AVALIAÇÃO DO RASTREIO DE RISCO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA) EM CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES

RISK SCREENING EVALUATION OF AUTISM SPECTRUM DISORDER (ASD) IN PRESCHOOL CHILDREN

EVALUACIÓN DEL CRIBADO DE RIESGO DEL TRASTORNO DEL ESPECTRO AUTISTA (TEA) EN NIÑOS PREESCOLAR

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202504071554


Yan Alves da Silva1
Morgana Ferraz Coelho Rodrigues2
Ma. Renata Massalai3


RESUMO

Objetivo: Este estudo tem como objetivo abordar a importância da intervenção precoce do TEA em escolas públicas e privadas por meio da aplicação de escalas validadas de rastreio do mesmo em crianças de 0 a 5 anos, para posterior encaminhamento a médicos especialistas que realizarão o diagnóstico a fim de promover a orientação e intervenção precoce com crianças que possam apresentar esse transtorno.

Referencial Teórico: A pesquisa foi realizada utilizando pesquisa-ação, metodologia quantitativa e qualitativa. Os participantes foram 11 crianças de 0 a 5 anos, estudantes da pré-escola. A análise dos dados revelou que é possível perceber um fator importante nesse processo, o papel da observação subjetiva nas avaliações comportamentais. Resultados discrepantes entre o M-CHAT e o SRS-2, além dos dados obtidos das observações comportamentais, demonstram o nível de interferência no processo. Conclui-se que um olhar subjetivo sobre o comportamento de terceiros pode enviesar os resultados de um teste, já que os fatos a serem medidos estão sendo descritos a partir de uma lógica particular. Sendo assim, é reforçado o aspecto multi em processos de rastreios e avaliações, justamente para que seja possível a comparação e análise de diferentes fontes.

Método: A metodologia empregada foi a pesquisa-ação, extensivamente utilizada pelas áreas das ciências humanas e sociais considerando seu perfil cíclico, onde há uma relação dialética entre pesquisador e campo, desde o início das pesquisas aos impactos dos resultados. Sendo então “uma metodologia de resolução de problemas psicossociais e uma investigação científica e teórica sobre o mesmo problema” (Melo; Maia Filho & Chaves, 2016).

Além do método qualitativo, trazem estar intimamente ligado à significação que os sujeitos dão às experiências de sua vivência, buscando assim decifrar os fenômenos sociais tendo em mente as interpretações subjetivas, foi aplicado e integrado à pesquisa o método quantitativo (Soares, 2020).

A abordagem quantitativa tem enquanto campo de atuação a realidade e possui o objetivo de mensurá-la com a obtenção de dados, padrões e tendência observáveis, apropriando-se dos fatos e acontecimentos para um parecer da realidade social (Machado, 2023).

Resultados e Discussão: Este estudo contribui para entender a importância de a avaliação precoce do autismo ser fundamental para fomentar o desenvolvimento saudável das crianças. Detectar sintomas de autismo nos primeiros anos de vida é uma maneira de garantir que as intervenções sejam aplicadas de maneira mais eficiente e rápida. É uma abordagem proativa que contribui para a maximização das habilidades de comunicação e sociais da criança, oferecendo uma base sólida para seu aprendizado.

Implicações da Pesquisa: Seguindo os objetivos do estudo e, a partir da análise dos resultados obtidos, é possível perceber um fator importante nesse processo, o papel da observação subjetiva nas avaliações comportamentais. Resultados discrepantes entre o M-CHAT e o SRS-2, além dos dados obtidos das observações comportamentais, demonstram o nível de interferência no processo. Enquanto na escala de rastreio precoce 70% dos participantes deram indícios de TEA, na escala de responsividade social nenhum dos participantes apontou estar “Fora dos limites”, o que significa que as pontuações geralmente não estão associadas ao TEA clinicamente significativo. Porém, ao analisar os resultados em conjunto com o protocolo de observação, revela-se indícios de comportamentos característicos de TEA nos participantes. 

Originalidade/Valor: Este estudo contribui para a literatura como Borsa (2020) trouxe, um olhar subjetivo sobre o comportamento de terceiros pode enviesar os resultados de um teste, já que os fatos a serem medidos estão sendo descritos a partir de uma lógica particular. Sendo assim, é reforçado o aspecto da avaliação multidisciplinar e profissionais em processos de rastreios e avaliações, justamente para que seja possível a comparação e análise de diferentes fontes.

Palavras-chave: Escalas de rastreio; Autismo; Pré-escolar; Diagnóstico precoce.

ABSTRACT

Objective: This study aims to address the importance of early intervention of ASD in public and private schools through the application of validated ASD screening scales in children aged 0 to 5 years, for subsequent referral to specialist physicians who will perform the diagnosis in order to promote guidance and early intervention with children who may have this disorder.

Theoretical Framework: The research was carried out using action research, quantitative and qualitative methodology. The participants were 11 children aged 0 to 5 years, preschool students. The analysis of the data revealed that it is possible to perceive an important factor in this process, the role of subjective observation in behavioral evaluations. Discrepant results between M-CHAT and SRS-2, in addition to the data obtained from behavioral observations, demonstrate the level of interference in the process. It is concluded that a subjective look at the behavior of others can bias the results of a test, since the facts to be measured are being described from a particular logic. Therefore, the multi-aspect in screening and evaluation processes is reinforced, precisely so that it is possible to compare and analyze different sources.

Method: The methodology used was action research, extensively used by the areas of human and social sciences considering its cyclical profile, where there is a dialectical relationship between researcher and field, from the beginning of the research to the impacts of the results. Being then “a methodology for solving psychosocial problems and a scientific and theoretical investigation on the same problem” (Melo; Maia Filho & Chaves, 2016). In addition to the qualitative method, they are closely linked to the meaning that the subjects give to the experiences of their experience, thus seeking to decipher social phenomena keeping in mind subjective interpretations, the quantitative method was applied and integrated into the research (Soares, 2020). The quantitative approach has reality as its field of action and aims to measure it by obtaining observable data, patterns, and trends, appropriating facts and events for an opinion of social reality (Machado, 2023).

Results and Discussion: This study contributes to understanding the importance of early assessment of autism being fundamental to foster the healthy development of children. Detecting symptoms of autism in the first years of life is one way to ensure that interventions are applied more efficiently and quickly. It is a proactive approach that contributes to the maximization of the child’s communication and social skills, offering a solid foundation for their learning.

Research Implications: Following the objectives of the study and from the analysis of the results obtained, it is possible to perceive an important factor in this process, the role of subjective observation in behavioral evaluations. Discrepant results between M-CHAT and SRS.

Originality/Value: This study contributes to the literature. As Borsa (2020) has shown, a subjective look at the behavior of others can bias the results of a test, since the facts to be measured are being described from a particular logic. Therefore, the multi-aspect in screening and evaluation processes is reinforced, precisely so that it is possible to compare and analyze different sources.

Keywords: Screening scales; Autism; Preschool; Early diagnosis.

RESUMEN

El resumen debe tener un mínimo de 150 y no máximo de 250 palabras, describiendo el resumen del trabajo a publicar. SE RECOMIENDA que sea un resumen estructurado siguiendo la coherencia relacional. Objetivos, Marco Teórico, Método Resultados y Discusión, Implicaciones de la Investigación, Originalidad/Valor. Con fuente Times New Roman 10, espaciado simple. EJEMPLO.

Objetivo: Este estudio tiene como objetivo abordar la importancia de la intervención temprana del TEA en escuelas públicas y privadas a través de la aplicación de escalas validadas de tamizaje de TEA en niños de 0 a 5 años, para su posterior derivación a médicos especialistas que realizarán el diagnóstico con el fin de promover la orientación e intervención temprana con niños que puedan tener este trastorno.

Marco Teórico: La investigación se llevó a cabo utilizando metodología de investigación-acción, cuantitativa y cualitativa. Participaron 11 niños de 0 a 5 años, preescolares. El análisis de los datos reveló que es posible percibir un factor importante en este proceso, el papel de la observación subjetiva en las evaluaciones conductuales. Los resultados discrepantes entre M-CHAT y SRS-2, además de los datos obtenidos de las observaciones de comportamiento, demuestran el nivel de interferencia en el proceso. Se concluye que una mirada subjetiva sobre el comportamiento de los demás puede sesgar los resultados de una prueba, ya que los hechos a medir están siendo descritos desde una lógica particular. Por lo tanto, se refuerza la multivertiente en los procesos de cribado y evaluación, precisamente para que sea posible comparar y analizar diferentes fuentes.

Método: La metodología utilizada fue la investigación-acción, ampliamente utilizada por las áreas de las ciencias humanas y sociales considerando su perfil cíclico, donde existe una relación dialéctica entre investigador y campo, desde el inicio de la investigación hasta los impactos de los resultados. Siendo entonces “una metodología para la solución de problemas psicosociales y una investigación científica y teórica sobre un mismo problema” (Melo; Maia Filho y Chaves, 2016).

Además del método cualitativo, están estrechamente ligados al significado que los sujetos le dan a las vivencias de su experiencia, buscando así descifrar los fenómenos sociales teniendo en cuenta las interpretaciones subjetivas, se aplicó el método cuantitativo y se integró a la investigación (Soares, 2020).

El enfoque cuantitativo tiene como campo de acción la realidad y pretende medirla mediante la obtención de datos, patrones y tendencias observables, apropiándose de hechos y acontecimientos para una opinión de la realidad social (Machado, 2023).

Resultados y Discusión: Este estudio contribuye a comprender la importancia de la evaluación temprana del autismo como fundamental para fomentar el desarrollo saludable de los niños. Detectar los síntomas del autismo en los primeros años de vida es una forma de garantizar que las intervenciones se apliquen de manera más eficiente y rápida. Es un enfoque proactivo que contribuye a la maximización de las habilidades comunicativas y sociales del niño, ofreciendo una base sólida para su aprendizaje.

Implicaciones de la investigación: Los objetivos del estudio y a partir del análisis de los resultados obtenidos, es posible percibir un factor importante en este proceso, el papel de la observación subjetiva en las evaluaciones conductuales. Los resultados discrepantes entre M-CHAT y SRS-2, además de los datos obtenidos de las observaciones de comportamiento, demuestran el nivel de interferencia en el proceso. Mientras que en la escala de detección temprana el 70% de los participantes dieron indicaciones de TEA, en la escala de respuesta social ninguno de los participantes indicó estar “fuera de los límites”, lo que significa que las puntuaciones generalmente no se asocian con TEA clínicamente significativo. Sin embargo, al analizar los resultados junto con el protocolo de observación, se revelan evidencias de comportamientos característicos del TEA en los participantes. 

Originalidad/Valor: Este estudio aporta a la literatura, como ha demostrado Borsa (2020), una mirada subjetiva al comportamiento de los demás puede sesgar los resultados de una prueba, ya que los hechos a medir se describen desde una lógica particular. Por lo tanto, se refuerza la multivertiente en los procesos de cribado y evaluación, precisamente para que sea posible comparar y analizar diferentes fuentes.

Palabras-clave: Escalas de tamizaje; Autismo; Preescolar; Diagnóstico precoz.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-V-TR), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento. O (TEA) se caracteriza por dificuldades na comunicação social, interesses restritos e comportamentos estereotipados (APA, 2023). Essa condição surge de alterações nas conexões neurais, que afetam negativamente a capacidade do indivíduo de interagir socialmente. Sanches e Taveira (2020) ressaltam que as áreas cerebrais afetadas interferem no desenvolvimento e na função neurológica.

Em relação aos demais critérios o APA (2023) aborda: (C) Os sintomas devem estar presentes no período inicial do desenvolvimento (porém, podem aparecer aos poucos, em sequência incompleta, progressivamente levando a problemas nas demandas sociais); (D) Os sintomas causam prejuízos clinicamente significativos em áreas ou sociais, ou ocupacionais ou outras áreas importantes do funcionamento atual; (E) Esses distúrbios não são melhores explicados pela deficiência intelectual (distúrbio intelectual do desenvolvimento) ou pelo atraso global no desenvolvimento. Contudo, a comunicação social deve estar abaixo da esperada para o nível geral de desenvolvimento para fazer comorbidades diagnósticas do TEA e da deficiência intelectual.

De acordo com APA (2023), o grau de autismo é definido em nível 1, 2 e 3 de suporte. No nível 1, as crianças apresentam dificuldades para iniciar a relação social com outras pessoas e podem ter pouco interesse em interagir com os demais, apresentando respostas atípicas ou insucesso a aberturas sociais. Em um contexto geral, apresentam dificuldades para trocar de atividades e problemas de planejamento e organização.

No nível 2, as crianças podem apresentar um nível um pouco mais grave de deficiência nas relações sociais e na comunicação verbal e não-verbal, apresentando limitações em iniciar interações sociais e prejuízos sociais aparentes mesmo com a presença de apoio. Além disso, são mais inflexíveis nos seus comportamentos, apresentam dificuldades com a mudança, comportamentos repetitivos e sofrem para modificar o foco das suas ações.

Em relação ao nível 3, existem déficits bem mais graves em relação à comunicação verbal e não-verbal, além de dificuldades notórias para iniciar uma interação social, com graves prejuízos de funcionamento, apresentando dificuldade extrema em lidar com a mudança, além de comportamentos repetitivos, o que interfere de forma mais acentuada no seu funcionamento. Ainda contam com grande sofrimento para mudar o foco das suas ações.

A avaliação precoce do autismo é fundamental para fomentar o desenvolvimento saudável das crianças. Detectar sintomas de autismo nos primeiros anos de vida é uma maneira de garantir que as intervenções sejam aplicadas de maneira mais eficiente e rápida. ” É importante diagnosticar o autismo o mais cedo possível porque intervenções podem ter um impacto significativo no desenvolvimento da criança “, de acordo com a American Academy of Pediatrics (2020). Desse modo, refere-se uma abordagem proativa que contribui para a maximização das habilidades de comunicação e sociais da criança, oferecendo uma base sólida para seu aprendizado.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Estudos apontam que tanto o diagnóstico como a implementação de intervenções precoces propiciam um melhor prognóstico de pessoas com TEA (VOLKMAR et al., 2014).  Ressalta-se também, que a identificação dos sinais do TEA ainda na primeira infância, mostra-se como um passo inicial no processo da realização do diagnóstico precoce. Fato que aumenta a possibilidade da criança de se beneficiar dos efeitos da intervenção, e dos pais de receberem orientações apropriadas (DUARTE et al., 2016).

A presença dos comportamentos e interesses restritos e repetitivos, é vista como uma das principais características que definem o diagnóstico do Autismo. Estes comportamentos, também conhecidos como estereotipias, podem ser demonstrados de diversas formas: Motoras, verbais (com a presença de ecolalias) ou ainda, podem ser apresentadas de forma mais complexa, como um interesse inflexível a rotinas, fixação direcionados à objetos/brinquedos, resistência a mudanças, entre outros (GUILHARDI, 2018).

A avaliação precoce tem um efeito positivo nas famílias e nas crianças. Para pesquisadores do National Autism Center, famílias que recebem informações e recursos no início do processo de diagnóstico tendem a se adaptar melhor e se sentir mais capazes em seu papel (NAC, 2015), a avaliação não apenas apoia o desenvolvimento da criança, mas também fortalece o sistema de apoio familiar. Em termos de políticas de saúde pública e formação de profissionais da área, é crucial conscientizar os cidadãos sobre o valor do diagnóstico precoce.  

Um diagnóstico precoce não só aumenta os resultados para as crianças, mas incentiva uma maior inclusão social. Investir em estratégias de diagnóstico precoce é crucial para garantir um futuro promissor e inclusivo para todas as crianças na esfera autista. De acordo com a Autism Speaks, quanto mais cedo o autismo for identificado, maior será a probabilidade de as crianças se tornarem membros ativos e envolvidos da sociedade (Autism Speaks, 2019). Por isso, é fundamental investir em estratégias de diagnóstico precoce para garantir um futuro mais promissor e inclusivo para todas as crianças no espectro do autismo.

A estimulação precoce está diretamente relacionada à poda neural, desempenhando papel crucial no desenvolvimento de crianças TEA. Durante os primeiros anos de vida, a poda neural permite a eliminação de sinapses excessivas, o que é fundamental para a otimização das conexões neurais, favorecendo a aprendizagem e a adaptação ao ambiente. Estudos indicam que crianças com TEA podem apresentar um padrão alterado de poda neural, o que pode afetar suas habilidades sociais e cognitivas (LENT, 2010). Nesse contexto, a estimulação cognitiva precoce se torna especialmente relevante, uma vez que práticas adequadas podem promover o desenvolvimento de habilidades essenciais, como comunicação e interação social. 

De acordo com Mota e Brites (2019), intervenções precoces que incorporam estimulação cognitiva podem reduzir algumas dificuldades associadas ao TEA, proporcionando um ambiente mais enriquecedor que favorece o aprendizado. Assim, a combinação de estratégias de poda neural e estimulação cognitiva podem contribuir para melhorar os resultados no desenvolvimento de crianças com TEA.

A análise de déficits ou de comportamentos em excessos, são realizadas através de escalas de rastreio do comportamento que identificam áreas em que o comportamento da criança pode vir a ser atípico. Dentre as escalas utilizadas nesse processo estão, CARS (Childhood Autism Rating Scale) e M-Chat. Atualmente a aplicação da M-chat é obrigatória em atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria. A escala é composta por 23 questões do tipo sim/não, que devem ser respondidas pelos pais de crianças entre 16 e 30 meses de idade. A partir das respostas dadas pelos pais, se torna possível identificar áreas em que a criança apresente falhas, o que pode indicar comportamentos de excesso ou ausências de habilidades. O número elevado de falhas pode indicar a possibilidade do TEA, mas a escala ainda não é capaz de confirmar um diagnóstico (CASTRO, 2011).

3. METODOLOGIA

A metodologia empregada foi a pesquisa-ação, extensivamente utilizada pelas áreas das ciências humanas e sociais considerando seu perfil cíclico, onde há uma relação dialética entre pesquisador e campo, desde o início das pesquisas aos impactos dos resultados. Sendo então “uma metodologia de resolução de problemas psicossociais e uma investigação científica e teórica sobre o mesmo problema” (Melo; Maia Filho & Chaves, 2016).

Além do método qualitativo, trazem estar intimamente ligado à significação que os sujeitos dão às experiências de sua vivência, buscando assim decifrar os fenômenos sociais tendo em mente as interpretações subjetivas, foi aplicado e integrado à pesquisa o método quantitativo (Soares, 2020).  A abordagem quantitativa tem enquanto campo de atuação a realidade e possui o objetivo de mensurá-la com a obtenção de dados, padrões e tendência observáveis, apropriando-se dos fatos e acontecimentos para um parecer da realidade social (Machado, 2023).

A pesquisa foi submetida ao comitê de ética da Plataforma Brasil sob parecer aprovado nº 7.077.712 conforme o Anexo I.  Foram coletadas as assinaturas de 11 (onze) Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) conforme Anexo II, para pais ou responsáveis de crianças com idades entre 3 e 5 anos, além da carta de anuência da diretoria escolar. 

Ocorreram 22 encontros com os responsáveis no total, sendo dois encontros por pais durante as primeiras duas etapas e um total de dois encontros para observação comportamental de campo. Foram feitos, em média, encontros de 1 hora por etapa de aplicação das escalas, resultando assim em uma média de 2 horas de encontro por responsável.

A coleta de dados foi feita durante um processo avaliativo de cinco etapas: uma anamnese com os responsáveis, uma aplicação de duas escalas de rastreio de TEA não privativas ao profissional psicólogo tais como: Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) (Losapio; Pondé, 2008) e a Escala de Responsividade Social (SRS-2) (Borges, 2020) nos pais e ou responsáveis, bem como realizado uma observação de campo do comportamento dos participantes em seu ambiente escolar e duas devolutivas, uma aos responsáveis legais e uma à escola.

No primeiro encontro foi aplicada a Anamnese, no qual Narde e Pastura (2021) entendem a mesma enquanto ferramenta utilizada por toda área da saúde e se define enquanto método de coleta de dados do histórico de vida do sujeito, constando sinais, queixas e sintomas, histórico de doença familiar e psicossocial, sendo cada roteiro preparado de forma a visar às informações necessárias para uma boa avaliação geral.

No segundo momento, foram aplicados os instrumentos de rastreio do TEA, realizados de forma individual no responsável legal a aplicação dos instrumentos: 1. Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-Chat) (Losapio; Pondé, 2008); 2. Escala de Responsividade Social (SRS-2) (Borges, 2021) conforme Anexo 4 na página 32.

Vale frisar que ambas as escalas utilizadas neste projeto estão validadas cientificamente e não são de uso privativo do psicólogo segundo a listagem do Sistema de Avaliação de Testes Psicológico (SATEPSI), destaca-se que a finalidade da aplicação das escalas não é diagnóstica, é exclusivamente para salientar a possibilidade ou não de risco para a presença do TEA e assim realizar a intervenção precoce e encaminhamento a médicos e equipe interdisciplinar especializados em avaliação no TEA para realizar uma avaliação minuciosa e assim realizar o diagnóstico. Os instrumentos utilizados foram:

  1. Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-Chat), desenvolvida por Robins et al. (2001) e traduzida para português por Losapio e Pondé (2008). A escala foi construída com base em uma lista de sintomas frequentemente presentes em crianças com TEA. A M-Chat é, portanto, uma escala padronizada que contém 23 itens cuja codificação de respostas é do tipo “sim/não”, posteriormente convertidas em “passa/falha”, que abrangem resposta social (interesse em outras crianças e imitação) e atenção compartilhada. As perguntas são direcionadas aos pais ou cuidadores. O tempo de aplicação é de no máximo 10 a 15 minutos.
  1. Escala de Responsividade Social (SRS-2), é uma escala clínica destinada a mensurar sintomas associados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), bem como a classificá-los em níveis 1, 2 ou 3 de suporte, a avaliar crianças (a partir de dois anos e meio), adolescentes e adultos (Borges, 2020). A escala possui 65 itens cada formulário em escala likert sendo destinada a crianças pré-escolares, escolares, adultos autorrelato e adultos heterorrelato. O tempo de aplicação é de aproximadamente 20 minutos. Sua avaliação se faz de forma global e específica, já que agrupa os sintomas em subcategorias (Escalas Compatíveis ao DSM-5 e Subescalas de Intervenção). Esse instrumento pode ser utilizado para iniciar processos diagnósticos (rastreio) e para o planejamento de intervenções clínicas e ocupacionais. Desta forma, a escala é uma ferramenta importante para o raciocínio clínico do profissional, apoiando sua tomada de decisão (Barbosa et al, 2015).

Após aplicação das escalas, foi realizada a observação do comportamento das crianças com base no DSM-V-TR (APA,2023) conforme o Anexo III. Os critérios a serem observados estão intrinsecamente associados às questões, a saber: Déficits na reciprocidade sócios emocionais; Déficits na comunicação verbal; Déficits na interação social; Padrões repetitivos ou estereotipados de movimentos motores; Padrões ritualizados de comportamento verbal e não verbal; Hiperfoco e Interesse restrito; Hiper /hiposensibilidade sensorial. Após isso, foi realizada a devolutiva aos pais e a diretoria escolar com entrega de materiais informativos sobre TEA para pais e para a escola e realização de oficina de parentalidade aos pais. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos foram analisados sob a ótica da teoria e dos conceitos do TEA, com enfoque no TEA infantil pré-escolar. Os processos deste projeto incluem: o envio e a assinatura dos TCLEs por parte dos responsáveis, a anamnese, a aplicação das escalas, a observação de campo, a devolutiva e a palestra de parentalidade.

Das etapas programadas, até a entrega deste relatório parcial foram concluídas as 3 primeiras: entrega e assinatura dos TCLEs, anamnese e aplicação das escalas, esta última de forma parcial. Dos 10 responsáveis que assinaram o TCLE, 9 fizeram as escalas M-CHAT e SRS-2.

Os resultados parciais obtidos então se referem a 100% das anamneses analisadas e 90,91% das escalas corrigidas. Os dados obtidos das anamneses analisadas foram a idades e sexo das crianças participantes do projeto, as queixas principais dos responsáveis, os marcos do desenvolvimento das crianças, se houve complicações na gravidez, se há casos de TEA na família. Os dados corrigidos das escalas M-CHAT e SRS-2 correspondem aos critérios comportamentais e socioemocionais que se propõe a avaliar. 

Durante o processo ocorreu a desistência de uma das participantes após a entrevista de anamnese, deixando de ser 11 crianças participantes da pesquisa de rastreio para 10 crianças participantes.

AMOSTRAGEM

O total das amostras foram 11 crianças de idade entre 3 até 5 anos. A maior amostragem compõe crianças do sexo feminino, sendo 7 meninas, representando 64% e apenas 4 voluntárias do sexo masculino, representando 36% do total de crianças investigadas. A seguir está o gráfico 1 referente a quantidade de participantes do sexo feminino e masculino:

Gráfico 1 – Total de amostras por sexo.

Gráfico, Gráfico de pizza

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Fonte: elaborado pelos autores conforme pesquisa.

RESULTADO ANAMNESE

A seguir encontra-se o gráfico de análise das anamneses, tendo como foco as demandas dos responsáveis que os levaram a participar do projeto conforme o gráfico 2 a seguir, os marcos dos desenvolvimentos das crianças participantes representados no gráfico 3, a possibilidade de risco durante a gravidez no gráfico 4 e se há histórico familiar de TEA no gráfico 5.

Gráfico 2 – Demandas

Gráfico, Gráfico de pizza

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Fonte: elaborado pelos autores conforme pesquisa.

Pode-se ver na tabela acima que menos da metade dos responsáveis participantes, 36,4%, escolheram participar do projeto porque seus filhos apresentavam algum sinal de TEA. Em seguida temos o terceiro gráfico que demonstra, a partir das perguntas norteadoras sobre marcos do desenvolvimento na anamnese, no qual a maioria das anamneses os pais reportaram atrasos na fala e no desenvolvimento motor grosso. 

Gráfico 3 – Marcos do desenvolvimento

Gráfico, Gráfico de barras

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Fonte: elaborado pelos autores conforme pesquisa.

Observa-se então que no quesito da fala, mais de 60% dos participantes estão dentro do marco do desenvolvimento para essa faixa etária e quase 40% apresentaram atraso.

O quarto quesito a ser analisado foi a possibilidade de complicações durante a gravidez, porém como pode ser visto no Gráfico 4 abaixo, 100% das mães relataram não terem complicações sérias durante o período gestacional. Embora a genética desempenhe um papel crucial no desenvolvimento do TEA os fatores ambientais são igualmente importantes e por isso é necessário levá-los em consideração. 

Como demonstram diversas pesquisas e revisões literárias, fatores como estresse, uso de certos psicotrópicos ou ainda uma hiper ingestão medicamentos como paracetamol ou àcido fólico podem estar correlacionados ao desenvolvimento de condições como o TEA e outras doenças (Astolfo et al, 2024; Boquady et al, 2024; Cantilino et al, 2017; Luna e Lima, 2023). 

Gráfico 4 – Complicações na gravidez

Gráfico, Gráfico de barras

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Fonte: elaborado pelos autores conforme pesquisa.

O último aspecto analisado dentro das anamneses foi se há ou não históricos de familiares que possuem TEA. Como pode ser vista no Gráfico 5 a seguir, 63,6% dos entrevistados possuem algum parente com diagnóstico TEA. Já 18,18% negaram conhecimento de parentes que estejam no espectro autista e os outros 18,18% relataram não terem conhecimento de pessoas autistas na família, porém que possuem parentes diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Gráfico 5 – Histórico de TEA na família

Gráfico, Gráfico de pizza

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Fonte: elaborado pelos autores conforme pesquisa.

RESULTADO ESCALA M-CHAT

A seguir está o Gráfico 6 da escala M-CHAT aplicada por pontuação que as crianças fizeram e quantitativo de crianças que atingiram a mesma pontuação.

Gráfico 6 – Tabulação da escala M-CHAT.

Gráfico, Gráfico de pizza

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Fonte: elaborado pelos autores conforme pesquisa.

Observa-se a pontuação alcançada pelas crianças no teste e a variação da quantidade de crianças que atingiu a mesma pontuação. A pontuação no teste M-CHAT de 0-2 pontos se refere ao baixo risco de autismo, o qual somente uma criança pontuou 0, tendo 30% das crianças sem apresentar algum risco de TEA.  A pontuação de 3-7, compete a nível médio a alto risco de autismo. 

Neste sentido, conforme gráfico, denota que seis crianças pontuaram na aplicação do M-CHAT entre 3 a 7, sendo que duas crianças pontuaram 3 pontos, uma criança pontuou 4 pontos, duas crianças pontuaram 5 pontos e uma criança pontuou 7 pontos, tendo 70% das crianças apresentando risco médio/alto para TEA.

RESULTADO ESCALA SRS-2

A seguir disponibilizamos o gráfico 7 a seguir que se refere aos resultados quantitativos de crianças com resultados se há ou não risco de TEA e se sim, os níveis de TEA revelados no resultado da escala SRS-2.

Gráfico 7 – Resultados escala SRS -2.

Uma imagem contendo Gráfico

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Fonte: elaborado pelos autores conforme pesquisa.

O gráfico 7 se refere à amostragem da escala SRS-2. Dentre a amostragem observa-se que 100% de crianças se enquadram “Dentro dos limites normais”, diferente dos resultados da Escala M-CHAT onde 70% das crianças apresentaram a hipótese de TEA.

Respectivamente houve 10 crianças dentro dos limites normais que significa que as pontuações neste intervalo geralmente não estão associadas ao TEA clinicamente significativo. Crianças com autismo muito leve podem mostrar pontuações na extremidade superior do nível normal se estiverem bem ajustadas e o seu funcionamento adaptativo estiver relativamente intacto.

Segundo Borges (2021), na adaptação do manual de Escala de Responsividade Social, retrata que quando não encontrados outros critérios diagnósticos para o TEA, as pontuações no nível leve podem sugerir Transtorno da Comunicação Social, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtornos de Ansiedade ou alterações cognitivas leves. Além disso, Borges (2021) afirma ainda que as crianças na extremidade inferior deste nível podem estar razoavelmente bem ajustadas quando não são comorbidamente afetadas por outras condições psiquiátricas infantis.

Deve-se levar em consideração a importância que o meio familiar possui no tratamento da criança autista e o quanto o conhecimento atualizado sobre TEA impacta nesse suporte. Responsáveis legais de crianças autistas diversas vezes entendem que as informações obtidas a partir de médicos ou outros profissionais da saúde são mais do que suficientes, como traz Oliveira (2011) em sua pesquisa, que ao entrevistar 40 pais, 62,5% relataram usar da equipe médica enquanto fonte primária de informação.

Ainda em sua pesquisa, Oliveira (2011) apresenta a correlação entre a escolaridade dos pais e a idade diagnóstica dos filhos autistas, sendo então quanto maior a escolaridade mais precocemente foram iniciados a busca pelo diagnóstico e tratamento. A partir desta informação, pode-se debater o impacto que o conhecimento sobre TEA tem no processo diagnóstico e/ou e rastreio. Como aponta Borsa (2020), há a possibilidade de que resultados obtidos por escalas de auto ou heterorrelato estejam enviesados por conta da desejabilidade social e a avaliação a partir dos valores de terceiros.

Tendo como finalidade a minimização de tais interferências à objetividade da pesquisa, se vê necessária a utilização de diferentes técnicas de obtenção de dados. Sendo assim, a observação comportamental de campo proporciona enxergar integralmente o sujeito, ao considerar os comportamentos relatados em diversos ambientes (Alckmin-Carvalho et al, 2014; Borsa, 2020).

Tabela 1- Resultados do protocolo de observação de rastreio de TEA

CriançaProtocolo de Observação
1Não apresentou sinais significativos para a presença de TEA.
2Não apresentou sinais significativos para a presença de TEA.
3Apresentou sinais significativos para a presença de TEA.
4Não apresentou sinais significativos para a presença de TEA.
5Não apresentou sinais significativos para a presença de TEA.
6Não apresentou sinais significativos para a presença de TEA.
7Não apresentou sinais significativos para a presença de TEA.
8Apresentou sinais significativos para a presença de TEA.
9Não apresentou sinais significativos para a presença de TEA.
10Apresentou muitos sinais significativos para a presença de TEA.

Fonte: elaborado pelos autores conforme pesquisa.

Houve omissões de respostas dos pais nas escalas aplicadas. Nesse sentido, tais omissões de respostas em escalas, questionários e testes podem enviesar os dados (Pasquali, 2001). Desse modo, faz se necessário realizar instrumentos de avaliação assistida em que a criança seja avaliada de forma estruturada em campo seguindo os critérios de avaliação do DSMV-TR, juntamente com a aplicação das escalas e não o uso isolado delas sem esses outros instrumentos em conjunto. 

Ressalta-se que para realizar avaliação diagnóstica requer várias sessões e aplicações de mais instrumentos e testes psicológicos, bem como avaliação médica especializada e da equipe multidisciplinar.

RESULTADO – PROTOCOLO OBSERVAÇÃO COMPORTAMENTAL

Segue abaixo a tabela 1 referente ao resultado do protocolo de observação de rastreio de TEA conforme os critérios do DSM-V-TR das crianças, no qual foi realizado no terceiro e último encontro com elas nas escolas que pode ser verificado o modelo de protocolo de observação no Anexo IV. 

DEVOLUTIVA

Foi realizado contato individual com cada responsável para agradecer a participação na pesquisa e prestar contas sobre os resultados obtidos. Foi informado se a criança atingiu ou ultrapassou a pontuação mínima nas escalas, somados à indícios de sinais significativos na anamnese, apuração das escalas e do protocolo de observação, podendo sugerir a hipótese diagnóstica de que a criança pode ter risco de TEA, conforme DSM-V-TR e que será confirmado ou não essa hipótese pelo médico especialista em TEA, no qual foi encaminhado.

De igual forma, informou-se a cada responsável sobre as crianças que não atingiram a pontuação mínima nas escalas e também não denota apresentar os sinais significativos para a presença de TEA, demonstrando comportamento social bem ajustado, podendo sugerir a pesquisa de outro transtorno como TDAH para justificar as queixas e suspeitas iniciais da família ou da escola, no qual foi encaminhado a profissionais especializados para investigação aprofundada a clínicas e profissionais especializados.

Após o contato com as mães, foi disponibilizado material informativo abordando os principais sinais de TEA, com dicas importantes objetivando levar conhecimento que poderão auxiliar os familiares a lidarem com situações cotidianas de forma segura e mais assertiva.  Esse material foi oferecido às mães e às escolas. Além disso, foi disponibilizado materiais escritos, apostilas, vídeo aula, dicas para intervenção e estimulação a crianças com TEA tanto voltados aos pais e familiares quanto a professores e diretores de escolas após a finalização da participação destes no projeto de iniciação científica realizado.

5. CONCLUSÃO 

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento. O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação social, interesses restritos e comportamentos estereotipados, podendo ser classificado em até 3 níveis de suporte. Sanches e Taveira (2020) ressaltam que as áreas cerebrais afetadas interferem no desenvolvimento e na função neurológica. 

A avaliação precoce do autismo é fundamental para fomentar o desenvolvimento saudável das crianças. Detectar sintomas de autismo nos primeiros anos de vida é uma maneira de garantir que as intervenções sejam aplicadas de maneira mais eficiente e rápida. É uma abordagem proativa que contribui para a maximização das habilidades de comunicação e sociais da criança, oferecendo uma base sólida para seu aprendizado.

Seguindo os objetivos do estudo e, a partir da análise dos resultados obtidos, é possível perceber um fator importante nesse processo, o papel da observação subjetiva nas avaliações comportamentais. Resultados discrepantes entre o M-CHAT e o SRS-2, além dos dados obtidos das observações comportamentais, demonstram o nível de interferência no processo. Enquanto na escala de rastreio precoce 70% dos participantes deram indícios de TEA, na escala de responsividade social nenhum dos participantes apontou estar “Fora dos limites”, o que significa que as pontuações geralmente não estão associadas ao TEA clinicamente significativo. Porém, ao analisar os resultados em conjunto com o protocolo de observação, revela-se indícios de comportamentos característicos de TEA nos participantes. 

Como Borsa (2020) trouxe, um olhar subjetivo sobre o comportamento de terceiros pode enviesar os resultados de um teste, já que os fatos a serem medidos estão sendo descritos a partir de uma lógica particular. Sendo assim, é reforçado o aspecto multi em processos de rastreios e avaliações, justamente para que seja possível a comparação e análise de diferentes fontes.

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1Aluno de graduação de psicologia e integrante do projeto de iniciação científica do curso de psicologia do Centro Universitário Salesiano – UNISALES, Vitória, Espírito Santo, Brasil. E-mail: yana25622@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0009-0001-6320-8437
2Aluna de graduação de psicologia e integrante do projeto de iniciação científica do curso de psicologia do Centro Universitário Salesiano – UNISALES, Vitória, Espírito Santo, Brasil. E-mail: morganaferrazcr@gmail.com Orcid: https://orcid.org/0009-0008-8499-1548
3Mestre em neurociências pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro). Doutoranda em educação pela Christian Business School (CBS, Flórida, EUA). Professora de psicologia e orientadora do projeto de iniciação científica do curso de psicologia do Centro Universitário Salesiano (UniSales, Vitória, ES), psirenatamassalai@gmail.com Orcid : https://orcid.org/0000-0002-9564-4794