AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO E CRONOLOGIA DE ERUPÇÃO DOS PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES EM ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE JARU – RONDÔNIA.

EVALUATION OF THE PERCEPTION AND CHRONOLOGY OF ERUPTION OF PERMANENT FIRST MOLARS IN SCHOOL CHILDREN IN THE MUNICIPALITY OF JARU – RONDÔNIA.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10070754


Adrianny Christina Ribeiro Pereira1
Daniel Moreira Paiva2
Ivanir Olegário de Menezes3
Josiane Ferreira Rabelo4
Laura Beatryz Rodrigues dos Anjos Torres5
Tainah Raymundo6
Tamily Rosa7


RESUMO

Introdução: Considerando a vitalidade ao dente hígido primordialmente por desinformação dos pais e responsáveis foi realizado um levantamento sobre a percepção dos responsáveis sobre a época em que irrompe o primeiro dente permanente dos escolares do município de Jaru, estado de Rondônia, por meio de um estudo descritivo transversal com coleta de dados por questionário estruturado, buscando avaliar o conhecimento odontológico dos pais ou responsáveis, além da observância da cronologia de erupção do primeiro molar permanente e se há relação fragilidade cultural do ambiente familiar atentando-se a necessidade vital do elemento dentário decíduo e da existência de dentição permanente sem antecessores. Objetivo: Avaliar o conhecimento dos pais ou responsáveis sobre a idade de erupção
dos primeiros molares permanentes. Metodologia: foi elaborado um levantamento bibliográfico, cujos dados foram obtidos através de uma pesquisa nas casas dos pais e responsáveis, no setor Jardim Europa na cidade de Jaru Rondônia, com os alunos devidamente matriculados nas escolas de rede pública do ensino infantil ou fundamental, tendo critérios de exclusão e inclusão. Resultados e Discussão: Os dados foram jogados na planilha do Excel, produzidos os gráficos, e assim obtivemos êxito na pesquisa em campo. Conclusão: Os resultados sugerem que os pais ou responsáveis não sabem a cronologia dos primeiros molares permanentes, consequentemente, não realizam a devida higienização, portanto percebe-se a necessidade de uma Odontologia preventiva e educativa.

Palavras-chave: Dente Permanente. Pais. Desinformação. Primeiro molar. Saúde Bucal.

ABSTRACT

Introduction: Considering the vitality of healthy teeth primarily due to misinformation from parents and guardians, a survey was carried out on the perception of guardians about the time when the first permanent tooth erupts in schoolchildren in the city of Jaru, state of Rondônia, through a study cross-sectional descriptive study with data collection using a structured questionnaire, seeking to evaluate the dental knowledge of parents or guardians, in addition to observing the chronology of eruption of the first permanent molar and whether there is a relationship with cultural fragility in the family environment, paying attention to the vital need for the primary dental element and the existence of permanent teeth without predecessors. Objective: Assess the knowledge of parents or guardians about the age of eruptionof the first permanent molars. Methodology: a bibliographical survey was prepared, the data of which were obtained through research in the homes of parents and guardians, in the Jardim Europa sector in the city of Jaru Rondônia, with students duly enrolled in public schools for kindergarten or elementary education, having exclusion and inclusion criteria. Results and Discussion: The data was entered into the Excel spreadsheet, graphs were produced, and thus we were successful in the field research. Conclusion: The results suggest that parents or guardians do not know the chronology of the first permanent molars, consequently, they do not carry out proper cleaning, therefore the need for preventive and educational Dentistry is perceived.

Keywords: Permanent Tooth. Country. Disinformation. First molar. Oral Health.

INTRODUÇÃO
Os pais ou responsáveis ainda não se apoderaram da importância da dentição humana para homeostase corporal. Principalmente dos dentes decíduos e por acharem que eles serão todos substituídos, acabam não realizando os devidos cuidados com a higiene e alimentação. É fundamental ter esses cuidados com os dentes, pois eles são imprescindíveis tanto na mastigação, quanto na fonação, na estética e em uma boa oclusão. E a ausência deles pode gerar inúmeros transtornos, principalmente, prejuízos sociais irreparáveis.
O Brasil é considerado um país com altos índices de prevalência de doenças
bucais, em particular a cárie dentária. Este fato está diretamente relacionado ao grau de educação da população, sua renda per capita e acesso a rede de saúde pública, como pode ser observado no SB(Saúde Bucal) – Brasil 2010.
O primeiro molar permanente é, em geral, o primeiro dente da série dos permanentes, sendo considerado “chave de oclusão’’ (ANGLE, 1907). Irrompendo distalmente ao 2º molar decíduo, porém é o único que não é antecedido por um dente decíduo, o que grande parte dos pais desconhece, de acordo com (MASSONI, et. al.,2019). 63,3% dos pais acreditam que a esfoliação de elemento decíduo sempre precede a erupção do seu sucessor. Geralmente é o primeiro dente que erupciona na fase da dentição mista e, consequentemente, é o mais exposto e susceptível ao desenvolvimento da cárie dental (NOLLA, 1960). De acordo com (Botelho, et. al., 2011) “Os primeiros molares permanentes irrompem na cavidade bucal de forma silenciosa e assintomática, visto que este grupo de dentes não é substituído por outros elementos dentário”. Corroborando para este estudo, autores referem que a saúde no contexto familiar vem sendo reafirmada como estratégia para adequar o sistema de saúde, principalmente no fortalecimento da atenção básica, visando a melhoria da qualidade de vida. Uma vez que é no seio familiar que se desperta a consciência das necessidades básicas. (MASSONI, et. al., 2010).

A falta de conhecimento traz prejuízos à saúde e consequentemente à vida. Tradicionalmente algumas rotinas de higiene são passadas de geração em geração sem o cuidado de buscar informações de um profissional especialista na área. Ao ter a dimensão do nível de conhecimento dos pais e responsáveis torna possível estabelecer diretrizes para aplicar junto à população. Quanto maiores as ações de prevenção à saúde menores serão as ações de reabilitação oral.
Diversos fatores podem estar relacionados com o tempo de erupção dos primeiros molares permanentes, alguns retardando e outros acelerando, com aspectos multifatoriais tais como causas congênitas ou ambientais (TOLEDO, 1996). Visualizando a gravidade vital ao dente hígido devido, principalmente, à desinformação dos pais e responsáveis foi realizado um levantamento sobre a cronologia de erupção e a percepção dos responsáveis sobre a época em que ocorre a erupção do primeiro dente permanente dos escolares do município de Jaru, estado de Rondônia, por meio de um estudo descritivo transversal com coleta de dados por questionário estruturado e inspeção visual da cavidade bucal.

Metodologia

O trabalho teve início com levantamento bibliográfico, foi realizado um projeto de pesquisa, para avaliar a percepção dos pais e responsáveis a respeito da cronologia de erupção dos primeiros molares permanentes em escolares do município de Jaru – Rondônia, com crianças das idades 4 a 8anos (48 a 96 meses). O projeto foi submetido ao comitê de ética e pesquisa, Plataforma Brasil e aprovado. A Pesquisa foi realizada na cidade de Jaru, sendo 20 pessoas entrevistadas e 27 crianças observadas. Os participantes do estudo foram pais e responsáveis das crianças. O Critério de inclusão usado foi serem pais ou responsáveis pelas crianças, e assinatura do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE), o critério de exclusão serem responsáveis menores de idade ou que se opunham à aceitação em participar da coleta de dados, que estivessem ausentes no dia e/ou se recusassem a assinar os termos.

Resultados

A amostra de pesquisa foi constituída de 20 pessoas entrevistadas e 27 crianças observadas. Os pais foram submetidos a um questionário estruturado com dados socioeconômicos, orientações sobre higiene bucal, importância do primeiro molar permanente, cronologia da dentição. O questionário foi aplicado pelos pesquisadores assistentes durante as visitas em suas casas e ao responderem, as famílias recebiam kits para cuidados com a higiene oral.

Foram aplicados aos pais e responsáveis 8 questões, cujas respostas serão apresentadas em forma de gráficos.

Sobre os participantes da pesquisa 90% (18 responsáveis) são do sexo feminino e 10% (2 responsáveis) sexo masculino.

A pesquisa apresentou que, 5% (1 família) dos entrevistados possuem uma renda menor que um salário mínimo, enquanto que 89% (16 famílias) estão entre 1 e 2 salários mínimos e apenas 6% (2 famílias) entre 2 e 3 salários mínimos, não houve nenhuma família entrevistada com renda superior a 3 ou 4 salários mínimos.

Apresentado no gráfico 1.

Gráfico 1

Os resultados em relação a primeira visita ao cirurgião dentista são, 0% entre 0 a 5 anos, 21% (4 pessoas) de 6 a 12 anos, 53% de 13 a 20 anos (10 pessoas) e 26% (5 pessoas) acima dos 20 anos numa idade geral prevaleceram dos 6 anos aos 12 e 13 anos aos 20 anos. O principal motivo da visita ao cirurgião dentista foi devido à cárie e dor, as evidências trazem um aspecto negativo sobre a prevenção e conhecimento dos familiares em relação a etiopatogenias.

Mostrado no gráfico 2

Gráfico 2.

Quanto ao conhecimento dos responsáveis em relação a cronologia de erupção do primeiro dente permanente, observou-se que 13% (2 responsáveis) responderam que a idade é de 4 anos, 20% (3 responsáveis) consideraram que acontece aos 5 anos de idade, 20% (3 responsáveis) 6 anos, maior porcentagem foi com 47% (7 responsáveis) para 7 anos de idade, 8 anos 13% (3 responsáveis) e 9 anos %(3 responsáveis) ou mais nenhum participante relatou.

Representado no gráfico 3

Gráfico 3.

Quando questionados sobre a frequência da escovação da criança,40% (8 responsáveis) responderam que 1 vez ao dia, 50% (10 responsáveis) 2 vezes ao dia, 10% (2 responsáveis)3 vezes ao dia e 0 % 4 vezes ao dia.

Demostrado no gráfico 4.

Gráfico 4.

Na presente pesquisa pôde-se observar que os pais ou responsáveis não têm conhecimento a respeito do primeiro dente permanente a irromper na cavidade oral das crianças e aos que afirmavam saber citaram os “dentes de leite” em seguida os permanentes, mas não souberam a ordem e idade do irrompimento, negligenciando os devidos cuidados com a higiene bucal dos filhos. Observa-se também que os primeiros molares permanentes da maioria das crianças estão cariados, alguns até condenados a extração dental.

Os cuidados com saúde bucal são de extrema importância para as crianças. Essa atitude de cuidado pode ser seguida a vida inteira, pois a infância é conhecida como a fase primordial, quando são construídos valores, conhecimento e os hábitos (TIBURTINO; VASCONCELOS, 2022). A correta escovação dentária no mínimo 3 vezes ao dia, uso do fio dental, bons hábitos alimentares, são rotinas importantes, a fim de evitar que as doenças se instalem e a criança enfrente a experiência de cárie e outros problemas de saúde bucal.

Discussão

A educação em saúde bucal aos poucos está sendo introduzida na vida dos
brasileiros, porém é uma realidade distante de algumas pessoas, pois muitos ainda
não têm o conhecimento sobre higiene bucal e não tem acesso ao dentista por causa da situação socioeconômica (DOS SANTOS, M. L., 2018). A erupção dentária é definida como o momento do irrompimento dentário na cavidade bucal. A fase eruptiva conta com mudanças na velocidade de erupção dentária e das demais estruturas, sendo assim necessária a compreensão desse processo para serem tomadas medidas preventivas. (DOS SANTOS, M. L., 2018).

O primeiro molar permanente tem grande influência no crescimento da arcada óssea. Na fase infantil é colocado em primeiro grau na sequência de erupção da dentição permanente (TIBURTINO; VASCONCELOS, 2022). Segundo Schimidt (2001) a extração precoce do primeiro molar tem como causa principal cárie dentária, em virtude da higiene precária, presença de biofilme, acarretando vários resultados negativos, assimetria das arcadas, deformidades faciais, insuficiência mastigatória, hipersensibilidades, má-oclusão, distúrbios na articulação temporomandibular prejudicando os demais dentes.

O primeiro molar permanente tem sua localização anatômica no arco posterior ao segundo molar decíduo como um dente não sucedâneo, ou seja, o seu irrompimento não é atrelado a esfoliação de um decíduo, fazendo com que seja confundido com um elemento decíduo, acarretando um comportamento negligente dos pais em relação a dentição dos filhos (TIBURTINO; VASCONCELOS, 2022).

De acordo com Palma (2018), deve-se existir integração entre cirurgião dentista, os pais e escolas para promoção de educação, motivação e melhorias da saúde bucal, visando assim diminuir índice de doenças orais e perdas precoces dos primeiros molares permanentes. Tiburtino et al (2022) e Palma (2018) concordam que a odontologia atual visa a promoção da saúde bucal desde a infância antes da erupção dos decíduos, com objetivo de conservar os dentes permanentes saudáveis até a terceira idade.

Conclusão

Esse estudo identificou a falta de informações dos responsáveis sobre cronologia dos primeiros molares permanentes e poucos sabem que o primeiro molar é um dente permanente. Uma grande porcentagem de responsáveis acreditam que é dente decíduo, que irá ser substituído por um dente permanente, não tendo então o devido cuidado com higienização bucal. Percebemos que é necessário ter uma odontologia preventiva e educativa para os pais e responsáveis das crianças, pois percebe que eles têm pouco conhecimento sobre a importância do primeiro molar permanente e sua higienização. Pais com informações adequadas sobre o tempo de erupção do primeiro molar podem minimizar problemas futuros na dentição dos filhos.

REFERÊNCIAS

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crianças entre 6 e 8 anos de idade.
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SANTOS, Michelli Lemos dos. Conhecimento de Pais de Escolares do Ensino Fundamental sobre Perda Precoce dos Primeiros Molares Inferiores Permanentes.2018. 47 f. Monografia (Especialização) – Curso de Odontologia, Faculdade Maria

SCHMIDT, Gisele Forlin. Perda Precoce do Primeiro Molar Permanente. 2001. 32 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. Disponível em: http://tcc.bu.ufsc.br/Es-podonto206204.PDF. Acesso em: 10 jul. 2020.

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Toledo OA. Odontopediatria: Fundamento para a prática clínica. 2ª ed. Premier; 1996:17-40.


1Acadêmica de Odontologia pelo Centro Universitário Aparício de Carvalho-FIMCA,, Adriannycrp@yahoo.com, http://lattes.cnpq.br/5226124558348627;

2Prof. FIMCA, Mestre e Especialista em Odontopediatria, dr.daniel.paiva@gmail.com, http://lattes.cnpq.br/6455615423418615;

3Prof. FIMCA, Especialista em português, metodologia do ensino superior, prof.ivanir@unicentroro.edu.br, http://lattes.cnpq.br/6983551053202799;

4Acadêmica de Odontologia pelo Centro Universitário Aparício de Carvalho-FIMCA, josianefrabelo@gmail.com https://lattes.cnpq.br/8809363890320467;

5Acadêmica de Odontologia pelo Centro Universitário Aparício de Carvalho-FIMCA, Laurabya.anjo@gmail.com;

6Prof. FIMCA, Especialista em Farmacologia clínica, tainahraymundo@gmail.com http://lattes.cnpq.br/9260421827946945 ;

7Prof. FIMCA, Especialista em Implantodontia em..dratamilyrosa@hotmail.com,http://lattes.cnpq.br/1067786491607479