AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO SOBRE HÁBITOS SEXUAIS EM JOVENS DE UMA ESCOLA DO DISTRITO FEDERAL

ASSESSMENT OF THE PERCEPTION OF SEXUAL HABITS IN YOUNG PEOPLE AT A SCHOOL IN THE FEDERAL DISTRICT

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10637612


Mateus Ricardo Cardoso1; Bruna Rodrigues de Brito Nakao1; Elbamari Castillo Vilela1; Nara de Oliveira Mansur2


Resumo

A sexualidade faz parte da construção dos relacionamentos sociais e da identidade humana, é influenciada por diversos aspectos e expressa por crenças, comportamentos, desejos e conexões. A adolescência é uma fase de inúmeras transformações e palco de um período de vulnerabilidade ímpar na vida de um cidadão, e sendo a escola um momento de aglomeração desses jovens, temos um local de ação para educação em saúde sexual. Foi realizada a aplicação de um questionário com jovens de uma escola pública do Distrito Federal sobre questões de sexualidade. Foram coletadas 126 respostas de jovens de 15 a 19 anos, com predomínio de alunos com 18 anos, homens cis e heterossexuais, avaliando questões sobre idade ideal para sexarca, conhecimento sobre métodos contraceptivos, iniciativa para o ato sexual, drogas recreativas no ato sexual, sexo antes do casamento, informações de saúde, frequência de uso das Unidades Básicas de Saúde e plano de vida. Foi percebido grande taxa de desinformação e desconhecimento sobre métodos contraceptivos e sua forma adequada de uso, além da sexualidade como objeto de tabu dentro das instituições de ensino e até mesmo de saúde com baixo contato e comunicação com os jovens sobre o tema.  

Palavras-chave: Sexo. Sexualidade. Adolescente.

1 INTRODUÇÃO

A sexualidade é definida como a energia que motiva a procurar amor, contato, ternura e intimidade, sendo influenciada por aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais (TAVARES, CARDOSO, DE CAMPOS, 2020). Faz parte da formação da identidade humana, abrange a subjetividade do indivíduo e de sua experiência social determinando a manifestação do desejo (FELIPE E TAKARA, 2020). É expressa por crenças, valores, comportamentos, desejos e relações, e foge do domínio único dos conceitos de sexo, abrangendo áreas diversas, como, gênero, identidade, orientação sexual e relacionamentos (TAVARES, CARDOSO, DE CAMPOS, 2020).

A sexualidade faz parte da cultura e do ser humano, é construída e participa da construção da identidade do indivíduo, não sendo possível anular, negar ou adiar (MORAIS, SILVA BRETAS, SOUZA VITALLE, 2018). Os humanos são seres políticos e sociais, e são influenciados continuamente por fatores externos, como a cultura, sexualidade, relações e interações sociais que vivenciam, desta forma, a identidade é uma construção constante e inacabada. As diversas sexualidades dos diferentes indivíduos expõem e identificam identidades, auxiliando na elaboração de valores e na construção do sentimento de pertencimento a grupos sociais, dando coesão as práticas e instituições sociais (FELIPE e TAKARA, 2020)

A adolescência, compreende uma fase de intensas transformações biopsicossociais (FERREIRA, PIAZZA E SOUZA, 2019), onde durante a construção dos padrões de comportamento e autonomia (SOSTER E CASTRO, 2018) o desenvolvimento da sexualidade se intensifica, comumente ocorre a sexarca, formando um ambiente de grande vulnerabilidade a práticas sexuais inseguras, predispondo a Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST’s e gestações indesejadas, precoces e não planejadas (FRANCO ET AL, 2020 e SPINDOLA ET AL, 2020). Estudos demonstraram mudanças no comportamento dos jovens nos últimos anos, com atividade sexual precoce, múltiplas parcerias e aumento do número de casos de IST’s. Apesar disso, a sexualidade se mantém um tabu na sociedade, repleta de mitos e estereótipos, com acesso deficiente a informações, muitas vezes restritas a opiniões triviais e ou equivocadas (FERREIRA, PIAZZA E SOUZA, 2019). A desinformação, os conceitos distorcidos e os preconceitos que pairam sobre a sexualidade são marcantes, principalmente entre os jovens, fatores que podem ser determinantes para a prática sexual precoce e aumento da vulnerabilidade dessa população (TAVARES, CARDOSO E CAMPOS, 2020).

A forma como ocorre o início da vida sexual e as escolhas relacionadas aos métodos contraceptivos, parecem estabelecer relação direta com os hábitos sexuais a longo prazo e  perfil de paridade. Em estudo de Ferreira (2012), foi observado relação inversa entre o uso de contraceptivos na sexarca com a incidência de gestação na adolescência, além disso segundo Arruda et al. (2020), 82,4% das adolescentes, não fez uso de métodos contraceptivos na sexarca. Desse modo, a adolescência se consolida como período ideal para a incorporação de conhecimentos mais amplos e verídicos sobre o exercício da sexualidade responsável (ARRUDA et al, 2020; FERREIRA et al, 2012). 

A elevada incidência de gestações indesejadas na adolescência, contribui para o ciclo da pobreza, ao reduzir anos de estudo escolar, propiciar a inserção precoce dos jovens no mercado de trabalho, acometer predominantemente classes sociais menos abastadas e grupos sociais vulnerabilizados, além de estar associada a maior risco de saúde materno e perinatal (RIOS, 2021; DE ARAUJO, 2015; RIBEIRO, 2019). Nesse contexto, torna-se crucial, a coordenação dos serviços de saúde, escola e família, para adequada orientação e acolhimento das demandas dos adolescentes, a fim de prevenir ou mitigar gestações indesejadas (MOLINA, 2015; RIBEIRO, 2019). 

Sabe-se que além do acesso à informação segura e de qualidade, a confecção de um plano de vida com estabelecimento de metas e prioridades interfere diretamente na motivação relativa ao planejamento reprodutivo (ARAUJO, 2015). Considerar as perspectivas sociais, a cultura machista, o julgamento social e o acesso aos serviços de saúde, como fatores limitantes ao exercício pleno da sexualidade, é essencial para a compreensão da baixa adesão aos métodos contraceptivos, mesmo em posse de conhecimento básico sobre esses (PATIAS, 2014).

O início precoce da vida sexual expõe os adolescentes a ampliação do período de atividade sexual, do número de parceiros e expõe a comportamentos de risco, como o não uso dos métodos contraceptivos ou dos preservativos de barreira, gerando desfechos indesejados como as IST’s ou a gravidez não desejada, tornando-se, dessa forma, uma questão de saúde pública (COSTA, 2019).

A escola é uma instituição consolidada no contexto social e local de aglomeração de jovens, dessa forma, é um local privilegiado para coleta de dados de sexualidade e aplicação de ações de saúde para promover e estimular comportamentos sexuais saudáveis e prevenir complicações do sexo inseguro, como gravidez não planejada e IST’s (MORAES, SILVA BRETAS E SOUZA VITALLE, 2018). Considerando essa capacidade da escola no enfrentamento das vulnerabilidades dos jovens, o Ministério da Saúde e Educação instituíram o Programa Saúde na Escola – PSE, como um instrumento de saúde para os jovens, capaz de abordar dentre diversos assuntos, a sexualidade (FERREIRA, PIAZZA E SOUZA, 2019).

Dentro desse contexto, o conhecimento sobre a percepção e as especificidades que fazem parte do contexto social dos jovens de uma população, pode ser usada para a otimização das ações de saúde, um guia para uma comunicação eficaz sobre um tema historicamente marginalizado. Além disso, a simples incitação ao diálogo aberto com base no conhecimento científico, em espaço seguro e supervisionado, abre espaço para o debate auxiliando na redução dos estigmas sobre a sexualidade.

2 METODOLOGIA 

Estudo transversal analítico quantitativo, com estudantes do ensino médio de uma escola de cidade satélite do Distrito Federal, Brasil. Foram convidados alunos entre 15 e 19 anos, para a participação no estudo. Aos alunos menores de 18 anos, foi entregue Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE para assinatura dos responsáveis, previamente à aplicação do questionário. Imediatamente antes da aplicação do questionário, todos os participantes tinham que concordar com a realização da pesquisa, com a disponibilização de um TCLE digital. 

O questionário é composto por 40 perguntas, sendo 3 perguntas subjetivas e 37 perguntas objetivas, aplicado virtualmente pelo programa Google Forms. Os participantes com alguma deficiência cognitiva conhecida, que não consigam responder o questionário sem ajuda de terceiros ou os alunos afastados das atividades escolares nos momentos da coleta de dados, tiveram sua participação na pesquisa excluída. As respostas obtidas foram agrupadas e analisadas a partir do programa Google Sheets. A análise dos dados foi subdividida em 3 aspectos previamente selecionados: hábitos sexuais, métodos contraceptivos e infecções sexualmente transmissíveis.

O presente estudo abordará uma análise descritiva do aspecto das respostas sobre hábitos de vida, de acordo com as variáveis: idade, sexo biológico, ano do ensino médio, religião, gênero, orientação sexual, ideias sobre a sexarca, uso de drogas nas relações sexuais, plano de vida, acesso a informação sobre sexualidade e as instituições de saúde, conhecimento sobre métodos contraceptivos e responsabilidade sobre o uso desses, aborto e gravidez não desejada.

3 RESULTADOS

A pesquisa obteve 126 respostas válidas, a maior parte dos participantes com idade de 18 anos (44,4%), seguido por 17 anos (17,5%), 15 anos (16,7%), 16 anos (15,1%) e 19 anos (6,3%). Destes, 56% se identificam como homem cis e 41,6% como mulher cis, com 2,4% se identificando como mulher trans, agênero ou gênero fluido. A maioria dos participantes se identificam como heterossexual (75,2%), seguido de bissexual (19,2%), homossexual (4%), pansexual (0,8%) e Psyops-sexual (0,8%), englobando dessa forma 24,8% de participantes LGBTQIAPN+. Os participantes foram principalmente do 3º ano do ensino médio (57,9%), seguido do 1º ano (27,8%) e 2º ano (14,3%). 34,9% dos participantes se identificaram como evangélicos, 32,5% declararam não praticar nenhuma religião e 23% como católicos, sendo os demais 9,6% entre ateus, agnósticos, testemunhas de jeová, cristãos, espíritas e xiitas.

Dentre os participantes, a maior parte (35,5%) acredita que não há idade ideal para a sexarca, 19% acreditam que a sexarca deve ocorrer a partir de 18 anos, seguido de a partir de 16 anos (15,7%) e 15 anos (12,4%). Avaliando de acordo com a religião, os participantes que declararam não praticar nenhuma religião acreditam em sua maioria (51,3%) que não há idade ideal para sexarca, maior parte dos participantes que se declararam católicos acreditam que não há idade para sexarca (34,5%) ou que deve ser a partir de 18 anos (31%), avaliando os participantes evangélicos, a idade ideal para sexarca seria a partir de 16 anos e sem idade ideal (24,4%).

Em relação a diferença entre participantes de sexo biológico masculino ou feminino, há similaridade entre a proporção dos participantes que acreditam não ter idade ideal para sexarca (33,8% e 36,5%, respectivamente), mas avaliando os participantes que acreditam ter idade ideal, as respostas dos homens têm um leve aumento comparado com os valores das respostas das mulheres, sendo a partir de 18 anos (25%) para os homens e a partir de 16 anos (23,1%) para as mulheres. Avaliando em relação ao período letivo dos participantes, o 3º ano apresenta maior taxa de participantes que acreditam não ter idade ideal para sexarca (44,9%), seguido do 1º ano (26,5) e 2º ano (16,7%), com o 1º ano e 2º ano tendo as maiores taxas de idade ideal para sexarca a partir de 18 anos em 26,5% e 27,8% respectivamente.

Na pesquisa, 83,3% dos participantes descreveram que não há um sexo biológico responsável pela iniciativa para o ato sexual, 9,5% referiram ser o homem a ser responsável por essa iniciativa e apenas 7,1% declararam que as mulheres seriam responsáveis por iniciar o ato sexual. Se avaliarmos pela perspectiva das mulheres, 92,6% declararam que não haveria grupo responsável por essa iniciativa, sendo que 5,6% acreditam que sejam os homens a deter essa responsabilidade. Para as pessoas de sexo biológico masculino, 76,1% acreditam que não tenha um sexo biológico responsável pela iniciativa do ato sexual, enquanto 12,7% acreditam que esse papel é dos homens enquanto 11,3% acreditam que esse papel seja das mulheres.

76,2% dos participantes referiram não ter usado e nem mesmo pensar em usar algum tipo de droga ou medicação no ato sexual, dos que pensam em usar, 56,5% pensam em usar maconha, 13% tadalafila, 21,7% álcool, e 4,3 % maconha e álcool ou cigarro. Dentre os participantes 81% acreditam que não haja problema em sexo antes do casamento, enquanto 19% acreditam que seja errado, desses, 75% são do sexo masculino, 54,2% são evangélicos e 25% católicos, 100% são heterossexuais e cisgênero.

72% dos participantes declararam ter um plano de vida, além disso, 20,8% declararam ter plano de vida parcialmente, e 7,2% afirmaram não ter plano de vida algum. Dos participantes 62,7% afirmaram ter frequentado a UBS da região mais de 1 vez no último ano. Dos que já declararam ter plano de vida, mesmo que parcialmente, 65,8% compareceram à UBS mais de 1x no último ano.

Em relação ao conhecimento dos jovens sobre os métodos contraceptivos, 99,2% dos participantes afirmaram conhecer a camisinha masculina, 7,87% referiu conhecer somente a camisinha masculina, 26,7% declararam não conhecer a camisinha feminina, 20,47% referiram não conhecer as pílulas anticoncepcionais orais, 27,5% declararam não conhecer o DIU, 35,4 referiram não conhecer nenhum método contraceptivo permanente (laqueadura ou vasectomia), 41,7% relataram não conhecer as injeções IM anticoncepcionais, 35% referiram métodos comportamentais como  o “coito interrompido” como um método contraceptivo que conheciam, além disso, 76% dos participantes referiram conhecer a pílula do dia seguinte como um método contraceptivo usual.

De acordo com os jovens participantes, os amigos são a principal forma de adquirir informações sobre sexualidade (44,6%), seguido dos pais (28,7%), internet (10,4%), profissionais de saúde (7,4%), escola (5,9%) e avô ou parceiro/a (0,5%), sendo que 2% dos avaliados referiram não conversar ou obter informações sobre sexualidade com ninguém.

Foi questionado aos estudantes sobre quais partes de um ato sexual deve ser feito o uso de preservativo de barreira (camisinha masculina ou feminina). 35,5% dos jovens referem que o preservativo deve ser usado durante o sexo oral, vaginal e anal, 34,7% referem que deve ser usado somente no sexo vaginal e anal, 23,1% relatam que deve ser usado somente no sexo vaginal, 2,5% somente durante o sexo anal, 3,3 somente no sexo oral, enquanto 0,8% no sexo oral e vaginal. Das pessoas que acreditam que deve se usar preservativo somente no sexo vaginal, 60,7% são homens cis e 39,3% são mulheres cis, 71,4% acreditam que não há problema em sexo antes do casamento e 28,6% acreditam que isso seja errado, e possuem como maior fonte de informação sobre sexualidade somente pelos amigos (32,1%), e 14,3% por profissionais de saúde. Enquanto os que descreveram que deveria ser usado no sexo oral, vaginal e anal, tiveram maior índice de informação por profissionais de saúde, com 31,1%, e somente pelos amigos de 16,7%

78% dos entrevistados referiram que o uso de métodos contraceptivos era sob responsabilidade de ambos, 19,5% referiram que seria responsabilidade da pessoa de papel social de gênero feminino e 2,5% referiu ser da pessoa com papel social de gênero masculino. Dos que acreditam que seja papel das mulheres 37,5% são do sexo feminino e 62,5% é do sexo masculino, além disso, estes possuem como principal fonte de informação sobre sexualidade somente pelos amigos (29,2%) e 25,1% tiveram orientações por profissionais de saúde e são evangélicos. Dos que acreditaram que ambos são responsáveis, 15,8% tiveram informações somente pelos amigos, enquanto 21,2% tiveram contato com profissionais de saúde.

89,4% dos participantes da pesquisa relataram conhecer alguém que engravidou na adolescência (menor que 18 anos). Além disso, 39,5% referiram conhecer alguém que já provocou um aborto por não desejar a gestação. Sendo que das pessoas que conhecem alguém que já realizou um aborto, 91,8% conhecem pessoas que engravidaram com menos de 18 anos.

4 DISCUSSÕES

O estudo realizado mostra a percepção dos jovens do ensino médio sobre questões referentes aos hábitos sexuais, inclusive suas expectativas em relação ao início dessa etapa de vida. Dentre os 126 participantes percebe-se uma participação maior dentre os jovens maiores de 18 anos, uma vez que a necessidade de autorização dos pais/responsáveis assustava muitos dos jovens, com receio que os responsáveis não gostassem da participação deles numa pesquisa com esse tema. Além disso, apesar dos esforços para entrega dos termos de consentimento aos responsáveis durante meses antes da aplicação dos questionários, a devolução dos termos assinados foi um grande obstáculo, pois muitos dos jovens esqueceram de entregar aos pais ou deixavam os termos assinados em casa repetidas vezes, impedindo a participação na pesquisa.

Assim como nas dificuldades encontradas em nosso estudo, Guariglia et al. (2006) também destaca a necessidade de obtenção do consentimento dos responsáveis legais como um desafio em pesquisas sobre sexualidade. Esse obstáculo ocorre não apenas na coleta dos termos de consentimento assinados, mas também na abordagem do próprio tema, que permanece como um tabu social, especialmente quando examinado sob a perspectiva das relações entre pais e filhos.

Os participantes em sua maioria se reconhecem como evangélicos, católicos e cristões, compreendendo mais de 50% dos candidatos. Percebemos um considerável impacto da religião evangélica na expressão da sexualidade dos jovens, uma vez que 19% dos participantes da pesquisa referiram acreditar que o sexo antes do casamento seja algo errado, sendo destes 54,2% evangélicos e 25% católicos, com predomínio no sexo masculino e em sua unanimidade em pessoas cisgênero.

Segundo Coutinho e Miranda-Ribeiro (2014), a religiosidade é desde os primeiros estudos sobre sexualidade feminina um fator de influência na sexarca. Apesar do catolicismo e protestantismo serem opostos ao sexo antes do casamento ou para fins outros que a procriação, o protestantismo parece ser mais eficiente em desencorajar esse hábito, uma vez que destaca significados ruins a não castidade, reforçando como pecado.

Somente 2,4% dos participantes não se identificaram como homem ou mulher cis, além disso, 24,8% dos participantes se identificaram como LGBTQIAPN+, taxa maior que o disponível na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2021 (CODEPLAN, 2022), onde 2,2% da população de Santa Maria se identificou como LGBTQIAPN+. Também obtivemos valor maior que o IBGE (2021), que identificou 2% da população questionada como LGBTQIAPN +, sendo o grupo de jovens de 18 a 29 anos o com maior percentual, com 4,8%. Desta forma, podemos inferir um crescimento da população LGBTQIAPN + em grupos etários cada vez mais novos.

A maior parte dos participantes acredita que não há idade ideal para a sexarca, sendo esses participantes em sua maioria não praticantes de nenhuma religião, mulheres e jovens do 3º ano, com maior idade. Segundo a OMS a sexarca que ocorre com 15 anos ou menos é considerada precoce (Arruda, 2018). Segundo Lara e Abdo (2015) a sexarca é influenciada por inúmeros fatores, dentre eles o tempo em casa sem supervisão, falta de orientação na escola, pais separados ou com pouca convivência, exposição precoce a cenas eróticas, problemas familiares, abuso sexual na infância, crença que a maioria dos amigos já teve relação sexual, baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade, não praticar religião e uso de drogas.

A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar – PeNSE de 2019 (IBGE, 2019) avaliou que 28,5% dos jovens do 9º ano do ensino fundamental das capitais do Brasil, tiveram relação sexual, sendo 34,6% dos homens e 22,6% das mulheres, com predomínio nas escolas públicas 33,3% comparado com as escolas privadas 16,2%. Destes jovens, 51,5% tiveram a sexarca com 13 anos ou menos, algo que é considerado estupro de vulnerável no Brasil, pelo artigo 217-A criado pela Lei 12.015/2009, considerando a realização de conjunção carnal ou outro ato libidinoso, consensual ou não com menor de 14 anos é crime no Brasil, sob pena de reclusão de 8 a 15 anos (BRASIL, 2009). Felizmente, a maioria dos jovens avaliados (69,6%) fez uso de algum método para evitar a gravidez, contudo apesar dessa proporção, 6,5% das jovens avaliadas nesta pesquisa engravidaram.

A maior parte dos participantes acreditam que não há sexo biológico responsável pela iniciativa do ato sexual, sendo que o sexo masculino apresenta índice maior de responsabilidade da iniciativa comparado ao sexo feminino. Este fato pode representar resquício da construção social dos papéis de gênero e as desigualdades de poder dentro do contexto da sexualidade, onde historicamente a sexualidade feminina foi considerada essencialmente passiva, vergonhosa ou proibida. (VIEIRA, ZANUZZI e AMARAL, 2016)

Mais de 70% dos participantes referiram não ter usado ou pensar em usar algum tipo de droga no ato sexual, dos cerca de 24% dos que referiram pensar em usar, a maioria pensa no uso da maconha, álcool e tadalafila, possivelmente pela crença de que certos tipos de drogas possam aumentar ou alterar a sensação de prazer do orgasmo. No estudo de Freitas et al (2008), em homens universitários observaram que 14,7% já fizeram uso de inibidores da fosfodiesterase-5 (ex.: tadalafila), sendo 70% por curiosidade, 12% para potencializar a ereção e 6% para aumento do prazer, sendo que 16,5% faziam uso pelo menos uma vez por mês.

Quase a unanimidade dos participantes conhecem a camisinha masculina, grande parte dos participantes referiram não conhecer inúmeros métodos contraceptivos, como os métodos permanentes, DIU, pílulas anticoncepcionais e injeções, o que gera grande prejuízo no poder de escolha dos jovens para o planejamento familiar. Além disso, a maioria dos participantes referiram a pílula do dia seguinte e métodos comportamentais como o coito incompleto, como métodos contraceptivos. A pílula do dia seguinte é consolidada no mercado como um método contraceptivo de urgência, com eficácia regressiva com uso recorrente, além disso o coito incompleto é uma estratégia com pouca eficácia para contracepção e sem ação na prevenção de IST’s. Desta forma, esses resultados mostram que grande parte desses jovens tem informações erradas ou incompletas sobre algumas possibilidades de métodos contraceptivos, os deixando vulneráveis a complicações como gravidez na adolescência e Infecções Sexualmente Transmissíveis.

No estudo de Jorge et al (2017), também foram avaliados o conhecimento dos adolescentes sobre os métodos contraceptivos com valores bastante variáveis em comparação com nosso estudo, onde por exemplo apenas 17% dos entrevistados conheciam a camisinha masculina, 14% a pílula do dia seguinte e 3,8% o coito interrompido, sendo que nosso estudo achou valores de 99,2%, 76% e 35%, respectivamente.

Somente 35,5% dos jovens referiram que os preservativos de barreira devem ser utilizados durante o sexo oral, vaginal e anal, o que traduz no uso incorreto dos preservativos de barreira deixando os jovens vulneráveis as IST’s. Silva et al (2015) em seu estudo com 323 adolescentes avaliaram que apenas 28,5% dos jovens sempre utilizam camisinha no sexo vaginal, 51% nunca usam o preservativo no sexo oral e apenas 16,5% dos adolescentes sempre usam no sexo anal. Já no estudo de Falcão Júnior et al (2007) foi observado que 37% dos entrevistados realizavam uso de preservativos em todas as relações sexuais vaginais, 7,6% nas relações anais e apenas 1,9% nas relações sexuais orais. Comparativamente percebemos que uma alta taxa de jovens mantêm o uso inadequado do preservativo de barreira nos 3 estudos.

A principal forma de obtenção de informação sobre sexualidade dos jovens foram os amigos, pais e internet, o que mostra um alto índice de informações apresentadas por pessoas leigas, que podem oferecer informações equivocadas. Além disso, somente 7,4% dos participantes afirmaram que obtiveram essas informações de profissionais de saúde, o que mostra a ainda ineficácia da orientação por esses profissionais e a não procura dos jovens aos profissionais de saúde para obtenção de informações sobre sexualidade.

Com dados opostos a nossa pesquisa, a PeNSE de 2019 (IBGE, 2019) revelou que 77,6% dos participantes receberam orientação na escola sobre prevenção de gestação. Além disso, 84,7% dos jovens referiram ter tido orientações sobre prevenção de HIV/AIDS. Similar ao nosso estudo, Jorge et al (2017), avaliou que a conversa entre amigos era a forma preferida para obtenção de informações sobre sexualidade, o que pode predispor a disseminação e cultuação de ideias errôneas sobre este tópico. Contudo, nosso estudo apresentou taxa bastante inferior sobre os jovens que não conversam sobre sexualidade, com 2% comparado ao estudo citado que contou com 26,3% de jovens que não conversavam sobre o tema. 

Silva et al (2015) refere em seu estudo que 83% dos alunos receberam orientação sobre saúde sexual na escola. No estudo de Macedo (2013) é relatado que os conteúdos de sexualidade são abordados de forma superficial nas escolas, gerando problemas na integração das informações, limitando os conceitos e determinantes abordados, sendo ineficaz de sanar as dúvidas dos jovens, mantendo 71% das dúvidas sobre sexualidade nas mulheres e 50% nos homens.

A maioria dos alunos referiu que a responsabilidade do uso de métodos contraceptivos era de responsabilidade de ambos, além disso, 19,5% dos alunos referiram que essa responsabilidade seria das mulheres, e a maioria das pessoas que acreditam nessa informação, são homens. O que mostra que ainda existe uma ideia cultural muito forte da responsabilidade sobre a reprodução no âmbito feminino. No estudo de Macedo (2013) a camisinha masculina traz um paradigma para as relações heterossexuais, de que por ser o homem que a usa, se este uso não for de iniciativa masculina, a mulher terá que pedir consentimento para que o método seja usado.

Em contrapartida, a camisinha feminina, a alternativa a camisinha masculina e seu controle patriarcal, apresenta divulgação quase ausente, a distribuição nos postos de saúde é limitada e comercialização difícil sob alegação de alto custo. Além disso, a inserção do método de forma interna na vagina e a estranheza com o método e até mesmo sua aparência, acabam sendo impeditivos a implementação efetiva (GOMES et al, 2011).

Maioria dos participantes (62,7%) afirmaram ter frequentado a UBS mais de 1 vez no último ano, esse dado em conjunto com o relatado na PDAD 2021 (CODEPLAN, 2022), que 31,3% da população teve na UBS, seu último contato com instituição de saúde, percebemos que a população apresenta grande incidência de atendimento na atenção primária em saúde, sendo principal ferramenta para possível orientação e avaliação de saúde desses jovens.

Os alunos com plano de vida mesmo que parcialmente são maioria do estudo, esses participantes tiveram alta taxa de frequência na UBS, o que está de acordo com a ideia de que as pessoas com plano de vida realizam planejamento familiar e são participantes ativos da construção de sua saúde. A alta taxa de alunos com plano de vida pode ser devido a presença de uma matéria escolar obrigatória na escola onde o estudo foi aplicado, que tem como objetivo a orientação e a formulação de um plano de vida. 

Tavares, Cardoso e de Campos (2020) em seu estudo com jovens de uma Universidade particular do Distrito Federal avaliaram que 76,2% apresentam plano de vida, 19% parcialmente e 4,8% não apresentam nenhum, além disso, observou que os participantes com plano de vida completo apresentaram maior taxa de uso de métodos anticoncepcionais durante a primeira relação sexual. Os dados deste estudo colaboram com a ideia de que um planejamento bem estruturado entre os jovens reforça a expressão de uma sexualidade saudável. Ademais, reforça a ideia de que a criação de um plano de vida pode ser instrumento de ação de saúde para planejamento familiar e combate a IST’s.

Vimos no estudo que ainda é prevalente o número de jovens que convivem com situações de gravidez precoce indesejada e abortos. Delgado et al (2020) entende que a gravidez indesejada associada com a história pregressa e a personalidade da mulher reflete na forma de aceitação da condição da gravidez, podendo se tornar um evento opressor com estressores nos mais diversos aspectos da vida. O aborto provocado pode ser uma reação a essa reação, sendo altamente associado a um baixo nível socioeconômico, principalmente se relacionado com incapacidade financeira do sustento do filho, pressão social e falta de apoio do parceiro.

5 CONCLUSÃO

A avaliação das ideias e reflexões dos jovens em idade próxima a sexarca é essencial para o planejamento de ações de saúde específicas e eficazes na conscientização sobre o uso de métodos contraceptivos e prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis. O estudo mostrou impacto significativo da religião na expressão da sexualidade, aumento da taxa de jovens que se identifica como LGBTQIAPN + quando comparado com outros estudos da mesma localidade, e a crença dos jovens em que não existe idade ideal para sexarca.

Desta forma, vemos que a percepção da sexualidade com amplos e diversos aspectos na vida de um indivíduo, com influência e sob influência de inúmeros contextos e com papel significativo na construção do cidadão deve ser incentivada, com foco na desmistificação da sexualidade no contexto carnal heterossexual e como tema de debate necessário para permitir a plenitude do eu e a realização dos planos de vida de uma população. A saúde sexual da população LGBTQIAPN + apesar de cercada de grandes tabus, principalmente pela negativa conservadorista e religiosa, está cada vez mais presente, contudo, sem suas especificidades incluídas nos programas educacionais formais e muitas vezes tratada de forma superficial nos programas de saúde.

Apesar de não ter nenhuma descrição cientificamente comprovada de idade ideal para sexarca e quando comparado com outros estudos de cunho nacional, podemos perceber uma sexualidade precoce em termos de lei brasileira, o que pode deixar ainda mais vulnerável uma população com conhecimento deficiente e em certos casos imaturidade mental e física para esse processo natural. Apesar da maioria dos participantes não responsabilizar nenhum sexo biológico para o uso de preservativo, vemos muitas pessoas que delegam essa função ao sexo masculino, o que pode demonstrar uma preservação de um pensamento centrado na figura do homem como personagem de poder dentro da sexualidade humana, capaz de decidir sobre a exposição e fecundidade do casal.

Além disso, o grande desconhecimento dos jovens sobre a enorme variedade de dispositivos e técnicas contraceptivas mostra o grande déficit sobre a disseminação de informações de saúde. A concentração de ênfases no preservativo masculino, prejudica o poder de escolha, principalmente do público feminino, que é historicamente reprimido sexualmente e em relação a seu controle de fecundidade. Além disso, apesar dos inúmeros benefícios deste método, apresenta importante índice de falha, principalmente pelo uso inadequado, como demonstrado pelo conhecimento equivocado sobre a real necessidade do uso no sexo vaginal, oral e anal, observado nesse estudo. Ademais, vimos o ainda grande número de jovens que apresentam informações inadequadas sobre os métodos contraceptivos como o uso regular de pílula do dia seguinte e coito incompleto para prevenir a gestação, sendo necessário a conscientização do uso adequado e da diversidade dos diversos métodos.

A educação em saúde sexual é falha, com pouco contato dos jovens com informações por fontes qualificadas como profissionais de saúde ou da educação, o que mostra um déficit das estruturas de saúde como Unidades Básicas de Saúde e dos Centros de Ensino em priorizar a divulgação dessas informações aos jovens. Desta forma, sugerimos a realização de ações de saúde em ambientes de presença ativa de adolescentes, como as escolas, com a abordagem de temas amplos sobre sexualidade, com a divulgação e orientação do uso correto dos métodos contraceptivos para prevenção de IST’s e gravidez indesejada, mas também, debates sobre o papel individual na expressão da sexualidade, diversidade sexual, percepção da pluralidade dos conceitos de sexualidade e como estes conceitos estão inclusos no dia a dia e estímulo de ações ativas de saúde, como a construção de um plano de vida. Além disso, novos estudos com foco nas influências para adesão de métodos contraceptivos e a eficácia de ações de saúde no público jovem são necessários.

REFERÊNCIAS

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1Médico residente do Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade do Distrito Federal, da Escola Superior de Ciências da Saúde.

2Médico residente do Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade do Distrito Federal, da Escola Superior de Ciências da Saúde