Em contraste, os estudos de Gough et al. (2019), Boegman et al. (2019) e Durkalec (2020), também conduzidos com atletas de elite, revelaram melhorias significativas nas performances esportivas, destacando a complexidade dessa relação e a necessidade de considerar diferentes modalidades esportivas.

Outro aspecto relevante é a disparidade nos sexos dos participantes, com a maioria dos estudos usando apenas homens. Essa limitação amostral impede uma análise clara das possíveis diferenças nos efeitos do bicarbonato de sódio entre os gêneros, destacando a necessidade de pesquisas mais abrangentes nessa área.

Quanto à dosagem administrada, a variação entre 0.2g/kg e 0.3g/kg, ingerida 60 a 90 minutos antes da atividade física, foi comum nos estudos selecionados. Notavelmente, os estudos de Durkalec et al. (2018, 2020) adotaram uma abordagem fracionada, revelando que a administração crônica pode eliminar distúrbios gastrointestinais associados à dosagem aguda. A importância dessa estratégia é evidenciada pelos resultados positivos obtidos em atividades como Crossfit e hockey de grama. O estudo de Gough et al. (2019), que introduziu um protocolo de jejum antes da administração de bicarbonato, destaca a necessidade de uma abordagem personalizada para determinar a dose ideal, indicando a complexidade do uso desse composto na prática esportiva. Em resumo, a dosagem, timing e a individualização do protocolo são aspectos cruciais a serem considerados para otimizar os efeitos do bicarbonato de sódio na performance atlética.

A análise abrangente dos artigos selecionados destaca a relação intrincada entre a suplementação de bicarbonato de sódio, alterações nos níveis séricos de bicarbonato e pH, e os efeitos na performance atlética. Dentro do conjunto de 34 estudos, 15 evidenciaram um efeito ergogênico positivo com a administração de NaHCO3, correlacionando-se com modificações nos níveis de bicarbonato sanguíneo e pH. Em contrapartida, 8 estudos não encontraram efeitos ergogênicos, apesar de observarem alterações nas concentrações desses parâmetros.

A relação entre melhora na performance e mudanças nos níveis de bicarbonato e pH séricos é ainda mais complexa, pois 7 estudos relataram melhorias no desempenho, sem especificar se houve ou não variações nessas variáveis. Adicionalmente, 4 trabalhos não identificaram uma correlação entre o aumento da performance e as alterações nos níveis de bicarbonato e pH.

Os resultados se tornam mais intrigantes quando consideramos os casos em que não foram observados efeitos positivos na performance com o uso de bicarbonato de sódio. Em 8 desses estudos, apesar da ausência de efeito ergogênico, foram registradas alterações nas concentrações de bicarbonato e pH. Um estudo identificou a falta de melhora na performance, juntamente com a ausência de variação nessas variáveis, enquanto outro artigo não apenas não relatou benefícios na performance, mas também não especificou se houve ou não elevação desses parâmetros.

Diante dessa diversidade de resultados, fica evidente a necessidade premente de investigações adicionais para elucidar a intricada relação entre a suplementação de bicarbonato de sódio, as mudanças nos níveis séricos de bicarbonato e pH, e seus impactos na performance atlética. Esforços futuros devem ser direcionados para uma compreensão mais profunda dessas interações complexas, a fim de otimizar o uso desse suplemento na prática esportiva.

Entre os desafios enfrentados com a suplementação de bicarbonato de sódio, os distúrbios gastrointestinais emergem como o efeito adverso mais comum. Estes distúrbios são atribuídos à liberação de dióxido de carbono (CO2) durante uma reação gástrica, na qual o NaHCO3 reage rapidamente com o ácido clorídrico, resultando em NaCl, CO2 e H2O (FREIS et al., 2017). A solução hipertônica de bicarbonato de sódio exerce uma carga osmótica intraluminal, induzindo uma troca de água do plasma e fluido extracelular para o lúmen intestinal. A literatura revisada destaca uma gama de sintomas associados a esses distúrbios, incluindo flatulência, diarreia, vômitos, sensação de empachamento, náusea, tontura, azia, cólica, urgência intestinal, arroto e refluxo (BOEGMAN et al., 2020; CAMERON et al., 2010; DRILLER et al., 2013; FARIAS DE OLIVEIRA et al., 2020; GOUGH et al., 2018; KUPCIS et al., 2012; LINO et al., 2021; MILLER et al., 2016; SIEGLER; MUDIE; MARSHALL, 2016).

É notável que a incidência e a severidade desses distúrbios gastrointestinais aumentam proporcionalmente à dosagem administrada, conforme corroborado por Wang et al (2019). A velocidade de ingestão do suplemento também se revela como um fator contribuinte, de acordo com as descobertas de Wang et al. (2019). Para mitigar tais efeitos adversos, diversas estratégias de administração de bicarbonato de sódio foram investigadas. Gough et al. (2018) observaram que atletas submetidos a uma menor dosagem (0.2g/kg) apresentaram apenas sintomas leves, como arrotos e sensação de empachamento, enquanto aqueles que receberam uma dose mais elevada (0.3g/kg) experimentaram não apenas arrotos, mas também dor estomacal, urgência evacuatória e diarreia. Esses resultados foram corroborados por Gurton et al. (2020) em 2020.

Além da redução da dose e da administração progressiva, outras abordagens foram propostas para minimizar os distúrbios gastrointestinais. A ingestão conjunta de NaHCO3 com um carboidrato de baixo índice glicêmico, como sugerido por Sale et al. (2011), emerge como uma estratégia eficaz para prevenir esses sintomas indesejáveis. Além disso, uma alternativa interessante, conforme destacado por Hilton et al .(2020), é a possibilidade de consumir o composto com um revestimento entérico, uma vez que participantes que adotaram essa abordagem não apresentaram sintomas ou apresentaram sintomas leves. Essas descobertas oferecem perspectivas valiosas para a utilização viável do bicarbonato de sódio, minimizando potenciais adversidades gastrointestinais.

Dentre os 34 artigos meticulosamente selecionados para esta revisão abrangente, apenas 10 não corroboraram a presença de efeito ergogênico na performance decorrente do uso de bicarbonato de sódio. Os estudos conduzidos por Siegler et al. (2016), Peinado et al. (2019), Driller et al. (2013), Limmer et al. (2020), Kupcis et al. (2012), Łoniewski et al. (2014), e Guimarães et al. (2020) não identificaram benefícios significativos advindos da suplementação de NaHCO3 em diversas modalidades esportivas. Especificamente, o estudo de Cameron et al. (2010) justifica a ausência de efeitos ergogênicos potenciais pela ocorrência de distúrbios gastrointestinais relatados em jogadores de hockey de grama.

Um artigo em particular, o de Macutkiewicz e Sunderland (2018), ao não constatar melhorias substanciais na performance, destacou uma faceta interessante: a percepção de esforço reduzida associada ao consumo de bicarbonato de sódio. Este achado adquire relevância ao sugerir implicações no contexto de eventos competitivos, onde a menor percepção de esforço pode representar uma vantagem significativa para os atletas, mesmo na ausência de ganhos expressivos na performance objetiva. Este aspecto, embora não traduzido em melhorias mensuráveis na performance, destaca a complexidade das respostas individuais ao bicarbonato de sódio, destacando nuances dignas de consideração na avaliação dos seus potenciais benefícios e limitações.

4  CONCLUSÃO

Em conclusão, a presente análise abrangente sobre os benefícios e desafios do bicarbonato de sódio na performance atlética proporcionou uma visão aprofundada sobre a complexidade desse suplemento ergogênico. Ao examinar uma ampla gama de estudos, observamos consistentes evidências de que a suplementação com bicarbonato de sódio pode, de fato, conferir melhorias significativas na performance anaeróbica, retardando o estado de fadiga e, em alguns casos, resultando em tempos reduzidos em atividades esportivas de alta intensidade e curta duração.

Contudo, as nuances encontradas nos estudos selecionados destacam a importância de considerar variáveis críticas, como o condicionamento físico dos participantes, dosagem administrada, e até mesmo a possível disparidade nos efeitos entre os gêneros. A influência da condição física prévia dos atletas, a variabilidade de respostas entre homens e mulheres, bem como as estratégias de dosagem, emergiram como elementos cruciais que moldam a eficácia do bicarbonato de sódio como suplemento ergogênico.

A ocorrência de distúrbios gastrointestinais revela-se como um desafio significativo associado ao uso desse composto, e as estratégias para mitigar esses efeitos colaterais, como a administração progressiva e o consumo em conjunto com carboidratos de baixo índice glicêmico, são aspectos dignos de consideração para aprimorar a tolerabilidade.

Em última análise, esta revisão destaca a necessidade contínua de investigação, visando preencher lacunas de conhecimento e aprimorar a compreensão sobre a utilização do bicarbonato de sódio como ferramenta ergogênica. O campo esportivo, marcado pela busca incessante por melhorias no desempenho, deve continuar a explorar os mecanismos de ação, otimizar as estratégias de dosagem e individualizar abordagens, visando potencializar os benefícios desse suplemento enquanto gerencia seus desafios. Assim, à medida que a pesquisa avança, espera-se que os atletas, treinadores e profissionais da saúde possam tomar decisões mais informadas sobre a integração do bicarbonato de sódio em protocolos de melhoria de desempenho atlético.

REFERÊNCIAS

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[1]Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). e-mail: rodrigomoretti52@outlook.com

[2]Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). e-mail: lgzanini@hotmail.com

[1] Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). e-mail: felipe.lapido@hotmail.com

[2] Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). e-mail: vinicius_s_pereira@hotmail.com

[3] Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). e-mail:gustavogng98@gmail.com

[4] Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). e-mail:rebecca.heloisa@gmail.com

[5] Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). e-mail:laiskmm@gmail.com

[6] Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). e-mail: pedro.rogatis1999@gmail.com

[7] Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. e-mail: pinna.marina3@gmail.com

[8] Discente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica (PPGEB/UMC) da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). e-mail: paulo.takao.vet@gmail.com..

[9] Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. Docente do Programa de PósGraduação em Engenharia Biomédica (PPGEB/UMC) da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Docente do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBioTec/UMC) da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Doutor em Biotecnologia (PPGBioTec/UMC). e-mail: fabianomenegidio@umc.br.