AVALIAÇÃO DA GLICEMIA CAPILAR: UMA ANÁLISE EM GRADUANDOS DE UMA UNIVERSIDADE DA REDE PARTICULAR DO ESTADO DE SERGIPE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12636125


Josean Santos Nascimento1


RESUMO

Um dos testes de glicemia mais usados no sistema de saúde brasileiro é o de Glicemia Capilar. O presente trabalho objetivou a realização do teste de glicemia por meio do método de Glicemia Capilar em indivíduos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Tiradentes. O teste de Glicemia Capilar foi realizado no laboratório de Zoologia da Universidade Tiradentes, Campus Farolândia, Aracaju-SE. Este teste foi realizado em 10 indivíduos e foram utilizadas lancetas, algodão, álcool 70%, glicosímetros, açúcar e água. Utilizando estatisticamente o Teste T não pareado, observou que o grau de significância estatística entre os níveis glicêmicos do grupo pré e pós-prandial foi de P= 0,003, como também foi constatado um aumento da média aritmética do nível glicêmico do grupo pré-prandial para o grupo pós-prandial. O grupo pré-prandial apresentou média de nível glicêmico de 81,0  mg/dL e grupo pós-prandial apresentou média de 104,3 mg/dL. Com base nos resultados apresentados no presente trabalho, conclui-se que a alimentação exerce um efeito contundente nas taxas de glicemia sanguínea, entretanto nos grupos estudados apenas um indivíduo apresentou quadro de hipoglicemia e o restante dos indivíduos apresentou taxas glicêmicas consideradas normais.

PALAVRAS-CHAVE: Glicemia capilar, hiperglicemia, hipoglicemia.

ABSTRACT

One of the most commonly used blood glucose tests in the Brazilian healthcare system is the Capillary Blood Glucose test. This study aimed to perform the blood glucose test using the Capillary Blood Glucose method in individuals from the Degree in Biological Sciences at Tiradentes University. The Capillary Blood Glucose test was performed at the Zoology Laboratory of Tiradentes University, Farolândia Campus, Aracaju-SE. This test was performed on 10 individuals and used lancets, cotton, 70% alcohol, glucometers, sugar and water. Using the unpaired t-test statistically, it was observed that the degree of statistical significance between pre and postprandial glycemic levels was P = 0.003, as well as an increase in the arithmetic mean of the preprandial glycemic level for the preprandial group. the postprandial group. The preprandial group had an average glycemic level of 81.0 mg / dL and the postprandial group had an average of 104.3 mg / dL. Based on the results presented in the present study, it can be concluded that eating has a strong effect on blood glucose levels, however in the studied groups only one individual presented hypoglycemia and the rest of the individuals presented normal blood glucose levels.

KEYWORDS: Capillary glycemia, hyperglycemia, hypoglycemia.

INTRODUÇÃO

O teste de glicemia representa um dos métodos mais profícuos para os indivíduos criarem estratégias para o controle dos níveis de glicose na corrente sanguínea. Os níveis de glicose podem cair ou aumentar a depender de hábitos do indivíduo como alimentação, prática de exercícios físicos e o uso de determinados medicamentos.

A diminuição dos níveis de glicose abaixo de 70 mg/dL caracteriza a hipoglicemia, alteração que pode ser causada por não realização de refeições, prática de atividades físicas não recomendadas e utilização de medicamentos em dosagens acima do necessário (RIBEIRO, 2012).

Uma das respostas do organismo mais imediatas à queda dos níveis de glicose sanguínea é a liberação do hormônio glucagon que é liberado assim que tais níveis reduzem para aproximadamente 68 mg/dL. Este hormônio tem sua ação nos receptores acoplados de proteína G das células hepáticas e com isso aumenta a produção de glicose por meio da glicogenólise hepática (PAIVA, 2014).

O aumento na concentração de glicose no sangue maior que 200 mg/dL resulta na hiperglicemia, condição que pode ser consequência de fatores como o uso de medicamentos em dosagens abaixo do necessário e má alimentação. Estes altos níveis da glicose podem culminar em modificação nos nervos e nos vasos sanguíneos (RIBEIRO, 2012).

A insulina é um hormônio que atua permitindo a entrada de glicose nas células e sendo assim transformada em energia. Desse modo, a insulina é um dos hormônios imprescindíveis para o controle glicêmico na corrente sanguínea (HEIDRICH e DELIZOICON, 2009 apud CRUZ et al, 2016).

Um dos testes de glicemia mais usados no sistema de saúde brasileiro é o de Glicemia Capilar. Neste método, uma gota de sangue é coletada mais comumente do dedo de um paciente e analisada em um equipamento denominado glicosímetro que informa o resultado do nível glicêmico no dado momento (SANTOS, 2014).

O presente trabalho objetivou a realização e a análise do teste de glicemia por meio do método de Glicemia Capilar em indivíduos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Tiradentes.

MATERIAL E MÉTODOS

O teste de Glicemia Capilar foi realizado no laboratório de Zoologia da Universidade Tiradentes, Campus Farolândia, Aracaju-SE. A metodologia de pesquisa foi caracterizada como pesquisa experimental de base descritiva e analítica.  Este teste foi realizado em 10 indivíduos regularmente matriculados no curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas que não apresentavam nenhuma patologia prévia conhecida. Foram utilizadas lancetas, algodão, álcool 70%, glicosímetros, açúcar e água.

Dos 10 indivíduos que foram avaliados, quatro fizeram a glicemia pré e pós-prandial, outros cinco fizeram apenas o teste pós-prandial e um fez apenas a glicemia pré-prandial. A Glicemia Capilar consistiu na leitura através do glicosímetro de uma gota de sangue colhida da ponta do dedo com o auxílio de lancetas após anti-sepsia de cada um dos participantes.

Nos quatro indivíduos que fizeram a glicemia pré e pós-prandial no início da aula prática foi feito a glicemia capilar e após 30 minutos da ingestão de 25 gramas de açúcar diluído em água foi realizada glicemia capilar novamente. Já no único participante que fez apenas a glicemia pré-prandial a glicemia capilar foi feita apenas no início da aula. Nos outros cinco participantes que fizeram apenas a glicemia pós-prandial, a glicemia capilar foi sendo feita no decorrer da pesquisa. 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos evidenciam que no grupo que realizou a glicemia pré-prandial apenas um indivíduo apresentou valor fora da normalidade (52 mg/dL) caracterizando a hipoglicemia.  (Tabela 1). 

Tabela 1 – Grupo de indivíduos que realizou a glicemia pré-prandial

(Fonte: Autoria Própria)

Já no grupo que realizou a glicemia pós-prandial (sendo que os 4 primeiros indivíduos realizaram a glicemia pré e pós-prandial), após a ingestão do açúcar ou outro tipo de alimentação, observou um aumento substancial dos valores glicêmicos, entretanto para os padrões utilizados pelo Ministério de Saúde do Brasil, estes valores são considerados normais (Tabela 2).

Tabela 2 – Grupo de indivíduos que realizou a pós-prandial

(Fonte: Autoria Própria)

Utilizando estatisticamente o Teste T não pareado, observou que o grau de significância estatística entre os níveis glicêmicos do grupo pré e pós-prandial foi de P= 0,003, como também foi constatado um aumento da média aritmética do nível glicêmico do grupo pré-prandial para o grupo pós-prandial. O grupo pré-prandial apresentou média de nível glicêmico de 81,0  mg/dL e grupo pós-prandial apresentou média de 104,3 mg/dL (Figura 1).

(Fonte: Autoria Própria)

 O aumento da glicemia nos indivíduos após a ingestão de alimentos ocorre porque os carboidratos presentes no alimento são digeridos e absorvidos produzindo assim um aumento nas taxas glicêmicas.

O metabolismo da glicose é regulado por dois hormônios: a insulina e o glucagon. A insulina, quando ocorre a absorção de glicose pelo intestino faz com que ela seja armazenada como glicogênio no fígado e com isso ocorre a diminuição da concentração de glicose no sangue. Já o glucagon contribui para a uso das reservas de glicose e desse modo, promove o aumento da concentração de glicose no sangue (RIBEIRO, GUTIERREZ e RABBO, 2009 apud LAMP).

CONCLUSÃO

Com base nos resultados apresentados no presente trabalho, conclui-se que a alimentação exerce um efeito contundente nas taxas de glicemia sanguínea, entretanto nos grupos estudados apenas um indivíduo apresentou quadro de hipoglicemia e o restante dos indivíduos apresentou taxas glicêmicas consideradas normais.

Desse modo, manter uma alimentação saudável é um dos fatores imprescindíveis para o controle glicêmico, evitando possíveis quadros clínicos relacionados a taxas anormais de glicemia sanguínea.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CRUZ, A. M. S. da et al. A descoberta e evolução da insulina industrializada. Caderno de Graduação, Maceió, v. 3, n. 2, p. 69-80, abr. 2016. Disponível em: <https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsbiosaude/article/view/2830/1761>. Acesso em: 18 out. 2019.

LAMP, C. R. . Explicações da resposta glicêmica (Índice Glicêmico). Disponível em: < http://www.seduc.ro.gov.br/educacaofisica/images/CONGRESSO_ED_FIS/Texto_sobre_indice_glicemico.pdf>. Acesso em: 23 out. 2019.

PAIVA, M. C. . O papel fisiológico da insulina e dos hormônios contrarregulatórios na homeostase glicêmica. Revista Brasileira de Nutrição Clínica Funcional, Porto Alegre, n. 61, p. 34-42, 2014. Disponível em: <https://www.vponline.com.br/portal/noticia/pdf/625a3c9793434f4226ef9eb5508f2c51.pdf>. Acesso em: 18 out. 2019.

RIBEIRO, S. G. da. Custo diabetes mellitus no sistema público de saúde brasileiro: Uma análise de políticas públicas de prevenção, educação e controle. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.each.usp.br/flamori/images/TCC_Glaucia_2012.pdf>. Acesso em: 18 out. 2019.

SANTOS N. M. C. dos. Propostas de cuidado no monitoramento da glicemia capilar em ambiente hospitalar: uma breve revisão da literatura. Universidade Federal de Santa Catarina, Maceió, 2014. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/173576/NELMA%20MARIA%20C.%20DOS%20SANTOS%20-%20EMG%20-%20TCC.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 18 out. 2019.