REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202501180150
Halanna De Araújo Bezerra Pinheiro;
Odilo Emmanuel Sousa Queiroz;
Orientador: Prof. Aécio Lopes de Araújo Lira.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A obesidade é um problema de saúde pública que cresce globalmente, além disso está associada com um crescente número de doenças crônicas. Assim, o tratamento para obesidade tem sido adotado como maneira para reduzir o Índice de Massa Corporal (IMC) do indivíduo bem como melhorar a composição corporal e reduzir os fatores de risco para o doenças crônicas desde que em conjunto com mudanças no estilo de vida. Dessa maneira, este estudo visa avaliar a melhor forma de condução de um indivíduo com obesidade que chega ao ambulatório e o seu tratamento. OBJETIVO: Este estudo objetiva avaliar o tratamento adotado em indivíduos com obesidade bem como investigar a eficácia e segurança. REVISAO DA LITERATURA: A obesidade, doença crônica e multifatorial, apresenta alta prevalência no Brasil, afetando 25,9% da população adulta em 2019. Seu tratamento requer abordagem multidisciplinar, incluindo mudanças no estilo de vida e, quando necessário, medicamentos (como sibutramina, orlistate e liraglutida) ou cirurgia. O aumento da obesidade está associado a doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. CONCLUSÃO: A avaliação do tratamento e prevalência da obesidade revelou que a obesidade continua sendo um desafio significativo para a saúde pública. A prevalência da obesidade permanece alta, e o tratamento deve ser personalizado e multidisciplinar. É fundamental implementar estratégias preventivas e intervencionistas para controlar essa epidemia, melhorando a qualidade de vida e reduzindo os riscos associados.
DESCRITORES: OBESIDADE; TRATAMENTO; DIETOTERAPIA
1 INTRODUÇÃO
A obesidade é uma doença crônica, complexa e multifatorial, caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo. O excesso de gordura corporal pode afetar negativamente a saúde de um indivíduo, aumentando o risco de morbidade e mortalidade por diversas doenças, como doenças cardiovasculares, Diabetes Mellitus tipo 2, alguns tipos de câncer, e doenças respiratórias, entre outras (ABESO, 2016 )
A prevalência da obesidade tem aumentado rapidamente nas últimas décadas, tornando-se um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Nesse sentindo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a obesidade quanto ao Índice de Massa Corporal (IMC) que é definido pela cálculo do peso corporal, em que, é feito a divisão do peso em quilogramas (Kg) pelo quadrado da altura em metros (m), sendo IMC = kg/h²(m). Assim, uma pessoa com obesidade tem IMC maior ou igual a 30 kg/m². (ABESO, 2016)
A obesidade, resultado de um desequilíbrio crônico entre consumo alimentar e gasto energético, tendo como parâmetro a medida de circunferência abdominal (CA) como um método de baixo custo que quando alterado está relacionado com risco de morbimortalidade. As medidas que revelam preocupação são, circunferência abdominal no homem maior que 94,0 cm e na mulher maior que 80 cm. (ALBUQUERQUE, 2020)
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada no ano de 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a obesidade atinge 25,9% da população brasileira, significando 41,2 milhões de adultos no país. Além disso, a proporção de obesos na população com 20 anos ou mais cresceu significativamente, comparando-se estudos epidemiológicos realizados entre anos de 2003 e 2019, passando de 12,2 para 26,8%. Neste mesmo intervalo de tempo, a obesidade feminina cresceu de 14,5% para 30,2% e a obesidade no sexo masculino avançou de 9,6% para 22,8%, o que demonstra o aumento da prevalência de obesidade ao longo das décadas (IBGE, 2020).
Hoje se tem em conta que o tratamento para obesidade requer uma abordagem multidisciplinar e individualizada, incluindo intervenções nutricionais, comportamentais, farmacológicas e, em casos selecionados, cirúrgicos. A adoção de hábitos alimentares saudáveis, o aumento do nível de atividade física e a modificação do comportamento são componentes essenciais do manejo da obesidade. Quando essas medidas não são suficientes para atingir os objetivos terapêuticos, a utilização de medicamentos e/ou a realização de cirurgia bariátrica podem ser indicadas (ANDRADE, 2023)
No Brasil, algumas opções de medicamentos para o tratamento da obesidade estão disponíveis e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sendo eles: sibutramina, orlistate, liraglutida, combinação de naltrexona com a bupropriona, além da mais recente semaglutida, aprovada em janeiro de 2023. Esses medicamentos atuam por meio de diferentes mecanismos para reduzir a ingestão de alimentos, aumentar a saciedade, diminuir a absorção de nutrientes ou aumentar o gasto energético (SILVA 2022; ANVISA, 2023).
Portanto em virtude da importância deste tema na sociedade atual, dado a sua forte relação com doenças cardiovasculares e Diabetes Mellitus tipo 2, este estudo tem como objetivo avaliar o diagnóstico e tratamento de obesidade em pacientes no que se refere à conformidade da terapia de drogas aprovadas pela ANVISA e recomendadas na última Diretriz da ABESO de 2016 para o tratamento de obesidade. O estudo avaliará de forma ampla a condução da obesidade podendo contribuir para melhorias no seu diagnóstico, tratamento e seguimento
2 Objetivos
2.1 Objetivo Geral
- Analisar o tratamento adotado em pacientes com obesidade.
2.2 Objetivos específicos
- Investigar a eficácia e segurança do tratamento adotado para obesidade
- Avaliar a conduta médica para pacientes com diagnóstico de obesidade ( tratamento, medicamento, atividade física e dieta)
3 JUSTIFICATIVA
A conduta para o tratamento da obesidade está sempre em constante atualização e desenvolvimento, e por isso a importância de estudos sobre as condutas relacionadas à obesidade, principalmente levando em consideração critérios modificáveis de estilos de vida e tratamento medicamentoso. (UTTA, 2022). Uma vez que, dispomos com carência de informações com relação a uma avaliação criteriosa para definir o manejo mais adequado para o tratamento da obesidade.
A aglutinação de diversas doenças que inclui as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) (Cardiovasculares, respiratórias crônicas, cânceres e diabetes) caracteriza a essência multifatorial da obesidade, em que a mesma predispõe a uma sobrecarga do sistema de saúde, que não apresenta suporte completo para atender as demandas desses grupos. (MALTA DC, 2017)
Contudo, a propósito do exposto, se faz necessário esse estudo nesse grupo populacional para identificar se a manutenção dessas morbidades são resultados de: práticas diárias inadequadas (como alimentação desbalanceada, sedentarismo, tabagismo, etilismo, estresse, assim como questões socioeconômicas), já que os hábitos de vida são fundamentais para promoção de uma melhora da qualidade de vida, controle e mudança na trajetória da síndrome metabólica ou de um tratamento inadequado dos pacientes seja pela má adesão medicamentosa, ou pelo uso de medicamentos inadequados aos pacientes. (NILSON 2020)
Assim, se faz importante mencionar que mesmo em pacientes com ótima resposta ao tratamento no presente momento, em longo tempo o paciente pode recuperar o peso perdido, o que determina a mudança de abordagem. Dessa forma, e crucial observar se o paciente fez adesão correta ao tratamento assim como mudança do estilo de vida, o que justifica a relevância deste tema para a literatura. (UTTA, 2022)
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4. 1 OBESIDADE E GANHO DE PESO
A obesidade é caracterizada como o excesso de gordura acumulada no corpo. O ganho de peso, acontece em razão do consumo calórico ser maior que o gasto diário. A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial, resultando da interação de genes, do ambiente, estilos de vida, fatores emocionais e patologias. (SILVA, 2019)
Há um aumento significativo da prevalência da obesidade em diversas populações do mundo, incluindo o Brasil. Sabe-se hoje que existem três componentes primários no sistema neuroendócrino envolvidos com a obesidade: o sistema aferente, que envolve sinais de curta ou longa duração repassados ao cérebro através do nervo vago; a unidade de processamento do sistema nervoso central; e o sistema eferente, um complexo de apetite, saciedade, efetores autonômicos e termogênicos. (SILVA, 2022)
O balanço energético pode ser alterado por aumento do consumo calórico, pela diminuição do gasto energético ou por ambos. O consumo calórico pode ser avaliado por meio dos hábitos alimentares do paciente, se avalia por meio do uso de diários alimentares ou listas de checagem de alimentos, mas a interpretação das informações precisa ser cuidadosamente analisada em razão de a subestimação ser bastante comum. O gasto energético total diário pode ser didaticamente dividido em taxa metabólica basal (que representa 60% a 70%), pelo efeito térmico dos alimentos (que representa entre 5% e 10%) e pelo gasto de energia com atividade física. Atividade física é o mais importante componente variável, representando cerca de 20% a 30% do gasto energético total em adultos. (ABESO, 2016; Falud et al, 2017).
O estilo de vida se associou fortemente com o aumento da obesidade, sendo o estilo de vida urbano com maior prevalência. Ademais, sintomas de estresse, tais como ansiedade, depressão, nervosismo e o hábito de se alimentar quando problemas emocionais estão presentes são comuns em pacientes com sobrepeso ou obesidade, sugerindo relação entre estresse, compulsão por comida palatável, transtorno de compulsão alimentar e obesidade. O estresse pode ser uma consequência da obesidade devido a fatores sociais, à discriminação e, alternativamente, a causa da obesidade. (ABESO, 2016; Falud et al, 2017)
Muitos medicamentos também são utilizados para tratamento de condições outras além da obesidade, e que podem contribuir para aumento de peso ou para exacerbação do ganho de peso em indivíduos suscetíveis. Sabe-se que muitas destas condições que estão sendo tratadas também podem estar associadas com a obesidade. Os clínicos e não especialistas podem ajudar os pacientes a evitar ou a atenuar o ganho de peso prescrevendo corretamente medicamentos que promovam perda de peso ou que minimizem o ganho de peso no tratamento dessas doenças. Além disso, pacientes podem ser ajudados a perder peso (sempre como adjuvante da mudança de estilo de vida através da prescrição de medicamentos apropriados para obesidade) e, em alguns casos, através de intervenção cirúrgica. (ABESO, 2016; Falud et al, 2017)
Nesse viés, por se tratar de uma condição multifatorial, envolve tanto fatores epigenéticos quanto sociais e ambientais. Entre os seus fatores de risco, estão associados, a priori, a genética, os hábitos de vida, a idade, em virtude do aumento do acumulo de tecido adiposo; o sexo, em mulheres. Entretanto, com o aumento da idade, a prevalência do aumento de peso ocorre em ambos sexos; a ingestão de sódio e potássio, um dos principais fatores de risco modificáveis para a prevenção e controle da HAS, que está ligada a obesidade; o sedentarismo; o álcool; os fatores socioeconômicos, nos quais destacam-se condições de habitação inadequadas, menor escolaridade e baixa renda familiar, entre outros. Em conjunto todos esses fatores, atuam de maneira efetiva para o ganho de peso e da obesidade. (ABESO, 2016; Falud et al, 2017)
4.2 CRÍTERIOS DIAGNÓSTICOS
Conforme Abeso (2016), para que o paciente obeso possa ser tratado, ou antes disso, para que a obesidade ou mesmo o sobrepeso possam ser prevenidos, o estado do peso do paciente precisa ser reconhecido. A interação com o não especialista, o clínico geral, ou o especialista de outras áreas deve, em primeiro momento, avaliar a condição do peso do paciente para determinar a presença de excesso de peso ou obesidade e a necessidade de aprofundar a avaliação e o tratamento.
Para diagnóstico serão analisadas: medidas antropométricas, IMC, massa gordurosa e distribuição de gordura, por meio de avaliações combinadas. Hoje, existem várias formas de avaliação do peso e da composição corporal. Sendo, métodos de imagens com melhor sensibilidade para medir depósitos de gordura. (JURASKI LEFCHAK, F. et al, 2021)
Em relação as medidas antropométricas, trata-se de um método com maior facilidade de implementação, sendo assim, a medida de massa corporal mais tradicional o peso, e este é isolado ou reajustado conforme altura. Entretanto, hoje, tem-se notado que distribuição de gordura é mais preditiva de saúde corporal. Afinal, a combinação de massa corporal e distribuição de tecido adiposo no corpo, seja a melhor opção de avaliação clínica. Ademais, deve-se ter em conta que não há, hoje, avaliação diagnóstica perfeita para sobrepeso e obesidade, e que tais parâmetros podem variar de acordo com fatores genéticos e epigenéticos. (JURASKI LEFCHAK, F. et al, 2021)
Com relação ao IMC, é o que, hoje, é mais usado para avaliação de adiposidade corporal. Sendo um bom indicador, mas não totalmente relacionado. Pois, a sua avaliação isolada pode conter diferenças na composição corporal em função de sexo, idade, etnia, em pacientes que são sedentários quando comparados a atletas, ou até mesmo pacientes que apresentem comorbidades como cifose, edemaciados, entre outras doenças. Para tais situações, o IMC se apresentou deficitário, uma vez que não distingue massa gordurosa de massa magra, podendo até ser menos preciso em idosos, por conta da perda de massa magra e diminuição do peso, e superestimado em individuos musculosos. (ARAUJO. et al, 2018)
Assim, a medida de distribuição de gordura é importante para avaliação de sobrepeso e obesidade, pois a gordura visceral é importante fator de risco para a doença. Ademais, vale lembrar que individuos com o mesmo IMC, apresentam composições corporais diferentes, a distribuição de gordura abdominal é claramente influenciada pelo sexo: para algum acúmulo de gordura corporal, o homem tem, em média, o dobro da quantidade de gordura abdominal em relação à mulher antes da menopausa. Portando, é importante ressaltar que o IMC, apesar de ser uma ferramenta útil para estimar a prevalência de obesidade em populações, não distingue entre massa muscular e massa adiposa, podendo, em alguns casos, não refletir adequadamente a quantidade de gordura corporal. Além disso, o IMC não é indicador do mesmo grau de gordura em populações diversas, devido as diferentes proporções corporais. (JURASKI LEFCHAK, F. et al, 2021)
Conforme exposto acima, na população brasileira, hoje, tem-se utilizado a tabela proposta pela OMS para classificação de sobrepeso e obesidade (Quadro 1) e seu uso apresenta as mesmas limitações. No entanto, semelhante correlação com as comorbidades. Portanto, o ideal é que o IMC seja usado em conjunto com outros métodos de determinação de gordura corporal. Sendo que a combinação de IMC com medidas da distribuição de gordura pode ajudar a resolver alguns problemas decorrentes do uso do IMC isolado. O ponto de corte para adultos baseia-se na associação entre IMC e doenças crônicas ou mortalidade. A classificação adaptada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apresentada no Quadro 1, baseia-se em padrões internacionais desenvolvidos para pessoas adultas descendentes de europeus. Assim, convenciona-se chamar de sobrepeso o IMC de 25 a 29,9 kg/m² e obesidade o IMC maior ou igual a 30 kg/m² e de excesso de peso o IMC maior ou igual a 25 kg/m² (incluindo a obesidade). Os pontos de corte de 27,5 para alto risco. Existem gráficos de IMC padronizados para faixa etária pediátrica, uma vez que em crianças, além da variação do peso, o IMC também varia com a altura e com a idade, não sendo adequada a sua aplicação direta.
Quadro 1 – Classificação do Índice de Massa Corpórea, segundo parâmetros da OMS
Classificação | IMC (kg/m2) |
Baixo Peso | Menor que 18,5 |
Eutrofia | Maior ou igual a 18,5 e menor que 24,9 |
Sobrepeso | Maior ou igual a 25 e menor que 29,9 |
Obesidade | Igual ou acima de 30 |
Sobre a massa gordurosa e distribuição de gordura, Abeso (2016), cita que no Brasil a relação circunferência abdominal/quadril (RCQ), foi a medida mais comum para avaliação de obesidade central, entretanto, também demonstrou se associar a maior risco de comorbidades. Assim, a medida da circunferência abdominal reflete melhor o conteúdo de gordura visceral que a RCQ e também se associa muito à gordura corporal total. Sugeriram-se vários locais e padrões para avaliar a circunferência abdominal, sendo que o recomendado é que durante a avaliação o paciente deve estar posicionado em posição supina, e que em seguida peça para ele inspirar profundamente, e, ao final da expiração deva ser realizada a medida. Pode-se realizar a medida no maior perímetro abdominal entre a última costela e a crista ilíaca, segundo recomendações da OMS.
Assim, a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (2005), recomenda-se medir a circunferência abdominal no ponto médio entre o rebordo costal inferior e a crista ilíaca. Toma-se a medida do quadril, no seu maior diâmetro, com a fita métrica, passando sobre os trocânteres maiores.
Portanto, o diagnóstico de síndrome metabólica pelo critério da Federação Internacional de Diabetes, o ponto de corte para circunferência abdominal é igual ou superior a 94 cm em homens e 80 cm em mulheres. Mas, ao analisar o National Cholesterol Education Program (NCEP) – Adult Treatment Panel III (ATP-III), o ponto de corte deve ser de 102 cm para homens e 88 cm para mulheres. Outras medidas podem ser usadas como: braquial, coxa, cervical e panturrilha.
Hoje, existem critérios diferentes, que variam com base em diretrizes, que variam com países e são baseados em diversos consensos. Em virtude disso, sabe-se que a avaliação combinada é a que melhor apresenta benefícios aos pacientes. A associação da medida da circunferência abdominal com o IMC, pode oferecer de maneira combinada uma melhor avaliação de risco, o que ajuda a diminuir limitações de cada uma de avaliações isoladas, mas que para o rastreamento inicial (prevenção primária), o IMC pode ser usado isoladamente. (JURASKI LEFCHAK, F. et al, 2021)
4.3 TRATAMENTO DA OBESIDADE:
O tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar. De forma geral, inclui à modificação dos hábitos de vida diários, principalmente aos que se relacionam com orientações nutricionais para diminuir o consumo de calorias na alimentação e exercícios para aumentar o gasto calórico. Assim, todo o tratamento deve ser individualizado, sob supervisão médica contínua e mantido quando seguro e efetivo. Além disso, o tratamento farmacológico inicia-se na prevenção secundária para impedir a progressão da doença para um estágio mais grave e prevenir complicações, sendo mantido para evitar a recuperação do peso. Sendo assim, cabe lembrar que não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida. (BARBOSA, O. A. et al 2023)
O paciente deve ser abordado individualmente sobre história do peso e dos problemas de saúde dele advindos e a motivação para agir contra os fatores obesogênicos ambientais. As mudanças de estilo de vida e as técnicas cognitivo-comportamentais são fundamentais e o tratamento farmacológico não deve ser usado como tratamento na ausência de outras medidas não farmacológicas. A escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações associadas. (BARBOSA, O. A. et al 2023)
CONCLUSÃO:
A análise da prevalência e tratamento da obesidade evidenciou a necessidade de implementar políticas públicas para promover estilos de vida saudáveis bem como melhorar o acesso a tratamentos eficazes para fortalecer a educação em saúde. Assim, desenvolver programas de prevenção e controle da obesidade são medidas essenciais para reduzir a prevalência da obesidade e melhorar a saúde da população.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes brasileiras de obesidade. 4. ed. São Paulo: ABESO, 2016
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