EVALUATION OF THE FOOD PROFILE OF PREGNANT PEOPLE IN A FAMILY HEALTH UNIT IN BELÉM-PA.
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10152089
Ana Laura da Costa Medeiros;
Delize Silva Mezzomo;
Karina Rabelo Fernandes.
RESUMO
OBJETIVO: Descrever o perfil alimentar de mulheres grávidas usuárias de uma Unidade de Saúde da Família em Belém-PA. MÉTODO: Um estudo quantitativo observacional do tipo transversal com gestantes usuárias da Unidade de Saúde da Família Canal do Galo I em Belém, Pará. Da pesquisa participaram mulheres com mais de 20 semanas de gestação cadastradas na ESF, sendo realizada uma entrevista na qual a partir de um questionário era levantados dados sobre a alimentação das mães, maiores de 18 anos, durante a gestação RESULTADOS: A amostra para o estudo contou com a participação de 12 gestantes. 41% delas eram primíparas, 58,3% solteiras, 66,7% possuíam o ensino médio completo e 33,3% já haviam tido 4 abortos. 37,5 % das mulheres utilizavam frutas como lanches 91,7% delas utilizavam hortaliças na alimentação diária e 100% delas não faziam uso de refrigerantes. Com relação aos hábitos de vida 100% delas na faziam uso de álcool ou tabaco. A média de idade das participantes foi de 30 anos CONCLUSÃO: São de grande importância as intervenções e variadas as ações que necessitam ser praticadas na atenção ao pré-natal, desde a promoção do consumo de alimentos específicos como frutas, hortaliças e peixes, até orientações usais sobre a troca de refeições principais por lanches por exemplo.
Palavras-chave: Pré Natal 1. Cuidados em Saúde 2. Alimentação na Gestação 3.
ABSTRACT
OBJECTIVE: To describe the dietary profile of pregnant women using a Family Health Unit in Belém-PA. METHOD: A cross-sectional, observational quantitative study with pregnant women users of the Canal do Galo I Family Health Unit in Belém, Pará. The study included women with more than 20 weeks of gestation enrolled at the FHS, and an interview was conducted in which of a questionnaire was collected data on the feeding of mothers, older than 18 years, during gestation RESULTS: The sample for the study was attended by 12 pregnant women. 41% of them were primiparous, 58.3% were single, 66.7% had completed high school and 33.3% had already had 4 abortions. 37.5% of women used fruits as snacks 91.7% of them used vegetables in daily food and 100% of them did not use soft drinks. With regard to the habits of life 100% of them in the use of alcohol or tobacco. The participants’ mean age was 30 years. CONCLUSION: The interventions and the various actions that need to be practiced in prenatal care, from the promotion of the consumption of specific foods such as fruits, vegetables and fish, to guidelines Uses about switching main meals for snacks for example.
Keywords: Pre-Natal 1. Health Care 2. Feeding in Pregnancy 3.
INTRODUÇÃO:
O período gestacional é um momento da vida da mulher que impõe necessidades nutricionais aumentadas, e a adequado nutrimento é primordial para a saúde da mãe. Gestantes têm de consumir alimentos em abundância e quantidade específicas, baseando-se sempre nas recomendações dos guias alimentares e nas orientações oferecidas pelos profissionais da área da saúde para que dessa forma possam atingir as necessidades energéticas e nutricionais, e as recomendações de ganho de peso.1,4
As gestantes são mais vulneráveis à inadequação nutricional porque durante o período gestacional estão sob um aumento na demanda de energia, macro e micronutrientes, processo que ocorre de forma natural durante a gravidez. A qualidade da alimentação e a situação de nutrição da mulher, antes e durante a gravidez, afetam de forma significativa evolução da gestação.5
O ganho hiperbólico de peso está associado a alterações na gestação e também com prejuízos diretos para a mãe como: asfixia, diabetes mellitus gestacional, hipertensão arterial, pré-eclâmpsia, eclampsia, maior retenção de peso pós-parto e aumento do risco de obesidade futura. Por conseguinte, é fundamental dispor de instrumentos capazes de avaliar a ingesta alimentar da mãe de forma a verificar, com eficiência e exatidão, combinações diretas da alimentação para a saúde da mãe.12
As necessidades de fontes energéticas durante a gravidez vão tornando-se maiores de acordo com o aumento dos trimestres da gestação. O gasto de energia total não se altera de forma significativa e o ganho de peso é mínimo durante o primeiro trimestre, é somente a partir do segundo trimestre até o ultimo trimestre de gestação que o consumo de energia adicional é aconselhado.9
No segundo e terceiro trimestres, as carências proteicas estão aumentadas. Porém, a dieta habitual consegue suprir as demandas exigidas pelo período e a biodisponibilidade das proteínas vai tender a aumentar nesta fase. Sendo assim, imputa-se que uma alimentação adequada é importante durante todos os estágios da vida, no período gestacional, então, a alimentação se torna ainda mais essencial para prevenir e evitar os riscos para a gestante e assim prevenir danos.7
Uma maior demanda das necessidades durante o período da gravidez deve-se a contribuição proteica necessária para a formação de diversas estruturas como a placenta, expansão dos tecidos uterinos e desenvolvimento e eclosão do bebé.9
Algumas substâncias como o folato, também conhecido como vitamina b9 apresentam papel chave na redução das chances de desenvolvimento de má formações em estruturas corporais da criança como por exemplo malformações de tudo neural.9
O Diabetes Mellitus Gestacional é também uma das preocupações relevantes durante a gravidez. Essa enfermidade representa cerca de 90% de todas as formas de expressão do diabetes no período gestacional sendo detectados de 1 a 14 % de todas as gestações, acontecendo a exacerbação da intolerância à glicose com uma maior periodicidade no último trimestre de gestação.12
Em mulheres gestantes com diabetes mellitus, o processo biológico de assimilação nutricional é uma estratégia de manifestação primária para a manutenção de glicose no sangue. A American Diabetes Association (ADA) recomenda que todas as mulheres com DMG devam receber instruções por um nutricionista, quando possível.8 Os cuidados realizados no período gestacional, uma nutrição adequada resultante da combinação de uma alimentação equilibrada e ganho de peso dentro das faixas de normalidade podem auxiliar na diminuição da morbimortalidade materna.4,5
Um estudo feito para a criação do Índice de Alimentação Saudável para Gestantes Brasileiras (HEIP-B), como resultado foi observado que mais da metade das gestantes apresentaram dietas classificadas como “precisando de melhorias”, mostrando a importância de se recomendar uma boa alimentação durante a gestação.Existem inúmeras consequências que podem ser observadas com relação à dieta inadequada na gravidez, entre eles o risco de baixo peso ao nascerem, defeitos congênitos, obesidade da gestante, pré-eclâmpsia, crescimento fetal abaixo do esperado, parto prematuro e diabetes.7
No decorrer do período gestacional existe a necessidade de nutrição aumentada, e o adequado nutrimento é primordial para a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Gestantes devem ingerir alimentos em multiplicidade e em frações específicas, levando em consideração as orientações dos guias alimentares e as práticas alimentares culturais, para alvejar as necessidades energéticas e nutricionais, e as recomendações de ganho de peso.8
Análises têm evidenciado um padrão inapropriado no consumo alimentar dos brasileiros, denotado pela alta densidade energética, com altos teores de gorduras e açúcares simples, em detrimento de carboidratos complexos e fibras.4
A combinação demonstrada por vias quantitativas entre dieta e doenças, especialmente as crônicas, vem suscitando o setor da saúde a interferir com alterações nos padrões de consumo alimentar.11
RESULTADOS: A amostra para o estudo contou com a participação de doze gestantes, usuárias da Unidade de Saúde da Família Canal do Galo I, localizado na Avenida Pedro Miranda, Passagem Nossa Srª de Fátima no 11, bairro da Pedreira, Belém, Pará. De todas as entrevistadas, (41%) delas eram primíparas. As entrevistadas foram caracterizadas de acordo com aspectos biológicos, socioeconômicos alimentares e habituais. Na Tabela 1 é descrita a caracterização das gestantes segundo as variáveis de traços sociodemográficos como idade, altura, idade gestacional e peso. As mulheres possuíam idades variáveis entre 25 e 36 anos sendo a média de idade estabelecida estatisticamente foi de 30 anos.
Tabela 1. Perfil das gestantes de acordo com características sócio demográficas segundo as variáveis: idade, altura, idade gestacional, e peso de gestantes atendidas na UBS Canal Galo 1, no ano de 2018. Belém (PA), Brasil, 2018.
A tabela 2 evidencia o perfil de gestantes de acordo com aspectos socioeconômicos como estado civil, escolaridade, moradia, renda familiar, número de filhos e de abortos das mulheres investigadas no presente estudo. No histórico dos aspectos socioeconômicos e pessoais, verificaram-se dois dados importantes no estudo, o primeiro, o mais relevante, pois informou que de todas as mulheres avaliadas cerca de 7 (58,30%) eram solteiras e 2 quase (17 %) delas viviam em união estável. Outro dado importante é que 1 (33,30%) delas já havia realizado 4 abortos.
Tabela 2. Perfil de gestantes de acordo com aspectos socioeconômicos, pessoais e renda familiar de gestantes atendidads na UBS Canal do Galo 1, no ano de 2018. Belém, Pará, Brasil, 2018
Tabela 3. Constam os diversos hábitos alimentares durante o período gestacional, como ingestão de água, número de refeições por dia, lanches dentre outros dados. Dados positivos quanto a ingesta de hortaliças todos os dias foram verificados e 11 delas (91,70%) se alimentavam com hortaliças todos os dias. Outra informação interessante é quanto ao consumo de refrigerantes e delas 12, (100%) não faziam uso de refrigerantes durante a gestação.
Tabela 3. Perfil das gestantes de acordo com os hábitos alimentares segundo variáveis como: lanches, consumo regular de carne vermelha, informações sobre café da manhã dentre outros dados de gestantes atendidas na UBS Canal Do Galo 1, no ano de 2018. Belém (PA), Brasil, 2018.
Tabela 3. Hábitos alimentares (continuação)
Na Tabela 4 as gestantes são descritas segundo seus hábitos de vida. Interessante notar duas informações que chamam a atenção. Primeiramente que de 12 participantes (100%), nenhuma delas fazia uso de álcool ou tabaco. Outra informação de relevância é que 11 delas (91,70%) não praticavam atividades físicas, dessas, 1 (8,30%) apenas praticava atividade física de uma a duas vezes por semana.
Tabela 4. Perfil das gestantes de acordo com os hábitos de vida segundo variáveis como prática regular de atividades físicas e uso de álcool ou tabaco de gestantes atendidas na UBS Canal Do Galo 1, no ano de 2018. Belém (PA), Brasil, 2018.
De acordo com as Tabelas 1, 2, 3 e 4, respectivamente, ressalta-se que algumas alternativas que fazem menção a determinados tópicos dos hábitos alimentares possuíam múltipla escolha, o que justifica a um N maior que a amostra de pessoas entrevistadas.
DISCUSSÃO:
É importante que seja do conhecimento das gestantes, que no período gestacional não é recomendável, assim como para qualquer pessoa, o consumo em quantidades excessivas de gorduras, sódio e açucares na sua dieta.2
Apesar de se saber o quanto é necessário que as grávidas cuidem do seu peso durante a gestação, ainda não há recomendação nutricionais e de ganho de peso específicas para as brasileiras, usa-se recomendações do Institute of Medicine para estimar o ganho de peso e quantificar a necessidade de nutrientes durante este período.4
No presente estudo, a média de peso entre as doze gestantes entrevistadas foi 61,75 kg e o ganho de peso da maioria delas está dentro do esperado para sua idade gestacional, apenas uma delas relatou ter perdido peso no início da gestação, por contas dos frequentes enjoos, mas logo recuperados com o decorrer da gestação e com alimentação conforme lhe foi recomendada.
Uma (8,3%) das doze entrevistadas afirma que faz atividades físicas, relata fazer caminhada 3 vezes na semana com duração de 40 minutos. Portanto, apenas ela está fazendo o que é recomendado para a gestação, a pratica regular de exercícios leves, na qual o pulso não deve ultrapassar 140 batimentos por minuto, sem elevação por períodos maiores de 20 minutos.3
É comum entre os hábitos alimentares que o ganho de peso esteja relacionado também com a ingestão elevada de bebidas com adição de açúcar, como os refrigerantes, por exemplo. Contudo, das gestantes entrevistadas na UBS do Galo I, nenhuma fazia consumo deste tipo de bebida, pois sabem o prejuízo que ele pode causar a saúde delas. Refrigerantes possuem baixo valor nutritivo, além de aumentarem também o risco para doenças crônicas como a diabetes.1,3,6
Em relação ao estado civil das gestantes, 7 delas (58,3%) eram solteiras, 2 (16,7%) viviam em união estável e 2 (16,7%) eram casadas. Sabe-se que a estrutura familiar é um fator de extrema importância e ele pode atingir diretamente as gestantes no que diz respeito ao seu consumo alimentar e até mesmo no peso do bebê ao nascer. Em um estudo, foi relatado que mulheres que vivem com o companheiro e com menor quantidade de filhos tendem a ter acesso a uma alimentação de melhor qualidade e ter filhos mais fortes e saudáveis. No presente estudo, apenas uma (8,3%) gestante tem mais de 3 filhos.8
Quanto a escolaridade, 3 (25%) delas afirmaram ter cursado até o ensino fundamental, 1 (8,3%) o ensino médio incompleto e 8 (66,7%) delas o ensino médio completo. Vale ressaltar, que a baixa escolaridade é considerada pelo Ministério da Saúde como um fator de risco obstétrico. Em um estudo feito em Belo Horizonte, gestantes com quatro anos ou mais de estudo apresentaram ganho de peso maior quando comparado às demais, confirmando que a escolaridade é um marcador importante quanto a relação com o acesso aos alimentos com maior qualidade nutricional. Ainda assim, observou-se que o nível de escolaridade reflete a situação socioeconômica, portanto, as gestantes com menor poder aquisitivo priorizam o consumo de alimentos mais calóricos, por terem um custo reduzido. No entanto, no nosso estudo, as dozes entrevistadas referem ter uma renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos, que as encaixam no perfil de baixa renda, mas isso não refletiu diretamente na alimentação delas, pois apesar disso, elas buscam ter uma alimentação saudável mesmo dentro da condição que apresentam.2,10
Outro fator apontado pela literatura foi a ingestão de líquidos durante a gestação, além da alimentação. Deve-se ter um consumo total de 1,5 a 2 litros/dia, que podem estar inseridos também o consumo de sucos, caldos, sopas e outros líquidos, principalmente entre as refeições. No estudo, 2 (16,65%) das gestantes relataram ingerir de 1 a 3 copos por dia de água, 3 (25%) de 4 a 6 copos, 5 (41,7%) delas de 7 a 10 copos e apenas 2 (16,65%) acima de 10 copos por dia. E em resposta a se elas substituíam água por outro líquido, 4 (33,3%) afirmaram substituir, mas em poucos casos, e quando fazem é por suco de fruta natural. Além disso, o consumo de água ajuda a evitar o risco de aumento da pressão arterial que pode levar a pré-eclâmpsia e eclampsia nas gestantes.2,7
Quanto ao número de refeições por dia, é recomendado que se faça de 5 a 6 refeições por dia, sendo que a dieta deve ser fracionada com menores porções como café da manhã, lanche (opcional), almoço, merenda, jantar, ceia (opcional), com intervalo de 3/3 h, para que assim durante o dia elas possam ter aporte suficiente de nutrientes e energia que necessitam para o dia. Dentre as entrevistadas 5 (41,7%) afirmaram fazer 5 ou mais refeições e as outras 7 (58,3%) fazem 3 a 4 refeições por dia.10
Levando em consideração a necessidade de inserir os lanches nas refeições, é importante ressaltar o cuidado que as gestantes devem ter na hora de escolher qual alimento consumir, e de acordo com a OMS, não se deve substituir as refeições principais por lanches, o que pode ocasionar problemas de saúde no futuro, pois os alimentos ditos como tradicionais das refeições importantes, são fontes de fibras, minerais e vitaminas, que ao serem substituídos entram alimentos com alta densidade energética e pior qualidade nutricional. Dentro desta categoria, o consumo de bolacha e biscoitos foi relatado por 5 (20,9%) das gestantes o que pode favorecer a elas um ganho de peso gestacional acima do recomendado.6,8
Em relação a uma das refeições principais o café da manhã está entre as mais importantes e todas as entrevistadas afirmaram fazê-las sempre, umas em quantidades elevadas, outras nem tanto, mas respeitando suas necessidades nutricionais. O hábito de não consumir o café da manhã não é uma maneira efetiva de controlar o peso e há uma grande ligação dela com a obesidade.6
É importante também, explorar sobre os efeitos da cafeína tem na saúde do bebê, apesar de não estarem bem estabelecidos ainda, deve-se evitar o consumo de mais de 200 mg/dia. Podendo ser encontrada em chás, cacau e alguns refrigerantes que também possuem uma quantidade de cafeína significativa, mas que não se aproxima a do café que chega a ser duas vezes maior. No estudo, 50% delas fazem consumo de café apenas pela manhã.9
Quanto a importância do consumo de frutas no período gestacional, as recomendações do Ministério da Saúde brasileiro são para o consumo mínimo de três porções diárias de frutas e mesma quantidade de verduras e legumes. Sendo justificada a recomendação porque são excelentes fontes minerais, fibras e vitaminas, que auxiliam na saúde da mãe e no desenvolvimento do feto. Os dados obtidos no nosso estudo indicam que todas as gestantes atingiram as tais recomendações.4,5,7
Foram levantados dados quanto ao consumo de proteínas no período gestacional, como a ingestão de leite e derivados. 5 (41,7%) consumia pelo menos uma vez ao dia e 7 (58,3%) de duas a três vezes ao dia. Dessa forma, conforme as recomendações do Ministério da saúde, que é de três porções diárias destes na versão integrais, com exceção das orientações de especialistas ou outros profissionais da saúde, a maioria delas está dentro do que é recomendado. O maior percentual das gestantes com o consumo regular de leite integral, sendo ele uma importante fonte de cálcio, está relacionado à proteção de hipertensão na gestação.6,7
Para o consumo de carne, recomenda-se que os profissionais da saúde orientem para o consumo de uma porção diária de tal grupo alimentar, estimulando mais o consumo de frango e peixe, e em caso de consumo de carne vermelha, dar preferência às carnes magras e para que sejam retiradas peles e gordura aparente. No presente estudo, 11 (91,7%) consomem carne vermelha cerca de duas vezes ou mais por semana e apenas 1 (8,3%) consome todos os dias. A elevação na ingestão de gorduras de origem animal está relacionada com o maior ganho de peso até a 27ª semana de gestação.1,6
Em relação ao consumo de álcool e tabaco no período gestacional, nenhuma das entrevistadas relatou fazer uso das substâncias. Segundo um estudo, gestantes que consomem bebida alcóolica durante a gravidez têm pior padrão de consumo alimentar e essas mulheres ganhavam em média 0,7 kg a menos do que as que não consomem. Isto tem uma grande correlação com a idade materna, pois neste estudo, a média de idade das gestantes é de 30 anos, e quando se têm uma gestante em idade precoce ou tardia é mais comum o uso de álcool e tabaco, que estão associados com fatores de risco para desvios no peso ao nascer.8
Cerca de 41,7% das entrevistas são primigestas. Tendo como base um estudo holandês, mulheres com esse perfil tiveram um aumento da consciência da importância da nutrição durante a gestação e buscaram se informar melhor sobre a proteção e bem-estar do bebê.6
CONCLUSÃO
Os resultados encontrados neste estudo indicaram uma alimentação adequada das gestantes, com hábitos alimentares diversificados e favoráveis à manutenção da saúde, rico em frutas e verduras; bom nível de informação sobre alimentação na gestação e boa adequação de atendimento no pré-natal. Porém, também se verificou um perfil sócio epidemiológico pouco favorável ao período gestacional, com baixa escolaridade e renda das entrevistadas.
Conclui-se que são de grande importância as variadas ações que devem ser praticadas na atenção ao pré-natal, desde a orientação quanto ao consumo de alimentos específicos como frutas, hortaliças e peixe, até comportamentos como a troca de refeições principais por lanches.
REFERÊNCIAS:
- Martins, APB; Benício, MHDA. Influência do consumo alimentar na gestação sobre a retenção de peso pós parto. Revista de saúde pública, 2011,v.45, p.870-877.
- K; de Freitas Mendonça , F. Perfil alimentar de gestantes atendidas em um Hospital da Região Noroeste do Paraná. Journal of Health Sciences, 2015 v14, n.2.
- Muniz, NA; Reis, LBSM. Terapia nutricional do Diabetes Mellitus na gestação. Comun. ciênc. saúde,2013 p. 363-374.
- Melere, C et al. Índice de alimentação saudável para gestantes: adaptação para uso em gestantes brasileiras. Revista de saúde pública. São Paulo, 2013 v.47, n.1, p.20-23.
- Zuccoloto, DCC et al. Reprodutibilidade de questões acerca da percepção do ambiente alimentar e acerca do consumo de frutas e hortaliças entre gestantes. Revista de Nutrição, 2013 v.26, n.6, p.727-735.
- De Barros Gomes, C. Práticas alimentares de gestantes e mulheres não grávidas: há diferenças?. Rev Bras Ginecol Obstet, 2015 v.37, n.7, p. 325-32 .
- Almeida , IKC. Hábito alimentar gestacional e intercorrências obstétricas: uma revisão de literatura, 2015. 44 f. Monografia (Graduação em Nutrição) – Centro de Ciências da Saúde – Universidade Federal da Paraíba, Paraíba. 2015.
- Coelho , N.L.P, et al. Padrão de consumo alimentar gestacional e peso ao nascer. Rev Saúde Pública 2015 v.49, p.62 .
- Teixeira, D. et al. Alimentação e nutrição na gravidez.1.ed Lisboa: Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, 2015.
- Teixeira, CSS, Cabral ACV. Avaliação nutricional de gestantes sob acompanhamento de serviços de pré natal distintos: a região metropolitana e o ambiente rural. Rev Bras Ginecol Obstet, 2016 v.38, n.01, p.027-34 .
- Caroline de BG . et al. Práticas alimentares de gestantes e mulheres não grávidas: há diferenças? Disponível na Internet :http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v37n7/0100-7203-rbgo-37-07-00325.pdf . Acesso em: 1 de maio de 2018 .
- Oliveira SC, Lopes MVO, Fernandes AFC. Construção e validação de cartilha educativa para alimentação saudável durante a gravidez. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2014; 22(4):611-20.