AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL DURANTE O PROCEDIMENTO CIRÚRGICO NA IMPLANTODONTIA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410121509


Thiago Pedroni Mantovaneli
Orientador: Professor Dr. Pablo Santos de Oliverira


RESUMO

Devido à dor, apreensão e/ou medo, muitos pacientes desenvolvem uma intensa alteração psicossomática durante o tratamento odontológico. Dessa forma, é desencadeada no organismo uma série de fenômenos que determinam a elevação da pressão arterial e taquicardia, que em conjunto com outras alterações determinarão um quadro típico de estresse. Este estudo tem como objetivo avaliar a variação da pressão arterial, nos estágios pré, trans e pós-operatórios, em indivíduos submetidos ao procedimento de implantes dentários. Por meio de um aparelho digital, serão realizadas três aferições da pressão arterial (na pré-anestésica, durante a colocação do implante e na sutura). Com isso, será observado a discrepância entre as aferições. Espera-se alteração significativa na pressão arterial durante o procedimento cirúrgico na implantodontia.

Palavras-chave: Pressão arterial; variação da pressão arterial; fisiologia; hipertensão.

ABSTRACT

Due to pain, apprehension and/or fear, many patients develop an intense psychosomatic alteration during dental treatment. In this way, a series of phenomena that trigger high blood pressure and tachycardia are triggered in the body, which together with other changes will determine a typical stress situation. This study aims to evaluate the variation of blood pressure, in the pre, trans and postoperative stages, in individuals submitted to the dental implant procedure. Using a digital device, three blood pressure measurements will be performed (in the pre-anesthetic, during implant placement and in the suture). With this, the discrepancy between the measurements will be observed. A significant change in blood pressure is expected during the surgical procedure in the implant.

Keywords: Blood pressure; variation of blood pressure; physiology; hypertension.

1 INTRODUÇÃO

 O tratamento odontológico geralmente induz um quadro de ansiedade e apreensão nos pacientes. Muitas vezes alguns são tomados de verdadeiro pânico ao se sentarem na cadeira do cirurgião-dentista (19). Existem numerosos estudos demonstrando o importante impacto que os fatores psicológicos podem exercer sobre a dor. Como exemplo específico no campo da odontologia, já foi demonstrado há mais de vinte e cinco anos, que pacientes muito ansiosos apresentam um baixo limiar de dor (20-25).

Vassend (21) relata que estudos têm demonstrado que expectativas de dor ou procedimentos causando dor, em conjunto com ansiedade, é a maior barreira para procurar tratamento dentário. Segundo Rosa, Ferreira (23), os indivíduos ansiosos mais frequentemente evitam o tratamento odontológico, quer seja faltando às consultas ou procurando o cirurgião-dentista após períodos de tempo mais longos.

Os pacientes odontológicos são frequentemente expostos ao estresse durante o tratamento, devido a um estado de dor, ansiedade e/ou tensão. Um dos efeitos mais evidentes na modificação do equilíbrio fisiológico, neste caso, é a alteração da pressão arterial (PA). Sendo assim, é preciso que o cirurgião-dentista realize um procedimento atraumático de modo a minimizar a tensão do paciente, evitando alterações nas suas funções vitais (1,2). Além disso, nos pacientes portadores de disfunções orgânicas, a variação da PA pode atingir proporções inesperadas. Desta forma é importante que o profissional avalie a PA de seus pacientes em todas as consultas, identificando indivíduos hipertensos para evitar problemas trans-operatórios (2).

O sistema circulatório constitui um sistema fechado, demandando condições hemodinâmicas que permitem a circulação do sangue (5). A cada contração o coração ejeta certo volume sanguíneo para a aorta (volume sistólico) e essa ejeção periódica faz com que a PA aumente e diminua(6).

A pressão máxima é dita sistólica e a mínima diastólica. A pressão sistólica (PS) pode ser alterada em condições fisiológicas, como nos casos de exercícios, condição mental, sono ou refeições. A pressão diastólica (PD) avalia a resistência periférica que o sistema vascular oferece, dependendo principalmente do tônus das arteríolas. Entretanto, a PD está menos sujeita a variações temporárias quando comparada à PS (3). Além disso, muitos fatores podem levar a leitura errônea da PA. Elementos como tabaco, cafeína, álcool e cocaína podem elevar temporariamente o valor encontrado (7,8).

A avaliação da PA e a detecção de pacientes com hipertensão não diagnosticada e não controlada é de extrema importância, pois complicações significantes podem ser evitadas ou reduzidas quanto mais rápido for a detecção e o tratamento da hipertensão (4).

A PA foi classificada pelo Comitê da União Nacional de Prevenção, Detecção, Avaliação e Tratamento da Hipertensão (Estados Unidos) como ótima, normal, alta (normal) e hipertensão estágios 1, 2 e 3. Nesta classificação foram determinados os valores da PA para cada grupo, respectivamente, como: Ótima, se abaixo de 120/80 mmHg; Normal a, se inferior 130/85 mmHg; Alta-normal, se no intervalo de 130-139/85-89 mmHg;Hipertensão estágio 1 (140-159/90-99 mmHg); Hipertensão estágio 2 (160-179/100-109 mmHg) e hipertensão estágio 3, se superior a 180/110 mmHg (4, 9).

CATEGORIASISTÓLICADIASTÓLICA
NORMAL<120E<80
PRÉ-HIPERTENSÃO120 – 139Ou80 – 89
HIPERTENSÃO ESTÁGIO 1140 – 159Ou90 – 99
HIPERTENSÃO ESTÁGIO 2> ou = 160Ou> ou = 100

Andrade, 2014.

           A conduta odontológica para estes diferentes pacientes foi sugerida acompanhando os estágios da hipertensão. O paciente com hipertensão estágio 3 deve ser encaminhado para o médico imediatamente e nenhum tratamento odontológico deve ser realizado. Tratamentos dentários podem ser realizados em pacientes com hipertensão estágios 1 e 2, mas na maioria dos casos seria mais indicado aferir novamente a pressão após duas semanas do procedimento cirúrgico e encaminhar para uma avaliação médica aqueles pacientes cuja pressão manteve-se superior a 140/90 mmHg, antes de iniciar qualquer tratamento odontológico. Pacientes com PA normal ou alta podem ser submetidos a tratamentos dentários, contudo, devem ser reavaliados na consulta seguinte (4).

Variação da pressão arterial e da frequência cardíaca

O tratamento odontológico promove alterações psicossomáticas capazes de iniciar crises hipertensivas, que podem comprometer a função de órgãos vitais e provocar acidentes de proporções inesperadas. As principais manifestações apresentadas durante esses acidentes são: taquicardia, vasoconstrição periférica, midríase, elevação da PA, hiperventilação pulmonar, sudorese, agitação e aumento generalizado do metabolismo corporal determinando um quadro típico de estresse (1). Assim, a PA aferida em ambiente médico pode ser levemente mais alta que em outros locais devido à ansiedade do paciente, um fenômeno denominado “hipertensão do jaleco branco” (7,10).

Nestes quadros ocorre uma maior liberação da adrenocorticotropina (ACTH) pela glândula pituitária na circulação sanguínea. O ACTH estimula o córtex adrenal a produzir cortisol, que afeta a pressão sanguínea durante o estresse. Além disso, o sistema nervoso autônomo estimula a medula adrenal, que por sua vez produz as catecolaminas adrenalina e noradrenalina. As maiores concentrações de catecolaminas no plasma aumentam o ritmo cardíaco, elevam o volume sistólico do coração e provocam a constrição do leito vascular, consequentemente aumentando as pressões diastólica e sistólica (2).

A influência do uso de vasoconstritores simpaticomiméticos, presentes nos anestésicos locais, frente à PA é tema de abordagem comum na literatura mundial. O uso de epinefrina em pacientes hipertensos não controlados foi associado a um pequeno aumento da PA sistólica e diastólica (11,12). Entretanto, a combinação do estresse e da anestesia local com vasoconstritor pode produzir uma significante alteração da pressão em pacientes comprometidos.

Zottis et al.(14) realizaram um estudo visando verificar a influência da associação entre lidocaína e noradrenalina na PA e FC, durante procedimentos odontológicos. Foi constatado que não houve alteração dos níveis pressóricos e de FC nos pacientes que receberam injeção intrabucal da associação anestésica. De acordo com este trabalho, o uso de vasoconstritores simpaticomiméticos nos anestésicos locais não induz a uma significativa variação da PA e FC em pacientes normotensos submetidos a procedimentos odontológicos. Entretanto, o estresse, a ansiedade, a dor e a fobia são fatores mais relevantes na variação da PA e FC.

Brand et al.(2) também relataram um estudo comparativo da variação da PA entre pacientes que receberam a anestesia local e outros que não foram anestesiados durante o procedimento odontológico. Como resultados, os autores verificaram que houve um aumento significante da PA naqueles que não foram anestesiados, enquanto que a PA se elevou transitoriamente durante a injeção local da solução anestésica e logo depois regrediu, nos pacientes que a receberam. Com isso, esses autores concluíram que a dor, a fobia e a apreensão são fatores mais relevantes na variação da PA do que os possíveis efeitos gerados pelos vasoconstritores dos anestésicos locais. A explicação para tal fenômeno deve-se à grande liberação de adrenalina endógena e catecolaminas quando não há bloqueio da condução nervosa pelo anestésico local.

Nichols (17) monitorou pacientes normotensos e hipertensos com aferições uma vez a cada minuto durante todo o procedimento cirúrgico e restaurador, constatando haver diferenças significativas da PA e da FC entre os cinco minutos iniciais e finais do procedimento.

Em um estudo de coorte, Zottiset al.(14) avaliaram o efeito de vasoconstritor sobre a PA e FC em 68 pacientes, comparando três momentos durante os procedimentos, em sua maioria restauradores. Seus resultados não demonstraram variações significativas dos níveis pressóricos e de FC, quando foram empregados um ou dois tubetes de anestésico. Eles observaram que, em relação ao tempo, a FC foi mais variável que a PA, e que todos os valores estavam dentro dos limites de normalidade.

Silveira, Fernandes (6) concluíram em um estudo que o uso de anestésicos com vasoconstritores empregados em exodontias não provocaram alterações cardiovasculares estatisticamente significantes ou clinicamente perceptíveis, em pacientes hipertensos e normotensos.

2 PROPOSIÇÃO

          A pesquisa teve o objetivo de avaliar as variações pressóricas em pacientes submetidos à cirurgia de implantes dentários,

3 MATERIAIS E METÓDOS

Este trabalho tem o objetivo de avaliar as variações pressóricas, nos estágios pré, trans e pós-operatórios, em indivíduos submetidos a implante dentário.

 Serão avaliados pacientes de ambos os gêneros e faixas etárias de 18 a70 anos, do pólo de pós-graduação da UNINGÁ (Centro de estudos avançados) da especialização em Implantodontia na cidade de Cachoeiro de Itapemirim/ES, que serão submetidos a implantes dentários. Após o preenchimento de anamnese serão realizadas 3 (três) aferições da PA, para esse procedimento será utilizado o monitor de pressão arterial automático – HEM -7113 da OMRON. (a técnica de aferição seguida pelo fabricante é de que o paciente deverá ficar sentado por, pelo menos, 5 (cinco) minutos, e o aparelho terá que ser colocado na artéria braquial do braço direito).

monitor de pressão arterial automático – HEM -7113. :<www.omronhealthcare.la/br

Critérios de inclusão para este estudo foram: Pacientes com idade entre 18 e 70 anos, não fumantes, pacientes que não apresentassem problemas sistêmicos de saúde (ASA I). Os critérios de exclusão foram: – Pacientes que estavam em tratamento de quimioterapia e/ou radioterapia há menos de 5 (cinco) anos; Hipertensos descompensados; Diabéticos descompensados; Gestantes; Cardiopatas que foram submetidos à cirurgia há menos de 05 (cinco) meses

4 RESULTADOS

4.1 Amostra da pesquisa nº 1

4.2 Amostra da pesquisa nº 2

Das 39 (trinta e nove) amostras da pesquisa, fora m verificados, o seguinte:

– 07 (sete) pacientes mantiveram a pressão < 120 e < 80, enquadrando-se na categoria normal;

– 15 (quinze) pacientes mantiveram a pressão entre 120 < 139 ou entre 80 < 89, enquadrando-se na categoria pré-hipertensão;

– 09 (nove) pacientes mantiveram a pressão entre 140 < 159 ou entre 90 < 99, enquadrando-se na categoria hipertensão estágio 01;

– 08 (oito) pacientes obtiveram a pressão maior ou igual 160, maior ou igual a 100, enquadrando-se na categoria hipertensão estágio 02.

CATEGORIASISTÓLICADIASTÓLICA
NORMAL Arlete Tonam Fontana Marco Antonio Maralha Flavia Ameida Fernandes Joilsa De Fatima Dos Santos Carla Coradine Marcheti Moises Tinoco Santos Alcebiades Baptista 7<120E<80
PRÉ-HIPERTENSÃO Solimar Sgulmero Marilucia Maraboti Karine Coutinho de Souza Claudia Aorilo Moreira Marquesine Ercelio Diniz Aline Oliveira Edivam Zampirolli Joao Carlos da Silva Cleide Maria Pancine Graziela Sherrer Sechim Lucia Helena Silva Saulo Fabiane De Freitas Elizabete Coelho Rosilenia Lopes Pereira 15120 – 139Ou80 – 89
HIPERTENSÃO ESTÁGIO 1 Jamil Macedo Leonardo Guimarães Toledo Maria Da Penha Brito Anderson Folique Ermindo Maria De Fatima Bernado Arthur Marco De Melo Terezinha Mesquita Elizabeth Grifo Fercim 9140 – 159Ou90 – 99
HIPERTENSÃO ESTÁGIO 2 Wilwacyr Sherrer Souza José Gomes Filho Alvaro Ferreira Filho Manoel de Jesus Filho Laysi Mapeli Da Silva Vera Lucia Gasparelli Cossi Gelson Jose Cunha Remy Tikelo 8> ou = 160Ou> ou = 100

4.3 Amostra da pesquisa – Gráfico

5 DISCURSSÃO

Nakamura et al.(15) e Matsumura et al.(16) avaliaram a variação da PA antes da cirurgia, durante a aplicação do anestésico e durante e após a cirurgia. O primeiro autor constatou que o pico da PS e da PD ocorreu no momento da extração, enquanto o pico da FC foi observado durante a anestesia. O segundo autor encontrou o mesmo quadro para a PS e FC, porém não observou variação significativa na PD durante todo o tratamento.

Cavalcanti et al.(3) avaliaram a variação da PA antes da aplicação do anestésico no procedimento cirúrgico e imediatamente após a remoção do dente. Eles observaram que 73% dos pacientes apresentaram ligeiro aumento da PA, 11,6% apresentaram ligeira queda e 13,4% não apresentaram modificações pressóricas. Desta forma eles sugeriram que o pequeno aumento da PA pode ser creditado ao estresse.

No presente estudo foi observado resultados aproximados de Cavalcanti et.al.(3).

Goldman et al.(18) observaram a variação da PA em 20 pacientes em cirurgias eletivas em quatro momentos: antes da anestesia; 5 minutos após o início da cirurgia; 30 minutos após o início e 10 minutos após o final do procedimento e não relataram variação estatisticamente significativa na PS e PD, encontrando apenas discretas alterações na FC, interpretadas como consequência de estresse e fatores posturais(13).

No que se refere a pesquisa do Goldman et. At, ao contrário do que este autor observou, no presente artigo foi observado discrepâncias acentuadas no procedimento cirúrgico em implantodontia, sendo tais discrepâncias a alteração da pressão sistólico e diastólico.

Foi demostrado a importância de uma boa anamnese (3, 7). Para Neves (8), 2007 e Engrstrom (9), 2011, os cuidados odontológicos ajudam na detecção de hipertensão em pacientes sem diagnóstico da doença, servindo como um alerta para os cirurgiões-dentistas.

Estudos indicam que, em pacientes que estejam fazendo uso correto de medicação anti-hipertensiva, os riscos de eventos são mínimos, viabilizando os procedimentos odontológicos (10, 11).

Assim como acima subscrito e observado pelos pesquisadores (10,11), na atual pesquisa, notamos que os pacientes hipertensos compensados foram submetidos à cirurgia de implante e obtiveram resultados satisfatórios, dentro da normalidade.

Um dos causadores do aumento da ansiedade no paciente é o estresse causado por conta do procedimento cirúrgico. Deste modo, picos agudos da PA em resposta ao estresse geralmente estão atribuídas à atividade do sistema nervoso simpático. Os estímulos dos barorreceptores por um curto período de tempo parecem ser responsáveis pelo efeito do estresse na liberação de adrenalina e noradrenalina e em longo prazo, estes receptores podem ter um efeito no controle da PA,30.

O individuo com estress além de apresentar maior liberação de adrenalina e noradrenalina, apresenta aumento da renina plasmática, com maior participação do sistema angiotensina-aldosterona, com consequente aumento da angiotensina, que pode ser um vasoconstritor que atua na arquitetura das artérias provocando disfunção endotelial, remodelando os vasos, com diminuição do lúmen arterial e aumento da resistência vascular.32,33,34.

Alterações na frequência cardíaca (FC) e na PA sistólica e diastólica são observadas em pacientes antes e durante o tratamento odontológico. As alterações individuais na FC e pressão sanguínea são afetadas pela dor e também por fatores individuais, como idade, sexo, hipertensão, experiência previa em tratamento dentário e resposta psicológica. O estresse, decorrente do medo e ansiedade que acomete grande parte dos pacientes que se submetem ao tratamento odontológico, pode causar alteração da PA, podendo ser observada a elevação da pressão durante as aferições realizadas no consultório. (31).

CONCLUSÃO

O desenvolvimento do presente estudo cientifico possibilitou uma análise da importância aferição dos pacientes que são submetidos a cirurgia de implante dentário, pois, foi observado reais discrepâncias da pressão arterial durante todo o procedimento cirúrgico.

Constatou-se, ainda, a importância de fazer o monitoramento da PS e PD, uma vez que muitos pacientes acabaram por descobrir que eram hipertensos, já que até então não sabiam da existência da doença.

Das 39 (trinta e nove) amostras realizadas foi verificada as seguintes porcentagens:

– 17,9% das amostras tiveram resultado normal (<120 ou <80);

– 38,4% das amostras tiveram resultados de pré-hipertensão (>120<139 ou 80 < 89);

– 23% das amostras tiveram resultados de hipertensão estágio 01 (140 < 159 ou 90 <99) e

– 20,5% das amostras tiveram resultados de hipertensão estágio 02 (> ou = 160, ou > ou = 100).

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