BENEFÍCIOS DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS PARA PREVENÇÃO DE QUEDAS NA POPULAÇÃO IDOSA: REVISÃO DE LITERATURA

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Evandro Cézar Lima Afonso ¹ Jeronice Souza Rodrigues²

  1. Discente finalista do curso de Fisioterapia do centro universitário-FAMETRO.
  2. Docente e orientador do curso de Fisioterapia de centro universitário-FAMETRO.

RESUMO

O envelhecimento biológico é inevitável e irreversível marcado pela maior vulnerabilidade às agressões intrínsecas e extrínsecas da vida cotidiana. Sendo que grande parte de idosos sofrem ao menos acidente relacionado a queda ao menos, uma vez ao ano, sendo, uma das maiores causas de acidentes (fraturas e hospitalizações) e até mortalidade nessa população. A prática regular de exercícios físicos para essa população é um dos fatores que melhoram a qualidade de vida. Atualmente, entre os mais diversos tipos de exercícios físicos, o treinamento resistido vem se revelando como uma alternativa não medicamentosa na promoção do envelhecimento saudável. O objetivo deste estudo foi conhecer os benefícios dos exercícios resistidos na população idosa na prevenção de quedas. Em relação aos materiais e métodos para a elaboração deste artigo, escolheu-se a revisão de literatura de abordagem qualitativa em bases de dados científicos: Scielo, Pubmed, LILACS e PEDro. Portanto, a prática regular de exercícios físicos é uma das maneiras de prevenir as quedas na população idosa, nesse cenário, emerge os benefícios do treino resistido, como uma alternativa não farmacológica na promoção da qualidade de vida e no envelhecimento saudável, pois todos os componentes da aptidão física são estimulados com sua prática: força, equilíbrio, flexibilidade, resistência, potência e equilíbrio.

Palavras-Chave: Fisioterapia, Promoção da saúde, Equilíbrio postural.

ABSTRACT

The biological aging is inevitable and irreversible marked by greater vulnerability to the intrinsic and extrinsic aggressions of daily life. Being that a great part of elderly people suffers at least one accident related to a fall at least once a year, being, one of the biggest causes of accidents (fractures and hospitalizations) and even mortality in this population. Regular exercise for this population is one of the factors that improve the quality of life. Currently, among the most diverse types of physical exercise, resistance training is proving to be a non-drug alternative in the promotion of healthy aging. The objective of this study was to know the benefits of resistance exercises in the elderly population in preventing falls. Regarding the materials and methods for the elaboration of this article, it was chosen the literature review of qualitative approach in scientific databases: Scielo, Pubmed, LILACS and PEDro. Therefore, the regular practice of physical exercises is one of the ways to prevent falls in the elderly population, in this scenario the benefits of resistance training emerge, as a non-pharmacological alternative in the promotion of quality of life and healthy aging, because all the components of physical fitness are stimulated with their practice: strength, balance, flexibility, resistance, power and balance

Keywords: Physiotherapy, Health promotion, Postural balance.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento biológico é inevitável e irreversível marcado pela maior vulnerabilidade às agressões intrínsecas e extrínsecas da vida cotidiana. Aliás, cada sistema ou órgão envelhece de forma muito singular e cada vez maior à medida que o tempo passa (MORAES et al., 2010). Além das mudanças fisiológicas, as perdas funcionais somadas à diminuição na quantidade de atividades físicas ou a institucionalização impactam a qualidade de vida dos idosos, visto que, comprometem parcialmente habilidades básicas como sentar, caminhar e levantar, entre outras (OLIVEIRA; TEIXEIRA-ARROYO, 2012).

De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS) a população mundial com mais de 60 anos até 2050 pulará dos atuais 841 milhões para 2 bilhões, tornando o bem-estar desses indivíduos mais um desafio para o campo da saúde pública global, visto que, embora as pessoas estejam vivendo mais, elas não estão necessariamente mais saudáveis (OMS, 2015). Aproximadamente quase 30% de indivíduos com 65 anos ou mais sofrem queda ao menos uma vez ao ano, sendo, uma das maiores causas de acidentes (fraturas e hospitalizações) e até mortalidade nessa população, representando, portanto, um sério problema de saúde pública (PADOIN et al., 2010; CUNHA; PEREIRA, 2016).

De acordo com Pimentel et al., (2018) as quedas são eventos sentinelas na vida de uma pessoa idosa, logo, a prevenção desse agravo constitui um desafio relevante não apenas para o indivíduo idoso, mas para a família, comunidade e para os profissionais e do sistema de saúde. Nesse contexto, a prática regular de exercícios físicos para essa população é um dos fatores que melhoram a qualidade de vida, visto que, o sedentarismo aumenta o risco de quedas em idosos, além de restringir sua independência nas atividades da vida diária (AVDs) (FERNANDES et al., 2012; ALVES et al., 2018).

Atualmente, entre os mais diversos tipos de exercícios físicos, o treinamento resistido (TR) ou contra resistência vem se revelando como uma alternativa não medicamentosa na promoção do envelhecimento saudável (SANTOS et al., 2017; COSTA et al., 2018). Nesse cenário, destaca-se o papel do profissional fisioterapeuta na atenção primária ao idoso, uma vez que, é um dos campos das ciências da saúde que visa estudar, diagnosticar, prevenir e recuperar pacientes com problemas cinéticos funcionais. E na população idosa almeja preservar as funções motoras, além de auxiliar no retardo na instalação de possíveis inabilidade inerentes do processo de envelhecimento que podem afetar a realização das AVDs (GONÇALVES, 2011; PETYK et al., 2011; CUNHA; PEREIRA, 2016; SANTOS; SILVA NETO, 2019).

Diante do exposto, este estudo remete a seguinte problemática: Quais os benefícios dos exercícios físicos resistidos na prevenção de quedas de pessoas idosas? Portanto elaborou-se as seguintes hipóteses: As quedas são eventos que podem ser prevenidos por meio de exercícios físicos; Os treinamentos resistidos melhoram a capacidade funcional da pessoa idosa, aumentando a força, equilíbrio e flexibilidade.

Portanto, nesse cenário, este estudo tem como objetivo conhecer os benefícios dos exercícios resistidos na população idosa na prevenção de quedas. E para maior compreensão de temática, delineou-se os seguintes objetivos específicos: Compreender os principais aspectos biológicos do processo de envelhecimento; averiguar o evento de queda e o impacto na qualidade de vida da população idosa e conhecer benefícios dos exercícios resistidos para os idosos.

Portanto, justifica-se este estudo pela relevância da problemática no campo da saúde pública pois a queda em idosos representa um acidente que pode apresentar sequelas graves e até ocasionar morte nessa população. Além de constituir um tema que gera informações importantes para área de fisioterapia.

METODOLOGIA

A metodologia escolhida foi a de revisão de literatura, este tipo de pesquisa almeja inserir o investigador em contato diretamente com tudo o que foi redigido, falado ou filmado sobre determinada temática (LAKATOS; MARCONI, 2016).

A abordagem deste estudo é qualitativa, visto que trabalha com o conjunto de significados, motivos, valores, aspirações, atitudes e crenças, correspondendo a um espaço mais extenso das relações, dos processos e dos fatos que não podem ser diminuídos à operacionalização de fatores (MINAYO, 2010).

Em um primeiro momento determinou-se os termos da pesquisa: Fisioterapia, Promoção da saúde, Equilíbrio postural, que foram combinadas em duplas nos campos de pesquisa nas Bases de Dados científicos: Scielo, Pubmed, LILACS e PEDro. Foi realizado levantamentos de artigos científicos de acordo com os critérios de inclusão: apenas artigos ou livros disponíveis integralmente e publicados entre os anos de 2010 a 2020, integralmente disponíveis na plataforma em língua portuguesa ou inglesa.

RESULTADOS

O envelhecimento humano é classificado em senescência (fisiológico) e senilidade (patológico). O fisiológico, por sua vez, é subdividido em três tipos: usual, bem-sucedido e frágil. No bem-sucedido, o indivíduo mantém as funções fisiológicas adequadas. O usual é caracterizado pela perda funcional lenta, progressiva e causa incapacidade. Já o frágil é o envelhecimento caracterizado por alterações fisiológicas expressivas. O envelhecimento patológico é deletério, com incapacidades físicas e/ou restrições (MORAES et al., 2010; CHAGAS; ROCHA, 2012).

De acordo com Moraes et al., (2010) o corpo humano não envelhece de maneira rápida e limitante, o envelhecimento é pautado na perda da robustez física e da maturidade psíquica até ao ponto de chegada da fragilidade física e psíquica. Logo, a velhice não é apenas uma fase única, mas um processo fisiológico que acontece ao longo dos anos.

De acordo com Chagas e Rocha (2012), o metabolismo cria toxinas, especialmente em células permanentes em estágios pós-mitóticos (neurônios e os cardiomiócitos), nesse cenário, os danos nas células são originados por produtos biológicos tóxicos. Esses fatos são tratados como a ponta do iceberg que se encontra nas incapacidades da pessoa idosa em todos os sistemas orgânicos.

Com o avançar da idade, a perda muscular é gradual, entretanto, não apresenta um comportamento sequencial em função do tempo, sendo mais prevalente no gênero feminino (ESQUENAZI et al., 2014). O equilíbrio é o pilar para a realização de qualquer movimento, e pode sofrer alterações devido às ações de natureza motora. Equilíbrio é conceituado como a capacidade de sustentar o centro da massa corporal dentro da base de sustentação com o mínimo de oscilação possível durante a execução de um movimento ou posição estática (MORAES et al., 2010).

Para o restabelecimento do equilíbrio é necessário força muscular, porém, o processo de envelhecimento desencadeia problemas na potência e resistência muscular. A força muscular começa a sofrer alterações a partir da terceira década de vida, e esse déficit tem redução de 12 a 15% por década, e a partir dos 65 anos essa perda é mais rápida, devido ao declínio das fibras de contração rápida, responsáveis pelo feedback imediato em situações de desequilíbrio; Devido a isso, o idoso tende a ter posturas viciosas compensatórias e irregulares que induzem ao agravamento da estrutura do aparelho locomotor levando à lentificação da marcha e perda de equilíbrio (ESQUENAZI et al., 2014).

Nesse contexto Moraes et al., (2017), afirmam o local que mais ocorre quedas é no quarto (25,2%), seguido pela cozinha (16,8%) e banheiro (14,5%). Isso pode ser explicado por razão dos idosos gastarem muito tempo em suas casas, o lugar mais seguro e familiar para eles. Possivelmente, em casa, os idosos reduzem a atenção que dedicam à locomoção devido à maior autoconfiança e familiaridade quando se deslocam entre os quartos.

Diante do exposto, quanto maior força muscular, maior a capacidade de equilíbrio e menor probabilidade de quedas (MORAES et al., 2017; SANTOS; SILVA NETO, 2019). Neste cenário, a realização de exercícios físicos pode ajudar no progresso da força muscular e consequentemente no equilíbrio em idosos. Logo, deve ser priorizado o desenvolvimento da flexibilidade, capacidade aeróbica, resistência em conformidade com as características dessa população (SANTOS et al., 2017; COSTA et al., 2018).

O sedentarismo aumenta o risco de quedas para a população idosa e restringe suas AVDs e o convívio social. Deste modo, a prática de exercícios físicos é uma importante estratégia na prevenção e quedas e consequentemente na diminuição dos impactos causados por esse incidente, portanto, exercícios regulares ajudam a manter um bom desempenho funcional da marcha e do equilíbrio (FERNANDES et al., 2012).

Os TR fazem parte de programas de condicionamento físico e almejam a prevenção reabilitação de pessoas idosas e portadores de doenças crônicas pois todos os elementos da aptidão física são estimulados pelos exercícios resistidos: força, equilíbrio, flexibilidade, resistência, potência e equilíbrio (COSTA et al., 2018). Estudos afirmam que o exercício resistido é um método eficiente, porém, não farmacológico que atua atenuação dos efeitos do processo de envelhecimento, especialmente no tocante as dores, visto que diminui a ação de citocinas próinflamatórias e na redução em casos álgicos de fibromialgia (ALVES et al., 2018).

O exercício resistido pode ser aplicado em academias musculações, clubes e centros esportivos; nos ambientes supracitados os equipamentos específicos são aparelhos, peso corporal, pesos livres e elásticos. A intensidade dos treinos varia de 50 a 80% para o público idosos, e o número de séries depende do protocolo escolhido para cada caso, contudo é comum varia entre 8 a 15 variações (TEIXEIRA; GOMES, 2016).

De acordo com Santos et al., (2017) o TR melhora a mobilidade funcional, potência e foça funcional dos idosos, com diminuição significativa de níveis pressóricos, assim como nos parâmetros cardiovasculares, antropométricos e cardiorrespiratório, contribuindo de forma positiva para o processo envelhecimento autônomo.

O exercício resistido leva ao aumento de alguns hormônios sexuais encarregados pela manutenção do sistema musculoesquelético. Esse tipo de exercício não realizados por um período longo sem descanso, devido a isso, são considerados seguros para pessoas com sistema imune prejudicado (CÂMARA et al., 2012).

O TR deve ser realizado ao menos duas por semana não ultrapassando 60 minutos, com intervalo mínimo de 48 horas de repouso entre as sessões com o intuito de recuperar a musculatura. Os grupos musculares para serem trabalhados. Sendo que a prática de exercício de resistência em membros inferiores é considerada uma das intervenções mais eficazes para aumento da força muscular e ganho de massa, além de assegurar a mobilidade e a prevenção do declínio funcional em idosos frágeis (TERRA, 2016).

Sendo assim, Baechle e Westcott (2013) recomendam uma abordagem com três níveis de treinamento de força para idosos iniciantes na pratica dos TR:

  1. Treinamento de força básico – O objetivo é o fortalecimento dos prinicpais grupos musculares de forma segura e eficiente. É recomendado exercicios com aparelhos que proporcionem estrutura de apoio, estabilização movimentos-padrão fixos, ou seja, que promovam confiança no idoso e menor risco de lesão;
  2. Treinamento de força fundamental – com pesos livres que demandem equilibrio, controle postural, estabilização corporal e padrão de coordenação do movimento, alguns exercicios são executados em posição em pé e necessiram de uma ativação muscular central;
  3. Treinamento de força funcional – Envolve a redução dos tipos de establização e aumento na velocidade de movimento dos exercicios no treinamento de força e aprimoram o equilibrio corporal, coordenação muscular e estabilização central. Portanto, deve ser realizado com pesos livres e aparelhos de força.

De acordo com Terra (2016), os programas de TR em sua maioria envolvem treino de equilíbrio dinâmicos e estático e solo firme. Em locais instáveis, treino de transferência de peso (Figura 1). O treino de marchar engloba andar sobre uma linha imaginária, caminhar de costas, de lado ou ultrapassar obstáculos. TR para o fortalecimento muscular, especialmente em membros inferiores, atividades de flexão, abdução e flexão do quadril, flexão plantar e reforço dos músculos isquiotibiais (Figura 2).

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Figura 1 – Exemplo de treino de equilíbrio dinâmico e solo firme.
Fonte: Terra (2016)
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Figura 2 – Exemplo de treino de fortalecimento muscular em membro inferior. Fonte: Terra (2016)

DISCUSSÂO

A respeito dos benefícios dos exercícios físicos com pessoas da terceira idade, grande parte da literatura consultada acredita em seus benefícios no processo de envelhecimento saudável (GONÇALVES, 2011; PETYK et al., 2011; FERNANDES et al., 2012; CUNHA; PEREIRA, 2016; TEIXEIRA; GOMES, 2016; ALVES et al., 2018; SANTOS; SILVA NETO, 2019).

Nesse cenário, Tomicki et al. (2016) realizaram um ensaio clínico controlado e randomizado realizado em duas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) com 112 idosos, sendo 73 do sexo feminino e 39 do sexo masculino com intuito de verificar os efeitos de um programa de exercícios físicos no equilíbrio postural e no risco de quedas nesses idosos.

Os idosos foram separados em dois grupos: (G1) que não realizavam nenhum tipo de exercício e o (G2) que participava de um programa de exercícios físicos três por semana. Os grupos foram avaliados através do Timed Up and Go Test (TUGT) e da Escala de Equilíbrio de Berg (EEB). De acordo com os achados, o G2 apresentou maiores escores do que o G1, denotando os benefícios dos exercícios nessa população.

Corroborando, com o estudo supracitado, Petyk et al. (2011) identificaram e avaliaram o perfil de 20 idosas em período pré e pós intervenção fisioterapêutica através do questionário Whoqol-bref, para avaliar a qualidade de vida e a Escala de Equilíbrio de Berg para avaliação do equilíbrio. As mulheres seguiram um programa de exercício semana com duração de 1 horas durante 8 semanas, composta por: dez minutos de alongamento, dez minutos de exercícios de amplitude de movimento, dez minutos de exercício de fortalecimento e dez minutos de relaxamento e vinte minutos de atividades lúdicas).

Os resultados da pesquisa demonstram diferenças significativas estatisticamente após intervenção em quatro domínios do questionário Whoqol-bref, evidenciando a melhora na qualidade de vida dessas idosas. Segundo os autores, também se verificou melhora significativa no equilíbrio, visto que a média de 47,7 passou para 51,0 na pós-intervenção (p≤0,05).

Em um estudo semelhante, Oliveira Neta et al. (2016) avaliaram o impacto de um programa de exercícios resistidos por três meses por 13 idosos diagnosticados com osteoartrite no joelho com idade média 62 anos. Foi avaliado a funcionalidade, dor, força muscular, satisfação e qualidade de vida por meio da Escala visual analógica de dor, Teste Timed Up and Go, Teste de uma repetição máxima (1RM), questionário Short Form (36), questionário The Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index, Teste de caminhada de seis minutos, Health Survey e escala Likert.

Os resultados demonstraram que os idosos melhoram quanto a dor e aumento da força muscular, se tornaram mais funcionais e avanço em alguns domínios da qualidade de vida.

Guimarães et al., (2018) avaliaram e compararam o efeito hipotensor por meio da monitorização residencial da pressão arterial após uma sessão de exercício resistido em 9 idosos hipertensos grau I com idade média de 73 anos em horários diferentes do dia. O primeiro treino era realizado às 8 horas de uma segunda-feira e o segundo quarta-feira a tarde as 16 horas com duração média de 60 minutos, compostos por 8 exercícios de força com duas séries de 10-12 repetições, executadas de forma contínua e com velocidade moderada entre as fases concêntrica e excêntrica com intervalos de um minuto entre as séries.

A pressão sistólica era auferida oito vezes ao dia, contudo, os autores afirmaram que havia uma redução significativa após os exercícios realizados pela manhã, demostrando que os exercícios resistidos podem produzir maiores benefícios quando realizados pela manhã em idosos hipertensos.

CONCLUSÃO

Até o ano de 2050 grande parte da população mundial será composta por pessoas com mais de 60 anos, além dos aspectos inerentes ao processo de envelhecimento como perdas fisiológicas e funcionais, há a redução das atividades físicas e perda de qualidade de vida. E um dos acidentes mais comum em quase 30% dos idosos é o evento de queda, que por sua vez, pode causar fraturas, longas hospitalizações e mortalidade, se apresentando, portanto, como um problema relevante de saúde pública.

Diante do exposto, a prática regular de exercícios físicos é uma das maneiras de prevenir as quedas na população idosa, nesse cenário, emerge os benefícios do treino resistido, como uma alternativa não farmacológica na promoção da qualidade de vida e no envelhecimento saudável, pois todos os componentes da aptidão física são estimulados com sua prática: força, equilíbrio, flexibilidade, resistência, potência e equilíbrio.

Portanto, neste estudo foi possível compreender a importância da prática de atividades físicas para os idosos e que o treino resistido pode ser considerado um grande aliado na prevenção e tratamento de doenças associadas a velhice, ajudando na manutenção da autonomia funcional dessa população. Logo, espera-se que este estudo possa contribuir para outros trabalhos da mesma natureza nessa universidade e no contexto regional e nacional.

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