REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10031867
Nicoli Stefany Lopes
Beatriz Lima Silva
André José Fruchi
Resumo
O presente trabalho visa realizar um estudo sobre os benefícios da laserterapia no tratamento da paralisia facial periférica, sendo ela uma condição que afeta os músculos do rosto devido a danos nos nervos faciais. A laserterapia é uma técnica que utiliza a luz do laser para estimular a regeneração dos tecidos e promover a cicatrização. Neste estudo, serão analisados os efeitos da laserterapia no tratamento da paralisia facial periférica, incluindo a melhora dos sintomas como a fraqueza muscular, a disfunção motora e a assimetria facial. Será realizada uma revisão bibliográfica abrangendo estudos anteriores que investigaram a eficácia da laserterapia nesse tipo de condição. Serão considerados artigos científicos, tese e dissertações que abordem o tema, assim como materiais publicados em revistas especializadas, avaliando parâmetros como o tempo de recuperação, melhora da função e a satisfação do paciente. Espera-se que os resultados deste estudo confirmem a eficácia da laserterapia no tratamento da paralisia facial periférica. Isso poderia fornecer uma opção terapêutica adicional e menos invasiva para os pacientes, além de contribuir para o desenvolvimento de novos protocolos de tratamento. Por fim, este estudo pretende contribuir para a compreensão dos benefícios da laserterapia na paralisia facial periférica e fornecer evidências científicas para embasar a sua utilização no tratamento dessa condição.
Palavras-chave: Laserterapia, fisioterapia e paralisia facial periférica.
Abstract
The present study aims to conduct research on the benefits of laser therapy in the treatment of peripheral facial paralysis, which is a condition that affects the muscles of the face due to damage to the facial nerves. Laser therapy is a technique that uses laser light to stimulate tissue regeneration and promote healing. In this study, the effects of laser therapy on the treatment of peripheral facial paralysis, including improvement of symptoms such as muscle weakness, motor dysfunction, and facial asymmetry, will be analyzed. A literature review will be conducted, encompassing previous studies that have investigated the effectiveness of laser therapy in this type of condition. Scientific articles, theses, and dissertations that address the topic, as well as materials published in specialized journals, will be considered, evaluating parameters such as recovery time, improvement of function, and patient satisfaction. It is expected that the results of this study confirm the effectiveness of laser therapy in the treatment of peripheral facial paralysis. This could provide an additional and less invasive therapeutic option for patients, as well as contribute to the development of new treatment protocols. Finally, this study aims to contribute to the understanding of the benefits of laser therapy in peripheral facial paralysis and provide scientific evidence to support its use in the treatment of this condition.
1.Introdução
A Paralisia Facial Periférica (PFP) é uma condição no qual ocorre uma lesão do neurônio motor inferior do nervo facial.1 A inflamação leva ao inchaço do nervo e dos pequenos vasos sanguíneos ao redor dele, que por serem cercados pelos ossos do crânio são comprimidos interferindo na capacidade do nervo em conduzir os impulsos elétricos, levando a incapacidade do nervo de se comunicar com os músculos do rosto, por conta da redução ou perda da condução nervosa ao longo do nervo do rosto é causado uma paralisia parcial, ou total dos músculos da face sendo uni, ou bilateral.2
A partir desse dano, são observadas alterações tais como perdas sensoriais e astenia na distribuição das fibras nervosas da face (podendo ser uni ou bilateral). Essa paresia ou paralisia pode ser identificada clinicamente quando o paciente demonstra incapacidade de fechar completamente os olhos, desvio da comissura labial, hipomimia facial (diminuição ou ausência de expressões faciais), dificuldade na deglutição, diminuição do paladar na parte anterior da língua, e excesso de saliva.3
Sua de incidência varia de 15 a 30 casos por cada grupo de 100.000 habitantes no Brasil, sendo mais incidente dos 30 aos 40 anos, independente de sexo ou localização geográfica.3
Ainda se faz necessário mais estudos relacionados as causas, porém, sugere-se que este quadro esteja associado a situações com exposição a atmosfera fria, infecção viral por herpes, isquemia nervosa ou processos inflamatórios.4
O diagnóstico da PFP, é feito mediante uma avaliação em conjunto a história clínica e anamnese do paciente, sendo importante a realização do exame de eletroneuromiografia, que avalia a condução elétrica do sistema nervoso periférico para a identificação da doença e, com base neste exame se dá também o tratamento clínico e fisioterapêutico..6
Não existe um consenso quanto ao tratamento para pacientes com PFP, porém, segundo a literatura, os corticoides são frequentemente utilizados para reduzir a inflamação tecidual e melhorar a função nervosa, ajudando na reconstrução do nervo facial danificado.7
O tratamento fisioterapêutico consiste na estimulação e o fortalecimento dos músculos da face, auxiliando na retomada do movimento, melhorando a condutividade do nervo afetado. Sendo assim, algumas estratégias como a realização de exercícios baseados na cinesioterapia são responsáveis pela reabilitação da função muscular e nervosa, ajudando a melhorar a qualidade de vida destes pacientes.8
Recomenda-se também, junto aos exercícios, a utilização de laserterapia que consiste na aplicação da luz emitida por laser de baixa intensidade a fim de estimular as células nervosas do rosto, auxiliando no processo de fortalecimento muscular na face. O laser favorece a circulação sanguínea, reduzindo a inflamação e promovendo cicatrização.9- 10 O efeito da terapia é importante para o alívio da dor, sendo fundamental para a formação de tecidos de granulação e estímulo para produção de colágeno, acelerando a regeneração do nervo lesionado.10-11-12.
2.Objetivo
Elucidar através de uma revisão de literatura, os benefícios da laserterapia no tratamento da paralisia facial periférica.
3.Método
Trata-se de uma revisão de literatura que viabiliza os efeitos da laserterapia no tratamento da paralisia facial periférica. As buscas por artigos científicos foram realizadas nas bases de dados PubMed, SciELO e Google Acadêmico, limitados à língua portuguesa e inglesa, referentes exclusivamente PFP. Foram encontradas referências, após o estudo das mesmas, utilizamos para compor o artigo por se adequar aos critérios de inclusão. Os critérios de inclusão: foram artigos científicos dentro do período 2002 a 2022, artigos, pesquisas e estudos de campo que retratam o uso da laserterapia em pacientes com paralisia facial periférica. Os critérios de exclusão: resumos, dissertações, teses e artigos publicados antes de 2002. Para busca dos artigos, foram utilizadas as palavras-chave: Laserterapia, fisioterapia e paralisia facial periférica.
4.Resultados
5. Discussão
A paralisia facial periférica é uma condição que afeta os músculos faciais devido ao dano ou inflamação do nervo facial. A laserterapia é usada como tratamento que utiliza a luz de alta energia para estimular os tecidos e promover a cicatrização e regeneração celular, podendo ser utilizada como parte do tratamento para estimular a recuperação da função muscular e reduzir os sintomas.
Kumar Kandakurte, 2020, em estudo avaliou a eficácia da terapia a laser de baixa intensidade, observou que houve redução a mialgia facial e melhora das funções faciais.
Thales Vanderl, 2019, em revisão integrativa visando analisar o efeito do laser de baixa intensidade terapêutico da PFP, constatou que os efeitos do laser de baixa potência são benéficos em pacientes acometidos por paralisia facial periférica, acelerando o crescimento dos axônios, e mielinização, com a regeneração após lesões e manutenção da atividade funcional nervosa concluindo-se há efeitos anti inflamatório e regenerativos.
Nubia Maria Freire Vieira Lima, 2011, em estudo, teve como objetivo analisar a regeneração neural e a redução da atrofia muscular, verificou-se que ambas as intensidades foram comumente eleitas para os cuidados da paralisia de Bell tendo em vista o fortalecimento muscular induzindo sua contratura, acelerando o progresso da função muscular normal.
Dhelfeson W Douglas de Oliveira, 2021, encontrou evidências da efetividade da laserterapia no tratamento da PFP, por meio de uma revisão de literatura constatou que usando a corrente de baixa intensidade há redução ou a resolução das sequelas da paralisia de Bell, acelerando e estimulando a reinervação de tecidos, e estruturas nervosas sendo válido para o desempenho do tratamento, em combinação, ou não, com outras terapias.
Ordahan B. Karahan, 2017, avaliou o efeito da laserterapia na paralisia de Bell a partir de um estudo de caso em que os pacientes receberam tratamento com laser de baixa potência, juntamente com exercícios faciais, enquanto outros pacientes participaram apenas da intervenção com exercícios faciais, notando a melhora do funcionamento adequado fácil entre 3 e 6 semanas.
Alfaya TA. Nivoloni TP, 2012, em estudo de caso a partir de uma descrição da avaliação e intervenção em paciente com paralisia facial de Bell com o uso da laserterapia, verificou que após duas semanas o paciente obteve melhora significativa do quadro doloroso e estabilização da desordem muscular, sendo uma conduta satisfatória e eficiente.
Alayat MMS, 2014, em estudo foi investigado e comparado os efeitos da terapia com laser de alta intensidade e de baixo nível, e descobriu que a terapia a laser permite a recuperação da PFP e diminui a possibilidade de efeitos colaterais, sendo assim um processo de fisioterapia adequado e podendo ser associado a massagens faciais e exercícios.
Ana Claudia Coelho Soares, 2002, em estudo cujo objetivo foi demonstrar os benefícios da fisioterapia em uma paciente com PFP Idiopática, comprovou-se o benefício da fisioterapia na PFP, como sendo uma ferramenta de rápida recuperação que previne instalações de possíveis deformidades.
Thays Almeida Alfaya,2012, em estudo de caso, mostrou significativo resultado na remissão da sintomatologia dolorosa relatada pelo paciente, considerando seu uso satisfatório devido à melhora da função motora do nervo facial, demonstrando eficácia em sua recuperação.
6. Conclusão
Conclui-se a partir do presente estudo que os benefícios da laserterapia na PFP são: – Redução da mialgia facial e melhora das funções faciais por meio da ativação dos mecanismos de cura celular e condução nervosa;
– Efeitos anti-inflamatórios e regenerativos, que estão relacionados a aceleração do crescimento dos axônios e sua mielinização, sendo regenerado após as lesões ocorrendo assim a manutenção da atividade funcional nervosa, que se traduzem em efeitos anti-inflamatórios e regenerativos;
– Favorece o fortalecimento muscular e sua contração, baseada na estimulação dos ramos intramusculares dos neurônios motores, que induzem a contração muscular;
– Acelerar a regeneração de algumas estruturas nervosas e reinervação de tecidos, a luz do laser estimula a reinervação de tecidos tendo penetração nos axónios ou nas células de Schwann adjacentes, induzindo o metabolismo do tecido nervoso danificado a produzir proteínas associadas com o crescimento do nervo;
– Melhora significativa nas funções físicas acometidos, a partir do tratamento há a regeneração tecidual, nervosa e muscular obtendo assim novamente a funcionalidade adequada facial;
– Melhora significativa do quadro doloroso, parestesia e estabilização da desordem muscular, dado através do estímulo do laser se promove a regeneração das fibras do nervo trigêmeo; – Diminui a possibilidade de efeitos colaterais, por conta do tratamento induzir a regeneração tecidual e nervosa podendo assim ter novamente uma comunicação efetiva entre os meios;
– Fortalece a musculatura da face com melhora na musculatura da mímica, por conta da estimulação das estruturas nervosas os níveis de contratilidade musculares aumentam, reestabelecendo a força perdida;
– Remissão da sintomatologia dolorosa, o laser promove bioestimulação de células pela exposição a luz, acelerando a regeneração das estruturas nervosas que voltam a mandar impulsos adequadamente, promovendo o relaxamento dos músculos faciais.
7. Referências
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2. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DA PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA: revisão de literatura | SAÚDE & CIÊNCIA EM AÇÃO [Internet]. [citado 18 de outubro de 2023].
3. Khan AJ, Szczepura A, Palmer S, Bark C, Neville C, Thomson D, et al. Physical therapy for facial nerve paralysis (Bell’s palsy): An updated and extended systematic review of the evidence for facial exercise therapy. Clin Rehabil. novembro de 2022;36(11):1424–49.
4. Kandakurti PK, Shanmugam S, Basha SA, Amaravadi SK, Suganthirababu P, Gopal K, et al. The effectiveness of low-level laser therapy combined with facial expression exercises in patients with moderate-to-severe Bell’s palsy: A study protocol for a randomised controlled trial. Int J Surg Protoc. 2020;24:39–44.
5. Vanderlei T, Bandeira R, Canuto M, Alves G. Laserterapia de baixa potência e paralisia facial periférica: revisão integrativa da literatura. Terapia a laser e Paralisia de Bell. Distúrbios da Comunicação. 20 de janeiro de 2020;31:557–64.
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