AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202411291203


Mariana Winck;
Milena Martins de Carvalho;
Prof. Orientadora: Waleska Lazaretti.


RESUMO

A procura por procedimentos estéticos está cada vez mais comum em todo o mundo. Porém, a falta de execução nas medidas contra infecções tem contribuído para o aumento das intercorrências relacionados a esses procedimentos, que podem representar um risco para a saúde dos pacientes. Neste projeto, tivemos como intuito a verificação da eficácia das medidas de prevenção e o cuidado com os materiais e equipamentos utilizados. Também, foi investigado a presença de microrganismos onde são realizados estes serviços e determinado o perfil de suscetibilidade. A pesquisa foi realizada em uma clínica de estética no estado do Paraná. Além disso, foram coletadas amostras em duplicatas de 15 locais e equipamentos presentes na rotina da clínica. Das amostras coletadas, obtivemos 73,33% de crescimento de microrganismos, tendo maior prevalência o gênero Estafilococos coagulase negativa, com 60% dos resultados.

Palavras-chave: microbiologia. Estética. Esterilização. Centros de embelezamento e estética.

ABSTRACT

The demand for aesthetic procedures is becoming increasingly common worldwide. However, the lack of proper infection control measures has contributed to a rise in complications related to these procedures, which can pose a risk to patient health. The aim of this project was to assess the effectiveness of preventive measures and the care of materials and equipment used. Additionally, the presence of microorganisms was investigated in the environments where these services are performed, and susceptibility profiles were determined. The research was conducted in a beauty clinic located in the state of Paraná, Brazil. Samples were collected in duplicates from 15 locations and equipment commonly used in the clinic’s daily operations. Of the samples collected, 73.33% showed microbial growth, with coagulase-negative Staphylococcus being the most prevalent genus, representing 60% of the results.

Keywords: microbiology. Aesthetics. Sterilization. Beauty and aesthetics centers.

1 INTRODUÇÃO

O mercado da estética e beleza está entre um dos que mais aumenta no Brasil e no mundo. É possível notar um crescimento desses serviços em todos os níveis sociais.1 Embora não sejam considerados diretamente como tratamentos que promovem melhorias na saúde, esses procedimentos trazem benefícios para a qualidade de vida, o que impacta de maneira positiva nas condições de saúde dos pacientes.2

De acordo com a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) o Brasil se tornou o 4º maior país no mercado consumidor, por movimentar cerca de U$ 29,6 bilhões na área de estética, o que por sua vez é capaz de promover e mobilizar o desenvolvimento no Brasil e no mundo.3

Os procedimentos estéticos podem ser segmentados em três tipos: simples, onde atuam principalmente os esteticistas, em minimamente invasivos ou injetáveis (técnicas não cirúrgicas) que podem ser realizados por biomédicos estetas, dentre outros profissionais da área da saúde como odontólogos, médicos, farmacêuticos e fisioterapeutas (desde que possuam especialização na área da estética) e em invasivos.4

Os procedimentos estéticos minimamente invasivos procurados com maior frequência pelos pacientes são a aplicação de toxina botulínica, preenchimentos faciais com ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno, entre outros. Achados prévios mostram que esses procedimentos representam 75% de todos os procedimentos não-cirúrgicos realizados.5,6

Os profissionais de estética, ao executarem procedimentos corporais ou faciais, lidam com diferentes áreas do corpo que abrigam microrganismos, tanto da microbiota natural da pele, que desempenha um papel fundamental no sistema imunológico como barreira de defesa, quanto da microbiota transitória, que pode incluir organismos potencialmente infecciosos. Esses microrganismos podem ser transmitidos por contato direto, pelo uso de substâncias contaminadas ou por acidentes com perfurocortantes.7

A falta de adesão dos profissionais aos contextos de biossegurança como a negligência relacionada a destinação incorreta de matérias perfuro cortantes, o desconhecimento das inúmeras maneiras de contaminação por agentes microbiológicos, e o descaso com materiais que possam estar sendo reutilizados quando já contaminados favorecem a contaminação e eventuais acidentes no ambiente de trabalho.8

O ambiente, objetos e equipamentos utilizados nos atendimentos estéticos possibilitam a transmissão de microrganismos patogênicos se forem indevidamente desinfetados ou esterilizados, ressaltando a importância do prosseguimento de normas adequadas de prevenção de infecções.9

Embora falte estudos específicos sobre os riscos microbiológicos para cada tipo de procedimento no meio da estética, há evidências sobre a transmissão de doenças infecciosas como HIV/AIDS, hepatites B e C, além de infecções bacterianas e fúngicas.10

É muito importante que a formação de profissionais da estética e de outros setores da beleza inclua um conjunto de medidas eficazes que possibilitem a compreensão de sua responsabilidade na prevenção contra infecções. Essas iniciativas devem expor aos estudantes todos os riscos inerentes à sua área de atuação, garantindo que, no futuro, estejam preparados para desempenhar suas atividades de forma segura e adequada no ambiente profissional.11

O presente estudo, tem como intuito o interesse em saber se as devidas medidas sobre esterilização e desinfecção estão sendo eficazes dentro dos padrões de biossegurança, garantindo a segurança dos pacientes. Com essa pesquisa, os profissionais e a população podem adquirir informações sobre a eficácia da esterilização dos materiais utilizados e do ambiente, tendo assim, o controle de qualidade da clínica. Temos como o foco principal, a coleta de amostras dos materiais e equipamentos utilizados nos procedimentos estéticos, tendo a possibilidade de haver presença de microrganismos que sejam prejudiciais à saúde dos pacientes.

2 METODOLOGIA

2.1 Seleção da clínica

Foi selecionado apenas uma clínica de estética para a coleta das amostras. Como critério de avaliação, escolhemos um estabelecimento que tivesse grande demanda de atendimentos e a realização de procedimentos estéticos minimamente invasivos. Diante disso, após obter a autorização com o responsável, foi agendado a visita na clínica, que aconteceu no dia 02 de julho de 2024.

2.2 Coleta de amostras

Ao chegar no estabelecimento, foi determinado 15 locais para coleta, realizado em duplicata para melhor precisão, totalizando 30 amostras. Sendo elas:

 LOCAIS COLETADOS
1Ponteira do aparelho ultraformer
2Cânula de harmonização
3Ponteira de microagulhamento
4Pincel para aplicação de ácido
5Pincel para aplicação de ácido ²
6Aparelho de led e laser
7Vibrator para aplicação de botox
8Superfície interior da autoclave
9Superfície da maca
10Bandeja para manipular produtos
11Extrator de cravos
12Pinça
13Tesoura
14Ponteira do aparelho de jato de plasma
15Frasco de álcool 70%
Figura 1: Mapeamento de locais coletados. Fonte: Elaboração própria.


As coletas foram realizadas após os procedimentos de limpeza e esterilização rotineira da clínica. Foi utilizado 30 tubos contendo o meio TSB (NewProv), onde foram identificados de forma numérica de 1 a 15 representando os locais coletados, e acompanhados de A e B, para duplicata.

Após a devida identificação, utilizando swabs estéreis foi coletado as amostras dos ambientes selecionados, e posteriormente armazenados nos tubos para então, serem transportados até o laboratório para continuação.

2.3 Análise das amostras

Inicialmente, as amostras foram incubadas por 24 horas em 37ºC. Após, foram semeadas em ágar sangue e ágar mac conkey, e incubados por mais 24 horas a 37ºC.

Ao iniciar a análise das placas, obtivemos um resultado preliminar, onde a partir do crescimento das colônias de bactérias, poderíamos iniciar a caracterização desses microrganismos. Foi coletado uma colônia isolada da bactéria de cada placa, diluída com uma gota de salina, e posto sobre uma lâmina para realização de coloração de gram, e então, visualizado em microscópio.

 MAC CONKEYSANGUE MAC CONKEYSANGUE
1A++8B+
1B++9A++
2A+9B++
2B+10A+
3A+10B+
3B+11A
4A+11B
4B+12A
5AAmostra descartada por contaminação12B
5BAmostra descartada por contaminação13A
6AAmostra descartada por contaminação13B
6B+14A+
7A+14B+
7B15A+
8A+15B+
Figura 2. Resultado obtido na primeira análise. Fonte: Elaboração própria.


Com isso, o resultado obtido foi 16 placas com colônias de cocos gram positivos e 3 placas com bacilos gram negativos, nas demais placas não houve crescimento.

Posteriormente foi feito a prova de catalase para as placas contendo cocos gram positivos, todas as 16 placas resultaram em catalase positiva. Então, damos continuidade com a prova de coagulase, realizada em tubos contendo 500μl do reagente para diluir de 2 a 4 colônias de cada bactéria.

Após o preparo, as amostras foram incubadas na estufa por 24 horas a 37ºC. Ao observar o resultado, obtivemos coagulase negativa em todas as amostras, concluindo assim, que as colônias dessas 16 amostras seriam classificadas em Estafilococos coagulase negativa.

Já para as 3 placas contendo colônias de bacilo gram negativos, foram encaminhadas para um laboratório parceiro onde foi utilizado Enterokit para realização de todas as análises, determinando a espécie das colônias. Foi laudado então, a presença da espécie Enterobacter spp nas 3 placas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após realizarmos toda a análise das amostras, obtivemos 73,33% de crescimento de microrganismos nos 15 locais coletados, sendo eles 13,33% Enterobactérias (2 locais) e 60% de Estafilococos coagulase negativa (9 locais), nos demais lugares coletados não houve crescimento de microrganismos, como detalhado abaixo:

Ponteira aparelho ultraformerEnterobactéria
Superfície da macaEnterobactéria
Ponteira de microagulhamentoEstafilococos coagulase negativo
Ponteira aparelho jato de plasmaEstafilococos coagulase negativo
Frasco de álcool 70%Estafilococos coagulase negativo
Ponteira aparelho de led e laserEstafilococos coagulase negativo
Cânula de harmonizaçãoEstafilococos coagulase negativo
Vibrator para botoxEstafilococos coagulase negativo
AutoclaveEstafilococos coagulase negativo
Badeja para manipular produtosEstafilococos coagulase negativo
Pincel para aplicação de ácidoEstafilococos coagulase negativo
Pincel para aplicação de ácido ²Ausência de crescimento
Extrator de cravosAusência de crescimento
PinçaAusência de crescimento
TesouraAusência de crescimento
Figura 3: Resultado final após análises. Fonte: Elaboração própria.


Em forma de gráfico, podemos notar a porcentagem dos resultados obtidos:

Figura 4: Gráfico com porcentagens de crescimento. Fonte: Elaboração própria.

Com os resultados, podemos notar a predominância do crescimento de bactérias em ambientes coletados que não são autoclavados, como a superfície da maca e também a bandeja de manipulação de produtos, resultando em uma maior atenção para ser realizado a desinfecção da forma correta.

Os serviços de saúde desempenham um papel crucial na interrupção do ciclo infeccioso. Esse objetivo pode ser alcançado por meio de práticas preventivas simples, como a higienização adequada das mãos, além da limpeza e desinfecção de superfícies e instrumentos utilizados.10

A responsável pela clínica relatou que a higienização do ambiente e dos materiais não autoclavados é feita utilizando hipoclorito e álcool 70%.

Outro aspecto indispensável quando se trata de segurança do paciente e prevenção contra infecções é a higiene das mãos. De acordo com Garbaccio e Oliveira (2013), percebe-se que a maioria dos profissionais de estética consideram a higiene de mãos uma medida de higiene, não uma medida de prevenção de infecções. Sabendo que 37 dos microrganismos são transmitidos principalmente pelas mãos, a correta técnica de higiene das mãos é fundamental e deveria ser rotina na prática profissional.12,8,13

A maioria dos microrganismos encontrados em nosso estudo geralmente faz parte da microbiota da pele, mas qualquer rompimento de barreiras, como os que ocorrem em procedimentos estéticos minimamente invasivos pode ser uma porta de entrada para a manifestação de infecções.12,14,15

Os Estafilococos coagulase negativa (ECN) representam um grande grupo de bactérias oportunistas em âmbito hospitalar e comunitário, sendo aptos a colonizar diferentes tecidos.16,17 ECN apresentou crescimento em 60% das amostras coletadas em nosso estudo (9 locais).

Tem-se conhecimento que bactérias do grupo ECN são capazes de atuar como reservatórios de elementos genéticos que levam a resistência a betalactâmicos e outras classes de antibióticos, e podem transmitir esses elementos a bactérias mais virulentas como o S. aureus.18

Já o gênero Enterobacter spp. tem grande importância entre a família Enterobacteriaceae; causa infecção nosocomial em diferentes sítios corporais, do qual tratamento é um desafio, considerado a resistência intrínseca e adquirida.19

Em nosso estudo obtivemos apenas 2 locais colonizados por esse gênero que tem grande relevância clínica, como na ponteira do aparelho Ultraformer, nos trazendo maior atenção para as medidas contra infecções, pois caso o paciente esteja com algum micro lesão, ao utilizar o aparelho contaminado na pele pode acometer a infecção levando a uma intercorrência.

Estes resultados nos mostram que os aparelhos tecnológicos utilizados em procedimentos estéticos podem ser reservatórios importantes de população microbiana por estarem em contato direto com a mão dos profissionais, sendo a limpeza e desinfecção, procedimentos imprescindíveis para evitar o acúmulo de produtos que facilitam a disseminação de microrganismos causadores de infecções.20

Os demais locais onde houve contaminação de microrganismos, deve-se levar em consideração que a coleta foi realizada após alguns materiais estarem autoclavados, o que nos leva a preocupação de uma melhora nesse quesito, para que a esterilização esteja sendo eficiente.

A presença de microrganismos oportunistas, associada a medidas não eficazes de prevenção de infecções podem aumentar o risco de infecções em procedimentos estéticos minimamente invasivos.12

4 CONCLUSÃO

Com a finalização do nosso estudo, podemos evidenciar a importância sobre verificar a eficácia dos métodos de desinfecção e esterilização de superfícies e materiais utilizados em uma clínica de estética. De forma primordial, uma boa desinfecção e o controle de qualidade do ambiente fazem a diferença nos serviços ofertados pelo estabelecimento.

A presença de microrganismos oportunistas juntamente com o descuido nas medidas de prevenção de infecção, pode apresentar riscos para os pacientes.

Devido ao mercado de estética estar em constante evolução e crescimento, os profissionais devem-se atentar as boas práticas em normas de biossegurança, sempre priorizando garantir a saúde do paciente.

REFERÊNCIAS

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