AVALIAÇÃO DE CASOS DE MENINGITES EM SÃO LUÍS – MA NO  PERÍODO DE 2019 A 2022 

EVALUATION OF MENINGITIS CASES IN SÃO LUÍS – MA FROM  2019 TO 2022 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10303862


Amanda Pereira Silva1; Brenda do Socorro de Oliveira Santos2;Ellen Maria Prazeres Araújo3;Elian Chaves Ribeiro4;Helena Lucimar Rodrigues Oliveira Neta5;Luís Eduardo Almeida Honda6;Maisa dos Santos Araújo7;Margareth Santos Costa Penha8;Siloê Monteiro Sampaio de Sá9;Prof. Dra. Tania Maria Gaspar Novais10


RESUMO 

INTRODUÇÃO: Meningite é uma inflamação das membranas que revestem o cérebro  e a medula espinhal, chamadas de meninges. As meningites infecciosas estão no  grupo de notificação compulsória, por sua capacidade de produzir surtos, e exigem  uma vigilância epidemiológica ativa para propor ações preventivas, podendo ser  causada por varias etiologias, fungos, bactérias, parasitas, vírus, ou também por  processos não infecciosos. A meningite bacteriana é grave e causada por bactérias  como Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e Streptococcus  pneumoniae. Meningite fungica, pode surgir quando a infecção do fungo se espalha  para a corrente sanguínea e atravessa a barreira hematoencefálica chegando a parte  de dentro do cérebro e/ou medula espinhal os principais agentes causadores os  fungos pertencentes às espécies Cryptococcus, Histoplasma, Blastomyces,  Coccidioides ou Candida. As meningites virais são aquelas causadas por vírus, já a  meningite parasitária ou eosinofílica pode ser causada por protozoários e helmintos. Visto que a morbidade e mortalidade significativas das meningites, as informações  precisas a respeito de agentes etiológicos e população de risco são importantes para  iniciação de medidas de saúde pública.  

OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho é avaliar casos de meningites através de  levantamento de alguns dados epidemiologicos no municipio de São Luís do estado  do Maranhão no período de 2019 a 2022, afim de fornecer dados para direcionar as  politicas publicas na prevenção. 

MÉTODOS: Pesquisa de levantamento de dados, qualitativa e quantitativa por meio  de um estudo observacional transversal realizada atraves das ferramentas dados  fornecidos do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), DATASUS  (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil), SEMUS  (Secretaria Municipal de Saúde). As variáveis analisadas incluem etnia, gênero, faixa  etária, etiologia, casos confirmados e mortalidade. A análise dos dados é feita no  Microsoft Excel 2021, e não é necessária aprovação ética, pois os dados são de acesso público. 

RESULTADOS: Os resultados indicam incidência de meningite em São Luís, destacando a meningite não especificada, casos confirmados 285 a raça parda com  80,70%, faixa etária foi crianças de 0 a 9 anos de idade com 56%, sexo foi o masculino  com 53,3%, os anos com maior aumento de casos, ano de 2019 com 83 Casos, 2021  com 76 seguido do ano 2022 com 73 casos e 2020 53 casos, os óbtos por meningites  foram 36 casos confirmados. 

CONCLUSÃO: A meningite continua sendo um desafio para a saúde pública em São Luís, com alta incidência e predominância de casos causados pelo meningococo. É necessário repensar as políticas de saúde, investir em capacitação, ampliar a vacinação e garantir o controle de qualidade na fitoterapia. Abordagens integrais, considerando outras doenças e aspectos emocionais, são essenciais. A prevenção e o acesso igualitário aos serviços de saúde são fundamentais para reduzir o impacto da meningite. 

Palavra-chave: Epidemiologia. Saúde Pública. Doença Infecciosa. 

ABSTRACT 

INTRODUCTION: Meningitis is an infection of the membranes that surround the brain and spinal cord, which can be caused by bacteria or viruses. Bacterial meningitis is severe and caused by bacteria such as Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, and Streptococcus pneumoniae, while viral meningitis has a benign course. Meningococcal meningitis is the most common type in Brazil and can lead to severe complications and death. Immunization is the most effective way to prevent meningococcal infections, especially in high-risk groups. Vaccines to prevent the disease are available in the Brazilian Unified Health System (SUS). Creating an epidemiological profile is important to monitor the incidence of meningitis and guide appropriate prevention and treatment measures. This study aims to define the epidemiological profile of individuals affected by meningitis in São Luís, Maranhão. 

PURPOSE: The objective of this study is to develop an epidemiological profile of individuals affected by meningitis in São Luís, Maranhão. This involves collecting and analyzing data on the disease’s incidence, causative agents, demographic characteristics of affected individuals, risk factors, and clinical outcomes. The epidemiological profile will provide valuable information to guide strategies for meningitis prevention, diagnosis, and treatment in the region, contributing to public health and disease control. 

METHODS: This study utilizes a qualitative and quantitative approach through a literature review and a cross-sectional observational study. Data is collected from registered meningitis cases in the state of Maranhão, with a focus on the city of São Luís. Variables analyzed include ethnicity, gender, age group, confirmed cases, mortality, and classification of meningitis. Data analysis is performed using Microsoft Excel, and ethical approval is not required as the data is publicly available. 

RESULTS: The results indicate incidence of meningitis in São Luís, highlighting  unspecified meningitis, confirmed cases 285, race with 80.70%, age group was  children from 0 to 9 years old with 56%, sex was male with 53.3 %, the years with the  greatest increase in cases, 2019 with 83 cases, 2021 with 76 followed by the year 2022  with 73 cases and 2020 53 cases, deaths due to meningitis were 36 confirmed cases. 

CONCLUSION: Meningitis remains a public health challenge in São Luís, with a high incidence and predominance of cases caused by meningococcus. Health policies need to be reconsidered, investments made in training, vaccination coverage expanded, and quality control ensured in herbal therapy. Comprehensive approaches that consider other diseases and emotional aspects are essential. Prevention and equal access to healthcare services are fundamental to reduce the impact of meningitis. 

Keywords: Epidemiology. Public Health. Infectious Disease.

1 INTRODUÇÃO 

 Na história, a primeira descrição da meningite foi relatada pelo médico Gaspard Vieusseux em 1805, que descreveu em seus aportes teóricos um surto da doença na cidade de Genebra, Suíça. Contudo, apenas em 1887 o patologista e bacteriologista austríaco Anton Weichselbaum descobriu a bactéria Neisseria meningitidis, responsável por causar a meningite meningocócica. No Brasil, a meningite foi relatada pela primeira vez em 1905. Segundo os pesquisadores Adolfo Lutz e Teodoro Baima, a bactéria causadora da meningite chegou ao país em decorrência da imigração de portugueses e espanhóis (Poland, 2020). 

 A meningite é uma doença inflamatória das leptomeninges definida por um  número anormal de leucócitos no líquor. Essa inflamação está comumente associada  a vírus ou bactérias, porém fungos, parasitas e até causas não infecciosas também  podem ocasioná-la (Saha et al., 2016). A incidência e a letalidade da meningite  variam de acordo com o grupo etário e o agente etiológico envolvido. Assim,  apesar do aumento da disponibilidade de antimicrobianos potentes e de unidades  de terapia intensiva, a meningite bacteriana ainda permanece como importante  causa de morbidade e mortalidade entre as crianças (Shin; Kim, 2012). 

 Os sintomas variam de acordo com a idade, mas consistem principalmente em:  febre, cefaleia, fotofobia, vômitos, nível alterado de consciência, convulsões, rash  purpúricoe petéquias. Rigidez de nuca pode estar presente em crianças com mais de  2 anos de idade. Alterações de consciência e convulsões prolongadas geralmente  comprometem a proteção das vias aéreas (Franco-Paredes et al., 2013). A maneira  mais eficaz de prevenir as infecções meningocócicas é a vacinação (Stephen, 2007). 

 A meningite meningocócica é a meningite de maior incidência no Brasil e possui um quadro sintomatológico semelhante ao da gripe, como febre, náusea e dor de cabeça, o que implica diretamente em um diagnóstico rápido, uma vez que o acometido irá buscar os serviços de saúde quando a doença estiver em um estágio avançado, ou seja, quando os sintomas apresentam-se com mais complexidade, como por exemplo, a rigidez no pescoço, confusão mental, sensibilidade à luz e manchas na pele e devido ao seu potencial pode deixar sequelas neurológicas graves muitas das vezes irreversíveis, levando até ao óbito (Rodrigues; Milagres, 2015). 

 Até 2030, as metas são eliminar epidemias de meningite bacteriana – a forma  mais letal da doença – e reduzir as mortes em 70%, além de reduzir pela metade o número de casos. As organizações estimam que, no total, a estratégia pode salvar  mais de 200 mil vidas anualmente e reduzir significativamente as incapacidades  causadas pela doença. Essa estratégia, “Global Roadmap to Defeat Meningitis by  2030” (“Roteiro Global para Derrotar a Meningite até 2030”, em tradução livre ao  português), foi lançada por uma ampla coalizão de parceiros envolvidos na prevenção  e controle da meningite em um evento virtual, organizado pela OMS em Genebra. Seu  foco está na prevenção de infecções e na melhoria do atendimento e diagnóstico para  as pessoas afetadas (OMS, 2021).  

 No Brasil, encontram-se disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina  conjugada (pneumocócica 10-valente), que faz parte do calendário vacinal e as  vacinas polissacarídica (Pneumocócica 23-valente) e a pneumocócica 13-Valente. Os tipos de antígenos contidos nas vacinas conjugadas são aqueles de maior incidência  e relacionados com as formas mais graves de doença pneumocócica (Brasil, 2022). 

 De acordo com os dados do Ministério da Saúde (MS) entre os anos de 2017 a  2022 foram notificados 71.317 casos de meningites, destes 793 óbitos foram  notificados. Quanto à letalidade, as meningites bacterianas, possuem o indicador mais  expressivo, sendo o pneumococo o agente de maior letalidade no ano de 2022. Ainda,  a região Sudeste apresenta a maior média de casos de meningite, seguida pelas  regiões Nordeste e Sul. Não obstante, as meningites bacterianas são as mais  importantes em termos de morbimortalidade, porém apresentam menor incidência que as meningites virais, que são responsáveis por 90% dos casos (Brasil, 2022). 

 Desta forma, compreende-se a importância de ampliar as discussões sobre as meningites, de modo a contribuir com a comunidade epidemiologica do municipio sobre  a incidência desta doença. Os estudos epidemiológicos são determinantes no  acompanhamento de situações, tal como das meningites, por isso, a avaliação de  dados Epidemiológico fornecerá informações que podem ajudar no melhor  conhecimento do quadro de meningites em Sao Luís nesse período levantado. Por  isso este trabalho tem o objetivo de avaliar o perfil epidemiológico de casos por  meningites em São Luís do Maranhão. 

2 MÉTODOS 

2.1 Tipo de Pesquisa: 

 O presente estudo realizou por meio de levantamento de dados, de caráter 

qualitativo, quantitativo, observacional transversal pelas ferramentas SINAN/DATASUS  e SEMUS com base nos casos de Meningites no Estado do Maranhão, especificamente na capital São Luís, durante o período de 2019 a 2022, com a finalidade de elaborar um perfil epidemiológico dos referentes anos. 

2.2 Coleta de Dados: 

As variáveis incluídas na pesquisa são Raça (Amarela, Branco, Indígena, Parda,  Preta), Gênero (Masculino e Feminino), Faixa Etária, Casos confirmados, Mortalidade e Classificação das meningites baseados nos dados fornecidos pelo  SINAN/DATASUS, SEMUS. 

2.3 Análise de Dados:  

Para elaboração e análise de dados estatísticos foram utilizados Microsoft Excel  2021. Neste estudo não é necessário à aprovação prévia do Comitê de Ética na investigação já que os dados estavam livremente disponíveis na internet pelo Governo do Estado do Maranhão). 

3 RESULTADOS 

A partir dos casos notificados no período de 2019 a 2022 pelo Sistema de  Informações de Agravos de Notificação (SINAN)/Departamento de Informática do  Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), foram notificados 285 casos, sendo a  raça parda registrou o maior número com 230 casos (80,70%),em seguida vem a  branca com 31 casos (11%) e preta com 18 casos cada (6,30%), depois os casos em branco (não houve definição de raça e/ou não teve registro da raça), registrando 3 (1,05%), amarelo 1 caso (0,30%) e indígena, com 2 casos (0,70%) (Tabela 1). 

Fonte: Autores (2023). 

No que diz respeito à faixa etária, a maior incidência foi entre 0 e 9 anos  registrando 160 casos (56%), seguido por 20 a 39 anos com 47 casos (16%), 10 a 19  com 43 casos (15%), 40 a 59 anos com 28 casos (9,8%) e por último 60 a 79 anos  com 16 casos (5,6%) (Tabela 2). 

Fonte: Autores (2023). 

No quesito de sexo, o masculino registrou a maior quantidade de casos com 152 notificações (53,3%), em seguida vem o sexo feminino com 133 casos notificados (47%) (Tabela 3). 

Fonte: Autores (2023). 

Quanto aos anos com maior elevação de casos, o ano de 2019 com 83 Casos,  2021 com 76 seguido do ano 2022 com 73 casos e 2020 53 casos. 

Em relação a etiologia das meningites no município de Sao luis, utilizamos a  ferramenta SEMUS no qual foi sistema que descreveu e forneceu a etiologia das  meningites, foram registrados um total de 148 casos pela SEMUS. A meningite com maiornúmero de casos notificados a Secretria de Saúde do Maranhão foi a meningite nao especificada, com 58 casos em seguida a meningite asseptica com 50 casos, a  

meningite por outras bacterias com 15 casos, meningite por pneumococos com 9 casos, a meningite meningocócia com 5 casos, meningocemia e meningite  meningocócia com meningocemia com4 casos cada, e por ultimo a meningite de outras etiologias com 3 casos (Tabela 4). 

Fonte: SEMUS (2023). 

 Quanto aos casos confirmados de meningites em São Luis, utilizamos a  ferramenTa SEMUS no qual foi sistema que descreveu e forneceu a etiologia das  meningites, foram registrados um total de 148 casos pela SEMUS. Foram a óbito por  menigites 36 casos, óbito por outra causa 7, pacientes em alta 102, ignorado e branco  3 casos, e por ultimointernados 0 casos. (Tabela 6)

Tabela 6. Casos notificados pela SEMUS confirmados de meningites de pessoas residentes em São Luís segundo evolução,2019 a 2022.

Fonte: SEMUS (2023). 

 No quesito da menigocócia e outras meningites foram confirmados 148 casos, descartados 66 casos, inconclusivo 31 e por ultimo ignorado e branco 0 casos.  Utilizamos a ferramenta SEMUS no qual foi sistema que descreveu e forneceu a  etiologia das meningites, foram registrados um total de 148 casos pela SEMUS (Tabela 7). 

Fonte: SEMUS (2023). 

Sobre os casos confirmados pela etiologia foram confirmados, outras meningites 137 epor meningocócia 11 casos confirmados em Sao Luís. utilizamos a ferramenta  SEMUS no qual foi sistema que descreveu e forneceu a etiologia das meningites,  foram registrados um total de 148 casos pela SEMUS (Tabela 8).

Fonte: SEMUS (2023). 

4 DISCUSSÃO 

O presente estudo demonstrou no levantamento de dados epidemiológica que, no  período de 2019 a 2022 foram notificados 285 casos pelo (SINAN- DATASUS) das  meningites em São Luís do estado do maranhão, e sendo confirmado 145 casos pela  (SEMUS). 

A análise dos resultados desta pesquisa indica uma alta incidência de meningite  na região de São Luís, destacando-se a predominância de casos causados pela  meningite não especificada 58 casos e em seguida a asseptica 50 casos. 

Corroborando com a fonte anterior, segundo a Secretária de Saúde do estado do  Maranhao, o número elevado de casos de meningite em regiões metropolitanas com  alta densidade demográfica, como São Luís e em todos os estados onde existe surto  ou aumento do número de casos e óbitos por meningite, os especialistas apontam que  a principal causa para este aumento é a baixa cobertura vacinal no mesmo período.  No Espírito Santo, a cobertura vacinal foi de 78,63% em 2021. Em Pernambuco,  apenas 52,1% dos menores de 1 ano foram vacinados este ano contra o meningococo  tipo C, no Rio de Janeiro, a cobertura é 34,3% e no Maranhão 45,65%. 

Em relação à raça, os resultados encontrados no município de São Luís,  meningites com maior prevalência em pessoas pardas com 80,70%. corroboram os  dados uma pesquisa epidemiologica feito em tocantis no municipio de porto nacional  pelo Vinicius Pereira Colman, seus resultados foram semelhantes com relação a raça,  sendo maior incidência se deu para a raça parda, com 88% .

A incidência por faixa etária continua sendo em crianças de 0 á 9 anos de idade  (56%), segundo Pobb (2013), é a idade mais atingida devido não terem o sistema  imunológico amadurecido. Corraborando com o meu presente resultado os estudos  de Dazzi encontrados, em que a faixa etária mais afetada foi a de 1 a 9 anos um total  de 27% dos casos, mostrou a maior incidênca dos casos entre 2009 e 2012. No  entanto o estudo de Helena Caetano Gonçalves e Silva evidenciou uma maior  incidência de meningites bacterianas em menores de 1 ano, somando 36,7% dos  casos. Vale resaltar que apesar da imunização e dos avanços com o passar dos anos,  o ano de 2018 apresentou dados preocupantes, que evidenciam uma possível  negligência na imunização das crianças, seja por parte dos pais/responsáveis, seja  por parte da saúde pública. 

O sexo masculino continua sendo o mais afetado com 152 casos (53,4%) seguido  do sexo feminino com 133 (47%). A predominância de casos no gênero masculino  coincide com estudo realizado por Vinicius Pereira Colman que relatou 92 casos  (61,34%) são do sexo masculino e 121 (38,66%) casos para o sexo feminino. Outros  autores observaram uma prevalência ainda maior de casos no sexo masculino,  chegando a quase 60% segundo Ferreira JHS. Ao analisar, que segundo o IBGE  (2018), os homens vivem, em média, 6,9 anos a menos que as mulheres, e a  meningite pode contribuir para isso, pois trata-se de uma doença que pode levar a  óbito. 

Dos 148 casos notificados a SEMUS a etiologia das meningites com maior  icidência foi a meningite não especificada com 58 casos confirmados, seguida da  meningite asséptica com 50 casos confirmados. O estudo feito no amapá em 2013 a  2018, tambem obeteve o mesmo resultadoao qual em seu estudo a meningite não  especificada apresentou o maior número de ocorrências (32 casos). Segundo Pobb  K, isso pode ser explicado pelo fato de que, durante o processo de diagnóstico da  doença, não seja possível descobrir a etiologia, seja por fatores relacionados à  evolução da doença ou tempo de análise da amostra. Dessa forma, a Meningite é  confirmada, mas não se sabe qual a sua etiologia. 

Em relação a alta 102, óbito por meningite 36, óbito por outra causa 5,  ignorado/branco 3 e internados 0, em 2019 houve maior numero de óbitos com 18  casos seguido do ano de 2021 com 9 óbitos confirmados. Casos de doença  meningocócica e outras meningites foram confirmados 148 casos, sendo descartados  66, inconclusivo 31 casos e ignorado/branco 0. Os dados que são ignorados/brancos 

geram dificuldades para coletas de dados e levantamentos conclusivos. Já casos  confirmados pela etiologia meningocócica houve diminuição do numero de casos com  11 caos e outras meningites teve um aumento com 137 casos. Há uma diferenciação  de etiologias em relação a outros estudos, no estado de Goias a etiologia da  meningite, a viral obteve predomínio. 

A partir dos dados fornecidos, foi possível constatar que as taxas de mortalidade  em decorrência da meningite ainda são elevadas, principalmente em crianças.  Ademais, é importante destacar a relação entre a meningite e as condições  socioeconômicas da população, o que evidencia a necessidade de estratégias de  prevenção e cuidado para as populações mais vulneráveis. 

Ainda que haja avanços na prevenção e tratamento da meningite, a dificuldade de  diagnóstico precoce continua sendo um grande desafio. Isso pode ser explicado pela  semelhança dos sintomas com outras doenças, bem como pela falta de capacitação  dos profissionais de saúde. Nesse sentido, é preciso investir em capacitação e  educação continuada, além de aprimorar os métodos de diagnóstico disponíveis. É  necessário o melhoramento dos dodos notificados a fim de avalair melhor as etiologias  das meningites no municipio de São Luis. 

Outro aspecto relevante é a necessidade de aprimorar as políticas públicas de  prevenção, especialmente no que diz respeito à vacinação. Ainda há muitas lacunas  na cobertura vacinal da população, o que contribui para a disseminação da doença.  Além disso, é importante destacar a necessidade de campanhas de conscientização  e informação sobre a importância da vacinação e prevenção da meningite. 

5 CONCLUSÃO 

 O presente estudo verificou maior prevalência em pessoas parda (80,70%), sexo  masculino (53,3%), faixa etária de 0 a 9 anos de idade (56%), a meningite com maior  prevalência, não especificada, com 58 casos em seguida a meningite asséptica com  50 casos e óbito por menigite 36 pessoas. Casos de doença meningocócica e outras  meningites foram confirmados 148 casos e casos confirmados pela etiologia  meningocócica com 11 casos e outras meningites com 137 casos. Isso mostra que a  doença das meningites ainda é bastante notifcada e os dados do presente estudo vão  ajudar no diagnóstico epidemiológico no munucípio de São Luis e assim melhorar 

sobre o conhecimento da doença e orientar em melhorias de campanhas de  prevenção.  

REFERÊNCIAS 

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