EVALUATION OF THE SCHOOL BAG WEIGHT IN PRIMARY EDUCATION IN STATE SCHOOLS IN THE CITY OF NEW FARM – GO1
Autoras:
Eudilene Lívia Barbosa Silva²
Sabrinna Afonso Ferreira ²
Mariane Santos Nogueira³
¹Trabalho de conclusão de curso para obtenção do titulo de Bacharel em Fisioterapia da Faculdade Montes Belos-FMB.
²Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Faculdade Montes Belos-FMB.
Email;eudilenelivia@hotmail.com; e sabrinnaafonso@hotmail.com
3Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Neurofuncional, Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Montes Belos-FMB. Email: mariane.santos@fmb.edu.br
RESUMO
Introdução: A coluna constitui o eixo de sustentação do corpo, e está constantemente susceptível à alterações advindas da má postura, e estas disfunções se originam especialmente durante a infância e adolescência, comumente ligadas ao peso da mochila escolar. Objetivo: Avaliar a ocorrência do peso inadequado da mochila escolar em colégios estaduais do município de Fazenda Nova-GO. Materiais e Métodos: A amostra foi composta por 78 alunos de ambos os sexos que foram avaliados por meio de uma balança, onde foi verificado o peso da mochila e do aluno, altura do aluno, altura da mochila em relação à pelve, aplicação de questionário, bem como palestra educativa ao final da coleta de dados. Resultados: Comparando os resultados em relação ao peso da mochila e a quantidade de alunos com mochilas irregulares em relação à pelve, nota-se que existe um percentual significativo de alunos com mochilas irregulares. Conclusão: A diferença entre peso inadequado e o peso adequado das mochilas em relação ao do aluno, não foi muito relevante, esse estudo teve como principal irregularidade o uso irregular da mochila em relação à altura da pelve. Baseado nas informações colhidas neste estudo sugere-se programas voltados para prevenção primária.
Palavras-Chave: Avaliação em saúde; postura; saúde escolar.
ABSTRACT
Introduction: The column is the body of the support shaft, and is constantly susceptible to alterations caused by poor posture, and these disorders originate especially during childhood and adolescence, commonly linked to the weight of the school bag. Objective: To evaluate the occurrence of inappropriate weight of the school bag in state schools in the city of New-GO Finance. Materials and Methods: The sample consisted of 78 students of both sexes who were evaluated using a scale, which found the weight of the backpack and the student, the student\’s height, backpack height in relation to the pelvis, questionnaire as well as educational lecture at the end of data collection. Results and Discussion: Comparing the results in relation to the weight of the backpack and the number of students with backpacks irregular in relation to the pelvis, it is noted that there is a significant percentage of students with irregular backpacks. Conclusion: The difference between inadequate weight and proper weight of backpacks with respect to the student, it was not very important, this study was mainly irregularity noncompliance backpack for height pelvis. Based on the information collected in this study suggest programs for primary prevention.
Keywords: Health evaluation; posture; school health.
1.0. Introdução
Alterações posturais são resultantes das forças contrárias, além de excessos de solicitações dos músculos e ligamentos. A postura depende de um conjunto de músculos. Considera-se que a postura ideal esteja relacionada com músculos fortes e flexíveis, com equilíbrio ortostático e com diminuição de estresse e tensão nas articulações. Diante das alterações posturais, os músculos da respiração são também prejudicados, em especial o diafragma, pois quando existe uma postura inadequada, os músculos inspiratórios ficam tensos e encurtados onde dificulta movimentos de expiração e limitação da ventilação pulmonar (BRACCIALLI e VILARTA, 2000).
O período escolar é o período que tem maior probabilidade de desencadear alterações na coluna vertebral, devido ao período de desenvolvimento da criança e do adolescente. A boa postura é fundamental, pois tem um papel importante na qualidade de vida da criança e do adolescente, não só para a coluna, mas para todo o corpo. (MOFFAT e VICKERY, 2002; HASHIMOTO et al., 2009).
A dor é um sinal alarmante onde é importante a remoção do fator causal, se existe dor é sinal que há alguma alteração evidente. Alunos do ensino fundamental apresentam em fase de crescimento e desenvolvimento musculoesquelético acelerado, sendo a estrutura da coluna muito diferente do adulto. O crescimento das estruturas da coluna vertebral leva maior tempo que os demais tecidos esqueléticos para adquirirem a integridade postural (WINTER, BRADFORD e LONSTEIN, 1987; PASCOE et al., 1997; HEREDIA e RODRIGUES, 2008).
Através da existência confirmada do excesso de peso na mochila escolar esta pesquisa se mostra relevante, a fim de orientar quanto a prevenção de disfunções posturais, bem como dar continuidade com outras pesquisas para melhorar a qualidade de vida desses alunos, com a finalidade de implantar nas escolas, avaliações posturais e orientações como modalidades preventivas das principais alterações musculoesqueléticas associadas a sobre carga imposta pelas mochilas escolares. tendo como objetivo investigar o peso da mochila escolar de crianças do quarto e quinto ano do ensino fundamental de colégios estaduais no município de Fazenda Nova- GO.
2.0. Materiais e Métodos
Foi realizado um estudo quantitativo-descritivo no Colégio Estadual Alfredo Nasser, situado na Avenida Rio Grande do Sul, esquina com Rua 07, Centro, Fazenda Nova – GO; e no Colégio Estadual Tiradentes, situado na Avenida Goiás esquina com Avenida Brasília, Centro, Fazenda Nova – GO. Realizado no mês de outubro de 2014. A amostra foi composta por 78 alunos, do quarto e quinto ano do período vespertino do Colégio Estadual Tiradentes e quarto e quinto ano do período matutino do Colégio Estadual Alfredo Nasser. Foi apresentado o projeto à direção dos colégios e juntamente a Carta de Autorização para Coleta de Dados, autorizando a realização do projeto.
Como critérios de inclusão foram selecionadas todas as crianças cujos pais concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), crianças regularmente matriculadas no quarto e quinto ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Alfredo Nasser e Colégio Estadual Tiradentes, e de ambos os gêneros. Optamos por estas turmas devido à maioria dos estudantes utilizarem a mochila escolar.
Foram excluídas as crianças cujos pais não aceitaram a participação dos seus respectivos filhos na pesquisa, não assinaram o TCLE e crianças que não utilizavam mochila escolar.
Não houve desconforto e riscos esperados como de alunos se sentirem constrangidos por serem avaliados, ou quedas no momento da avaliação, o que poderia causar alguma lesão. Todos os procedimentos foram realizados com o maior cuidado e atenção possíveis, porém, caso houvesse, o aluno seria encaminhado à Unidade Básica de Saúde mais próxima conforme Carta de Autorização para Encaminhamento que se encontrou à disposição para atendimento.
Teve como principal fator de exposição a ocorrência do peso inadequado da mochila escolar. Os dados dos alunos foram transcritos para o questionário de informações pessoais desenvolvidos pelas pesquisadoras, contendo informações pessoais sobre o aluno e a escola onde estuda, avaliação do aluno e da mochila, o que geralmente carrega dentro da mochila, características da mochila, forma como a mesma é transportada informações sobre a prática de atividade física. E ainda, avaliação de possível presença de dor por meio da escala Eva segundo Wall e Melzack, (1990).
Para a avaliação do peso dos alunos e peso das mochilas, foi utilizada uma balança mecânica com avaliador de altura devidamente aprovada pelo órgão responsável (Inmetro) com capacidade de 150 kg. As crianças tiraram somente os sapatos e meias para verificação do peso corporal, onde foram avaliados alunos de ambos os gêneros.
Foi ministrada uma palestra aos alunos orientando quanto ao peso correto da mochila escolar, possíveis complicações devido à sobrecarga, como dor e diminuição da qualidade de vida, e houve entrega de folhetos explicativos, pois é importante que os alunos tenham consciência do peso ideal para não sofrer futuramente.
A pesquisa teve inicio após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade
União de Goyazes de Goiás (FUG-GO), localizado na Rodovia GO-060, Km 19, Setor Laguna Parque, Trindade-Goiás. (62) 3506-9300. Onde a pesquisa seguiu todas as normas estabelecidas pela resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovada sobre o protocolo N° 060/2014-2.
Os dados foram analisados por profissional estatístico, por meio do programa Microsoft Office Excel 2010.
Os dados coletados referentes ao estudo serão mantidos por um período de cinco anos arquivados em armários trancados na casa da pesquisadora Eudilene Livia Barbosa Silva tendo acesso à chave somente a pesquisadora e após, o material será reciclado para garantir o sigilo das informações colhidas.
3.0. Resultados
As características dos alunos da amostra, quanto ao peso do aluno, altura, peso da mochila, alunos por denominação de escala da dor, alunos com mochilas regulares e irregulares e detalhes sobre as mochilas irregulares estão sendo demonstrados nos gráficos abaixo. Estes dados foram obtidos através da aplicação de questionários, por meio do presente estudo.
Gráfico 1. Alunos por peso.
O gráfico 1 alunos com seus respectivos pesos, sendo que 30,76% dos alunos estão com peso entre 20 a 30 kg, 37,17% estão com o peso de 30 a 40 kg, 25,64% estão pesando de 40 a 50 kg, e 6,41% estão com o peso de 50 a 60 kg.
Gráfico 2. Altura dos alunos.
O gráfico 2, altura dos alunos por metros e centímetros, sendo que 1,28% dos alunos medem de 1,10 cm a 1,20 cm, 15,38% com 1,20 cm a 1,30 cm, 43,58% estão com 1,30 cm a 1,40 cm, 30,76% estão com 1,40 cm a 1,50 cm, e 8,97% dos alunos com altura entre 1,50 cm a 1,60 cm.
Gráfico 3. Peso da mochila.
O gráfico 3 nos mostra a porcentagem de mochilas e seus pesos representados em kilogramas (kg), onde, 19,23% das mochilas pesam de 1 a 2 kg, 39,74% pesam de 2 a 3 kg, 11,53% de 3 a 4 kg, 15,38% com 4 a 5 kg, 12,82% das mochilas pesam de 5 a 6 kg e 1,28% com peso entre 6 a 7 kg.
Gráfico 4. Mochilas com peso adequado e inadequado em relação ao peso do aluno.
Gráfico 4, 56 % das mochilas se encontram com o peso adequado, não ultrapassando os padrões de 10% do peso corporal do aluno. 44% encontram-se com suas mochilas inadequadas, transcendendo o peso do aluno.
Gráfico 5. Porcentagem em relação à escala da dor.
O gráfico 5 mostra a quantidade de alunos representados em porcentagem, revelando a escala da dor sendo ela descrita em dor leve, moderada e intensa. Diante desta avaliação percebe-se que 28 alunos (35,89%) representam a dor leve, 35 alunos (44,87%) a dor moderada e 15 alunos (19,23%) a dor intensa. Existe uma grande porcentagem de alunos que nos relataram sobre o linear de dor moderada, 55,12% representam as dores leve e intensa.
Gráfico 6. Mochilas irregulares em relação à pelve.
O gráfico 6 demonstra a porcentagem da medida de centímetros quanto ao posicionamento da mochila em relação à pelve. 16 alunos (21,05%) estão com suas mochilas irregulares, apresentando de 6 a 12 cm abaixo da pelve, 35 alunos (46,05%) encontram-se com suas mochilas de 13 a 18 cm inferior a pelve, 13 alunos (17,10%) com 19 a 23 cm inferior a pelve, 7 alunos (9,21%) com 24 a 29 cm inferior à pelve e 5 alunos (6,57%) com 30 a 34 cm inferior à pelve.
Gráfico 7. Alunos com mochilas regulares e irregulares.
Em relação ao peso da mochila e a quantidade de alunos com mochilas irregulares em relação à pelve, existe uma porcentagem maior de alunos com o uso irregular da mochila em relação à altura da pelve.
De acordo com o gráfico 7, 2,56% representados por 2 alunos, estão com suas mochilas regulares, estão corretas em relação ao corpo e a pelve. 97,43% que são representados por 76 alunos encontram-se com mochilas irregulares em relação à pelve.
Gráfico 8. Mochilas carregadas corretamente e incorretamente.
92,% dos alunos relataram que carregam suas mochilas corretamente, utilizam as duas alças apoiadas em ambos os ombros; e 8% dos alunos carregam as mochilas de forma inadequada, utilizando somente uma das alças em um dos ombros.
4.0. Discussão
Segundo os autores Braccialli e Villarta (2000) Contri et al., (2009), Valladão, Lima e Barroso (2009), desvios posturais que ocorrem em crianças na fase de crescimento, podem aumentar durante atividades escolares. As alterações posturais na infância podem ser um dos fatores que predispõem à condições degenerativas da coluna no adulto, manifestadas geralmente por um quadro álgico.
Kapandji, (2008) relata que a pelve em posição neutra, permite que haja uma postura padrão, ossos dos membros inferiores em alinhamento ideal para sustentação do peso. Grimmer et al. (2002) acredita que, para minimizar a sobrecarga sobre a postura, deve se posicionar a mochila escolar na altura da pelve, o presente estudo avaliou a altura da mochila em relação à pelve confirmando assim um grande percentual em relação de mochilas irregulares. Nas pesquisas de Ritter e Silva, (2006); Fernandes e Casarotto, (2008); Almeida, (2006), ocorreu utilização de mochila de duas alças, sendo que, de acordo com a literatura, os alunos que utilizam mochilas de duas alças podem expressar alterações posturais e problemas musculoesqueléticos, mesmo sendo uma forma menos prejudicial de transporte. neste estudo a maior parte dos alunos carrega mochila corretamente com as duas alças apoiadas ao ombro.
Rosa Neto, (1991); Braccialli e Villarta, (2000) relatam que carregar mochila corretamente com duas alças não impede de ter complicações futuras pois as cargas transportadas produzem mudanças na postura, as crianças carregando mochilas de um lado apenas esta sobrecarregando as estruturas contralaterais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o peso das mochilas poderá comprometer a postura se o mesmo ultrapassar 10% do peso do aluno do ensino fundamental (MARTINEZ et al., 2006; WHO, 2009). O estudo avaliou o peso do aluno e o peso da mochila onde observamos que a diferença entre o peso inadequado e o peso adequado das mochilas em relação ao do aluno, não foi muito relevante.
Este estudo avaliou através da Escala Analógica da dor EVA os alunos classificando entre dor leve, moderada e intensa onde constatou que a maioria dos alunos sente dor moderada e intensa. Para Heredia e Rodrigues (2008), a dor pode ter diversas origens, e com a sobrecarga do material escolar, vai haver aumento na compressão intradiscal e sobrecarga nos músculos eretores da coluna. Como medidas de prevenção desses agravos, incluem orientações para que haja melhora postural, instruindo o indivíduo à proteger sua coluna. Baseado neste estudo foi aplicado aos alunos orientações sobre melhor forma de carregar a mochila escolar, o que podem fazer para diminuir o peso excessivo, posturas corretas.
Adotando posturas inadequadas músculos da respiração em especial o diafragma, vai manter os músculos inspiratórios tensos, provocando encurtamento dos mesmos, dificultando movimento de descida do tórax na expiração, e limitação da ventilação pulmonar (BRACCIALLI & VILLARTA, 2000).
5.0. Conclusão
Constamos através da presente pesquisa que a diferença entre o peso inadequado e o peso adequado das mochilas em relação ao do aluno, não foi muito relevante, esse estudo teve como principal irregularidade o uso inadequado da mochila em relação à altura da pelve. Devido tais circunstâncias, houve orientações para conscientização postural, uso correto da mochila e quais agravos poderiam ocorrer em consequência às irregularidades encontradas, prevenindo assim dores e disfunções posturais nos alunos.
Sugere-se programas voltados para prevenção primaria onde visa adquirir hábitos posturais saudáveis e evitar complicações futuras com mudanças significativas referentes à utilização da mochila escolar e diminuição de quantidade de carga transportada.
6.0. REFERÊNCIAS:
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