BENEFÍCIOS DA HIDROTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE RUPTURA TOTAL DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR EM JOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL DO SEXO MASCULINO COM IDADE ENTRE 20 E 33

\"\"
Ana Karoline de Souza Feitosa
\"\"
Francisco Carlos Santos Cerqueira

Autor 1: Ana Karoline de Souza Feitosa (Discente da FACULDADE UNINASSAU MANAUS- AM).

Email: karoline.feitosa19@gmail.com
Contato: 92 981196174
Autor 2: Francisco Carlos Santos Cerqueira
Email: fcscerqueira@ig.com.br
Fisioterapeuta, Doutor em Ciências Militares e professor da Faculdade Uninassau Manaus.
Formato do Artigo: Artigo de Revisão

RESUMO

No futebol há a participação de pessoas de várias idades e classes sociais, no qual os atletas tem contato direto entre si, podendo ocasionar diferentes tipos de lesões, como a ruptura total de ligamento cruzado anterior. No processo de pós-operatório de ligamento cruzado anterior (LCA), uma das técnicas fisioterapêuticas mais utilizada é a hidroterapia, tendo como principal objetivo os benefícios da água, por meio dos seus princípios físicos e termodinâmicos. A imersão na água aquecida oferece benefícios como o relaxamento, analgesia e o empuxo alivia o estresse sobre as articulações. Objetivo: O objetivo desse estudo é evidenciar os benefícios da hidroterapia no pós-operatório de ruptura do ligamento cruzado anterior em jogadores de futebol profissional. Metodologia: Essa pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica realizada a partir de base de dados como: PubMed, Google Acadêmico, Scielo e Lilacs, foram inseridos estudos disponíveis na íntegra em Português e Inglês, publicados entre os anos de 2010 e 2020. Resultados: Nesta revisão foram utilizados cinco artigos no qual o maior interesse dos autores era evidenciar os benefícios da hidroterapia no pós-operatório de LCA, esta técnica utiliza os princípios físicos da água associado com a cinesioterapia para que se tenha uma melhora significativa na reabilitação do paciente. Conclusão: A hidroterapia proporcionou ao paciente lesionado redução do quadro álgico, diminuição de edema, ganho de ADM, trofismo e força muscular, melhorando a marcha, a capacidade funcional e a qualidade de vida, fazendo com que este paciente tenha um retorno precoce as suas atividades cotidianas.

Palavras-chaves:Hidroterapia, ligamento cruzado anterior, pós-operatório.

ABSTRACT

In soccer there is the participation of people of various ages and social classes, in which athletes have direct contact with each other, which can cause different types of injuries, such as total rupture of the anterior cruciate ligament. In the postoperative process of anterior cruciate ligament (ACL), one of the most used physical therapy techniques is hydrotherapy, having as main objective the benefits of water, through its physical and thermodynamic principles. Immersion in heated water offers benefits such as relaxation, analgesia and buoyancy relieves stress on the joints. Objective: The aim of this study is to highlight the benefits of hydrotherapy in the postoperative period of anterior cruciate ligament rupture in professional soccer players. Methodology: This research is a bibliographic review conducted from a database such as: PubMed, Google Academic, Scielo and Lilacs, studies available in full in Portuguese and English, published between 2010 and 2020, were inserted. Results: In this review, five articles were used in which the authors\’ main interest was to highlight the benefits of hydrotherapy in the postoperative period of ACL, this technique uses the physical principles of water associated with kinesiotherapy to have a significant improvement in the rehabilitation of the patient. Conclusion: Hydrotherapy provided the injured patient with pain reduction, decreased edema, ROM gain, trophism and muscle strength, improving gait, functional capacity and quality of life, causing this patient to have an early return to his daily activities.

Keywords:Hydrotherapy, anterior cruciate ligament, postoperative.

1. INTRODUÇÃO

Os jogadores de futebol estão sempre sujeitos a lesões, especialmente do tipo ligamentar que atinge a articulação do joelho, considerada uma das articulações mais afetadas no esporte devido a uma série de fatores, esses tipos de lesões necessitam de cirurgia e a recuperação desse atleta precisa de um trabalho diferenciado, fazendo com que o atleta volte o mais rápido possível para as suas atividades e em alto desempenho (SANTOS, 2016).

A articulação do joelho é composta por três ossos (fêmur, tíbia e patela), e possui as articulações tíbiofemoral entre a tíbia e o fêmur e a articulação patelofemoral entre a patela e o fêmur. Os músculos, a cápsula articular e seis ligamentos são responsáveis por sua estabilidade e movimento, dentre esses ligamentos está o ligamento cruzado anterior (LCA).

A função do LCA é proporcionar estabilidade contra a translação tibial anterior e a rotação interna do joelho, também restringe o deslizamento anterior da tíbia sobre o fêmur, assim evitando a hiperextensão do joelho (NAZÁRIO et al, 2019).

A lesão ligamentar é principalmente relacionada a esportes que requerem mudança repentina de direção e movimentos de rotação, fazendo com que a articulação seja exposta a incidentes. A leão do LCA é caracterizada pela instabilidade articular e atinge principalmente os jovens ativos (FERREIRA, RODRIGUES, WATANABE, 2014).

Dentre as técnicas fisioterapêuticas que cooperam na reabilitação da lesão ligamentar do atleta, destaca-se o recurso da hidroterapia com o objetivo de reabilitar e trazer independência funcional do atleta. São utilizados os princípios físicos e termodinâmicos da água, destacando-se o empuxo, a pressão hidrostática e a viscosidade, que irão contribuir nos movimentos biomecânicos e no fortalecimento muscular.

Os princípios físicos da água são classificados em mecânicos e térmicos que contribuem com as respostas fisiológicas do organismo, aumentando a recuperação do atleta (DE SÁ et al, 2019).

A hidroterapia tem como objetivo reduzir o quadro álgico, proporcionar relaxamento muscular, ganhar amplitude de movimento, força e tônus muscular e maximizar a propriocepção, trazendo o atleta precocemente as suas atividades (DE SÁ et al, 2019). Diante do assunto surge a seguinte problemática: A hidroterapia é eficaz no tratamento da ruptura total de LCA?

E desse modo torna-se importante um maior esclarecimento quanto ao tratamento e reabilitação no pós-operatório de ruptura total do LCA em jogadores de futebol, através do uso do recurso de hidroterapia enfatizando os efeitos das propriedades físicas da água nesses pacientes.

Assim o presente estudo tem como objetivo principal avaliar os benefícios da hidroterapia no pós-operatório de ruptura total do ligamento cruzado anterior em jogadores de futebol profissional do sexo masculino.

Utilizaram-se como estratégia de busca, estudos disponíveis em: PubMed, Google Acadêmico, Scientific Eletronic Library Online (Scielo). Foram selecionados artigos relacionados ao tema da pesquisa, sendo excluídos artigos que não abordavam a temática proposta e que não possuíam relação com o objetivo do estudo. Os artigos foram selecionados a partir dos seguintes descritores: Hidroterapia, ligamento cruzado anterior, pós-operatório.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Anatomia do Joelho

O joelho possui uma estrutura cápsulo-ligamentar, sua articulação é do tipo sinovial, condilar, envolvida por uma cápsula que produz o líquido articular responsável pela lubrificação interna. O joelho é formado por três ossos (Fêmur, Tíbia e Patela), resultando em duas articulações, a fêmuro-tibial e a fêmuro-patelar, essa articulação é estabilizada por ligamentos, músculos e pela cápsula articular (PINHEIRO, 2016).

A estabilidade do joelho se dá pela conexão dos ligamentos aos ossos. Os ligamentos que ligam o fêmur e a tíbia são dois colaterais que dão estabilidade ao joelho lateromedialmete, chamados de ligamentos colaterais mediais e laterais, e dois intra-articulares, que controlam o movimento do joelho anteroposteriormente, chamados de ligamentos cruzados anterior e posterior (PINHEIRO, 2016).

Um dos principais ligamentos é o LCA que une o fêmur à tíbia, não deixando que a tíbia deslize anteriormente em relação ao fêmur, dando firmeza rotacional ao joelho, ele está localizado na porção medial interna do côndilo femoral lateral e a sua inserção central no platô tibial (SANTOS, 2016).

2.2. Fisiopatologia da lesão de LCA

Tipo de lesãoCaracterísticas da lesão
Grau Ilesão leve, com presença de edema, sensibilidade local, rompimento de alguns ligamentos, mas sem perda funcional (estiramento)
Grau IIlesão moderada, onde grande parte dos ligamentos encontram-se rompidos seguido de instabilidade na articulação, não demonstrando perda completa da integridade do ligamento (parcial)
Grau IIIlesão grave com havendo rompimento completo das fibras ligamentares
Tabela 1: Graus de diferenciação da lesão de LCA

Nos últimos anos, a incidência de lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) aumentou, e a maioria das lesões do LCA ocorre durante atividades físicas, principalmente aquelas que envolvem desaceleração, rotação e salto. O melhor conhecimento da estrutura e função anatômica do joelho, bem como os avanços tecnológicos, têm proporcionado maior precisão no diagnóstico e tratamento das lesões ligamentares (SÁ, SOUZA, 2011).

O grau III da lesão de LCA pode ocorrer em 95% dos casos, no qual as duas bandas do LCA são rompidas, deixando o joelho exposto a um alto grau de instabilidade (FUKUDA, 2020).

Durante a prática esportiva o LCA é frequentemente lesionado e isso pode acontecer de diferentes formas. Pode ser por trauma com contato direto onde o atleta é atingido por uma força externa e por contato indireto onde o atleta sofre uma entorse do joelho, seguido de forte dor, que é caracterizada por rotação excessiva da coxa, enquanto o pé está fixo no chão, normalmente isso acontece quando o atleta faz uma mudança ligeira de direção ou paragem rápida (FUKUDA, 2020).

A idade tem grande influência na lesão de LCA, pois quanto mais velho o ser humano, mais exposto a lesões no ligamento cruzado anterior ele está, pois na juventude o LCA é mais resistente e em adultos ele se torna mais flexível (MEIRELES, SÁ, SILVA, 2020).

2.3. Tratamento Cirúrgico

A cirurgia de reconstrução ligamentar proporciona recuperação da função do ligamento, evitando joelhos instáveis. Os tipos de cirurgias para a reconstrução ligamentar mais utilizados são por via artroscópica, onde o ligamento é substituído por um tendão, que pode ser proveniente do tendão patelar e dos isquiotibiais (semitendinoso e grácil). O cirurgião e o paciente decidem sobre a escolha do melhor método a ser utilizado pois ambos apresentam bons resultados (PINHEIRO, 2016).

O procedimento cirúrgico de artroscopia é seguro, pode ser utilizado para diagnosticar e reparar lesões intra-articulares, como o LCA. A fisioterapia é muito importante no pós-operatório de LCA, pois é a partir de um tratamento planejado que o paciente poderá voltar às suas atividades normais e com qualidade de vida (FUKUDA, 2020).

2.4. A Hidroterapia no pós-operatório de LCA

Dentre as técnicas de reabilitação utilizadas na fisioterapia, destaca-se a hidroterapia ou fisioterapia aquática, devido aos seus benefícios vem ganhando destaque, como o baixo custo da sua aplicabilidade, que pode ser executada em piscinas específicas, com uma temperatura ideal para cada patologia (ARLIANI, et al., 2012).

A reabilitação aquática dispõe de efeitos fisiológicos em todos os sistemas orgânicos, contribuindo com os profissionais no planejamento e execução de programas de tratamento com objetivo de auxiliar na redução do quadro álgico, prevenção da perda de massa muscular e diminuição ou controle do edema, culminando assim na aceleração da recuperação do paciente, além de promover maior independência funcional e melhora do equilíbrio e da qualidade de vida. (DE SÁ et al, 2019).

O corpo do paciente com lesão de LCA tem predisposição a atrofia muscular, diminuição de ADM ou edema e devido a inflamação decorrente da lesão, produz dor contínua e intensa, o que pode levar a perda temporária dos movimentos do joelho (XAVIER, 2014).

A hidroterapia comparada com as outras técnicas tem se mostrado mais benéfica, por ser uma abordagem que pode ser utilizada mesmo quando há dor, inflamação, retração, espasmo muscular, limitação da ADM e por proporcionar um ambiente controlável e adequado para a restauração das habilidades funcionais (FERREIRA, RODRIGUES, WATANABE, 2014).

A hidroterapia é um excelente recurso na reabilitação da lesão do LCA, devido as propriedades físicas e o aquecimento da água, desempenhando um papel importante na melhoria e na manutenção da amplitude de movimento das articulações, na redução da tensão muscular e no relaxamento. A diminuição do impacto articular, durante atividades físicas, induzida pela flutuação, causa redução da sensibilidade à dor, diminuição da compressão articular, proporciona maior liberdade de movimento e diminui o espasmo. Os efeitos da flutuação auxiliam o movimento das articulações rígidas em amplitudes maiores com sensação mínima de dor. Os exercícios de fortalecimento com paciente submerso estão fundamentados nos princípios físicos da pressão hidrostática, que permitem gerar resistência multidimensional constante aos movimentos. Essa resistência aumenta proporcionalmente à medida que a força é exercida contra ela, gerando uma sobrecarga mínima nas articulações (FERREIRA, RODRIGUES, WATANABE, 2014).

2.5. Resultados

Após a revisão dos estudos, foram selecionados 5 artigos que abordassem as questões do objetivo do estudo, que foram sintetizados na tabela 2.

Título do artigoAutor(es) e anoObjetivoResultados
Benéficos da hidroterapia na lesão de ligamento cruzado anterior(Rios, Artigas, 2018).Mostrar os benefícios da hidroterapia na reabilitação de lesões de LCA.
A hidroterapia teve um efeito eficaz no pós-operatório do LCA, pois a temperatura da água (cerca de 33 graus Celsius) reduziu a intensidade da dor e promoveu relaxamento muscular. Por não haver gravidade, a marcha do paciente pôde ser melhorada, reduzindo o impacto nas articulações, superando as preocupações e proporcionando ao paciente mais liberdade e independência. Uma comparação realizada entre o tratamento hidrocinesioterápico e o cinesioterápico constatou-se que o tratamento hidrocinesiotrápico obteve bons resultados na manutenção do trofismo muscular, aumento de ADM, ganho de equilíbrio. O único ponto negativo é que não foi possível recuperar a força muscular extensora, que se justifica pela ação da gravidade dentro da água. Entende-se que a hidroterapia proporciona um retorno rápido as atividades esportivas, porém é de grande importância associar o uso da fisioterapia convencional ao tratamento para que o efeito seja positivo para o paciente que fez reconstrução de LCA.
Benefícios da Hidroterapia na reabilitação das lesões do joelho: Uma revisão bibliográfica


(De Sá et al, 2019).Avaliar os efeitos e benefícios do uso da hidroterapia nas lesões traumáticas ou degenerativas do joelho.A hidroterapia é eficaz no tratamento de lesões na articulação do joelho, proporcionando redução do quadro álgico, ganho de ADM, trofismo e força muscular, e consequentemente melhora marcha, capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes.
A hidroterapia na reabilitação da lesão do ligamento cruzado anterior: revisão bibliográfica(Ferreira AA, Rodrigues PA, Watanabe LAR, 2014).Verificar os efeitos da hidroterapia na reabilitação das vítimas de lesão do LCA.Constatou-se que outras técnicas como, por exemplo, o treinamento proprioceptivo, eletroterapia, crioterapia, exercícios resistidos e exercícios de cadeia cinética fechada também são utilizadas nos protocolos de reabilitação da lesão de LCA, porém a hidroterapia mostrou-se mais eficiente.
Efetividade da assistência hidroterapeutica no paciente em pós-operatório de ligamento cruzado anterior(Coelho, 2018).Avaliar os efeitos da hidroterapia na reabilitação de paciente com lesão de ligamento, a partir da Amplitude de Movimento, Força e Perimetria.Houve dois atendimentos por semana com o paciente, por cerca de 30 minutos cada atendimento. foram realizadas mobilizações e exercícios passivos para reduzir possíveis complicações, bem como rigidez muscular e hipotrofia. Logo após os primeiros atendimentos, exercícios de marcha frontal e lateral, exercícios de Hidrocinesioterapia, como Alongamento e Fortalecimento da musculatura das cadeias anterior e posterior, com uso de flutuadores longos, caneleiras e acessórios que permitiam resistência ao paciente, além de treinamento de proprioceptivos. Diante disso, o estudo mostrou que a hidroterapia pode ser uma ferramenta de grande contribuição para a reabilitação dos pacientes no pós-operatório de LCA.
A Atuação da Hidroterapia na Lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)(Dorta, 2011).Teve como objetivo analisar a produção científica sobre temas relacionados com lesões do ligamento cruzado anterior e hidroterapia.A hidroterapia se mostrou muito eficaz no tratamento de pós-operatório de LCA, pois proporcionou ao paciente uma reabilitação com carga menos agressiva, diminuindo o seu quadro álgico, aumentando a força, tônus muscular e a propriocepção, sendo assim, proporcionando ao paciente um retorno mais rápido possível as suas atividades cotidianas.
Tabela 2: Síntese dos estudos

2.6. Discussões

Os autores Rios, Artigas, (2018) afirmaram que a técnica de hidroterapia trouxe resultados satisfatórios no pós-operatório de LCA. A água com sua temperatura em torno de 33 graus Celsius diminuiu a intensidade da dor e proporcionou relaxamento muscular. Como não hà gravidade, a marcha do paciente pode ser melhorada reduzindo o impacto nas articulações, superando medos e dando ao paciente mais liberdade e independência na realização das suas atividades. Uma comparação realizada entre a técnica de hidrocinesioterapia e a cinesioterapia, descobriu-se que a hidrocinesioterapia tem alcançado bons resultados na manutenção da nutrição muscular, aumentando a ADM e o ganho de equilíbrio. A única desvantagem é que é impossível restaurar a resistência muscular dos extensores, que é justificado pela ação da gravidade na água. Diante do exposto, entende-se que a hidroterapia proporcionou ao paciente um retorno mais rápido as atividades esportivas, contudo é importante associar a técnica de fisioterapia convencional ao tratamento para que o efeito seja eficaz para o paciente que fez a reconstrução do LCA.

Nos estudos de De Sá et al (2019) foi constatado que o recurso de hidroterapia mostrou-se eficaz no tratamento de lesões que atingem a articulação do joelho, incluindo a lesão de ruptura total de LCA, esta técnica do ramo da fisioterapia proporcionou ao paciente redução do quadro álgico, ganho de ADM, trofismo e força muscular, e melhorou a marcha, a capacidade funcional e a qualidade de vida dos pacientes.

Os autores Ferreira AA; Rodrigues PA; Watanabe LAR, (2014) Afirmaram que na reabilitação de LCA técnicas como o treinamento proprioceptivo, exercícios de cadeia cinética fechada e a crioterapia também são utilizados nos protocolos de reabilitação de LCA, mas a hidroterapia mostrou-se mais eficiente.

Conforme os estudos de Coelho, (2018) foi constado que a realização de dois atendimentos semanais por cerca de 30 minutos cada, com protocolos de mobilizações e exercícios passivos para diminuir possíveis complicações, como a rigidez muscular e a hipotrofia, houve também a realização de exercícios de Marcha Frontal e Lateral, exercícios de Hidrocinesioterapia, além de treinos proprioceptivos. Ao final da terapia, foram evidenciadas melhoras significativas. Diante disso, o estudo mostrou que a hidroterapia pode ser uma ferramenta de grande contribuição para a reabilitação dos pacientes no pós-operatório de LCA.

Dorta, (2011) em seu estudo constatou que a hidroterapia teve efeito significativo no tratamento de pós-operatório de LCA e proporcionou ao paciente uma reabilitação com carga menos agressiva, obtendo diminuição da dor, aumentando a força, o tônus muscular e a propriocepção, o que proporcionou ao paciente retorno precoce para as suas atividades cotidianas.

Com isso, para todos os autores dos estudos desta revisão a hidroterapia se mostrou eficaz no tratamento de pós-operatório de LCA, uma vez que esta técnica utiliza os princípios físicos da água associado com a cinesioterapia para que se tenha uma melhora significativa na reabilitação do paciente lesionado. Portanto, nenhum dos artigos abordados nesta pesquisa mostraram resultados negativos ao tratamento proposto.

3. CONCLUSÃO

Por meio dessa revisão observou-se que a articulação do joelho é uma das mais complexas do ser humano e também muito estudada. Na ruptura total de LCA é indicado o tratamento cirúrgico que se utilizam diferentes técnicas sendo o enxerto do tendão patelar e dos isquiotibiais as mais utilizadas e ambas apresentam bons resultados. Dentre as técnicas fisioterapêuticas que cooperam na reabilitação da lesão ligamentar do atleta, destaca-se o recurso da hidroterapia com o objetivo de reabilitar e trazer independência funcional do atleta. Nesta técnica utilizam-se princípios físicos e termodinâmicos da água, destacando-se o empuxo, a pressão hidrostática e a viscosidade, que irão contribuir nos movimentos biomecânicos e no fortalecimento muscular. De acordo com os estudos revisados constatou-se que a hidroterapia é eficaz e trouxe benefícios no tratamento de LCA, essa intervenção proporcionou ao paciente lesionado redução do quadro álgico, diminuição de edema, ganho de ADM, trofismo e força muscular, melhorando a marcha, a capacidade funcional e a qualidade de vida, fazendo com que este paciente tenha um retorno precoce as suas atividades cotidianas.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARLIANI, G.G. et al. Lesão do ligamento cruzado anterior: tratamento e reabilitação – perspectivas e tendências atuais. Rev Bras Ortop. v.47(2); p. 191-196, 2012.

COELHO, C. J. Efetividade Da Assistência Hidroterapeutica No Paciente Em Pós-Operatório De Ligamento Cruzado Anterior. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. v. 01, p. 142-150, 2018. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/assistencia-hidroterapeutica. Acesso em: 18 set. 2020.

DE SÁ, et al. Benefícios Da Hidroterapia Na Reabilitação Das Lesões Do Joelho: Uma Revisão Bibliográfica. Revista das Ciências da Saúde do Oeste Baiano – Higia. v. 4, p. 54-70, 2019. Disponível em: http://www.fasb.edu.br/revista/index.php/higia/article/view/503. Acesso em: 18 set. 2020.

DORTA, HARON. A Atuação da Hidroterapia na Lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Brazilian Journal of Health. v. 2, n. 3, p. 151-156, 2011. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/296500744_A_Atuacao_da_Hidroterapia_na_Lesao_do_Ligamento_Cruzado_Anterior_LCA. Acesso em: 15 set. 2020.

FERREIRA, AA; RODRIGUES, PA; WATANABE, LAR. A hidroterapia na reabilitação da lesão do ligamento cruzado anterior: revisão bibliográfica; Revista Amazônica Science & Health. v.2, n.3, p.44-9, 2014. Disponível em: http://ojs.unirg.edu.br/index.php/2/article/view/546/263. Acesso em: 21 set. 2020.

FUKUDA, T. Lesão do Ligamento Cruzado Anterior. Disponível em: https://www.institutotrata.com.br/ligamento-cruzado-anterior/. Acesso em: 06 set. 2020.

MEIRELES, J. D.; SÁ, M. C.; SILVA, R. V. Os Efeitos Da Hidroterapia No Pós-Operatorio Do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Revista Saúde dos Vales. v.1, n.1, 2020. Disponível em: https://revistas.unipacto.com.br/busca?search=Os%20Efeitos%20Da%20Hidroterapia%20No%20P%C3%B3s-Operatorio%20Do%20Ligamento%20Cruzado%20Anterior%20%28LCA%29&page=2. Acesso em: 16 set. 2020.

NAZARIO, et al. Anterior Cruciate Ligament: Anatomy and Biomechanics. Journal of the Health Sciences Institute. v. 21, n. 2, p. 166-9, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.17921/2447-8938.2019v21n2p166-169. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/334216507_Anterior_Cruciate_Ligament_Anatomy_and_Biomechanics. Acesso em: 05 set. 2020.

PINHEIRO, ALINE. Lesão Do Ligamento Cruzado Anterior: Apresentação Clínica, Diagnóstico e Tratamento. Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. v. 23, n.4, p.320-329, 2015. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpot/v23n4/v23n4a05.pdf. Acesso em: 16 set. 2020.

RIOS, D.; ARTIGAS, N. R. Benefícios da hidroterapia na lesão de ligamento cruzado Anterior. Fisioterapia B’rasil. v.19, p.4-l:5, 2018. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-948762. Acesso em: 22 set. 2020.

SANTOS, T. H. M. Protocolos de tratamento fisioterapêutico no pós operatório de reconstrução do ligamento cruzado anterior em atletas profissionais: Revisão de literatura. Revista Científica FacMais. v. 7, n. 3, 2016. Disponível em: https://revistacientifica.facmais.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Artigo-07-Protocolos-de-tratamento-fisioterap%C3%AAutico-no-p%C3%B3s-operat%C3%B3rio-de-reconstru%C3%A7%C3%A3o-do-ligamento-cruzado-anterior-em-atletas-profissionais-re.pdf. Acesso em: 18 set. 2020.

SÁ, M. C.; SOUZA, A. L. V. Hidroterapia no pós-operatório do Ligamento Cruzado Anterior (LCA), 2011. Disponível em: http://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/48-art-traumato/1130-hidroterapia-no-pos-operatorio-do-ligamento-cruzado-anterior-lca.html. Acesso em: 13 set. 2020.

XAVIER, Daniel Salgado. Os benefícios da hidroterapia para o tratamento de doenças, 2014. Disponível em http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/55733/os-beneficios-dahidroterapia-para-o-tratamento-de-doenca. Acesso em 15 set. 2020.