REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202409152132
Graciane Boeira
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar o impacto da prática regular de atividade física na saúde física e mental dos policiais, destacando como essa prática influencia diretamente o desempenho profissional e a qualidade de vida desses profissionais. A pesquisa foi realizada por meio de uma revisão bibliográfica, com buscas no Google Acadêmico, focando em artigos científicos, teses e dissertações que abordam a relação entre atividade física e a profissão policial. Os resultados apontam que a atividade física regular melhora significativamente a aptidão física e mental dos policiais, contribuindo para a prevenção de doenças crônicas, a redução do estresse ocupacional e a melhoria da eficiência operacional. Além disso, o estudo ressalta a importância de programas institucionais que incentivem a prática de exercícios físicos, promovendo a saúde e o bem-estar dos policiais, o que reflete positivamente na segurança pública.
Palavras-chave: Atividade física; Saúde policial; Desempenho profissional; Qualidade de vida; Segurança pública.
ABSTRACT – This study aims to analyze the impact of regular physical activity on the physical and mental health of police officers, highlighting how this practice directly influences their professional performance and quality of life. The research was conducted through a bibliographic review, with searches on Google Scholar, focusing on scientific articles, theses, and dissertations that address the relationship between physical activity and the police profession. The results indicate that regular physical activity significantly improves the physical and mental fitness of police officers, contributing to the prevention of chronic diseases, the reduction of occupational stress, and the improvement of operational efficiency. Furthermore, the study emphasizes the importance of institutional programs that encourage physical exercise, promoting the health and well-being of police officers, which positively impacts public safety.
Keywords: Physical activity; Police health; Professional performance; Quality of life; Public safety.
1 INTRODUÇÃO
A atividade física desempenha um papel central na manutenção da saúde e no desempenho profissional de indivíduos que enfrentam elevados níveis de estresse e exigências físicas intensas, como os policiais. O impacto da atividade física na vida dos policiais tem sido objeto de diversas pesquisas, que demonstram que a prática regular de exercícios não apenas melhora a aptidão física, mas também contribui significativamente para a saúde mental e a qualidade de vida desses profissionais (PAREDES et al., 2012; AMORIM, 2020). Dentro desse contexto, o presente trabalho se propõe a investigar como a prática de atividades físicas influencia a saúde e o desempenho dos policiais, considerando tanto os benefícios físicos quanto os mentais.
O tema se delimita ao problema de pesquisa que busca responder: de que maneira a prática regular de atividade física pode impactar positivamente a saúde física e mental dos policiais, influenciando diretamente seu desempenho profissional e a qualidade de vida? A partir desse questionamento, emergem algumas hipóteses possíveis. Uma hipótese é que a atividade física regular melhora a resistência física e cardiovascular dos policiais, o que contribui para uma maior eficácia na execução de suas funções diárias (FRANÇA FERRAZ et al., 2018). Outra hipótese é que o exercício regular atua como um mecanismo de redução do estresse e prevenção de transtornos mentais, como a ansiedade e a depressão, frequentemente exacerbados pela natureza estressante da profissão (OLIVEIRA, 2018). Por fim, considera-se a possibilidade de que programas de condicionamento físico implementados nas corporações policiais possam reduzir significativamente os índices de afastamentos por motivos de saúde, melhorando a eficiência operacional (BONACENI, 2023).
A relevância deste trabalho acadêmico se manifesta na sua contribuição para a sociedade e para a comunidade científica ao aprofundar a compreensão dos benefícios da atividade física no contexto da profissão policial. Em um cenário onde o estresse ocupacional é uma realidade constante para os policiais, compreender as estratégias que podem mitigar seus efeitos e promover a saúde física e mental desses profissionais torna-se crucial. A relevância deste estudo reside na possibilidade de oferecer subsídios para a criação de políticas públicas e programas institucionais que incentivem a prática de atividade física entre os policiais, visando a melhoria da saúde e do desempenho profissional desses servidores públicos (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2019).
A metodologia utilizada neste trabalho foi de natureza bibliográfica, com uma ampla revisão de literatura realizada através de buscas no Google Acadêmico. Foram selecionados artigos científicos, teses e dissertações que abordam a relação entre atividade física e saúde policial, permitindo uma análise abrangente do tema. A pesquisa focou em identificar as principais tendências e descobertas na área, a fim de embasar as hipóteses levantadas e oferecer uma visão crítica e fundamentada sobre o assunto.
O objetivo geral deste trabalho é analisar como a prática regular de atividade física impacta a saúde física e mental dos policiais, contribuindo para a melhoria do desempenho profissional e da qualidade de vida. Os objetivos específicos incluem identificar as principais condições de saúde que afetam os policiais devido à falta de atividade física, avaliar a eficácia de programas de condicionamento físico implementados em corporações policiais e propor recomendações para a promoção de um estilo de vida ativo entre esses profissionais. Esses objetivos são fundamentais para direcionar a pesquisa e garantir que ela ofereça contribuições significativas tanto para o conhecimento acadêmico quanto para a prática profissional no âmbito da segurança pública.
2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A atividade física desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde física e mental dos policiais, profissionais que estão constantemente expostos a situações de estresse elevado e exigência física intensa. A prática regular de exercícios físicos é essencial para garantir que esses profissionais estejam aptos a lidar com as demandas físicas e psicológicas de sua profissão. A importância da atividade física na vida dos policiais não se limita apenas ao preparo físico, mas também ao bem-estar mental, uma vez que o exercício é comprovadamente um fator de redução de estresse e ansiedade, o que, por sua vez, melhora a capacidade de tomada de decisões e o desempenho no trabalho (PAREDES et al., 2012).
Além disso, a atividade física regular contribui significativamente para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes, que são comuns entre policiais devido ao estilo de vida sedentário que muitos adotam fora do horário de serviço. A melhoria dos parâmetros cardiometabólicos através do exercício regular é um aspecto essencial para a longevidade e a qualidade de vida desses profissionais. Estudos mostram que policiais que mantêm uma rotina de exercícios apresentam menores índices de obesidade e melhores resultados em avaliações de saúde, refletindo diretamente na sua capacidade de desempenhar suas funções com maior eficiência e menor risco de afastamentos por problemas de saúde (FRANÇA FERRAZ et al., 2018).
A correlação entre a prática de atividade física e a qualidade do sono dos policiais é outro aspecto importante a ser considerado. Os policiais que se exercitam regularmente tendem a ter um sono mais reparador, o que é crucial para a recuperação física e mental. O sono de qualidade é um fator essencial para a manutenção da saúde mental, ajudando a reduzir os níveis de estresse e a melhorar a concentração e o foco durante o serviço. Essa melhoria na qualidade do sono, proporcionada pela atividade física, é especialmente importante para os policiais que trabalham em turnos noturnos ou em escalas irregulares, que muitas vezes comprometem o descanso adequado (BERNARDO et al., 2018).
O impacto da atividade física na saúde mental dos policiais também se reflete na redução dos índices de estresse e na promoção de uma melhor qualidade de vida. A prática regular de exercícios é reconhecida por seus benefícios na liberação de endorfinas, substâncias químicas no cérebro que atuam como analgésicos naturais e melhoram o humor. Para os policiais, que frequentemente enfrentam situações de alta tensão, a atividade física se torna um aliado no combate ao estresse e na prevenção de transtornos mentais, como depressão e ansiedade. Além disso, o exercício físico regular promove a autoconfiança e a resiliência, características fundamentais para o desempenho eficiente em situações de crise (AMORIM, 2020).
Os benefícios da atividade física não se restringem apenas ao âmbito individual, mas também têm implicações positivas para a instituição policial como um todo. Policias fisicamente aptos e mentalmente equilibrados estão mais preparados para atuar de forma eficaz, o que contribui para a melhoria dos serviços prestados à sociedade. A prática regular de atividade física entre os policiais pode resultar em uma força de trabalho mais saudável e produtiva, com menor incidência de licenças médicas e afastamentos, o que representa um ganho tanto para os profissionais quanto para a instituição (BONACENI, 2023).
Além disso, é importante destacar que a atividade física também tem um papel preventivo na redução de comorbidades, como doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos, que são prevalentes entre policiais devido ao estresse ocupacional e aos hábitos de vida inadequados. A adoção de um estilo de vida ativo pode reduzir significativamente os riscos de desenvolvimento dessas condições, proporcionando uma vida profissional mais longa e com maior qualidade (OLIVEIRA et al., 2020).
A atividade física é uma ferramenta indispensável para a manutenção da saúde física e mental dos policiais, com impactos diretos na sua capacidade de desempenhar as funções de forma eficiente e segura. A implementação de programas de condicionamento físico dentro das corporações policiais, além de ser uma medida de promoção da saúde, é também uma estratégia eficaz para a prevenção de doenças e para a melhoria da qualidade de vida desses profissionais, refletindo positivamente na segurança pública como um todo (REIS, 2023).
A aptidão física e a qualidade de vida dos policiais são questões interligadas, que impactam diretamente no desempenho das atividades policiais e na capacidade desses profissionais de lidar com as exigências diárias de sua função. Estudos longitudinais demonstram que a manutenção de um nível adequado de atividade física desde o início da carreira policial é crucial para garantir uma vida profissional saudável e produtiva. Policiais que desenvolvem hábitos de atividade física desde o início de sua carreira tendem a apresentar melhor qualidade de vida e maior resistência física e mental ao longo do tempo. Esse preparo físico adequado permite que os policiais enfrentem situações adversas com maior eficácia, reduzindo o risco de lesões e afastamentos por motivos de saúde (SILVEIRA, 2017).
A prática de atividade física não se limita apenas à melhoria da condição física, mas também desempenha um papel vital na promoção de um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado. A atividade física regular contribui para a redução do estresse ocupacional, que é um dos principais desafios enfrentados pelos policiais. Policiais expostos a altos níveis de estresse têm maior propensão ao desenvolvimento de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, que podem comprometer seriamente sua capacidade de desempenho. Nesse contexto, a atividade física funciona como um mecanismo de mitigação dos efeitos do estresse, ajudando a manter a saúde mental em equilíbrio e promovendo uma sensação geral de bem-estar (OLIVEIRA, 2018).
Outro aspecto importante é a relação entre atividade física e a prevenção de comorbidades em policiais militares. Durante a pandemia de COVID-19, por exemplo, a prática de atividades físicas mostrou-se ainda mais relevante, dada a necessidade de manter o sistema imunológico fortalecido e a saúde mental equilibrada em tempos de isolamento social e incertezas. A manutenção de um nível de atividade física adequado durante a pandemia ajudou a minimizar os impactos negativos na saúde dos policiais, prevenindo o desenvolvimento de comorbidades e contribuindo para a continuidade do serviço público de maneira eficiente e segura (OLIVEIRA et al., 2020).
A importância da atividade física para os policiais também pode ser observada na sua contribuição para a qualidade de vida, tanto no ambiente de trabalho quanto fora dele. A prática regular de exercícios físicos não só melhora a condição física e mental dos policiais, mas também contribui para um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Esse equilíbrio é fundamental para que os policiais possam desempenhar suas funções com a máxima eficiência, sem comprometer sua saúde e bem-estar. A adoção de hábitos saudáveis, incluindo a prática de atividade física, promove uma vida mais equilibrada e menos suscetível aos efeitos negativos do estresse e das pressões inerentes à profissão (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2019).
Ademais, a qualidade de vida dos policiais está diretamente relacionada à sua capacidade de realizar suas tarefas diárias de forma segura e eficiente. A atividade física regular não só melhora a aptidão física necessária para enfrentar os desafios da profissão, mas também promove um estado mental mais equilibrado, essencial para a tomada de decisões rápidas e precisas em situações de alta pressão. A promoção da atividade física entre os policiais deve ser uma prioridade institucional, visto que contribui significativamente para a melhoria do ambiente de trabalho, aumentando a moral da tropa e reduzindo os índices de absenteísmo devido a problemas de saúde (MEDEIROS et al., 2019).
A atividade física é um dos pilares fundamentais para a manutenção da saúde e bem-estar dos policiais, sendo essencial para o desenvolvimento de uma força policial mais preparada e resiliente. A adoção de programas de condicionamento físico e a promoção de um estilo de vida ativo são estratégias eficazes para garantir que os policiais estejam fisicamente aptos e mentalmente equilibrados para enfrentar os desafios diários de sua profissão. Esses programas não só melhoram a saúde individual dos policiais, mas também têm um impacto positivo na eficiência e na qualidade do serviço prestado à sociedade, fortalecendo a segurança pública como um todo (BONACENI, 2023).
3 CONCLUSÃO
A atividade física é um componente essencial na vida dos policiais, desempenhando um papel fundamental na manutenção da saúde física e mental desses profissionais. A profissão policial exige um preparo físico e mental que vá além do comum, dado o ambiente de trabalho muitas vezes imprevisível e altamente estressante. A prática regular de atividades físicas proporciona aos policiais não apenas a aptidão física necessária para executar suas funções com eficácia, mas também fortalece sua saúde mental, ajudando a mitigar os efeitos do estresse crônico e das pressões constantes inerentes à profissão.
A adoção de um estilo de vida ativo, incentivado e apoiado pelas corporações policiais, tem implicações profundas tanto para os indivíduos quanto para a instituição como um todo. Policiais fisicamente aptos são mais capazes de enfrentar as demandas do trabalho, que vão desde a resposta rápida em situações de emergência até a resiliência necessária em operações prolongadas. A prática regular de exercícios físicos também contribui para uma melhor qualidade de vida, refletindo-se em uma maior satisfação no trabalho, menor índice de afastamentos por motivos de saúde e uma vida profissional mais longa e saudável.
Além disso, a atividade física promove um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, o que é crucial para a longevidade na carreira policial. O equilíbrio entre esses dois aspectos da vida é vital para que os policiais possam continuar a desempenhar suas funções sem comprometer sua saúde a longo prazo. Portanto, a implementação de programas de condicionamento físico dentro das corporações policiais não deve ser vista apenas como uma medida de promoção da saúde, mas como uma estratégia integral para o desenvolvimento de uma força policial mais forte, mais saudável e mais eficiente.
A prática regular de atividade física deve ser uma prioridade não apenas para os policiais individualmente, mas também para as instituições que os empregam. A promoção de um estilo de vida ativo dentro das corporações policiais é uma medida essencial para garantir que os policiais estejam preparados para enfrentar os desafios de sua profissão com vigor, resiliência e bem-estar. A longo prazo, isso não apenas beneficia a saúde e a qualidade de vida dos policiais, mas também contribui significativamente para a segurança pública e a eficiência operacional das corporações, criando um ciclo virtuoso de benefício mútuo entre os indivíduos e a sociedade.
4 REFERÊNCIAS
PAREDES, Diego Silva et al. Nível de atividade física e nível de estresse de policiais militares do 16º BPM de Santa Catarina. 2012.
AMORIM, Lucas Carlota. Saúde mental e a prática de atividade física de policiais militares: uma revisão sistemática. 2020. Tese de Doutorado.
FRANÇA FERRAZ, Almir et al. Efeitos da atividade física em parâmetros cardiometabólicos de policiais: revisão sistemática. ConScientiae Saúde, v. 17, n. 3, p.356-370, 2018.
MEDEIROS, Thiago Oliveira de et al. Nível de atividade física e de qualidade de vida dos alunos do curso de formação de soldados da polícia militar da Paraíba. 2019.
BONACENI, Alessandro Aparecido. A atividade física como forma de contribuição e uma melhor qualidade de vida para o trabalho do policial militar. 2023.
ARAÚJO, Heverton Eduardo Soares; OLIVEIRA, Guilherme Ponciano Cunha de. A atividade física e a qualidade de vida do policial militar de Goiás. 2019.
OLIVEIRA, BRUNO. A atividade física como fator de melhoria da qualidade de vida do policial militar. 2018.
SILVEIRA, Wélere Gomes Barbosa. Aptidão física, nível de atividade física e qualidade de vida de policiais militares em início de carreira: um estudo longitudinal. 2017.
BERNARDO, Valdeni Manoel et al. Atividade física e qualidade de sono em policiais militares. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 40, n. 2, p. 131-137, 2018.
OLIVEIRA, Hêule Nilton Santos et al. Correlação entre o nível de atividade física e a existência de comorbidades em policiais militares: atividade física durante a pandemia do COVID-19. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 5, p. 13134-13142, 2020.
REIS, Joana Patrícia Cardoso dos. A atividade física na Polícia de Segurança Pública: estado da arte e caminhos a seguir. 2023.