AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE HIV/AIDS EM MULHERES TRANSGÊNERO E TRAVESTIS NO MUNICÍPIO DE ITUMBIARA E ENTORNO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7393725


Guilherme Aparecido Gomes da Silva
Rayane Nere Pereira Silva
Nilsivane da Silva Santos
Rafaela Botelho Martins
Bárbara Queiroz de Figueiredo 


RESUMO 

A população de mulheres transgêneras e travestis está incluída entre o grupo de indivíduos que apresentam vulnerabilidades para a prevalência do HIV. Nessa perspectiva, a Organização Mundial de Saúde aponta que este segmento populacional possui 49 vezes maior probabilidade de viver com HIV quando comparado a outros grupos sociais. O objetivo deste estudo é investigar o conhecimento que esse público dispõe sobre o HIV/AIDS. Trata-se de um estudo transversal, observacional, com abordagem analítica quantitativa, com aplicação de questionários.     O estudo foi composto por 74 entrevistadas, com prevalência de 56,75% mulheres que se auto definem transgênero, idade média de 27,4 anos, pardas (43,24%), solteira (79,73%), com escolaridade de 9 a 12 anos de estudo (84,42%), renda mensal média de dois salários mínimos e profissão dominante profissional do sexo com 45,96 %. Diante da realização de testagem rápida foi verificado alta prevalência de HIV com 31,08% (n=23) e Sífilis com 60,81% (n=45) dados que se assemelham aos resultados obtidos por uma pesquisa realizada em 12 cidades brasileiras com este público, o qual demonstrou alta taxas de HIV e Sífilis reativas. Em análise ao grau de escolaridade, observou-se que este fator impacta positivamente no nível de conhecimento sobre HIV/AIDS, portanto observa-se que a população de mulheres transgênero e travestis de Itumbiara e entorno possuem conhecimentos básicos e suficientes sobre o HIV/AIDS.

Palavras-chave: HIV. Infeção Sexualmente Transmissível. Mulher Transgênero. 

1. INTRODUÇÃO

No início da década de 80 foram descritos nos Estados Unidos os primeiros casos da Síndrome da Imunodeficiência Humana, sigla em inglês AIDS, entre homossexuais e usuários de drogas injetáveis, em 1983 o vírus é isolado, e em 1986 após passar por diversas nomenclaturas o Comitê de Taxonomia Viral modifica o nome para Vírus da Imunodeficiência Adquirida, sigla em inglês HIV, responsável por causar a AIDS (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018; UNIVERSITY OF CALIFORNIA AT SAN FRANCISCO, 2012; VERONESI E FOCACCIA, 2015). 

A forma de transmissão da infecção pelo vírus, ocorre através da transferência de células e fluídos contaminados,  podendo ocorrer nas seguintes situações: variações frequentes de parceiros sexuais, sem utilização de preservativos; utilização de sangue ou seus derivados sem controle de qualidade; uso compartilhado de seringas e agulhas não esterilizadas; gravidez em mulheres infectadas e recepção de órgãos ou sêmen de doadores infectados, ressalta-se que o vírus não é transmitido pelo convívio social ou familiar, abraço ou beijo, alimentos, água, picadas de mosquitos ou de outros insetos. (ROSA; SILVA; HORA, 2015; SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA, 2020; BRASIL, 2000).

Com isso, o HIV tem como alvo o sistema imunológico, enfraquecendo-o, tornando o indivíduo suscetível a infecções e alguns tipos de câncer. A AIDS consiste no estágio mais avançado da infecção pelo HIV, isto significa que o paciente pode estar infectado com o vírus, mas não necessariamente se encontra com a síndrome da AIDS (WHO, 2019).

A partir dessas informações, o Ministério da Saúde tem investido em políticas públicas e estratégias de prevenção do HIV, dentre elas pode-se citar a Mandala da Prevenção Combinada, a qual traz os marcos legais e outros aspectos estruturais a serem seguidos na prevenção da infecção pelo vírus, sendo eles: realizar a testagem regular para o HIV, incluindo outras IST’s (infecções sexualmente transmissíveis) como: Sífilis e Hepatites, ofertar PEP (profilaxia pós exposição), Ofertar PrEP (profilaxia pré exposição), realizar a prevenção da transmissão vertical, de mãe para filho, realizar a Imunização contra HBV (vírus da hepatite B) e HPV (papiloma vírus humano), reduzir possíveis danos, como uso de álcool e drogas, silicone industrial e hormônios, diagnosticar e tratar as pessoas com HIV e outras IST’s, bem como promover a utilização de preservativo feminino, masculino e gel lubrificante e disponibilizar tratamento a todas as pessoas vivendo com HIV/AIDS (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).

Assim, a partir da instituição de políticas públicas de promoção à saúde e ampliação das possibilidades de prevenção ao HIV/AIDS o Ministério da Saúde estima que 12,3 mil casos existentes foram evitados no Brasil no intervalo de 2014 a 2018 (BRASIL, 2019). Com isso é possível ressaltar a importância das políticas públicas no enfrentamento do HIV/AIDS. 

Baseado nisso, em 2011, é divulgada a Política Nacional de Saúde Integral de LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexo e assexuais), que tem por objetivo “Promover a saúde integral dos LGBTQIA+, eliminando a discriminação e o preconceito institucional, bem como contribuindo para a redução das desigualdades e a consolidação do SUS (Sistema Único de Saúde) como sistema universal, integral e equitativo” (BRASIL, 2013).  

O Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde (2019b) aponta que a epidemia de HIV/AIDS no Brasil, se concentra em segmentos populacionais mais vulneráveis, os mesmos apresentam prevalência superior à média nacional de 0,4%, dentre essas populações encontram-se as pessoas trans. A vulnerabilidade desta população deve ser observada como um todo, incluindo questões econômicas, sociais e culturais, considerando sua relação com os fatores de risco para o HIV/AIDS (SOARES et al., 2017).  

Sendo assim, é possível incluir a população de mulheres transgêneras no grupo de pessoas que apresentam fragilidades ao HIV/AIDS, uma vez que, no contexto mundial, este grupo de pessoas possuem uma probabilidade de 49 vezes maior de viver com HIV do que outros adultos em idade reprodutiva, com uma prevalência de 19% em alguns países, sendo 80 vezes maior, quando comparada a população em geral (WHO, 2019). 

Esta desproporção pode ser explicada por diversos fatores individuais, de natureza biológica, comportamental e estrutural (MAGNO et al., 2019). Baseado no comportamento e estilo de vida que a maioria desse grupo possui, são considerados como fatores de risco: sexo desprotegido, transformações corporais sem acompanhamento médico, uso de drogas lícitas, ilícitas e substâncias psicoativas (SOUSA, 2017). 

A população da pesquisa é composta predominantemente por mulheres transgêneras e travestis, onde tais definições se assemelham. Transgenêro engloba um grupo de pessoas, cuja suas identidades de gênero se diferem do sexo, o qual foram designadas ao nascer, enquanto que travesti são consideradas pessoas que pertencem ao sexo biológico masculino com características do sexo biológico feminino, adquiridas a partir de hormônios, cirurgias estéticas e outros procedimentos de mudança corporal utilizado pelo público feminino (KATTARI; SHANNA; WHITFIELD; DARREN; WALLS; EUGENE et al, 2016; SOUSA; FERREIRA; SÁ, J, 2013).

Em 2018 o Supremo Tribunal Federal autoriza a alteração do nome e gênero no registro civil, independente se o indivíduo realizou a cirurgia de redesignação de sexo, no ano seguinte a Organização Mundial de Saúde, através da 72° Assembleia Mundial de Saúde, realizada em Genebra, oficializa a retirada da transexualidade como transtorno mental da 11º versão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de Saúde (CID) (BRASIL, MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS, 2018; BRASIL, CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2019).

Apesar dos avanços supracitados, a população em questão encontra dificuldades de acesso a saúde, em decorrência da discriminação e preconceito, estes fatores são associados a chegada destas pacientes as unidades de saúde com avançado adoecimento por HIV/AIDS (PORTO, 2018).

A vulnerabilidade de travestis e mulheres transgênero diante do HIV/AIDS é conhecida, em decorrência de condições sociais, ligadas a miséria e pobreza, violência, prostituição e uso de álcool e drogas, em consequência a não formação educacional, está população é excluída do mercado de trabalho, buscando a prostituição como forma de sobrevivência (FERREIRA; FRANCISCO; NOGUEIRA, 2016).

De 2009 a 2014, 2.351 pessoas trans receberam um diagnóstico de HIV nos EUA, 84% (2.351) eram mulheres trans. Em 2017 entre os milhões de casos testados para HIV nos EUA reportados ao CDC, a porcentagem de pessoas transgêneros que receberam novo diagnóstico de infecção pelo HIV foi 3 vezes maior do que a média nacional (CDC, 2019).

Assim, o estudo busca, por meio de entrevista, investigar o conhecimento de mulheres transgêneras e travestis que residem no município de Itumbiara-GO e cidades do entorno acerca do HIV. Dessa forma, espera-se aproximar o meio científico, comunitário e assistencial no âmbito da temática proposta, trazendo à tona a problemática de necessidade do grupo quanto ao investimento de políticas públicas em saúde que abordem a prevenção da infecção pelo HIV. Tais dados, obtidos por meio deste estudo poderão fomentar e auxiliar na criação de programas educativos e que levem informações sobre o HIV/AIDS e outras IST’S, garantindo a inclusão desta população nos pilares do SUS, que consistem em integralidade, universalidade e equidade. 

Dada a escassez de pesquisas que envolvam o tema, este estudo visa contribuir no incentivo ao desenvolvimento de pesquisas futuras sobre o assunto, e o preenchimento de lacunas sobre a saúde desta população, estimulando a comunidade científica a levantar hipóteses e intervenções que subsidiem o aperfeiçoamento e criação de novas políticas públicas em saúde e estratégias de prevenção do HIV voltadas para o público de mulheres transgênero e travestis inseridas na comunidade LGBTQIA+. 

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa quanto a sua tipologia caracteriza-se como uma pesquisa transversal, observacional com abordagem analítica quantitativa, realizada no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020. Projeto de pesquisa submetido via Plataforma Brasil, posteriormente analisado e aprovado pelo CEP da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob parecer: 2332210. Os contatos do comitê de ética em pesquisa e pesquisadoras coordenadoras estão contidos no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pelas participantes, para eventuais dúvidas ou questionamentos que possam vir a surgir. 

A identificação das participantes nos questionários é totalmente sigilosa, realizada por meio de códigos, assegurando e preservando a identidade das voluntárias, as mesmas são informadas que possuem o total direito de não participarem da pesquisa e podem desistir da participação a qualquer momento do processo de coleta.    

Artigo proveniente de um trabalho de conclusão de curso fomentado pelo macroprojeto matriz, pertencente ao nível mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás – UFG, intitulado “Epidemiologia de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Comportamentos de Risco e Vulnerabilidades em Mulheres Transgênero em Goiás”, estendido como projeto de extensão a Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Itumbiara por meio da Liga Acadêmica de Epidemiologia e Cuidados em Doenças Transmissíveis e fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás.

A coleta de dados se deu por meio de questionário semiestruturado desenvolvido pelo Núcleo de Estudos Epidemiológicos e Cuidados em Infecções Sexualmente Transmissíveis e Agravos à Saúde Humana e Questionário adaptado sobre Conhecimento de HIV, Knowledge Questionnaire (HIV-KQ-18). As participantes que constituíram a amostra são predominantemente mulheres transgênero, residentes no município de Itumbiara e entorno, localizados no estado de Goiás.

O estudo utilizou os seguintes critérios de inclusão: participantes que se autodeclararem mulheres transgênero; as convidadas que após a leitura do TCLE, aceitaram as condições do estudo; que residiam por no mínimo um mês nas cidades de coleta; mulheres que possuíam o cupom recrutador válido, enquanto que os critérios de exclusão foram: não se auto identificar como mulher transexual; estar sob efeito de álcool ou droga no momento da coleta de dados, colocando em risco a segurança dos pesquisadores; se a candidata se recusar a participar da pesquisa de forma voluntária. 

A metodologia utilizada é a Respondent Driven Sampling – RDS, proposta por Heckathorn em 1997, o método tem sido utilizado em inquéritos com populações-chave sob maior risco de infecção pelo HIV, em exemplo as mulheres trabalhadoras do sexo, “o RDS é uma variante das amostragens baseadas em cadeia e, como tal, assume que membros de uma população de difícil acesso são melhores em recrutar pares de sua população do que outros indivíduos, tais como agentes de saúde ou pesquisadores” (SZWARCWALD et al., 2009). Tal método empregado no estudo proporciona o aumento da probabilidade de participação de indivíduos com o mesmo grau de relação social, obtendo estimativas e amostras mais confiáveis.

 Na primeira seleção é realizado o convite a um indivíduo da população alvo, este passará a ser a primeira “semente”, a qual contribuirá no recrutamento de novos participantes, estes se tornando novas “sementes” e assim sucessivamente, cada “semente” recebeu três convites únicos, não-falsificáveis, os quais deverão ser entregues a suas conhecidas, o processo se repetiu até o quantitativo objetivado de ser atingido.

Cada cupom válido repassado equivale ao ressarcimento de uma quantia simbólica ao participante que o repassou e a que o recebeu. Assim, é realizado a leitura e assinatura do TCLE, entrevista e preenchimento do questionário, as participantes são submetidas a testagem rápida para HIV, Sífilis, Hepatite B e C, coleta de sangue para sorologia, coleta de material para exame de HPV, vacinação contra Hepatite B e posteriormente entrega dos resultados de testes rápidos com aconselhamento preventivo abordando as IST.

Com isso, as respostas obtidas por meio do questionário sociodemográfico, resultados do questionário HIV – KQ e resultados dos testes rápidos foram transcritos para uma planilha do programa Excel. Esta planilha foi transferida para um programa, SYSTAT, para a realização de análises estatísticas (SYSTAT, 2002).

A partir disso utilizou se também o teste de Spearman, a fim de verificar qual a correlação da idade, da renda e do tempo de escolaridade com a pontuação no questionário validado HIV – KQ, e ainda o teste de Kruskal-Wallis, para verificar diferenças significativas nas pontuações no referido teste entre a diversidade de raças das, bem como o teste de Mann-Whitney, para verificar se havia diferenças significativas nas pontuações no teste HIV – KQ entre as entrevistadas que apresentaram resultados positivos para HIV e Sífilis (ZAR, 1984).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta as características sociodemográficas das participantes do estudo. A população se concentrou em entrevistadas que se auto definem mulheres transgênero (56,57%), solteiras (79,73%), com etnia predominante parda (43,24%) e profissionais do sexo (45,96%), escolaridade de 9 a 12 anos ou mais. A média de idade, renda e dependentes foi de 27,40 anos, dois salários mínimos e 1,80, respectivamente.

A amostra e o perfil sociodemográfico, quanto a auto definição, etnia e renda mensal das participantes desta pesquisa se assemelha aos resultados obtidos no estudo de Ferreira Júnior, Francisco e Nogueira (2016), que caracterizou o perfil de mulheres transgênero e travestis na cidade de São Paulo, o qual traz 53,2% de mulheres que se auto definem transgênero, com etnia não-branca e média de idade em 32,2 anos.

Em relação à escolaridade, os dados são similares aos estudos de Chhim et. al (2017) que constataram que a maioria de sua amostra residente no Cambojá, cerca de 68,6% possuía o ensino médio completo, perfazendo de 9 a 12 anos de estudo, em contrapartida o mesmo se difere dos resultados desta pesquisa quanto à ocupação profissional e renda, onde os resultados do referido estudo expressam a prevalência de 35,1% de participantes ocupando a posição de cabeleireiras e/ou esteticistas e mais de um terço dos indivíduos entrevistados com média salarial de US$100 a 199, em conversão a reais com total de R$1.071, totalizando menos de um salário mínimo.

Por outro lado, a ocupação profissional das selecionadas para este estudo é bastante semelhante a pesquisa brasileira “Divas”, de abrangência nacional, em que quase metade (43,9%) das mulheres transgênero e travestis entrevistadas no Distrito Federal afirmaram terem realizado trabalho sexual em troca de dinheiro nos últimos 30 dias, partindo da data da entrevista (SPERANDEI et al., 2019)

Quanto ao estado civil e etnia das selecionadas para a entrevista, ambos corroboram com a pesquisa de Santos, Barros e Ferreira et al. (2019) em que 84,8% das mulheres entrevistadas afirmaram serem solteiras e 41,3% pardas. Assim, as pessoas que constituem o grupo em estudo correspondem a classes sociais determinadas pelo baixo alcance ao ensino superior e baixa renda, fato esse que se difere da realidade encontrada na presente pesquisa, haja vista que a renda e escolaridade demonstram que na cidade de Itumbiara – GO e seu entorno, esse grupo possuem renda e nível de escolaridade equiparadas aos estudos analisados. 

Tabela 1: Características sociodemográficas, 2019-2020.

CaracterísticaMédia + Desvio padrãoamplitudeN
Idade (anos)27,40 (+8,4)13 a 5374
Renda (reais)2.185,00 (+2.109,00)0 a 10,000074
Dependentes (n)1,80 (+1,6)0 a 756
CategoriasN        %
Como você se auto define?Travesti
Transgênero
Outra forma
29
42
03
39,20
56,75
4,05
RaçaBranca
Amarelo
Parda
Preta/negra
Indígena
19
03
32
17
03
25,67
4,05
43,24
22,99
4,05
Estado CivilSolteira5979,73
Casada1520,27
Escolaridade (em anos)Analfabeta011,35
4 a 81216,22
9 a 12 ou mais6182,43
ProfissãoProfissionais do sexo
Cabeleireira
 Do lar, faxineira e/ou diarista
Não responderam
Nenhuma profissão
Outras profissões
34
8
9
4       
 2       
17
45,96
10,82
12,16
5,41
2,70
22,95     

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020

Para mensuração do nível de conhecimento das mulheres do estudo quanto ao HIV/AIDS, definiu-se o valor de >22 acertos em conhecimento suficiente e <22 acertos como insuficiente a resposta do Questionário de Conhecimento HIV – KQ.

A pontuação média no questionário HIV – KQ foi equivalente a 20,9 pontos (+ 4,5) variando de 11 a 29 (n = 74). Cerca da metade das entrevistadas (48,65%) apresentou conceituação insuficiente com relação ao nível de conhecimentos acerca do HIV.

 A tabela 2 traz as correlações entre escolaridade, renda e idade em relação ao conhecimento das participantes quanto a temática proposta, foi encontrada correlação estatística significativa entre o tempo de escolaridade e a pontuação no questionário sobre conhecimento HIV – KQ (rs = 0,338; p > 0,05, n = 74), o que indica que quanto maior o tempo de estudo, maior foi o conhecimento apresentado acerca do HIV.  De acordo com os testes estatísticos aplicados às demais correlações testadas não foram significativas.

Diante disso Chhim et al. (2017) verificou na sua pesquisa relação entre nível de escolaridade e prevalência para o HIV entre as mulheres transgênero no Camboja, o estudo demonstrou maior número de infectados que nunca frequentou a escola ou abandonou os estudos no primário (10,4%) em comparação aqueles que frequentaram o ensino médio ou superior (8%). Desta forma a baixa escolaridade e o menor conhecimento acerca do HIV/AIDS neste grupo populacional, colabora para a prevalência do HIV e vulnerabilidade a outras IST’s. 

Tabela 2: Correlação da idade, da renda e do tempo de escolaridade com a pontuação no questionário validado HIV – KQ de acordo com o teste de Spearman

VariávelrspN
Tempo de escolaridade0,338> 0,0574
Renda-0,089< 0,0556
Idade0,049< 0,0574

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020

A Tabela 3 traz a correlação entre a pontuação obtida pela amostra no questionário HIV – KQ junto as variantes raça e positividade para Sífilis e HIV, em análise a estes resultados não foram detectadas diferenças significativas quanto à pontuação no questionário HIV – KQ entre as diferentes raças e quanto as entrevistadas reativas para Sífilis e HIV (Tabela 3).

Entretanto este dado pode ser comparado ao estudo realizado com 199 mulheres transgênero na cidade Nova York, em que foi encontrada relação entre a raça/cor nas participantes infectadas pelo HIV, a pesquisa demonstrou que as mulheres negras e hispânicas estavam mais susceptíveis ao vírus e a outras IST’s em decorrência ao maior envolvimento com o mercado do sexo, pode-se levantar a questão em nosso estudo, onde a raça/cor não interfere no conhecimento acerca do HIV, porém de acordo com a referida pesquisa a variante de raça/cor impacta na disseminação e infecção do mesmo neste segmento populacional (NUTTBROCK, L. A., HWAHNH, S.J. ETHNICITY, 2017).

Tabela 3: Comparativo das pontuações do teste de Kruskal-Walis (H) e Man-Whitney (U) com os resultados obtidos por meio do questionário HIV – KQ, 2020

CategoriasResultadoP
RaçasH =    5,70,223
Positividade para SífilisU = 627,50,824
Positividade para HIVU = 500,00,311

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020

Embora cerca de 51,35% (n=37) das entrevistadas tenham acertado mais de 22 questões, o que as caracteriza como tendo conhecimentos suficientes sobre o HIV, as porcentagens de acerto variaram muito entre as questões (de 33,8% a 93,2%).

As questões com menores porcentagens de acerto foram as que maior parte das entrevistadas acreditam, erroneamente, que “uma pessoa não pega o HIV por praticar sexo oral (boca no pênis) em um homem com HIV” e que “utilizar vaselina ou óleo de bebe na camisinha diminui a chance de pegar o HIV”. Similarmente, há, na maioria das mulheres entrevistadas a concepção equivocada de que a tosse ou o espirro podem transmitir o HIV, que uma pessoa pode se contaminar com o HIV ao doar sangue e a transmissão por meio de picada de mosquito, foi mencionada por 41,6% nas respostas obtidas das selecionadas.

Partindo dessa premissa, levanta-se a importância do conhecimento desta população quanto aos riscos mais frequentes de transmissão da infecção pelo HIV, visto que estimativas epidemiológicas apontam que cerca de 75 a 85% das infecções por HIV no mundo ocorreram por práticas sexuais como via de transmissão, portanto “estabelece-se que qualquer forma de intercurso sexual na qual ocorra troca de fluidos corporais entre parceiros apresenta risco de transmissão do HIV” (FOCACCIA, 2015)

Por outro lado, a maioria das entrevistadas desta pesquisa (acima de 89%) soube avaliar corretamente que é possível contaminar-se com o HIV ao praticar sexo anal e ao fazer tatuagem e que existem medicamentos para o tratamento da AIDS, estes dados comparados ao estudo de Ferreira Junior, Francisco e Nogueira (2016), em que 78,4% de suas entrevistadas afirmam que fazer sexo com alguém que se encontra ciente de seu diagnóstico positivo para HIV reduz o risco de transmissão, traz a problemática alarmante da discrepância entre a informação que as populações destes estudos demonstraram.

Quanto a prevenção decorrente do uso de preservativo 28,1% das selecionadas para este estudo não acreditam que este método seja eficaz para reduzir a transmissão do HIV, o que demonstra ser preocupante em virtude de que Segundo o Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, o preservativo, também denominado de camisinha é o método mais comum e usualmente utilizado para se prevenir a infecção pelo HIV, além de ser mais acessível e distribuído pelo SUS (BRASIL, 2020; GOMES, 2018). 

Dentre as participantes 86, 5% (n=64) acreditam que o HIV não seja eliminado através de lavagem com água fria em material para uso de drogas, se tornando um resultado positivo visto que a transmissão da infecção pelo HIV através de agulhas e seringas contaminadas, se dá principalmente entre indivíduos usuários de drogas injetáveis, um estudo comparativo demonstrou que usuários de crack que haviam feito uso de drogas injetáveis, possuíam  prevalência de 15,7%, enquanto que indivíduos que nunca usaram crack demonstraram soropositividade de 5,2 % (PECHANSKY; DIEMEN; INCIARDI, 2004).

Com relação aos testes rápidos realizados, (Tabela 4) a hepatite C não foi detectada em nenhuma entrevistada e a Hepatite B apresentou teste reativo em apenas uma pessoa (1,35%). A sífilis foi encontrada em 45 entrevistadas (60,81%) e o HIV em 23 (31,08%). Estes dados vão de encontro a um estudo realizado no Brasil de 2014 a 2017 no estado da Bahia, a pesquisa contou com 638 mulheres transgênero, em que a prevalência de HIV foi de 33,1% (DOURADO, 2017).

Em comparação a um estudo realizado em 12 cidades brasileiras com mulheres transgênero, em que se investigou a prevalência de Sífilis, HIV e Hepatites B e C nesta população, os resultados foram altas taxas de infecção por Sífilis e HIV, enquanto que as Hepatites B e C demonstraram prevalência relativamente baixa (BASTOS; SOARES E COUTINHO, 2018).

Tabela 4: Resultado testagem rápida para as IST’s na população investigada

ISTN%
HIV
Não reativo 5169,92
Reativo 2331,08
Hepatite B
Não reativo7398,65
Reativo 11,35
Hepatite C
Não reativo 74100
Sífilis 
Não reativo2939,19
Reativo4560,81

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020

4. CONCLUSÃO

As mulheres transgênero entrevistadas são, em sua maioria, jovens, solteiras, de cor preta ou parda, possuem baixa renda e reduzida escolaridade, ratificando as características desse grupo social no Brasil. Assim, o perfil sociodemográfico da população em estudo é em sua maioria mulheres transgênero, com idade média de 27,40 anos, pardas, solteiras, com escolaridade de 9 a 12 ou mais anos de estudo, renda mensal média de um a dois salários mínimos e profissão dominante profissional do sexo. 

Com base no perfil sociodemográfico verificou-se que o nível de conhecimento sobre HIV é satisfatório uma vez que as participantes em sua maioria possuem nível de escolaridade mediano, o que contribui para o acesso a informações. Contudo, essa realidade não extingue a necessidade de manter as ações de promoção à saúde e prevenção. 

Foi verificado ainda alta prevalência de entrevistadas testadas e infectadas com HIV e Sífilis, o que demonstra que a realidade em que estas mulheres estão inseridas contribuem para a prevalência do HIV, isto é, o seu ambiente e condições de trabalho, que em sua maioria atuam nas ruas.  Observou-se ainda que o nível de escolaridade impacta positivamente no nível de conhecimento sobre HIV, logo maior escolaridade mais conhecimento e vice-versa. 

Além da problemática relacionada ao HIV/AIDS, diante da alta prevalência de Sífilis encontrada, faz-se necessária a atenção a este fator visto que a infecção se não tratada traz agravos a saúde irreversíveis, deve-se trabalhar a necessidade do uso do preservativo e as práticas sexuais seguras com múltiplos parceiros em especial as mulheres profissionais do sexo.

Diante do exposto conclui-se que população de mulheres transgênero e travestis de Itumbiara – GO e entorno, possuem conhecimentos básicos e suficientes sobre HIV, contudo diante do elevada quantidade de participantes infectados faz-se a necessidade de melhorias na abordagem e nas ações de promoção da saúde para esta parcela da população, incentivando o empoderamento, redução de desigualdade através da obtenção de conhecimento sobre o HIV/AIDS na contribuição da redução de disseminação de IST’s em geral nesta população. 

REFERÊNCIAS

BRASIL, CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Transexualidade não é transtorno mental, oficializa OMS. 2019. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/transexualidade-nao-e-transtorno-mental-oficializa-oms/>. Acesso em: 22 maio 2020.

______, DEPARTAMENTO DE CONDIÇÕES CRÔNICAS E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. Preservativo/Prevenção Combinada. 2019. <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/prevencao-combinada/preservativo>. Acesso em: 19 maio 2020. 

______, DEPARTAMENTO DE DOENÇAS DE CONDIÇÕES CRÔNICAS E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. O que é população-chave para o HIV? 2019. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/faq/20-o-que-e-populacao-chave-para-o-hiv>. Acesso em: 18 dez. 2019.

______, FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Estudo de abrangência nacional de comportamentos, atitudes, práticas e prevalências de HIV, sífilis e hepatite B e C entre travestis nos municípios de Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, Campo Grande/MS, Curitiba/PR, Fortaleza/CE, Manaus/AM, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA e São Paulo/SP. 2017. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/ct/na>. Acesso em: 18 dez. 2019.

______, FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. O vírus da Aids, 20 anos depois. Disponível em: <http://www.ioc.fiocruz.br/aids20anos/linhadotempo.html>. Acesso em: 21 maio 2020.

______, FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO EM SAÚDE. Ministério da Saúde inicia hoje o lançamento da Profilaxia Pré-Exposição (PreP). 2017. Disponível em: <http://www.fiotec.fiocruz.br/noticias/projetos/4648-ministerio-da-saude-inicia-hoje-o-lancamento-da-profilaxia-pre-exposicao-prep>. Acesso em: 21 maio 2020.,

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