AVALIAÇÃO DO USO PROLONGADO DE OMEPRAZOL E POSSÍVEIS RISCOS À SAÚDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA

EVALUATION OF PROLONGED USE OF OMEPRAZOLE AND POSSIBLE HEALTH RISKS: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8192457


Letícia Stella Gomes Santos Martíns1
Sâmia Melo Santos2
Angela Falcai3


RESUMO

O omeprazol é um dos medicamentos antiulcerosos da classe dos inibidores da bomba de prótons (IBPs), que possui função de inibir seletivamente e irreversivelmente a enzima H+ /K+ ATPase, que reduz a liberação do ácido clorídrico pelas células parietais estomacais, resultando na diminuição de até 95% da acidez gástrica por 24 a 48 horas. A utilização do omeprazol pode provocar a redução na absorção de vitaminas e minerais necessários para o organismo humano, como a vitamina B12, ferro, cálcio e magnésio, podendo desenvolver anemia, pneumonia e infecções no intestino. Portanto o objetivo desta revisão, é avaliar o uso prolongado do omeprazol e seus riscos à saúde. Para isso foi realizado levantamento bibliográfico nas bases de dados PUBMED e SciELO, referente ao período de 2013 a 2022, utilizando os descritores, palavras e assuntos “omeprazole, cancer, risk”. A pesquisa resultou em 15 estudos incluídos na presente revisão. Podemos concluir que o omeprazol continua sendo uma droga de escolha comumente usada para prevenção de úlceras gástricas e sangramento, e têm sido associada a um risco aumentado de câncer gástrico em grandes estudos observacionais, porém o uso prolongado de OME (5 a 40 mg/kg) pode induzir instabilidade genômica e aumentar o risco de certos tipos de câncer e os efeitos adversos e tóxicos relatados, especialmente em estudos clínicos, foram gastrite atrófica, deficiências de cobalamina, distúrbios da homeostase, desenvolvimento de pólipos, hepatotoxicidade, citotoxicidade e genotoxicidade, mas a maioria dessas observações ainda requer confirmação em estudos prospectivos controlados.

Palavras-chave: Inibidor da bomba de prótons, Câncer, Bem estar.

ABSTRACT

Omeprazole is one of the antiulcer drugs from the class of proton pump inhibitors (PPIs), which has the function of selectively and irreversibly inhibiting the enzyme H+ /K+ ATPase, which reduces the release of hydrochloric acid by stomach parietal cells, resulting in a decrease in up to 95% of gastric acidity for 24 to 48 hours. The use of omeprazole can cause a reduction in the absorption of vitamins and minerals necessary for the human body, such as vitamin B12, iron, calcium and magnesium, and anemia, pneumonia and intestinal infections may develop. Therefore, the objective of this review is to evaluate the prolonged use of omeprazole and its health risks. For this, a bibliographical survey was carried out in the PUBMED and SciELO databases, referring to the period from 2013 to 2022, using the descriptors, words and subjects “omeprazole, cancer, risk”. The search resulted in 15 studies included in this review. We can conclude that omeprazole remains a commonly used drug of choice for the prevention of gastric ulcers and bleeding, and has been associated with an increased risk of gastric cancer in large observational studies, however prolonged use of OME (5 to 40 mg/kg ) can induce genomic instability and increase the risk of certain types of cancer and adverse and toxic effects reported, especially in clinical studies, were atrophic gastritis, cobalamin deficiencies, homeostasis disturbances, polyp development, hepatotoxicity, cytotoxicity and genotoxicity, but most of these observations still require confirmation in prospective controlled studies.

Keywords: Proton pump inhibitor, Cancer, Wellness.

1. INTRODUÇÃO

O omeprazol possui a estrutura química descrita como 5-metoxi-2 (4-metoxi- 3,5-dimetil-2- piridil)metilsulfinil-1-H-benzimidazol, uma mistura racêmica de dois 22 enantiômeros (R e S) que são pró-fármacos, transformados nas células parietais na forma ativa. A fórmula estrutural conhecida popularmente é C17H19N3O3S, o peso molecular é igual a 345,42, o ponto de fusão 155ºC e é pouco solúvel em água (TESTA, 2013; PELOSO, 2014).

Os inibidores da bomba de prótons (IBPs) estão entre os medicamentos mais prescritos no mundo desde que o primeiro PPI se tornou disponível na década de 1980. Embora os IBPs sejam geralmente considerados seguros, dados recentes demonstraram vários efeitos adversos associados ao uso prolongado de IBPs incluindo fratura óssea, infecção por Clostridium difficile, pneumonia, infarto do miocárdio e até derrame. Além dos efeitos adversos sistêmicos, também há preocupações sobre o longo prazo e o perfil de segurança dos IBPs no estômago. O uso de IBPs está associado à supressão ácida profunda, o que poderia piorar a gastrite atrófica (CHEUNG, 2018).

O omeprazol é um dos medicamentos antiulcerosos da classe dos inibidores da bomba de prótons (IBPs), que possui função de inibir seletivamente e irreversivelmente a enzima H+ /K+ ATPase, que reduz a liberação do ácido clorídrico pelas células parietais estomacais, resultando na diminuição de até 95% da acidez gástrica por 24 a 48 horas (AGUIAR, 2017).

O omeprazol é um dos medicamentos mais prescritos para tratamento de doenças como: refluxo gastroesofágico, esofagite erosiva em associação com a doença do refluxo gastroesofágico, Síndrome de Zollenger-Elison, hipergastrinemia, mastocitose sistêmico e adenoma endócrino múltiplo, úlceras pépticas e auxiliar na terapia para combater a Helicobacter pylori (SOUZA et al., 2013).

A venda do omeprazol é realizada mundialmente, e no Brasil a dispensação ocorre na rede pública e em farmácias da rede privada. O uso indiscriminado deste medicamento, se dá pela automedicação, por indicações de pessoas não capacitadas, por influência de propagandas, por prescrições inadequadas e pela falta de acompanhamento terapêutico (SANTOS, 2018).

Um estudo transversal de prevalência realizado no Serviço de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, alertou sobre possíveis alterações na mucosa gástrica devido a longo prazo do omeprazol que clinicamente tem sido prescrito para tratar doenças gástricas (SOUZA et al., 2013; MENEGASSI, CZECZKOL, CZECZKOL, 2010).

Helicobacter pylori (H. pylori) aumenta o risco de doenças gástricas, incluindo úlceras digestivas e câncer gástrico, que é altamente prevalente nos países asiáticos (HAMAJIMA, 2004). Não há dúvida de que a erradicação da bactéria é eficaz no tratamento da úlcera digestiva, mas a erradicação com o objetivo de reduzir o risco de câncer gástrico ainda é controversa (HAMAJIMA, 2004). Estudos observacionais no Japão demonstraram que a erradicação diminuiu o risco de câncer gástrico entre 132 pacientes com câncer de estômago submetidos à ressecção endoscópica (65 tratados com omeprazol e antibióticos e 67 não tratados) (HAMAJIMA, 2004).

A utilização do omeprazol pode provocar a redução na absorção de vitaminas e minerais necessários para o organismo humano, como a vitamina B12, ferro, cálcio e magnésio, podendo desenvolver anemia, pneumonia e infecções no intestino (LIMA e NETO FILHO, 2014).

Estudos epidemiológicos indicam que há uma relação entre o uso prolongado de IBPs e o metabolismo ósseo, mas essa relação ainda não está totalmente elucidada, mas estudos descreveram que a administração de omeprazol na dosagem de 20mg/dia, pode diminuir significativamente a densidade mineral óssea (DMO). A teoria de como isso acontece pelo aumento do pH gástrico interferiria na absorção do cálcio, pois alguns sais, como o cálcio, são insolúveis em pH (YANG, 2012).

Um outro estudo avaliou durante oito semanas o efeito da terapia de IBPs nos níveis séricos de paratormônio PTH em um grupo de pacientes com úlceras gástricas (7 homens, 12 mulheres, com média de idade de 67 ± 13 anos). O estudo demonstrou que a terapia com o omeprazol aumentou em 28% nível de PTH e também aumentou a osteocalcina, fosfatase alcalina e fosfatase ácida resistente ao tartarato, que são marcadores da formação dos ossos, ou seja, nesse pequeno grupo o Omeprazol aumentou a formação dos ossos (MIZUNASHI, 1993).

Drogas que incluem prótons (IBPs) e receptor de histamina-2 antagonistas (H2RAs), são prescritos para controlar os sintomas de várias condições gástricas e nos últimos anos, os IBPs tornaram-se cada vez mais populares, em parte devido ao seu perfil de segurança percebido (Li W, 2013). No entanto, embora controverso, há algumas evidências de que o uso de IBPs pode estar associado com vários efeitos adversos gastrointestinais resultados de saúde, incluindo Clostridium difficile, que coloniza o intestino com organismos multirresistentes e causa câncer gástrico (ABRAHAMI et al., 2021; Li W, 2013).

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é avaliar os benefícios e riscos do uso de Omeprazol a longo prazo na saúde humana.

2. METODOLOGIA

Foi realizado levantamento bibliográfico nas bases de dados PUBMED e SciELO, referente ao período de 2013 a 2022, utilizando os descritores, palavras e assuntos “omeprazole, cancer, risk”, também foram feitas buscas de monografias e outros tipos de publicações a partir das referências bibliográficas dos trabalhos já selecionados e de buscas na internet. Os artigos incluídos nesta revisão foram selecionados considerando a pertinência ao tema a partir do referencial teórico e metodologia adotados.

Foram encontrados 150 artigos, 50 foram excluídos por duplicidade, 50 excluídos na leitura de títulos e resumos e 50 selecionados para leitura, dos quais 24 foram excluídos por não terem relação com uso de omeprazol e seus riscos à saúde , resultando em 16 estudos incluídos na presente revisão.

3. REVISÃO DE LITERATURA

Um dos IBPs mais usados é o Omeprazol e uma Pesquisa de Prática Clínica demonstrou ter influências adversas reais na farmacocinética de medicamentos como diazepam, carbamazepina, clozapina, indinavir, nelfinavir, atazanavir, rilpivirina, metotrexato, tacrolimus, micofenolato mofetil, clopidogrel, digoxina, itraconazol, posaconazol e suplementação oral de ferro (Li W, 2013).

Após um acompanhamento médio de 5,0 anos, o uso de IBPs foi associado a um aumento de 45% no risco de câncer gástrico em comparação com o uso de antagonistas do receptor de histamina-2 (HR 1,45, IC 95% 1,06 a 1,98) (ABRAHAMI et al., 2021). O número necessário para causar danos foi de 2.121 e 1.191 por cinco e 10 anos após o início do tratamento, respectivamente (ABRAHAMI et al., 2021).

Um estudo analisou a influência do Omeprazol (OME) sobre: cafeína, fenacetina, teofilina, piroxicam, diclofenaco, naproxeno, propranolol, metoprolol, ciclosporina, lidocaína, quinidina, estradiol, eritromicina e budesonida; e foi observado aumento nas concentrações plasmáticas de ambas as substâncias (DE ARAÚJO et al., 2013). De forma geral não foram observadas interações na administração de Omeprazol com antiácidos e o mesmo não possui influência sobre etanol. Ainda não foram observadas interações na administração simultânea de Omeprazol com alimentos (DE ARAÚJO et al., 2013; PAZ, 2020).

Estudos vêm associando o uso do Omeprazol e mecanismo responsável pelo desenvolvimento de demência quando ocorre o consumo regular do Omeprazol e demais IBP, porém ainda não está totalmente elucidado, mas se propõem com base em diversos ensaios pré clínicos que esta associação envolve fatores biológicos como: a má absorção de vitamina B12 e nutrientes inerentes à hipocloridria prolongada (VIEGAS e NABAIS, 2017).

Estudos destacam que os IBPs reduzem a produção de ácido gástrico e, consequentemente, aceleram a secreção de gastrina, que está ligada ao aumento do risco de câncer gástrico. Vários modelos animais mostraram que a hipergastrinemia causa carcinomas no corpo gástrico. Além disso, revisões anteriores da literatura relataram uma possível associação entre o uso a longo prazo de IBP e aumento do risco de câncer (LIN et al., 2020).

A hipoacidez gástrica a longo prazo pode ser favorável para as bactérias sensíveis ao ácido, permitindo que mais organismos sobrevivam e resultando em gastrite (WELTERMANN, 2021). A carcinogênese gástrica pode ser causada por gastrite atrófica e hipocloridria que permitem a colonização bacteriana gástrica, redução de nitratos dietéticos a nitritos e formação de compostos N- nitrosos potencialmente cancerígenos (PAZ et al., 2020).

Estudos como de caso-controle, ensaios randomizados, estudos de coorte e meta-análises, demonstram que o uso prolongado de IBPs como omeprazol pelas pacientes grávidas pode impor um risco potencial de malformações congênitas pois a supressão ácida a longo prazo pelos IBPs também pode levar a infecções entéricas, respiratórias e do trato urinário (KOYYADA, 2020). A hipocloridria pelo uso crônico de IBPs pode induzir hipergastrinemia, que em última análise, média os pólipos gástricos, carcinóides gástricos e câncer gástrico, além de que o uso concomitante de IBPs com antiplaquetários como o clopidogrel pode impor aos pacientes eventos cardíacos adversos maiores (KOYYADA, 2020).

O omeprazol é utilizado para tratar o aumento da produção de ácido no estômago, úlceras gástricas, duodenais e refluxo gastroesofágico e pode ser utilizado em associação com outros antibióticos para a terapêutica de úlceras relacionadas às infecções originadas pela bactéria Helycobacter pylori), mas seu uso a longo prazo pode trazer danos à saúde (BARREIRO e FRAGA, 2014).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto podemos concluir que o omeprazol continua sendo uma droga de escolha comumente usada para prevenção de úlceras gástricas e sangramento, e têm sido associada a um risco aumentado de câncer gástrico em grandes estudos observacionais, porém o uso prolongado de OME (5 a 40 mg/kg) pode induzir instabilidade genômica e aumentar o risco de certos tipos de câncer e os efeitos adversos e tóxicos relatados, especialmente em estudos clínicos, foram gastrite atrófica, deficiências de cobalamina, distúrbios da homeostase, desenvolvimento de pólipos, hepatotoxicidade, citotoxicidade e genotoxicidade, mas a maioria dessas observações ainda requer confirmação em estudos prospectivos controlados.

REFERÊNCIAS

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1Graduanda em Farmácia, Universidade Ceuma. afalcai@gmail.com.
2Especialista em Farmácia Clínica e Hospitalar, Universidade Ceuma, samiiamello23@gmail.com.
3Doutora em imunologia, USP, afalcai@gmail.com.