AVALIAÇÃO DE MEDICAMENTOS CONTROLADOS PRESCRITOS PARA IDOSOS EM UM MUNICÍPIO DO MEIO OESTE CATARINENSE

EVALUATION OF CONTROLLED MEDICINES PRESCRIBED FOR THE ELDERLY IN A MUNICIPALITY IN THE MID-WEST OF CATARINENSE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10023362


Israel Vieira Tavares Junior1;
Simone Cristina Fuck Felipus1;
Vilmair Zancanaro1;
Talize Foppa1


Resumo

O envelhecimento da população é uma realidade global, também observada no Brasil, impulsionada por avanços médicos, tecnológicos e melhorias nas condições de vida. Embora o uso de vários medicamentos beneficiários do tratamento possa apresentar desafios como interações medicamentosas e reações adversas, especialmente devido às alterações fisiológicas associadas à idade. A farmacocinética e a farmacodinâmica em idosos podem ser afetadas, aumentando os riscos de iatrogenia. Para mitigar esses riscos, os critérios de Beers foram específicos, oferecendo diretrizes para avaliar prescrições em idosos e reduzir os perigos associados ao uso inadequado de medicamentos. Considerando esse contexto, um estudo foi realizado em Unidades Básicas de Saúde (UBS) em um município de Santa Catarina, entre janeiro e junho de 2023, com o objetivo de identificar prescrições de medicamentos controlados potencialmente inadequados para idosos acima de 65 anos. Os dados foram obtidos da plataforma IDS da prefeitura, mediante autorização do secretário de saúde. A pesquisa buscou identificar os medicamentos prescritos, quantidade de prescrições, uso de medicamentos potencialmente inadequados para idosos (conforme classificações de Beers) e discutir os riscos associados. Dentre as 7961 prescrições analisadas, destacam-se 1055 prescrições de antidepressivos tricíclicos, 622 prescrições de antipsicóticos típicos e atípicos, 155 prescrições de barbitúricos, 839 prescrições de benzodiazepínicos, 240 prescrições de hipnóticos não benzodiazepínicos e 1087 prescrições de opioides. A identificação de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos, com base no critério de Beers, destacou a necessidade de uma revisão mais criteriosa das práticas de prescrição.

Palavras-chave: Idoso; Prescrição; Medicamento potencialmente inapropriado.

Abstract

Population aging is a global reality, also observed in Brazil, driven by medical and technological advances and improvements in living conditions. Although the use of multiple treatment beneficiary medications may present challenges such as drug interactions and adverse reactions, especially due to physiological changes associated with age. Pharmacokinetics and pharmacodynamics in the elderly may be affected, increasing the risk of iatrogenesis. To mitigate these risks, the Beers criteria were specific, offering guidelines for evaluating prescriptions in the elderly and reducing the dangers associated with inappropriate medication use. Considering this context, a study was carried out in Basic Health Units (UBS) in a municipality in Santa Catarina, between January and June 2023, with the objective of identifying potentially inappropriate controlled medication prescriptions for elderly people over 65 years of age. The data was obtained from the city hall’s IDS platform, with authorization from the health secretary. The research sought to identify prescribed medications, number of prescriptions, use of potentially inappropriate medications for the elderly (according to Beers’ classifications) and discuss the associated risks. Among the 7961 prescriptions analyzed, 1055 prescriptions for tricyclic antidepressants, 622 prescriptions for typical and atypical antipsychotics, 155 prescriptions for barbiturates, 839 prescriptions for benzodiazepines, 240 prescriptions for non-benzodiazepine hypnotics and 1087 prescriptions for opioids stand out. The identification of potentially inappropriate medications for the elderly, based on the Beers criteria, highlighted the need for a more careful review of prescribing practices.

Keywords: Elderly; Prescription; Potentially inappropriate medication.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população é uma realidade incontestável em muitas partes do mundo, e o Brasil não é exceção a essa tendência demográfica. Estima-se que esse resultado seja de diversos fatores, como o avanço da medicina e das tecnologias de tratamento de doenças, a melhoria das condições de vida e saneamento básico, a adoção de políticas públicas voltadas para a saúde e a conscientização da população sobre a importância de hábitos saudáveis (Lima-Costa et al., 2018).

Com isso, os sistemas de saúde vêm enfrentando as consequências da transição demográfica e epidemiológica resultantes do envelhecimento populacional. Conforme a população envelhece, os padrões de morbimortalidade mudam, aumentando o predomínio e o número de mortes por doenças crônicas não transmissíveis (Castiglioni, 2012).

Por sua vez, a quantidade de fármacos utilizados está diretamente relacionada com o quadro que o idoso apresenta, sendo em sua maioria submetidos ao uso de múltiplos medicamentos por tempo prolongado (Imazu; Girotto, 2019).

O uso de múltiplos medicamentos pode trazer diversos benefícios no controle e tratamento de diferentes condições de saúde. No entanto, também pode acarretar riscos e desafios significativos, como interações medicamentosas, reações adversas, dificuldades de adesão ao tratamento e sobrecarga de medicamentos (Alves; Ceballos, 2018).

A farmacocinética e a farmacodinâmica dos medicamentos podem ser alteradas nos idosos devido a mudanças fisiológicas relacionadas à idade, como diminuição da função renal e hepática, bem como uma maior sensibilidade a determinados fármacos. Essas variações tornam as reações adversas um desafio significativo em termos de saúde pública, sendo a principal origem de iatrogenia identificada na prática médica (Secoli, 2010; Oliveira, 2018).

Com o objetivo de identificar medicamentos que podem ser inapropriados para idosos e capazes de causar efeitos adversos devido às mudanças fisiológicas e metabólicas decorrentes do envelhecimento, os critérios de Beer estabelecem diretrizes clínicas para avaliar a prescrição de medicamentos em idosos, visando minimizar os riscos associados ao uso inadequado de fármacos nessa população vulnerável. Eles desempenham um papel crucial na identificação desses medicamentos, promovendo uma prescrição mais segura e eficaz, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida e bem-estar dessa população (De Resende et al., 2017; Lopes, 2022).

Devido ao exposto, o trabalho teve como objetivo avaliar as prescrições controladas realizadas aos idosos maiores de 65 anos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de um município da cidade do meio oeste catarinense, no período de 01/01/2023 a 31/06/23, além de quantificar e identificar as medicações que podem ser inapropriadas segundo os critérios de Beers.

DELIMITAÇÕES METODOLÓGICAS 

A pesquisa desenvolveu um estudo baseado em uma observação de dados longitudinal retrospectivo analítico, por coleta de dados de prescrições medicamentosas controladas realizadas no período de 01/01/2023 a 30/06/2023 de 24 UBS de um município do meio este Catarinense.

A coleta de dados baseou-se com o intuito de avaliar as prescrições medicamentosas controladas em pacientes homens e mulheres acima de 65 anos, seus possíveis efeitos na saúde do paciente e identificar se houve prescrição de medicamentos potencialmente inadequados para idosos. Os dados foram obtidos da plataforma usada pela prefeitura do município – IDS (Desenvolvimento de Software & Assessor – (Programa: TDmMEDFA5188 – SARMEDFA.fr3), cedido através de autorização do secretário de saúde do município.

Os dados buscaram identificar quais os medicamentos controlados foram prescritos, quantas prescrições foram realizadas, identificar o uso de medicamentos potencialmente inapropriado para idosos segundo o critério de Beers e discorrer sobre os potenciais riscos aos idosos. 

O processamento e a análise dos dados obtidos foram apresentados sem a identificação dos participantes da pesquisa. Após uma leitura sistemática do material recolhido, foi realizada uma análise e interpretação desses dados e sua classificação de acordo com a importância para a pesquisa. Os resultados obtidos foram interpretados e classificados através de tabelas e discutido frente a literatura.  

A execução da pesquisa ocorreu após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UNIARP, sob número de protocolo 1- 16.408/2023, e após autorização da reitoria da universidade. Conforme recomenda a Resolução 466/12, CNS/MS, será assegurado o sigilo das informações e os nomes dos participantes não serão revelados. 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram identificadas 7.961 prescrições medicamentosas de uso controlado nas UBS em idosos acima de 65 anos. Destas, aproximadamente, 46,82% pertenciam à classe dos antidepressivos, 13,77% à classe dos analgésicos, 10,50% à classe dos ansiolíticos e 7,81% à classe dos antipsicóticos (Tabela 1). 

Tabela 1. Distribuição de medicamentos segundo grupo farmacológico prescritos em idosos acima de 65 anos, nas Unidades Básicas de Saúde de um município do meio-oeste Catarinense, no período de 01/01/2023 a 30/06/2023.

Grupo de medicamentosQuantidade%
Antidepressivo372746,82
Analgésico109613,77
Anticonvulsivante83810,53
Ansiolítico83610,50
Antipsicótico6227,81
Hipnótico/Sedativo2433,05
Antidemência1441,81
Antiparkinsoniano1261,58
Anti-inflamatório1091,37
Antibiótico891,12
Tratamento da doença de Parkinson340,43
Estabilizador de Humor330,41
Enzima120,15
Antiácido90,11
Antialérgico60,08
Anti-hipertensivo50,06
Reposição Hormonal50,06
Antiemético40,05
Antifúngico30,04
Anti-inflamatório e Antirreumático30,04
Antirreumático30,04
Anti-asmático20,03
Antibiótico Oftálmico20,03
Relaxante Muscular20,03
Tratamento da psoríase20,03
Anticolinesterásico10,01
Antimalárico10,01
Antiparasitário10,01
Imunossupressor10,01
Protetor Gástrico10,01
Hipolipemiantes10,01

Fonte: Os autores (2023).

Das 7.961 prescrições avaliadas, foram identificadas 76 classes terapêuticas, das quais prevaleceram os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) com 23,33%, Antidepressivos Tricíclicos com 13,21%, Analgésicos Opioides com 10,20%, Benzodiazepínicos 10,54% e Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina com 7,84%, conforme a Tabela 2. 

Existe na literatura a preocupação com alguns medicamentos que são considerados inadequados para o idoso, com as possibilidades de Reações Adversas aos Medicamentos (RAM), com a polifarmácia, com a redundância terapêutica, e com as interações medicamentosas potencialmente perigosas (Baldoni, 2010).

Os benzodiazepínicos, bem como certos antidepressivos e antipsicóticos, são considerados potencialmente inapropriados para idosos por oferecerem maiores riscos do que benefícios quando utilizados nessa faixa etária. De maneira geral, esses fármacos podem causar ou exacerbar quadros de declínio cognitivo e demência, além de elevar o risco de quedas. Um número expressivo de psicofármacos promove efeitos adversos anticolinérgicos e acentua o risco de desenvolver síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético e da hiponatremia (Assato; Borja-Oliveira, 2015).

Essas reações adversas oneram ainda os sistemas de saúde ao elevar o número de hospitalizações, o tempo de internação e as investigações clínicas adicionais eventualmente necessárias. Além disso, essas reações podem desencadear as chamadas cascatas iatrogênicas, que são as situações em que o efeito adverso ao medicamento é equivocadamente compreendido como uma nova condição clínica ou enfermidade, que será tratada com outro medicamento (Assato; Borja-Oliveira, 2015).

Os psicotrópicos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são substâncias que agem no sistema nervoso central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição. São substâncias químicas que atuam sobre a função psicológica e alteram o estado mental, incluídos os medicamentos com ações antidepressiva, alucinógena e/ou tranquilizante. O uso de psicotrópicos, especialmente os antidepressivos, tem aumentado consideravelmente, em função da melhora nos diagnósticos de transtornos psiquiátricos. Especificamente para os antidepressivos, além desses fatores, deve-se considerar o prolongamento do tratamento medicamentoso da depressão; no caso dos idosos, também da depressão na fase final de vida, em função de limitações físicas e sociais da idade (Prado; Francisco; Barros, 2017)

Schenke e Colet (2016), descrevem sobre o uso de antidepressivos em um município do Rio Grande do Sul e observou que a classe farmacológica dos ISRS foi a mais utilizada pelos participantes da pesquisa, que pode ser justificado pelos medicamentos desta classe serem melhor tolerados e não diferirem quanto à eficácia, quando comparados a outras classes de antidepressivos, e pelos ISRS constituírem a primeira linha de tratamento da depressão inclusive em pacientes idosos, devido a seu perfil seguro de efeitos colaterais, principalmente por não apresentarem cardiotoxicidade e letalidade em superdosagem (Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde, 2012) 

De Macedo Vaz et al. (2023), relata no seu estudo sobre Análise da prescrição medicamentosa dos idosos atendidos em um ambulatório de geriatria que a codeína foi classificada como medicação potencialmente inapropriada (MPI) por conta da sua forte relação com a constipação inerente aos opioides, contudo, é um analgésico altamente utilizado e considerado pela Sociedade Americana de Geriatria como uma opção eficaz e indispensável para o tratamento das dores em idosos.

Tabela 2. Distribuição de medicamentos segundo classe farmacológica prescritos em idoso acima de 65 anos, nas Unidades Básicas de Saúde de um município do meio-oeste Catarinense no período de 01/01/2023 a 30/06/2023.

Classe farmacológicaQuantidade%
Inibidor Seletivo de Recaptação de Serotonina (ISRS)185723,33
Antidepressivo Tricíclico105213,21
Analgésico Opioide89211,20
Benzodiazepínicos83910,54
Inibidor Seletivo de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (ISRSN)6247,84
Análogo do GABA3904,90
Antipsicótico atípico3784,75
Antipsicótico típico2443,06
Hipnótico não benzodiazepínico2403,01
Analgésico Opioide e Analgésico Não Esteroidal (AINE)1822,29
Barbitúrico1551,95
Inibidores de Recaptação1471,85
Anti-inflamatório Não Esteroidal (AINE)1021,28
Iminostilbina971,22
Inibidor da Colinesterase831,04
Hidantoína760,95
Inibidores de NMDA590,74
Ácido Valproico520,65
Topiramato370,46
Anticolinérgicos350,44
Carbonato de Lítio330,41
Agonista do receptor de dopamina260,33
Antidepressivo atípico250,31
Cefalosporinas230,29
Associação de Levodopa e Carbidopa200,25
Levodopa + Inibidor da Descarboxilase190,24
Triazina190,24
Adamantanos180,23
Antidepressivo atípico/Sedativo180,23
Agonista de Dopamina170,21
Quinolona150,19
Agonista Dopaminérgico140,18
Aminoglicosídeos140,18
Outros antibióticos130,16
Enzima120,15
Antiácido90,11
Gabapentinóide90,11
Antibiótico70,09
Sulfonamida70,09
Amantadina60,08
Analgésico60,08
Anti-histamínico60,08
Anti-inflamatório tópico60,08
Penicilina60,08
Analgésico Opioide e Anti-inflamatório Não Esteroidal (AINE)50,06
Analgésico Opioide, Analgésico Não Esteroidal (AINE), e Relaxante Muscular50,06
Macrolídeo50,06
Antagonista do receptor 5-HT340,05
Inibidor da Recaptação de Dopamina e Noradrenalina (IRDN)40,05
Antagonista do receptor de acetilcolina30,04
Antifúngico30,04
Anti-inflamatório Não Esteroidal (AINE) e Antidepressivo Tricíclico30,04
Antimalárico e Anti-inflamatório30,04
Bloqueador do receptor beta30,04
Inibidor da síntese de pirimidina30,04
Outros30,04
Antagonista do receptor NMDA20,03
Bloqueador do receptor beta e Inibidor da ECA20,03
Corticosteroide inalatório20,03
Levodopa e Inibidor da Descarboxilase de Aminoácidos20,03
Relaxante Muscular20,03
Retinóide20,03
Testosterona20,03
Undecanoato de Testosterona20,03
Analgésico Não Esteroidal (AINE) e Analgésico opioide10,01
Analgésico opioide, Anti-inflamatório Não Esteroidal (AINE), Relaxante Muscular e Corticosteroide10,01
Analgésico Opioide, Suplemento Dietético, Relaxante Muscular e Condoprotetor10,01
Anticolinesterásico10,01
Antimalárico10,01
Antiparasitário10,01
B-Lactâmico10,01
Bloqueador dos canais de sódio, Analgésico Não Esteroidal (AINE), Anti-inflamatório Não Esteroidal (AINE), e Antagonista do receptor H210,01
Estatinas10,01
Hormônio Sexual10,01
Inibidor da Calcineurina10,01
Protetor Gástrico10,01

Fonte: Os autores (2023).

A detecção do uso de medicamentos chamados potencialmente inapropriados para idosos foi realizada a partir das prescrições médicas, correlacionando-se os medicamentos prescritos com aqueles que constam nos critérios de Beers. A lista de Beers foi escolhida por ser a mais citada e utilizada mundialmente, além disso, a consulta a essa ferramenta é simples quando comparada com outras formas de avaliação de farmacoterapia, por ela citar os medicamentos de forma objetiva (Jags, 2019). 

A falta de seleção adequada de medicamentos para uso em idosos pode resultar na ocorrência de problemas relacionados a medicamentos, entre os quais podemos observar na Tabela 3.

Tabela 3: Principais medicações potencialmente inapropriadas (MPI) prescritos em idosos acima de 65 anos, nas Unidades Básicas de Saúde de um município do meio-oeste Catarinense no período de 01/01 a 30/06/2023

ClasseQuantidade prescrita%Recomendação/riscosQualidade de evidência e força de recomendação
Antidepressivos Tricíclicos105513,25Evitar. Altamente anticolinérgico, sedativo e causa hipotensão ortostática.Alto – Forte
Antipsicóticos típicos e atípicos6227,81Evitar, exceto para esquizofrenia e distúrbio bipolar. Aumento do risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e maior taxa de declínio cognitivo e mortalidade em pessoas com demênciaModerado – Forte
Barbitúricos1551,95Evitar. Elevadas taxas de dependência física, tolerância a benefícios no sono, maior risco de overdose a baixa dosagens.Moderado – Forte.
Benzodiazepínicos83910,54Evitar. Em geral, todos os benzodiazepínicos aumentam o risco de comprometimento cognitivo, delirium, quedas, fraturas e acidentes automobilísticos.Moderado – Forte
Não benzodiazepínicos, hipnóticos agonistas dos receptores benzodiazepínicos.2403,01Evitar. Agonistas dos receptores de benzodiazepínicos apresentam efeitos adversos similares aqueles dos benzodiazepínicos em idosos (ex. delírio, quedas, fraturas), maior número de visitas a emergências e hospitalização, acidentes automobilísticos, mínima melhoria na latência e duração do sono.Moderado – Forte
Opioides108713,65Evitar. Interações medicamentosas. Benzodiazepínicos: aumento do risco de overdose e efeitos adversos.  Gabentina e Pregabalina: Aumento do risco de sedação grave relacionada
  eventos adversos, incluindo respiratórios
depressão e morte.
Moderado – Forte

Fonte: Os autores (2023). 

          Os antidepressivos tricíclicos são prescritos desde 1950 e com o avanço dos estudos foi percebendo seus efeitos colaterais em idosos. Estão incluídos nos critérios de Beers como medicação inapropriada para idosos (Vicente, 2015).

Apesar da boa indicação do uso desses medicamentos, alguns estudos têm associado os antidepressivos à ocorrência de efeitos adversos, que variam de acordo com o subgrupo químico. Entre os tricíclicos, destacam-se a hipotensão ortostática, o ganho de peso, constipação intestinal, boca seca, distúrbios cognitivos (desorientação, confusão mental, agitação e alucinações), que decorrem da ação anticolinérgica do medicamento (Vicente, 2015). 

De acordo com os critérios de Beers (AGS, 2012), os antidepressivos tricíclicos aminas terciárias, isolados ou em associação, devem ser evitados em idosos, independentemente das condições clínicas ou presença de enfermidades. São mencionadas na lista de medicamentos inapropriados para essa faixa etária: a amitriptilina, clomipramina, clordiazepóxido-amitriptilina e doxepina. Esses fármacos induzem hipotensão ortostática, sedação e são altamente anticolinérgicos (Assato; Borja-Oliveira, 2015).

Alguns antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina, possuem características anticolinérgicas, associadas ao prejuízo das funções cognitivas e motoras. Ademais, o uso crônico de alguns antidepressivos abrange maior risco de queda e fraturas de quadril em idosos, que podem acarretar a incapacidade (Oliveira, 2019).

Segundo Bueno, Almeida e Rocha (2016), em seu estudo sobre prevalência de prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos em uma unidade de saúde da família de Porto Alegre/RS, dos 4.505 usuários cadastrados, 126 faziam uso de medicações inapropriadas para idoso, a amitriptilina foi prescrita para 24,60% dos idosos, o que pode estar relacionado com a sua ação não só antidepressiva, mas também analgésica. Os antidepressivos tricíclicos têm sua classificação como inapropriados.

Os antipsicóticos são medicamentos utilizadas no tratamento de sintomas comportamentais e psicológicos de transtornos psicóticos e demência, como agitação e agressividade, mais exacerbados em homens. Assim como no caso de outros medicamentos psicoativos, os antipsicóticos são considerados inapropriados para idosos, pois exibem efeitos colaterais como sedação, efeitos extrapiramidais e tontura, o que aumenta o risco de queda e agrava as funções motoras e cognitivas (Oliveira, 2019). 

Segundo os critérios de Beers (AGS, 2012), são inapropriados para idosos os antipsicóticos típicos como a clorpromazina, flufenazina, haloperidol, loxapina, molindona, perfenazina, pimozida, promazina, tioridazina, tiotixeno, trifluoperazina e a triflupromazina. Em relação aos atípicos temos o aripiprazol, asenapina, clozapina, iloperidone, lurasidona, olanzapina, paliperidona, quetiapina, risperidona e ziprasidona. Pelo fato de elevar o risco de acidente vascular cerebral e de mortalidade em indivíduos com demência, o emprego desses fármacos em distúrbios comportamentais deve-se restringir aos casos em que os recursos não farmacológicos tenham falhado e o paciente represente ameaça a si e a outros (Assato; Borja-Oliveira, 2015).

Segundo Fulone, Silva e Lopes (2023), o uso de antipsicótico prescritos em uma amostra de 759.654 pacientes do sistema único de saúde, a quetiapina foi a mais prescrita para idosos, seguido da risperidona. Esse fármaco apresenta menos distúrbios de movimento do que a risperidona, porém causa mais tontura, boca seca e sonolência. Os idosos apresentam benefícios relacionados com antipsicóticos atípicos, são bem tolerados por eles desde que seu uso represente baixo risco para efeitos extrapiramidais, distúrbios metabólicos e ganho de peso. Todavia, as mudanças fisiológicas decorrentes da idade avançada podem resultar em prolongamento do efeito dos antipsicóticos e maior susceptibilidade a efeitos adversos, pelo que devem ser usados por esse segmento com cautela e em baixas doses. 

Os antipsicóticos aparecem nas três categorias de medicamentos potencialmente inapropriados (MPIs) para idosos. Esses fármacos são lipossolúveis, podendo acumular-se progressivamente no idoso, em decorrência da elevação proporcional da gordura corporal associada ao envelhecimento. Outros fatores como redução dos níveis de albumina plasmática e das taxas de metabolismo hepático e excreção renal contribuem para o aumento dos tempos de meia-vida e maior risco de toxicidade (Andrade; Silva filho; Junqueira, 2016). 

Recomenda-se evitar a prescrição de antipsicóticos para idosos, reservando-os para quadros com sintomatologia mais grave e que não responderam adequadamente a alternativas, empregando-se as menores doses necessárias para a obtenção dos efeitos terapêuticos. O risco de eventos adversos graves, principalmente cerebrovasculares, deve ser avaliado (Andrade; Silva filho; Junqueira, 2016). 

Todos os fármacos antiepiléticos podem causar efeitos adversos no SNC, principalmente sonolência, seguidas de nistagmo, ataxia, irritabilidade, vertigem, instabilidade, cefaleia, tremor, outros sinais extrapiramidais, diplopia, outros transtornos oculares acometimento da função mental. Mensurar sobre antiepiléticos em estudos na população de idosos é crucial. Um dos maiores problemas que são encontrados no tratamento são as interações medicamentosas entre anticonvulsivantes e outros medicamentos, o que interfere no seu metabolismo (Barreto; Massabki, 2010). 

O uso de psicofármacos pela população idosa é uma realidade em todo contexto de saúde pública, visto que a crescente prevalência de comorbidades relacionadas à depressão, ao estresse, a transtornos de humor, a ansiedade e a transtornos psiquiátricos são normalmente prescritos medicamentos psicofarmacológicos (De Oliveira et al., 2019).

No entanto, o uso de benzodiazepínicos provocam relaxamento muscular, sonolência, diminui os reflexos motores, o uso de antipsicóticos, o uso de antidepressivos podem causar hipotensão postural, sedação, o uso de anticonvulsivantes podem cursar com sedação, uso de antivertiginosos, uso de anti-hipertensivos podem cursar com hipotensão postural, uso de álcool e uso de hipoglicemiantes podem favores o desenvolvimento de instabilidades posturais e quedas (De Oliveira et al.  2019). 

Bueno, Almeida e Rocha (2016), em um estudo sobre a prevalência de prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos em uma unidade de saúde da família de Porto Alegre/RS, relata que a classe de psicofármacos inapropriados foram os antidepressivos (50,54%), ansiolíticos (20,43%), antiepiléticos (16,13%) e antipsicóticos (21,37%). 

Para Barros (2019) em sua pesquisa na atenção primaria de medicamentos inapropriados para idosos, encontrou que a glibenclamida foi o MPI mais prescrito para os idosos, encontrado em 136 (36,6%) das prescrições contendo MPIs, seguida do clonazepam com 78 prescrições (22,7%).

Os benzodiazepínicos, como o clonazepam e o diazepam, são indicados como ansiolítico e como adjuvantes no tratamento de transtornos psiquiátricos, atuando também como relaxantes musculares e anticonvulsivantes. São altamente lipossolúveis e têm metabolização hepática, além de serem rapidamente absorvidos e distribuídos para o sistema nervoso central. O uso de benzodiazepínicos está associado a eventos como sonolência diurna, diminuição da coordenação motora, alterações na memória, tontura, zumbidos, quedas, reação paradoxal e risco de dependência (Barros, 2019).

Dos 1.449 medicamentos prescritos em um estudo de Farias et al., (2021) na Atenção Primária à Saúde (APS) no município de Campina Grande, na Paraíba, 19,3% (279) foram considerados MPI, dos quais 54,4% (152) tem ação no sistema nervoso central (SNC) e 20,1% (62) no trato alimentar e metabolismo, representados pelo Clonazepam (21,9%). 

Markota et al. (2016) descreveram diferentes razões para a elevada prescrição dos benzodiazepínicos na APS, como o insuficiente reconhecimento dos eventos adversos, convicção de que a relação risco/benefício favorece esse último, não questionamento da lógica de prescrição dos outros profissionais e renovação contínua da receita, ausência de alternativas terapêuticas, relação médico-paciente fragilizada, dificuldade de acesso a consultas especializadas com psiquiatras e resistência do paciente para uma possível mudança de medicamento. 

Em geral, todos os benzodiazepínicos elevam, em idosos, o risco de défice cognitivo, delírio, quedas, fraturas e acidentes com veículos motorizados (Assato; Borja-Oliveira, 2015). Baía (2019), em seu trabalho de conclusão de curso descreve que estudos vêm mostrando que medicações como fenobarbital da classe dos anticonvulsivantes podem causar efeitos adversos como visão dupla, letargia e confusão, levando a quedas. 

Os barbitúricos causam sonolência no início do dia, dificuldade em acordar e às vezes, risco de queda, dificuldade para falar, problemas de coordenação e equilíbrio, particularmente em idosos, distúrbios do humor, artralgia entre outros (Baía, 2019). O zolpidem é um dos agentes hipnóticos (não benzodiazepínicos) mais prescritos para o manejo dos distúrbios do sono. Recentemente, observou-se um aumento na demanda por esse medicamento, principalmente pela população idosa. Mesmo em doses usuais (5 e 10 mg), mostrou aumentar o risco para alterações de equilíbrio, entretanto, isso não ocorre em relação às alterações cognitivas (Tavares et al., 2021).

De Macedo Vaz et al. (2023), relata no seu estudo sobre análise da prescrição medicamentosa dos idosos atendidos em um ambulatório de geriatria  que o zolpidem, na classe SNC e psicotrópicos, são inapropriados quando prescritos a idosos com demência ou Alzheimer, déficit cognitivo e/ou para tratar alteração de comportamento, pois aumentam os riscos de acidente vascular encefálico (AVE), podendo agravar também quadros de constipação crônica e, ainda, por apresentar potencial para causar ataxia da marcha, parkinsonismo, hipotensão e quedas.

Araújo (2022), descreve que opióides devem ser de uso racional.  O AGS/Beers (2019) cita como opióides a morfina, oxicodona, codeína, petidina, fentanil, sufentanil, nalbufina e tramadol. Nos dados obtidos, houve prescrição do tramadol uma vez (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2019). Foram feitos modificações e esclarecimentos nos critérios para delirium, demência e doença de Parkinson, incluindo a adição de opióides que podem exacerbar o delirium.

Evitar uso de opióides com benzodiazepínico risco de overdose. Gabapentina/Pregabalina com opioides risco aumentado de efeitos adversos decorrentes de sedação, como depressão respiratória e morte (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2019). 

Fonte: Os autores (2023). 

Ao analisar as três medicações controladas mais prescritas em cada Unidade Básica de Saúde, de um total de 2632 prescrições, observa-se que a amitriptilina liderou com 733 prescrições, seguida da fluoxetina, com 723, e do tramadol, com 366 prescrições. No que diz respeito aos medicamentos potencialmente inapropriados, destaca-se novamente a amitriptilina, com 733 prescrições, juntamente com 108 prescrições de antipsicóticos, 354 prescrições de benzodiazepínicos e 369 prescrições de opioides.

CONCLUSÃO 

Os resultados obtidos revelam uma imagem abrangente das práticas de prescrição em pacientes idosos nas UBS estudadas. Dentre as 7961 prescrições analisadas, destacam-se 1055 prescrições de antidepressivos tricíclicos, 622 prescrições de antipsicóticos típicos e atípicos, 155 prescrições de barbitúricos, 839 prescrições de benzodiazepínicos, 240 prescrições de hipnóticos não benzodiazepínicos e 1087 prescrições de opioides.

A identificação de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos, com base no critério de Beers, destacou a necessidade de uma revisão mais criteriosa das práticas de prescrição. A prescrição inadequada desses medicamentos pode resultar em sérios riscos à saúde dos pacientes, incluindo reações adversas e quedas.

É relevante ressaltar que a prescrição de medicamentos potencialmente inadequados para idosos não deve ser vista como uma falha exclusiva dos profissionais de saúde. Esse é um desafio complexo que envolve não apenas os médicos, mas também a educação dos pacientes, a comunicação eficaz entre os membros da equipe de saúde e a disponibilidade de alternativas terapêuticas apropriadas.

Além disso, os critérios de Beers não são uma lista rígida de proibições, mas sim diretrizes que devem ser usadas como uma ferramenta para ajudar na tomada de decisões clínicas. Eles podem ser úteis na revisão das prescrições existentes e na seleção de tratamentos adequados para idosos, levando em consideração suas necessidades específicas e minimizando os riscos associados ao uso inadequado de medicamentos.

Adicionalmente, é importante considerar a prática da desprecrição médica, a qual desempenha um papel relevante para a população idosa, uma vez que esse grupo frequentemente enfrenta múltiplas condições médicas, resultando em uma extensa lista de medicamentos. A desprecrição é um procedimento supervisionado por um médico, que visa a retirada de medicamentos considerados inadequados, com o propósito de reduzir a polifarmácia e seus desfechos negativos. Conforme apontado por Reeve et al. (2017), as evidências que respaldam os benefícios e a segurança da desprecrição continuam a se fortalecer, contribuindo para a crescente aceitação da prática na cultura médica. Os possíveis benefícios da desprecrição abrangem uma ampla gama de áreas, incluindo melhorias na saúde e qualidade de vida dos pacientes, bem como benefícios econômicos tanto para o sistema de saúde quanto para os indivíduos.

Esta pesquisa, no entanto, teve suas limitações. Os dados foram coletados retrospectivamente através de um relatório de uma plataforma digital, o que pode ter resultado em lacunas ou imprecisões nos registros. É importante ressaltar que prescrições especiais azul e amarela são emitidas manualmente, por escrito, o que pode ser uma falha no que se refere ao banco de dados digital. Além disso, a pesquisa foi conduzida em um único município e durante um período específico, limitando sua generalização para outras regiões e momentos diferentes. Adicionalmente, a pesquisa concentrou-se na identificação de medicamentos potencialmente inadequados, não avaliando diretamente os efeitos na saúde dos pacientes.

Para pesquisas futuras, sugere-se a realização de estudos longitudinais de acompanhamento, com o intuito de avaliar os desfechos de saúde em pacientes idosos que receberam prescrições medicamentosas controladas, especialmente aqueles considerados inadequados de acordo com o critério de Beers. Além disso, é importante considerar intervenções educacionais direcionadas a médicos, profissionais de saúde e pacientes, bem como adotar uma abordagem multidisciplinar na revisão de prescrições medicamentosas para idosos.

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1Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP. Caçador, Brasil