BENEFICIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411261308


Daniel Araújo Costa
Diego Oliveira Da Silva
Erika Evellyn Souza Da Silva
Luana Ferreira Batista
Mateus Ferreira Da Silva
Orientador: Prof. Msc. Elvis Geanderson Lima do Vale


RESUMO

Este trabalho tem como objetivo revisar a literatura sobre os benefícios da atividade física na terceira idade, com foco em suas contribuições para a saúde física, mental e cognitiva dos idosos. A prática regular de exercícios físicos é amplamente reconhecida como uma estratégia eficaz para promover a saúde e o bem-estar ao longo de todas as fases da vida, especialmente na velhice. O envelhecimento da população mundial traz à tona desafios significativos, como o aumento da incidência de doenças crônicas, o declínio da capacidade funcional e o isolamento social, que comprometem a qualidade de vida dos idosos. A atividade física é destacada como uma solução viável para mitigar esses efeitos, promovendo não apenas a saúde física, mas também benefícios psicológicos, como a redução da depressão e da ansiedade. Os resultados evidenciam que a prática de exercícios pode minimizar os efeitos negativos do envelhecimento, como a perda de massa muscular e a fragilidade, além de melhorar o equilíbrio e a mobilidade, fatores cruciais para prevenir quedas. A discussão abrange a importância da atividade física na manutenção da autonomia dos idosos, bem como a necessidade de políticas públicas que incentivem um estilo de vida ativo. No entanto, o estudo também identifica limitações, como a falta de adesão de muitos idosos à prática de exercícios, frequentemente devido a barreiras sociais ou falta de informações sobre seus benefícios. As considerações finais refletem sobre a relevância dos achados da revisão, destacando a importância de promover um envelhecimento ativo e saudável. O trabalho conclui que a atividade física deve ser integrada a programas de saúde para idosos, enfatizando a necessidade de uma abordagem holística que inclua apoio social e infraestrutura adequada para a prática de exercícios, visando melhorar a qualidade de vida dessa população crescente.

ABSTRACT

This study aims to review the literature on the benefits of physical activity in older adults, focusing on its contributions to physical, mental, and cognitive health. Regular exercise is widely recognized as an effective strategy for promoting health and well-being across all life stages, particularly in later life. The aging global population presents significant challenges, such as increased incidence of chronic diseases, decline in functional capacity, and social isolation, which severely impact the quality of life of older individuals. Physical activity is highlighted as a viable solution to mitigate these effects, providing not only physical health benefits but also psychological advantages, including reduced symptoms of depression and anxiety. The findings demonstrate that exercise can minimize negative aging effects, such as muscle loss and frailty, while improving balance and mobility—crucial factors in preventing falls. The discussion emphasizes the importance of physical activity in maintaining seniors’ autonomy and the necessity for public policies that encourage an active lifestyle. However, the study also identifies limitations, such as the low adherence rates among many older adults to exercise, often due to social barriers or lack of information regarding the benefits of physical activity. The conclusion reflects on the significance of the review’s findings, underscoring the importance of promoting active and healthy aging. The study concludes that physical activity should be integrated into health programs for older adults, emphasizing the need for a holistic approach that includes social support and adequate infrastructure for exercise, aiming to enhance the quality of life for this growing population.

1       INTRODUÇÃO

A prática de atividade física (AF) é amplamente reconhecida como uma estratégia eficaz para a promoção da saúde e do bem-estar ao longo de todas as fases da vida. Contudo, seus benefícios se tornam ainda mais significativos na terceira idade (TI), fase marcada por mudanças fisiológicas que impactam diretamente a qualidade de vida (QV). Segundo Oliveira (2020), a manutenção de um estilo de vida ativo na velhice contribui para a preservação da autonomia e para a redução de comorbidades associadas ao envelhecimento. Nesse contexto, é fundamental compreender os efeitos da AF em aspectos físicos, mentais e cognitivos dos idosos.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2022), o Brasil vem passando por um processo de envelhecimento populacional, com previsões de que, até 2050, a população idosa no país ultrapasse 30% do total. Este cenário evidencia a necessidade de políticas públicas e práticas que visem melhorar a QV dessa faixa etária. A AF surge como um dos principais elementos para promover saúde, prevenindo doenças e proporcionando uma vida mais ativa e independente.

A literatura científica aponta que a prática regular de exercícios físicos pode minimizar os efeitos negativos do envelhecimento, como a perda de massa muscular, o aumento da fragilidade e a diminuição da capacidade funcional. A AF atua na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes e osteoporose, comuns na TI (MATSUDO, MATSUDO E BARROS NETO, 2001). Além disso, os exercícios promovem a melhora do equilíbrio e da mobilidade, fatores cruciais para prevenir quedas, um dos principais riscos para a saúde dos idosos. Essa evidência reforça a importância de integrar AF nas rotinas diárias dos idosos para garantir uma melhor QV (BENTO; RODACKI; HOAMNN e LEITE, 2010).

No entanto, os benefícios da AF não se restringem ao corpo. A prática regular de exercícios também contribui significativamente para a saúde mental (SM) dos idosos. A AF reduz sintomas de depressão e ansiedade, favorecendo o bem-estar psicológico e a socialização (BLUMENTHAL et al., 1999; DALEY et al., 2008). Com o avanço da idade, muitos idosos enfrentam o isolamento social, o que pode levar ao declínio emocional e cognitivo. Nesse sentido, a participação em AF, especialmente em grupos, proporciona uma oportunidade de interação social e aumento da autoestima.

Além dos ganhos físicos e emocionais, há uma crescente evidência de que a AF também exerce um papel protetor contra o declínio cognitivo. De acordo com Antunes, et al. (2006), a prática de exercícios aeróbicos e de resistência melhora a memória, a atenção e outras funções cognitivas, retardando o avanço de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. A relação entre exercício físico e saúde cognitiva reforça a importância de incentivar os idosos a se manterem ativos, não apenas para prevenir doenças, mas também para preservar sua capacidade mental.

Ademais, a promoção da AF na TI requer um olhar mais atento das políticas públicas e da sociedade em geral. Programas de AF devem ser desenvolvidos de forma inclusiva, proporcionando espaços e oportunidades para que os idosos possam praticar exercícios de forma segura e adequada reduzindo e/ou prevenindo declínios funcionais relacionados ao envelhecimento (VOGEL et al. 2009; NELSON et al. 2007; OMS, 2005). Isso inclui a criação de ambientes acessíveis e a oferta de orientação profissional para garantir que os exercícios sejam realizados de maneira eficaz e sem riscos.

Diante de todos esses aspectos, o presente trabalho tem como objetivo revisar a literatura existente sobre os benefícios da AF na TI, analisando suas contribuições para a saúde física (SF), mental e cognitiva. Através de uma análise abrangente dos estudos mais recentes, busca- se destacar a importância de um envelhecimento ativo e saudável, considerando as demandas de uma população que está em crescente expansão.

2       OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Analisar por meio de uma revisão bibliográfica os benefícios da AF para a SF, mental e cognitiva na TI, destacando a importância da prática regular de exercícios para a promoção de um envelhecimento saudável.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Identificar os principais benefícios físicos da prática de Atividade Física para idosos, incluindo a prevenção de doenças crônicas e a manutenção da capacidade funcional.
  • Investigar os efeitos da Atividade Física na saúde mental dos idosos, com ênfase na redução de sintomas de depressão, ansiedade e na promoção da socialização.
  • Explorar a relação entre a prática de Atividade Física e a preservação das funções cognitivas, observando sua contribuição para a prevenção de doenças neurodegenerativas.
3       DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

O envelhecimento da população mundial tem trazido à tona desafios relacionados à saúde e à QV dos idosos. Entre as principais dificuldades enfrentadas nessa fase da vida estão o aumento da incidência de doenças crônicas, o declínio da capacidade funcional e o isolamento social, fatores que comprometem significativamente o bem-estar dessa população. Diante desse cenário, a prática de AF tem sido amplamente apontada como uma estratégia eficaz para mitigar os impactos negativos do envelhecimento. No entanto, muitos idosos ainda não adotam um estilo de vida ativo, seja por falta de conhecimento sobre os benefícios, por barreiras sociais ou pela ausência de políticas públicas que incentivem essa prática.

Nesse contexto, é essencial compreender e divulgar de forma mais ampla os reais benefícios que a AF pode proporcionar à SF, mental e cognitiva dos idosos, além de discutir as estratégias necessárias para promover um envelhecimento ativo e saudável. Como podemos superar as barreiras que impedem os idosos de se engajar em AF, e quais medidas podem ser implementadas para garantir que todos tenham acesso aos benefícios dessa prática?

4       JUSTIFICATIVA
  • Pessoal

O interesse por este tema surgiu a partir da observação das dificuldades enfrentadas por familiares e conhecidos durante o processo de envelhecimento, especialmente no que diz respeito à perda de autonomia e QV. Ao entender o impacto que a AF pode ter na promoção de um envelhecimento saudável, torna-se uma motivação pessoal estudar e difundir esses benefícios, com o objetivo de contribuir para que mais idosos possam ter uma vida ativa e com maior bem-estar físico e emocional.

  • Cientifica

Do ponto de vista científico, a relevância deste estudo está na necessidade de ampliar o conhecimento sobre os efeitos da AF na TI, um campo que tem recebido crescente atenção devido ao envelhecimento populacional. Embora diversos estudos já apontem os benefícios da prática regular de exercícios, há uma lacuna no que se refere à integração dessas informações de forma prática e acessível para a sociedade. Este trabalho busca contribuir para a literatura existente, organizando e sintetizando os dados mais recentes sobre os impactos da AF na SF, mental e cognitiva dos idosos, além de discutir como essas evidências podem ser aplicadas em programas e políticas públicas.

  • Social

Socialmente, o estudo é de extrema relevância, visto que a população idosa está em ascensão no Brasil e no mundo, demandando medidas que garantam o envelhecimento com QV. A AF pode ser uma solução acessível e eficaz para reduzir os custos com saúde pública, prevenir doenças e promover uma vida mais ativa. Além disso, a socialização proporcionada pela prática de exercícios pode ajudar a combater o isolamento social, um dos grandes problemas enfrentados por essa faixa etária. Assim, este trabalho pretende contribuir para o desenvolvimento de ações que incentivem o envelhecimento ativo, ajudando a sociedade a lidar de maneira mais eficaz com as necessidades de uma população envelhecida.

5       REVISÃO BIBLIOGRÁFICA / TEÓRICA
  • A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE

A prática de AF é uma estratégia fundamental para promover um envelhecimento saudável, especialmente diante dos desafios que o envelhecimento da população mundial impõe à saúde dos idosos. A AF é essencial para a saúde e o bem-estar em todas as idades a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todos os adultos pratiquem entre 150 e 300 minutos de atividade física moderada por semana. Estudos demonstram que a AF regular pode reduzir o risco de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Segundo Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2001) a AF atua na prevenção de doenças não transmissíveis, especialmente na população idosa.

A manutenção de um estilo de vida ativo está associada à melhora da QV. Maciel (2010) enfatiza que os idosos que se exercitam regularmente reportam uma capacidade funcional significativamente melhor do que aqueles que são sedentários. Um dos principais benefícios da AF é a prevenção de quedas, um problema comum entre os idosos. Segundo Bento et al. (2010) programas de exercícios que focam no equilíbrio podem reduzir o risco de quedas em até 50% entre os idosos.

Além da prevenção de quedas, a AF contribui para a preservação da massa muscular e da força. De acordo com OMS (2005), exercícios de resistência são fundamentais para manter a funcionalidade e a independência dos idosos. A AF também desempenha um papel importante na saúde cardiovascular. Segundo Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2001), a prática regular de exercícios melhora a circulação sanguínea e reduz o risco de doenças cardíacas.

Os benefícios da AF não se restringem apenas ao corpo; ela também impacta a SM. A pesquisa de Blumenthal et al. (1999) e Daley et al. (2008) indica que a AF está associada à redução de sintomas de depressão e ansiedade entre os idosos. Além disso, o exercício físico pode ajudar na socialização dos idosos, promovendo interações sociais. Santos et al. (2015) menciona que a participação em grupos de AF pode diminuir o isolamento social, um fator de risco para a SM.

A flexibilidade, muitas vezes negligenciada, também é uma área que se beneficia da AF. Alencar et al. (2010) afirmam que exercícios de alongamento são essenciais para melhorar a amplitude de movimento e aumentar a flexibilidade. Um aspecto crucial é a motivação para a prática de exercícios. Segundo Lopes et al. (2016), a falta de conhecimento sobre os benefícios da AF é uma barreira significativa que os idosos enfrentam.

Políticas públicas desempenham um papel vital na promoção da AF entre os idosos. Salin et al. (2011) e Benedetti et al. (2007) destacam que é essencial que os governantes implementem programas que incentivem a AF na TI. A criação de ambientes acessíveis e seguros para a prática de AF é fundamental. Salin et al. (2011) sugerem que centros comunitários devem ser adaptados para atender às necessidades dos idosos, oferecendo espaço e equipamentos adequados.

Além disso, a orientação profissional é crucial para garantir que os idosos pratiquem exercícios de forma segura e eficaz. Silva et al. (2024) recomenda que os idosos busquem orientação de profissionais de educação física para desenvolver programas personalizados na longevidade. A literatura científica aponta que a AF regular pode melhorar a autoestima dos idosos. Segundo Silva et al. (2024), o envolvimento em AF pode resultar em uma percepção positiva de si mesmo e de sua capacidade.

Em suma, a AF é um pilar essencial para a saúde e o bem-estar na TI, contribuindo para a prevenção de doenças, a melhora da QV e a promoção da SM. A mobilização da sociedade e de políticas públicas é crucial para garantir que todos os idosos possam se beneficiar desses efeitos.

A prática de AF também pode ser uma ferramenta eficaz para lidar com os efeitos da solidão e do isolamento social, comuns na TI. Salin et al. (2011) ressalta que a participação em atividades em grupo pode criar um ambiente de apoio, onde os idosos se sentem valorizados e integrados. As interações sociais fomentadas por essas atividades são essenciais para a saúde emocional dos idosos.

Além disso, a AF pode atuar como um mecanismo de enfrentamento das adversidades da vida, como a perda de entes queridos ou a deterioração da saúde. Segundo Silva et al. (2024), o exercício regular pode ajudar a aumentar a resiliência emocional, permitindo que os idosos enfrentem esses desafios de forma mais eficaz. Dessa forma, a prática de AF pode ter um impacto profundo no bem-estar psicológico dos idosos.

A importância da AF também se reflete em suas contribuições para a capacidade funcional dos idosos. Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2001) afirmam que a prática regular de exercícios pode ajudar a preservar a independência funcional, permitindo que os  idosos realizem suas atividades diárias com mais facilidade. Essa independência é fundamental para a autoimagem e a QV dos idosos.

A AF também desempenha um papel significativo na prevenção de doenças metabólicas, como a obesidade. Silva et al. (2024) observam que a prática regular de exercícios pode ajudar a controlar o peso corporal, reduzindo assim o risco de doenças associadas à obesidade. Essa relação entre exercício e controle do peso é particularmente importante à medida que os idosos enfrentam desafios metabólicos associados ao envelhecimento.

Outro aspecto a ser considerado é o impacto da AF na melhoria da qualidade do sono. Estudos têm mostrado que a prática regular de exercícios pode resultar em um sono mais reparador e de melhor qualidade. Segundo Silva et al. (2024), a qualidade do sono é um fator importante para a saúde geral e o bem-estar dos idosos. A melhoria do sono pode, por sua vez, influenciar positivamente a SM, emocional e redução de dores musculares.

Finalmente, a promoção de uma cultura de AF entre os idosos deve ser uma prioridade para a sociedade como um todo. Salin et al. (2011) enfatiza a necessidade de campanhas educativas que incentivem a AF desde a juventude, preparando os indivíduos para uma velhice ativa e saudável. Ao cultivar essa cultura, é possível garantir que as gerações futuras se beneficiem dos mesmos efeitos positivos associados à AF na TI.

  • EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA SAÚDE MENTAL E COGNITIVA

A SM é um componente crítico do bem-estar geral dos idosos, e a AF pode desempenhar um papel crucial nesse contexto. Farinha; Ferreira e Serrano (2018) afirma que a prática regular de AF está associada a uma redução significativa de sintomas depressivos entre os idosos. Os efeitos positivos da AF na SM podem ser atribuídos a diversos fatores, incluindo a liberação de endorfinas. Segundo Costa, Soares e Teixeira (2007), as endorfinas, liberadas durante o exercício, têm um efeito benéfico no humor e na percepção de bem-estar.

Além disso, a AF pode atuar como uma forma de terapia ocupacional, proporcionando uma estrutura na rotina dos idosos. Maciel (2010) mencionam que a inclusão de AF na rotina pode oferecer um senso de propósito e realização. O envolvimento em AF também pode facilitar a socialização, o que é fundamental para combater o isolamento. Castro, Lima e Duarte (2016) destaca que a socialização através do exercício pode ajudar a construir redes de apoio e amizade entre os idosos.

A AF não apenas melhora a SM, mas também tem um impacto significativo na saúde cognitiva. Estudos indicam que exercícios aeróbicos podem melhorar a função cognitiva. Conforme observado por Antunes et al. (2006), a AF regular está associada à melhoria da memória e da atenção. Essa relação entre exercício e cognição é crucial, uma vez que a saúde cognitiva é um aspecto importante do envelhecimento saudável.

Além disso, o treinamento de força também pode ter um efeito positivo nas funções cognitivas. A pesquisa de Antunes et al. (2006) sugere que exercícios que desafiam tanto o corpo quanto a mente podem resultar em benefícios cognitivos adicionais. É importante ressaltar que, para maximizar os benefícios cognitivos, a AF deve ser realizada de forma regular e contínua.

A motivação para se engajar em AF é um desafio que muitos idosos enfrentam. Lopes et al. (2016) observa que a falta de informações sobre os benefícios da AF e o medo de lesões podem inibir a participação dos idosos. Portanto, é fundamental que haja campanhas de conscientização que promovam os benefícios da AF, além de programas acessíveis e seguros.

A criação de programas comunitários que incentivem a participação dos idosos em AF é essencial. Segundo Matsudo et al. (2001), as comunidades podem desempenhar um papel vital na facilitação do acesso à AF, oferecendo recursos e apoio social. Por fim, é evidente que a AF é uma ferramenta poderosa não apenas para a SF, mas também para a SM e cognitiva dos idosos.

A relação entre AF e SM é complexa, e envolve tanto aspectos físicos quanto emocionais. Costa, Soares e Teixeira (2007) destacam que a AF pode atuar como um antídoto para o estresse, proporcionando um espaço para a liberação de tensões acumuladas. Essa liberação é especialmente importante em momentos de crise emocional, que podem ser mais frequentes na TI.

Estudos também demonstram que a prática de atividades em grupo pode ter um impacto ainda maior na SM dos idosos. Castro et al. (2016) sugere que o envolvimento em atividades coletivas não apenas promove a socialização, mas também cria um ambiente de suporte emocional. Essa rede de apoio é essencial para o bem-estar mental dos idosos, especialmente aqueles que podem estar lidando com a solidão.

Além disso, a AF pode ajudar a preservar a função cognitiva ao longo do envelhecimento. Vorkapic-Ferreira et al. (2017) ressaltam que a prática regular de exercícios

está associada à diminuição do risco de demência e outras doenças neurodegenerativas. Os mecanismos subjacentes a essa proteção ainda estão sendo estudados, mas a neurogênese induzida pelo exercício é uma hipótese promissora.

As intervenções de AF também podem ser integradas a programas de reabilitação para idosos com problemas de SM. Costa, Soares e Teixeira (2007) sugere que a AF pode ser uma parte fundamental do tratamento para condições como depressão e ansiedade. A colaboração entre profissionais de SM e educadores físicos pode resultar em abordagens mais holísticas para o tratamento da SM dos idosos.

Por fim, a promoção da SM através da AF deve ser uma prioridade nas políticas públicas voltadas para a TI. Souza et al. (2022) afirmam que é fundamental que as políticas de saúde pública integrem programas de AF nas estratégias de promoção da SM. A implementação dessas políticas pode levar a uma melhoria significativa na QV dos idosos.

  • POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE

As políticas públicas desempenham um papel crucial na promoção da AF entre os idosos, influenciando diretamente a QV dessa população. Segundo Salin et al. (2011), programas bem estruturados podem proporcionar aos idosos acesso a AF seguras e adequadas. A implementação de políticas que incentivem a AF pode resultar em benefícios significativos para a saúde da população idosa.

A falta de políticas públicas específicas pode ser uma barreira para a prática de AF. Lopes et al. (2016) destaca que muitas vezes, os idosos não têm acesso a espaços seguros e adequados para se exercitar. É fundamental que as autoridades desenvolvam programas que atendam às necessidades dos idosos, garantindo que eles tenham oportunidades de se manter ativos.

Além disso, a educação e a conscientização são componentes importantes das políticas públicas. A pesquisa de Maciel (2010) sugere que campanhas de informação sobre os benefícios da AF podem ajudar a mudar a percepção da população idosa. Essas campanhas devem ser adaptadas às características dessa faixa etária, utilizando canais de comunicação que sejam acessíveis e relevantes.

O financiamento de programas de AF para idosos também é uma questão importante. Salin et al. (2011) argumentam que o investimento em programas comunitários pode gerar economias a longo prazo na saúde pública. Promover um envelhecimento ativo e saudável pode resultar em menores custos com cuidados médicos e uma população idosa mais saudável.

A colaboração entre diferentes setores da sociedade é crucial para a eficácia das políticas públicas. A OMS enfatiza que a parceria entre órgãos governamentais, organizações não governamentais e a comunidade é fundamental para Fortalecer Políticas de AF. Essa abordagem colaborativa pode levar à criação de programas mais eficazes e abrangentes.

Além disso, as políticas públicas devem considerar as necessidades individuais dos idosos. A personalização dos programas de AF é essencial para garantir que todos os idosos, independentemente de suas limitações, possam participar. Segundo Silva et al. (2024), é fundamental que os programas sejam adaptados às condições físicas e às preferências dos idosos.

O monitoramento e a avaliação dos programas de AF são aspectos importantes para garantir sua eficácia. Souza et al. (2022) sugerem que as políticas públicas devem incluir mecanismos de avaliação para medir os resultados das iniciativas de AF. Essa avaliação pode ajudar a identificar áreas de melhoria e a ajustar os programas conforme necessário.

Por fim, a promoção da AF entre os idosos deve ser uma prioridade nas agendas políticas. Salin et al. (2011) afirmam que é essencial que as questões relacionadas à saúde e ao envelhecimento sejam abordadas de forma abrangente e integrada. Somente através de uma abordagem coordenada será possível promover um envelhecimento saudável e ativo para todos os idosos.

Além disso, é importante que as políticas públicas envolvam os idosos no processo de planejamento. Salin et al. (2011) sugere que as opiniões e necessidades dos idosos devem ser consideradas na elaboração de programas de AF. Essa inclusão pode garantir que as iniciativas atendam de fato às expectativas e desejos dos idosos.

A integração de serviços de saúde com programas de AF é outra estratégia eficaz. Segundo Souza et al. (2022), os profissionais de saúde devem ser incentivados a prescrever AF como parte do tratamento dos idosos. Essa abordagem integrada pode resultar em uma melhoria na adesão dos idosos a programas de exercícios.

A promoção de eventos comunitários que incentivem a AF também pode ter um impacto positivo. Salin et al. (2011) destacam que eventos como caminhadas e competições amigáveis podem motivar os idosos a se engajar em AF. Esses eventos não apenas promovem a AF, mas também fortalecem os laços sociais entre os participantes.

Finalmente, a formação de profissionais que trabalham com idosos deve incluir a promoção da AF como um componente essencial. Segundo Salin et al. (2011) a capacitação de educadores físicos e profissionais de saúde para trabalhar com a população idosa é crucial para o sucesso das políticas públicas. Essa formação garante que os programas sejam conduzidos de maneira segura e eficaz, beneficiando a saúde e o bem-estar dos idosos.

6       MÉTODO
  • TIPO DE ESTUDO

Este estudo de revisão de literatura foi conduzido utilizando o método de síntese de conhecimento conhecido como revisão integrativa (RI), conforme orientado pelo Joanna Briggs Institute Reviewer’s Manual (AROMATARIS; MUNN, 2020). O processo de revisão seguiu as etapas padrão, que incluíram a formulação da questão de pesquisa, a busca na literatura para identificar os estudos primários relevantes, a avaliação crítica dos estudos primários, a análise dos dados coletados e a apresentação dos resultados da revisão (WHITTEMORE; KNAFL, 2005).

  • PERÍODO

A realização do estudo ocorreu no período de agosto de 2024 a outubro de 2024.

  • POPULAÇÃO

A questão central desta revisão foi delineada da seguinte forma: “Quais são os benefícios que a atividade física pode oferecer aos idosos praticantes?” Essa pergunta foi formulada com base no acrônimo PECO, em que P (população) se trata de idosos (pessoas com 60 anos ou mais), E (exposição) refere-se a prática da atividade física, C (comparador) não se aplica neste contexto e O (resultado) concentra-se nos benefícios que a atividade física pode oferecer a esta população. A abordagem metodológica desta pesquisa seguiu as diretrizes do Joanna Briggs Institute Reviewer’s Manual (WHITTEMORE; KNAFL, 2005), conforme citado na fonte.

  • CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

Os critérios de inclusão adotados para conduzir esta RI foram definidos da seguinte forma: foram considerados elegíveis estudos primários nos quais os pesquisadores investigaram os benefícios associados a pratica de atividades física em adultos, desde que esses adultos tivessem 60 anos ou mais. Além disso, foram aceitos estudos publicados em inglês, português ou espanhol, entre os anos de 1999 a 2024.

Com o objetivo de garantir a qualidade e a relevância dos estudos incorporados à revisão, foram excluídos da análise outros tipos de documentos, tais como editoriais, cartas de resposta, estudos secundários (como revisões sistemáticas), relatos de experiência ou opiniões de especialistas. Essa delimitação temporal foi estabelecida para controlar o volume de estudos

primários incluídos, evitando uma sobrecarga de informações que poderia prejudicar a condução da revisão integrativa ou introduzir vieses nas fases subsequentes do método.

  • DEFINIÇÃO DA AMOSTRA

Para a busca dos estudos primários, foram escolhidas três bases de dados que são altamente pertinentes para o campo da saúde e educação física. Essas bases incluem a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Portal de Periódicos Capes e a Scientific Electronic Library Online (SciELO) e a. Essa seleção abrange uma ampla gama de fontes confiáveis que garantem uma abordagem abrangente na coleta de dados para a revisão.

Os dois componentes do acrônimo PECO foram utilizados em diferentes combinações de descritores controlados, palavras-chave e operadores booleanos AND e OR durante a formulação das estratégias de busca nas bases de dados. Isso possibilitou uma abordagem abrangente na pesquisa das publicações, assegurando a inclusão de estudos relevantes para a revisão.

Neste estudo, foram selecionados descritores controlados dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e utilizadas estratégias de busca em três bases de dados, LILACS, Periódicos Capes e SciELO. Além disso, as estratégias definitivas de busca para as publicações foram aplicadas em ambas as bases de dados em 09 de outubro 2024 (Tabela 01).

A seleção dos estudos foi conduzida mediante a análise dos títulos e resumos das publicações, com base na pergunta de interesse da RI e nos critérios de inclusão pré definidos. Essa etapa foi executada de maneira independente e com mascaramento por dois revisores. O mascaramento foi posteriormente desvendado, permitindo que, em reuniões de consenso, os revisores procedessem à seleção dos estudos primários a serem lidos na íntegra. É importante salientar que, durante essas reuniões, um terceiro revisor desempenhou um papel de apoio nas discussões.

A análise completa dos estudos primários escolhidos (n=46) foi conduzida de maneira independente por dois revisores. No caso de discordâncias ou dúvidas, recorreu-se a um terceiro revisor para resolver as questões em pauta e auxiliar na determinação final dos estudos a serem incluídos na amostra da RI.

Adicionalmente à pesquisa nas bases de dados, um dos revisores conduziu uma busca manual nas referências dos estudos primários que foram incorporados à RI. No entanto, é importante ressaltar que essa estratégia não resultou na inclusão de novos estudos. O processo

de busca e seleção dos estudos primários foi realizado no período compreendido entre setembro e novembro de 2024.

Tabela 01. Estratégia de busca
Fonte de informaçãoBusca realizadaItens encontradosData de busca
Periódicos CapesQualquer campo contém (Idosos OR Terceira Idade) E Qualquer campo contém (Exercício Físico OR Atividade Física) ESCOPO: Padrão / Buscar tudo Tipo de material: Artigos; Data de publicação: 5-YEAR; Disponibilidade: Acesso Aberto; Disponibilidade: Periódicos revisados por pares ;Disponibilidade: Recurso On-line ;Tipo de recurso: Artigos ;Data de Criação: 2018-2023 ;Idioma: Português7109/10/2024
SciELOExpressão: (Idosos OR Terceira idade) AND (Exercício Físico OR Atividade Física) Filtros aplicados: (Idioma: Português) (Ano de publicação: 1999) (Ano de publicação: 2024) (Tipo de literatura: Artigo)27809/10/2024
LILACSQualquer campo contém (Idosos OR Terceira Idade) E Qualquer campo contém (Exercício Físico OR Atividade Física) ESCOPO: Padrão / Buscar tudo Tipo de material: Artigos; Data de publicação: 5-YEAR; Disponibilidade: Acesso Aberto; Disponibilidade: Periódicos revisados por pares; Disponibilidade: Recurso On-line; Tipo de recurso: Estudo Observacional; Data de Criação: 2019- 2024; Idioma: Português13609/10/2024
7       RESULTADOS

O fluxograma do processo de seleção dos estudos primários incorporados na revisão integrativa é exibido na Figura 1. Inicialmente, foram encontradas 485 publicações nos registros das bases de dados. No entanto, após a aplicação dos critérios de inclusão, apenas 46 estudos primários foram considerados para leitura integral. Desses, 24 foram finalmente incluídos na amostra da revisão.

Figura 1. Fluxograma do processo de seleção dos estudos.

A síntese descritiva dos estudos primários foi apresentada na Figuras 2, por meio das seguintes informações: número de identificação; autores e ano de publicação da pesquisa; amostra; tipo de estudo; objetivo; métodos; resultados principais.

Figura 2. Síntese dos estudos sobre benefícios da atividade física na terceira idade.

AutoresAmostraTipo de estudoObjetivoMétodosResultados
Araújo, 2013Populaçã o       idosa sedentári aEstudo transversalDiscutir a importância da atividade física na promoção da saúde do idoso.Entrevistas e questionáriosA         atividade física                     é essencial para um envelheciment o saudável.
Matsudo, Matsudo, Barros Neto, 2001Idosos com            60 anos            ou maisEstudo descritivoDiscutir         o impacto da atividade física sobre                   as doenças e os fatores de risco.Analise estatísticas de dados clínicos.A         atividade física           regular tem um papel fundamental na prevenção e controle   das doenças crônicas         não transmissíveis.
Bento               et al., 2010Idosos com            60 anos            ou maisEstudo descritivoidentificar, descrever      e analisar         o efeito           do exercício físico na redução do risco de quedas em idosos.Analise estatísticas.Exercício físico,      de forma isolada, é      capaz      de reduzir o risco de queda.
Blumentha l et al., 1999Idosos com sintomas de depressãoEstudo experimenta lAvaliar                           a eficácia de um programa     de exercícios aeróbicos    em comparação com                                 a medicação                     deAcompanhament o e avaliações periódicas.Um programa de        exercícios físicos        pode ser considerado uma alternativa para                 o tratamento   da
   antidepressivo s. depressão   em idosos.
Antunes et al., 2006Idosos com     60 anos    ou maisEstudo descritivoDiscutir                     os aspectos associativos entre exercício físico e função cognitiva.Analise estatísticas.A participação em programas de      exercício físico    exerce benefícios, para            funções cognitivas.
Lopes     et al., 2016Idosas com     80 anos    ou maisEstudo descritivo exploratórioIdentificar                     as barreiras                   que influenciam as idosas longevas a não adotarem                     a prática                     de atividade física.Questionários e analise estatísticasOs   resultados apontam   para os       motivos, como:       ficar viúva, influência    do meio ambiente, papel familiar, limitação física                 por doença     e     a maneira de ser da          pessoa idosa.
Silva      et al., 2024Idosos com     60 anos    ou maisEstudo descritivoAnalisar         a qualidade            de vida através do profissional de educação e a sua importância na longevidade dos indivíduos da            terceira idadeAnalise literáriaOs   resultados revelaram que a inclusão do profissional de educação física        é essencial para orientação   de exercícios com segurança diminuindo   o risco de lesões.
Vilela Junior               et al., 2022Idosos com     60 anos    ou maisEstudo descritivoidentificar   os benefícios    da prática         de exercício físico na    saúde    do idoso e apontar modalidades de          exercício mais praticados por essa população.Estudo de revisão narrativa e de caráter explicativoOs benefícios do     exercício físico apresentam, uma    melhora da          saúde, sociabilização, melhora       na estética          e autoestima.
Maciel, 2010Idosos com     60 anos    ou maisEstudo descritivoDiscutir a relação entre adesão            à prática da atividade física e                       a funcionalidade do idoso.Analises de estatísticas e dados clínicos.A adoção de um estilo de vida         ativo proporciona diversos benefícios     à saúde,            é considerado como          um importante componente para               a melhoria da qualidade de vida e da independência funcional do idoso.
Castro, Lima, Duarte, 2016Idosos com     60 anos    ou maisEstudo descritivoDiscutir como jogos recreativos podem   ajudar na diminuição do isolamento social             e aderência    em programas   de exercícios físicosEntrevistas e questionáriosA participação de idosos em jogos recreativos teve        como resultado: interação social; cuidados com a      saúde      e combate       ao sedentarismo.

DISCUSSÃO

Os resultados da revisão integrativa revelaram uma série de tendências significativas sobre os benefícios da AF na TI. Primeiramente, a maioria dos estudos revisados concordou que a prática regular de exercícios está associada à redução da incidência de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. Estudos como os de Silva et al. (2024) e Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2001), ressaltaram que o engajamento em AF não só promove a SF, mas também desempenha um papel crucial na SM dos idosos. No entanto, algumas pesquisas apresentaram resultados variados, especialmente em relação à adesão dos idosos a programas de exercícios, destacando fatores como motivação e barreiras sociais.

Em resposta à pergunta de pesquisa, os resultados indicam que a AF é um fator determinante para a promoção do envelhecimento saudável. Os dados sugerem que a prática regular de exercícios pode prevenir não apenas doenças físicas, mas também contribuir significativamente para o bem-estar emocional. As evidências coletadas mostram que a AF, além de melhorar a SF, atua como um antídoto para o isolamento social, um problema comum na TI, respondendo assim à necessidade de um estilo de vida ativo.

A síntese das evidências revela uma consistência na relação entre AF e benefícios à saúde, com muitos estudos convergindo para a conclusão de que a AF é essencial para a QV dos idosos. No entanto, algumas contradições foram observadas, principalmente no que diz respeito à eficácia de diferentes tipos de exercícios. Enquanto alguns autores enfatizam a importância de atividades aeróbicas, outros destacam o papel fundamental dos exercícios de força e equilíbrio na prevenção de quedas e no aumento da autonomia.

As implicações clínicas dos resultados são substanciais. Profissionais de saúde, educadores físicos e formuladores de políticas devem considerar a integração da AF como parte fundamental de estratégias de promoção da saúde na TI. Programas de exercício adaptados às necessidades e condições dos idosos podem ser implementados em comunidades, centros de saúde e instituições de longa permanência, contribuindo para a melhoria da QV dessa população.

Entretanto, é essencial discutir as limitações dos estudos analisados. Muitas das pesquisas revisadas apresentaram tamanhos de amostra reduzidos ou metodologias que podem ter introduzido viés nos resultados. Além disso, a diversidade cultural e social dos participantes em diferentes contextos pode ter influenciado a generalização dos achados. A falta de estudos

longitudinais que acompanhem os efeitos da AF ao longo do tempo também é uma limitação a ser considerada.

Além das limitações já mencionadas, há lacunas evidentes na evidência existente. Muitos estudos não abordaram questões relacionadas à adesão a longo prazo à AF e os fatores que podem impactar essa adesão. Pesquisas adicionais são necessárias para explorar como diferentes intervenções podem ser projetadas para aumentar a participação dos idosos em AF de forma sustentável.

Ao comparar os resultados desta revisão com revisões anteriores, nota-se que a literatura tem evoluído, mas ainda existem áreas que necessitam de mais investigação. Revisões anteriores também apontaram para a importância da AF, mas poucos estudos se concentraram nas implicações práticas e nas barreiras enfrentadas pelos idosos. Isso destaca a contribuição original desta revisão ao trazer à tona a necessidade de um enfoque mais holístico e prático.

Teoricamente, os resultados reforçam a relação entre a AF e modelos de envelhecimento saudável, como o modelo de envelhecimento ativo da OMS. Os achados sugerem que a AF deve ser vista não apenas como uma intervenção para doenças, mas como uma abordagem abrangente para promover o bem-estar e a QV na TI.

Com base nas lacunas identificadas, recomenda-se que futuras pesquisas explorem a eficácia de intervenções específicas que visem aumentar a adesão à AF entre os idosos. Estudos que investiguem a combinação de diferentes tipos de exercícios, bem como fatores psicossociais que influenciam a participação, podem contribuir significativamente para o avanço do conhecimento na área. Além disso, a análise de programas de AF implementados em diferentes contextos pode oferecer insights valiosos.

Em conclusão, a revisão integrativa destacou a importância da AF como um componente essencial para a saúde e o bem-estar dos idosos. As evidências coletadas indicam que a prática regular de exercícios pode prevenir doenças, melhorar a QV e promover a SM. É fundamental que profissionais de saúde, educadores e formuladores de políticas integrem essas descobertas em suas práticas e estratégias para garantir um envelhecimento ativo e saudável, atendendo às necessidades de uma população crescente de idosos.

8       CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os achados desta revisão integrativa sobre os benefícios da AF na TI revelam a relevância desse tema em um contexto de envelhecimento populacional crescente. À medida que a população idosa aumenta, torna-se crucial compreender as estratégias que podem melhorar a saúde e o bem-estar desse grupo. Os dados demonstram que a prática regular de exercícios não é apenas benéfica, mas essencial para garantir uma QV adequada na TI.

A evidência de que a AF pode reduzir a incidência de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, destaca a importância de implementar programas de promoção da saúde que incentivem a prática de exercícios. Essas intervenções são fundamentais não apenas para prevenir doenças, mas também para melhorar a funcionalidade e a autonomia dos idosos, permitindo-lhes viver de forma mais independente.

Além disso, a associação entre AF e SM não deve ser subestimada. O fato de que a prática de exercícios pode ajudar a mitigar sintomas de depressão e ansiedade é um ponto crítico para a formulação de políticas de saúde que considerem a saúde emocional dos idosos. A promoção de ambientes que incentivem a socialização e a prática de AF pode resultar em benefícios significativos para a SM dessa população.

Os resultados também ressaltam a necessidade de uma abordagem personalizada e adaptativa para a AF entre os idosos. É fundamental que os programas de exercícios sejam desenvolvidos considerando as limitações individuais e as preferências dos participantes. Isso não apenas maximiza os benefícios da AF, mas também promove a adesão a longo prazo, crucial para a eficácia das intervenções.

Uma reflexão importante sobre os achados desta revisão é a necessidade de uma maior conscientização e educação sobre os benefícios da AF. Muitas vezes, os idosos e suas famílias podem não estar plenamente informados sobre como a prática regular de exercícios pode melhorar a saúde e a QV. Campanhas educativas que enfoquem a importância da AF podem ajudar a mudar essa percepção e incentivar mudanças comportamentais.

As implicações clínicas dos resultados são amplas. Profissionais de saúde devem integrar a AF como parte fundamental de qualquer estratégia de cuidado voltada para a população idosa. Além de tratar doenças existentes, é essencial adotar uma abordagem preventiva que valorize a promoção da saúde por meio do exercício físico.

Outra consideração crucial é a necessidade de um apoio institucional mais robusto. Políticas públicas que incentivem a criação de espaços adequados e seguros para a prática de AF são fundamentais. Isso inclui a construção de parques, centros de convivência e a oferta de programas de exercícios acessíveis e adaptados às necessidades dos idosos.

A revisão também evidenciou lacunas na pesquisa que precisam ser abordadas. A escassez de estudos longitudinais que acompanhem o impacto da AF ao longo do tempo é uma limitação significativa. Pesquisas futuras devem se concentrar em entender como a adesão a programas de exercícios pode ser sustentada e quais fatores podem facilitar essa continuidade.

Comparando com revisões anteriores, esta análise trouxe à tona aspectos práticos que muitas vezes são negligenciados. Enquanto revisões anteriores enfatizavam a relação entre AF e saúde, poucos exploraram as barreiras enfrentadas pelos idosos para a adesão a essas práticas. Essa contribuição é vital para que pesquisadores e profissionais compreendam melhor os desafios que os idosos enfrentam.

Em termos teóricos, os resultados reforçam a ideia de que o envelhecimento ativo é um conceito abrangente, que deve incluir não apenas a SF, mas também a mental e social. A integração dessas dimensões é essencial para uma abordagem holística do envelhecimento, promovendo o bem-estar geral dos idosos.

Concluindo, os achados desta revisão integrativa têm implicações profundas para o campo da saúde e bem-estar dos idosos. A AF é uma ferramenta poderosa que, quando devidamente promovida e implementada, pode transformar a QV dessa população. Portanto, é essencial que a comunidade acadêmica e profissional continue a explorar e expandir esse campo de estudo.

Por fim, espera-se que as descobertas desta revisão incentivem futuras pesquisas e ações voltadas para a promoção da AF na TI, contribuindo para um envelhecimento saudável e ativo. A responsabilidade é coletiva, envolvendo não apenas profissionais de saúde, mas também a sociedade como um todo, para que todos possam colaborar na criação de um ambiente favorável ao exercício físico e à saúde dos idosos.

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