AVALIAÇÃO DO ESTADO COGNITIVO E MOBILIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS DA ASSOCIAÇÃO RIOGRANDENSE PRÓ-IDOSOS (ARPI) NO MUNICÍPIO DO NATAL/RN.*

Israel Lúcio de Souza; ¹ Sebastião Franco da Silva; ² Melquisedeque de Souza Duarte ³
* Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do título de bacharel em fisioterapia pela Universidade Potiguar-UnP.
¹ Aluno do Curso de Fisioterapia da Universidade Potiguar.
² Professor da Universidade Potiguar-UnP, Mestre em Ensino de Ciências Através do Uso de Problemas.
³ Professor da Universidade Potiguar-UnP, Mestre em Genética e Biologia Molecular.
Correspondência para: Israel Lúcio de Souza. Rua Àguas Mornas. 2514, CEP 59112460, Natal, RN – Brasil, e-mail: sowza_@hotmail.com.br; israellucio_souza@yahoo.com.br
Resumo
O presente estudo propositou-se a investigar o estado cognitivo através do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), analisar a mobilidade funcional utilizando o “Timed Up and Go Test (TUGT)”, quantificar o risco de quedas e correlacionar os resultados obtidos em ambos os instrumentos avaliativos utilizados nos idosos da Associação Riograndense Pró-Idosos (ARPI) no Município do Natal/RN. Participaram do estudo 80 idosos, sendo 69 do sexo feminino e 11 do sexo masculino. Apresentando idade média de 72,7 (±DP= 7,2) variando entre 60 e 93 anos, escolaridade entre 0 e 16 anos, média de 5,4 anos (±3,5), mediana (5). Resultados: Através do coeficiente de Pearson foi encontrada uma correlação de grau acentuado (r= 0,54) entre o escore do MEEM e a faixa etária dos idosos. O nível de escolaridade apresentou grau significância apreciável (r=0,48) quanto á possível influência no desempenho do MEEM. No desempenho TUGT versus a faixa etária apresentou significância de correlação baixa (r = 0,24). Foi possível constatar que tanto o nível de escolaridade quanto a idade influenciaram diretamente o desempenho no MEEM, principalmente entre os analfabetos. No entanto o desempenho no MEEM superou os pontos de corte de outros estudos. No TUGT os idosos apresentaram desempenho variando entre normal e média anormalidade com baixo risco de quedas. Os idosos da ARPI participam de atividades diárias em grupo e isso justificaria os bons resultados obtidos no MEEM e TUGT. Existe uma possível correlação entre os resultados de desempenho do MEEM sobre o TUGT.
Palavras-chave: Idosos. Cognitivo. MEEM. Quedas. TUGT.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual há alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, com redução na capacidade de adaptação homeostática às situações de sobrecarga funcional, alterando progressivamente o organismo e tornando-o mais susceptível às agressões intrínsecas e extrínsecas. Entre as perdas apresentadas pelo idoso, está à instabilidade postural, que ocorre devido às alterações do sistema sensorial e motor, levando a uma maior tendência a quedas. ¹
Nas últimas décadas, tem-se observado um ritmo mais acelerado no crescimento da população idosa nos países em desenvolvimento, quando comparado aos dos países desenvolvidos. ² As últimas projeções para 2025, divulgadas no U. S. Bureau of the Census (1996), colocam o Brasil, em termos absolutos, como a sétima população de idosos do mundo, isto é com mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. ³
Atualmente na maioria das instituições que procuram dar aos idosos a atenção à saúde fisiológica e social, adotam o critério cronológico que delimita a idade entre o individuo adulto e o idoso que é de 65 anos para as nações desenvolvidas e 60 anos para os países em desenvolvimento. ⁴
Na população idosa, são comuns, queixas sobre o declínio da cognição e da dependência nas atividades funcionais, sendo forte a relação entre nível cognitivo e habilidade funcional. ⁵
O envelhecimento normal engloba um declínio gradual nas funções cognitivas, dependentes de processos neurológicos que se alteram com a idade⁶. A cognição é um termo empregado para descrever toda a esfera de funcionamento mental, que implica a habilidade para sentir, pensar, perceber, lembrar, raciocinar, formar estruturas complexas de pensamento, e a capacidade para produzir respostas às solicitações e estímulos externos. ⁷
O equilíbrio é um processo complexo que depende da integração da visão, da sensação vestibular e periférica, dos comandos centrais, das respostas neuromusculares e, particularmente, da força muscular e do tempo de reação. ⁸ O equilíbrio se deteriora com a idade em decorrência da diminuição das acuidades visual e auditiva, perdas degenerativas do sistema vestibular, redução na flexibilidade, redução da força muscular global e redução das informações. ⁹
A queda é um evento multifatorial, no qual estão envolvidos perda do equilíbrio, alterações na marcha, nos sistemas sensorial e musculoesquelético, além de fatores ambientais. Isso torna sua prevenção muito difícil.¹º As quedas são um dos mais sérios problemas associados com a idade e um dos maiores problemas de saúde pública.¹¹
O “Mini exame Estado Mental (MEEM)” possibilita identificar alterações cognitivas, O escore de desempenho do MEEM consiste numa pontuação que compreende de 0 a 30 pontos, assim computados: 1) escore igual ou maior que 27 – normal; 2) escore entre 24 e 26 – duvidoso; escore igual ou menor que 24 – significa déficit cognitivo possível, porém não é critério diagnóstico para demência. ⁴•¹² No Brasil, o MEEM foi inicialmente proposto por Bertolucci et al. (1994), e observaram que a escolaridade influenciava sobre o escore total em virtude disto estabeleceram pontos de corte de acordo com o nível escolar de cada individuo.¹³•¹⁴
Bertolucci et al. (1994), encontraram pontos de corte diferenciados para o diagnóstico de declínio cognitivo, em função do nível de escolaridade: 13 para analfabetos, 18 para baixa e média escolaridade e 26 para alta escolaridade.¹⁵ Para que o MEEM pudesse ser aplicado em ambientes hospitalares, consultórios e em estudos populacionais do Brasil, foram necessárias algumas adaptações para o uso em nosso meio.¹⁴
A versão “Timed Up and Go Teste” (TUGT), proposto por Podsiadlo e Richardson (1991) mensura, em segundos, o tempo que o indivíduo leva para levantar-se de uma cadeira, caminhar uma distância de três metros, retornar e sentar-se novamente na mesma cadeira.⁷ No TUGT é considerado como desempenho normal para adultos saudáveis um tempo até 10 segundos. Entre 11 e 20 segundos, considera-se normal para idosos frágeis ou com deficiência, os quais tendem a ser independentes na maioria das atividades de vida diária; no entanto, para durações acima dos 20 segundos considera-se necessária avaliação mais detalhada. ¹⁶ Através do TUGT é possível quantificar o risco de quedas de acordo com o grau de normalidade apresentado durante a execução da tarefa. Onde os graus 1, 2, 3, 4 e 5 correspondem respectivamente a: normal, anormalidade leve, média, moderada e grave. ⁴•¹²
O presente estudo propositou-se a investigar o estado cognitivo através do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), analisar a mobilidade funcional utilizando o “Timed Up and Go Test (TUGT)”, quantificar o risco de quedas e correlacionar os resultados de ambos os instrumentos avaliativos em idosos da Associação Riograndense Pró-Idosos (ARPI) no Município do Natal/RN.
METODOLOGIA
A presente pesquisa enquadra-se na categoria de artigo original e caracteriza-se como sendo um estudo observacional, descritiva e de campo. ¹⁷ Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Potiguar no primeiro semestre do ano de 2009.
Primeiramente foi feito um convite de participação na pesquisa aos responsáveis pela a Associação Riograndense Pró-idosos (ARPI). Após a autorização, foi realizada a abordagem aos associados da ARPI. E mesmo com a autorização da instituição, os idosos tinham livre arbítrio para participar ou não da pesquisa. Cada indivíduo foi informado sobre os propósitos do estudo e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, do qual receberam uma cópia.
Os dados foram coletados e analisados no segundo trimestre do ano de 2009. A população do estudo foi composta por idosos, freqüentadores do grupo “a tarde é nossa”, da Associação Riograndense Pró-Idosos, todos residentes no Município do Natal-RN. A mostra constou de 80 indivíduos, apresentando idade média de 72,7 anos (±Dp= 7,2), mediana (72), idade mínima e máxima de 60 e 93 anos. Sendo 69 do sexo feminino e 11 do sexo masculino. Os participantes apresentaram escolaridade variando entre 0 e 16 anos, com média de 5,4 anos (±3,5) e mediana (5). Da totalidade da amostra: 10 eram analfabetos (12,50%), 22 (27,50%) tinham de 1 a 4 anos, 33 (41,25%) de 5 a 8 anos e 15 (18,75%) idosos com escolaridade acima 9 anos (Tabela 1).

\"\"
Foram adotados como critérios de inclusão: indivíduos com idade mínima de 60 anos; independência funcional; capacidade cognitiva de entender o propósito do estudo e concordar com o termo de consentimento livre esclarecido. E como critérios de exclusão: perda visual e/ou auditiva, dependência funcional para a deambulação; queixas de quadro álgico; processo de cicatrização óssea recente; amputados de qualquer um dos membros inferiores e patologias neurológicas (Acidente vascular encefálico, Parkinson; traumatismo crânio cefálico; lesionado medular e quadro demencial já instalado). A presença de qualquer um desses fatores dificultaria a realização das atividades propostas em ambos os instrumentos avaliativos.
A avaliação da função cognitiva foi realizada através de uma versão do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) apresentado por Maciel (2002)¹², associado ás adaptações na orientação temporal e espacial, aplicadas por Brucki et al. (2003).¹⁴ Inicialmente o voluntário foi orientado a respeito do funcionamento dos instrumentos avaliativos utilizados e de seus objetivos para o estudo. As questões do Mini-Exame Mental foram lidas de forma pausada e em tom de voz perceptível a audição de cada participante do estudo.
A análise da mobilidade funcional foi realizada através do “Timed Up and Go Test (TUGT)”, de acordo com a descrição de Webber (2004).⁷ No teste foi observado o equilíbrio, o registro do tempo consumido e a análise do risco de quedas de cada indivíduo. Primeiramente foi realizada uma breve demonstração do teste a cada voluntário do estudo. Os participantes foram instruídos a realizar o teste em velocidade habitual e a não conversar durante a sua execução. No TUGT, o idoso partia da posição sentada em uma cadeira, em seguida deambulava um percurso de três metros em superfície plana e antiderrapante. O teste iniciava a partir do comando verbal juntamente com a cronometragem acionado pelos responsáveis do estudo. Sendo interrompido no momento em que o idoso retornava a sentar-se novamente na cadeira.

RESULTADOS
O escore do MEEM e a faixa etária de todos os indivíduos apresentaram grau de correlação acentuado (r=0,54). A correlação do nível escolar com o escore obtidos no MEEM mostrou-se significante (r=0,48) através do coeficiente de Pearson. No exame cognitivo foi encontrado um escore médio foi de 25,6 com desvio padrão ± 3,5, mediana de 27, escore máximo e mínimo de 30/14 (Gráfico 1).
\"\"
O escore do MEEM foi analisado de duas formas. Primeiro não levando em consideração o nível escolar. Na tabela 2 é possível observar que pouco mais da metade da amostra, 41 voluntários, apresentaram um estado cognitivo normal com escore compreendido entre 30 a 27 pontos.  21 idosos apresentaram estado cognitivo na fronteira entre o normal e o déficit cognitivo com escore entre 26 a 24 pontos. Enquanto que 18 idosos obtiveram pontuação abaixo de 24 pontos, podem apresentar possível declínio cognitivo. Esta classificação foi mencionada por Maciel (2002).
\"\"
A segunda análise foi realizada, em razão de outros estudos relatarem a influência do nível escolar no desempenho cognitivo, sendo esta, que foi levado em consideração nesta pesquisa em termos de comparação dos resultados obtidos em ambos os testes. De acordo com esta análise os participantes apresentaram os respectivos escores médios: sem escolarização (20,8); entre 1 a 4 anos (25,04); de 5 a 8 anos (26,84); e aqueles que possuíam escolaridade superior a 9 anos de estudo (26,93). Sendo possível identificar o menor (14) e maior (30) escore apresentado entre todos os participantes (Tabela 3).
\"\"
O gráfico (2) representa o grau de equilíbrio, observado através da performance dos idosos no TUGT. No presente estudo forma encontrados os seguintes resultados referentes ao equilíbrio: 68 idosos apresentaram equilíbrio satisfatório em todos os momentos do teste; 8 idosos apresentaram desequilíbrio no momento da realização do giro de 180º e 4 idosos apresentaram desequilíbrio durante a transferência da cadeira para a postura bípede e no giro de 180º.
\"\"
No TUGT quando confrontado o tempo de desempenho e a faixa etária dos indivíduos foi encontrado uma significância de correlação baixa (r = 0,24) através do coeficiente de Pearson.  O desempenho médio foi de 11,41 segundos (Dp = ±2,9); mediana de 10,7 segundos; menor tempo de 6,8 e maior tempo de 19,72 em segundos (Gráfico 4).
\"\"
Entre os 80 idosos, 29 deles apresentaram uma idade média de 71,55 anos (Min = 62; Máx = 89) e tempo de desempenho médio de 8,85 (Min = 9,93 seg; Máx = 6,84 seg). O restante, 51 idosos, apresentaram idade média de 73,29 anos (Min = 60; Max = 93) e tempo de desempenho médio de 12,86 segundos (Min = 10,18 seg; 19,72 seg). No TUGT é observado que a variável idade, também está diretamente envolvida no fator desempenho do idoso, determinando um maior ou menor tempo para realização do teste funcional (Tabela 4).
\"\"
DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
Os resultados obtidos através do MEEM apontam que pouco mais da metade dos idosos, 41 participantes, encontra-se com o estado cognitivo normal. E o restante, 39 idosos, apresentaram estado cognitivo duvidoso e com possível declínio cognitivo (Tabela 2).
Quando considerado a segunda análise do MEEM esses indivíduos que apresentariam estado cognitivo variando entre duvidoso e o possível declínio cognitivo, não estariam mais enquadrados nesta margem (Tabela 3). Uma vez que todos os participantes, através de seus respectivos resultados, apresentaram escores acima dos seguintes pontos de corte: 13 para analfabetos, 18 para baixa e média escolaridade e 26 para alta escolaridade.¹² Resultados semelhantes foram encontrados por Brucki et al., e Lourenço & veras. Sendo superior aos resultados encontrado por Lanks et al., entre indivíduos não alfabetizados e alfabetizados.•¹⁴•¹⁵•¹⁸
Brucki et al., avaliaram 433 indivíduos saudáveis e sem queixa de memória, compreendidos numa faixa etária entre 16 e 92 anos. Obtendo os respectivos escores medianos por escolaridade: analfabetos (20); 1 a 4 anos (25); 5 a 8 anos (26,5); 9 a 11 anos (28); acima de 11 anos (29). ¹⁴
Lourenço & veras (2006), submeteram a uma avaliação geriátrica 303 indivíduos idosos, do Hospital Universitário da cidade do Rio de Janeiro, com idade igual e superior a 65 anos, constando que o melhor ponto de corte para indivíduos analfabetos foi 18/19 e para aqueles com instrução escolar foi 24/25.¹⁵
Lanks et al., aplicaram o MEEM em 341 idosos residentes na comunidade da cidade de Santo Antônio de Pádua, RJ, com idade variando entre 65 e 85 anos. Em seu estudo os idosos analfabetos e alfabetizados atingiram os respectivos escores: 17,08 e 22,34. ¹⁸
A primeira leitura dos escores do MEEM foi necessária, pois nos permitiu identificar diferenças dos escores entre a faixa de classificação original e, com os pontos de corte utilizados para atenuar o nível de escolarização da população estudada (Tabela 2 e 3). Em ambos os estudos pré-citados, os autores constataram que os fatores idade e escolaridade influenciavam o desempenho dos participantes no MEEM. Nesta pesquisa o mesmo foi constatado, pois os resultados foram condizentes com a escolarização dos idosos (Tabela 3).
Os bons resultados apresentados no exame cognitivo podem ter sido determinantes no desempenho do TUGT. Pois todos os idosos realizaram o teste de mobilidade funcional com tempo inferior a 20 segundos e média de 11,41 segundos (Gráfico 4). Apenas 12 indivíduos apresentaram desequilíbrio compreendido entre leve a moderado e com baixo risco de quedas (Gráfico 3). Os desequilíbrios foram detectáveis durante a transferência da cadeira para a postura bípede e no giro de 180º necessário para o retorno do percurso (Gráfico 2). Adultos saudáveis costumam realizar a tarefa em 10 segundos; considera-se que de 11 á 20 segundos sejam os limites normais de tempo para idosos frágeis ou pacientes deficientes; mais de 20 segundos na execução da atividade é considerado um valor indicativo da necessidade de intervenção adequada, se a tarefa for realizada com tempo superior a 30 segundos haverá risco aumentado de quedas e de dependência funcional. ⁴•²•¹²
Soares et al., avaliaram a propensão a quedas em idosos institucionalizados e não-institucionalizados, através do TUGT para ver o nível de mobilidade funcional de 53 idosos institucionalizados e 53 não institucionalizados. No grupo de idosos institucionalizados 65,38% realizaram o teste em menos de 20 segundos, 23,08% entre 20 e 29 segundos e 11,54% em tempo superior a 30 segundos. ¹⁹ No grupo dos idosos não institucionalizados, 100% dos indivíduos obtiveram um desempenho inferior a 20 segundos.
Greve et al., utilizaram o TUGT para a avaliação da mobilidade em 35 idosos institucionalizados e não-institucionalizados com idade superior a 60 anos. O grupo institucionalizado apresentou média de 24,26 segundos e o grupo não institucionalizado 15,45 segundos. ⁹ De acordo com Freitas et al., os idosos que apresentaram médias de tempos elevados estão propensos a alterações na mobilidade e a risco de quedas.⁴
Os resultados da pesquisa obtidos através do TUGT coincidiram os valores dos estudos de Soares et al., e de Greve et al., nos grupos não institucionalizados.
Guimarães et al., aplicaram o teste \”Timed Up & Go\” para mensurar o nível de mobilidade funcional e propensão a quedas em 20 idosos sedentários e 20 idosos praticantes de atividade física. Em seu estudo 95% dos idosos praticantes de atividade física, realizaram o teste com menos de 10 segundos, 5% realizaram o teste entre 10 e 20 segundos. ²º O resultado deste estudo assemelha-se aos valores obtidos na atual pesquisa, pois, os idosos da ARPI também participam semanalmente atividades físicas, entre elas a hidroginástica, passeios em grupo, seresta e dança. Assistem a aulas de reciclagem escolar, instrumentos musicais.
A quantidade de estímulos a que é exposto, além dos aspectos psicoemocionais e sócio-culturais, influenciam sobremaneira nas habilidades e na capacidade cognitiva. ⁷
Através dos dados obtidos, pode-se afirmar que existe uma possível correlação entre os resultados de ambos os instrumentos avaliativos. Os resultados encontrados no MEEM foram satisfatórios, o que indica uma normalidade da função cognitiva. Este desempenho cognitivo influenciou de forma positiva o desempenho dos idosos no teste de mobilidade funcional. Todos os idosos realizaram o TUGT em um tempo inferior a 20 segundos e sendo, portanto, considerados independentes para a realização de atividades diária.
Alguns autores evidenciam a importância da função cognitiva, especialmente a atenção, como um fator importante na manutenção do equilíbrio. Os idosos com risco aumentado de perda de equilíbrio e queda, podem não ter condições de alocar recursos cognitivos relacionados à atenção suficientes para o controle postural. ²¹
CONCLUSÔES
O processo de envelhecimento é acompanhado por alterações físicas, morfológicas, comportamentais, mentais e limitações funcionais. Atualmente as estatísticas apontam para uma crescente demanda da população idosa. Por esta razão se faz necessário desenvolver pesquisas que se encarreguem de analisar e conhecer melhor os fatores determinantes deste estágio da vida. E assim lançar mão de medidas preventivas voltadas para os cuidados com a saúde mental, funcional e redução do risco de quedas. Acreditamos que esta pesquisa possa contribuir para determinar o perfil de idosos que se submeteram a exames avaliativos do desempenho funcional e mental no município do Natal-RN. Espera-se que esta pesquisa possa complementar outros trabalhos já existentes ou semelhantes na área da prevenção e medidas avaliativas de saúde com a finalidade de melhor estudar as características funcionais e cognitivas dos idosos. Todos os objetivos foram alcançados em sua plenitude, visto que, os resultados obtidos na avaliação cognitiva através do MEEM e do TUGT foram satisfatórios em sua totalidade considerando outros estudos existentes.
AGRADECIMENTOS
A Direção e aos idosos da Associação Riograndense Pró-Idosos (ARPI).
REFERÊNCIAS
1. MAZO, GZ; LIPOSCKI, DB; AMANDA, CE; PREVÊ, D. Condições de saúde, incidência de quedas e nível de atividade física dos idosos. Rev. bras. de Fisioterapia. São Carlos, v. 11, n. 6, p, 437-442, Nov./dez. 2007.
2. REBELATTO, JR; MORELLI, JGS. Fisioterapia Geriátrica: A prática de Assistência ao Idoso. 2ª edição. Ampliada, Barueri, SP: editora: Manole. Ano, 2007; cap. 5; p.167-188.
3. CARVALHO, ETF, PAPALÉO, MN. Geriatria fundamentos, clínica e terapêutica [autores]. 2ª edição. São Paulo, Ed. Ateneu, Ano 2006. Cap.2, p. 19.
4. FREITAS, EV; PY, L; XAVIER, FA; Doll, Johannes; Gorzoni, Milton Luiz. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª Ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006; cap. 1; 126. p.9; 921-928;1198-1200.
5. MARRA, TA; PERREIRA, LSM; FARIA, CDCM; PERREIRA, DS; MARTINS, MAA; TIRADO, MGA. Avaliação das atividades de vida diária de idosos com diferentes níveis de demência. Rev. bras. Fisioter. São Carlos. v. 11, n. 4, p. 267-273. Jul/ago. 2007.
6. RODRIGUEZ, V. O teste timed up and go como predutor de quedas em idosos acima de 50 anos. Faculdade Assis Gurgacz, Cacavél/PR, ano 2006. Fone: (45) 3321-3965, Site: www.comitedeetica@fag.edu.br.
7. WEBBER, AA. Avaliação da propensão a quedas em idosos institucionalizados e não-institucionalizados correlacionando com o nível de cognição e equilíbrio. Monografias do curso de fisioterapia – UNIOESTE – n. 01-2004 ISSN 1678-8265; Cascavél; Disponível: www.google.com.br.
8. SILVA, A; ALMEIDA, G JM; CASSILHAS, R C; COHEN, M; PECCIN, MS; TUFIK, S; MELLO, MT. Equilíbrio, Coordenação e Agilidade de Idosos Submetidos à Prática de Exercícios Físicos Resistidos. Rev Bras Med Esporte– vol. 14, No 2, 2008.
9. GREVE, P; GUERRA, AG; PORTELA, MA; PORTES, MS; REBELATTO, JR. Correlações entre mobilidade e independência funcional em idosos institucionalizados e não-institucionalizados. Rev Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 20, n. 4, p. 117-124, out./dez. 2007.
10. PAULA, FL; JUNIOR, EDA; PRATA, H. “TESTE TIMED “UP AND GO”: uma comparação entre valores obtidos em ambiente fechado e aberto. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 20, n. 4, p. 143-148, out./dez. 2007.
11. CARVALHO, J; PINTO, J; MOTA, J. Atividade física, equilíbrio e medo de cair. Um estudo em idosos institucionalizados. Rev Port Cien Desp 7(2) 225–231 226. Disponível em: www.google.com.br, 2007.
12. MACIEL, AC. Avaliação Multidisciplinar do Paciente Geriátrico: Avaliação pelo fisioterapeuta. Ed. Revinter, ano 2002; p. 01-05, 43-87, 87-98.
13. MACHADO, JC; RIBEIRO, RCL; LEAL, PFG; COTTA, RMM. Avaliação do declínio cognitivo e sua relação com as características socioeconômicas dos idosos em Viçosa-MG. Rev Bras Epidemiol, 2007; 10(4): 592-605.
14. BRUCKI, SMD; NITRINI, R; CARAMELLI, P; BERTOLUCCI, PHF; OKAMOTO, IH. Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no Brasil. Arquivos de Neuropsiquiatria, 2003; 61(3-B): 777-781.
15. LOURENÇO, RA; VERAS, RP. Mini-Exame do Estado Mental: características psicométricas em idosos ambulatoriais. Rev Saúde Pública 2006; 40(4):712-9.
16. FRANCIULLI, SE; RICCI, NA; LEMOS, ND; CORDEIRO, RC; GAZZOLA, JM. A modalidade de assistência Centro-Dia Geriátrico. Ciência & Saúde Coletiva, 12(2):373-380, 2007.
17. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Makron Books, 2002.
18. LAKS, J; BATISTA, EMR; GUILHERME, RL; CONTINO, ALB; FARIA, MEV; FIGUEIRA, I; ENGELHARDT, E. O mini exame do estado mental em idosos de uma comunidade. Arq Neuropsiquiatr. 2003; 61(3-B):782-785.
19. SOARES, AV; MATOS, FM; LAUS, LH; SUZUKI, S. Estudo comparativo sobre a propensão de quedas em idosos institucionalizados e não-institucionalizados através do nível de mobilidade funcional. Fisioterapia Brasil V. 4, n.1, jan./fev., 2003.
20. GUIMARÃES, L.H.C.T.; GALDINO D.C.A.; MARTINS, F.L.M.; VITORINO, D.F.M.; PEREIRA, K.L.; CARVALHO, E.M. Comparação da propensão de quedas entre idosos que praticam atividade física e idosos sedentários. Rev Neurociências, Volume 12 – n°2 – 2004.
21. PERRACINI, MR; RAMOS, LR. Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos residentes na comunidade. São Paulo, SP, Brasil. Rev Saúde Pública 2002; 36 (6):709-16. www.fsp.usp.br/.