AVALIAÇÃO DA FORÇA RESPIRATÓRIA EM PACIENTE IDOSO PÓS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO

1Amanda Carolina Rocha dos Santos, Marlon Brando Rodrigues Santos, Thaysa Cybelle Marques da silva 2Esp. Klenda Pereira de Oliveira

1 Acadêmicos do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE Ser Educacional
2 Docente do Curso de Fisioterapia – UNINORTE Ser Educacional.
Endereço: Av. Joaquim Nabuco, 1232, Centro | Manaus | AM | CEP: 69020-030 | (92) 3212-5000.

Artigo Científico apresentado como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Fisioterapia pelo curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte -UNINORTE. Orientadora: Esp. Klenda Pereira de Oliveira.


RESUMO

Este artigo, em linhas gerais, visa destacar a avaliação da força respiratória em pacientes idosos pós revascularização do miocárdio. Na atualidade, a Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRM) é uma das mais frequentes modalidades de tratamento e suas técnicas tem evoluído consideravelmente. A utilização das técnicas fisioterapêuticas pós cirúrgica visa uma recuperação rápida, reduzindo possíveis complicações e o tempo de internação, também considerada um componente fundamental na reabilitação de pacientes, e posterior recuperação das atividades de vida diária. O objetivo do presente estudo é avaliar força muscular respiratória em idosos e as percussões na saúde, tendo como objetivos específicos descrever as principais estratégias de avaliação respiratória; identificar o perfil do paciente pós cirúrgico e selecionar estratégias de avaliação muscular respiratória mais viável em paciente idoso. A metodologia de pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica de caráter analítico a respeito da avaliação da força respiratória em paciente idoso pós revascularizados. A coleta de dados foi realizada através de pesquisas na internet em variados sites de artigos científicos e utilizou-se para a pesquisa as bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletrônic Library Online (SCIELO), National Library of Medicine (PUBMED) e artigos dispostos em sites acadêmicos de instituições de ensino diversas. A fisioterapia tem sido amplamente requisitada, com a finalidade de reverter e evitar o desenvolvimento das complicações pós-operatório e diminuindo o tempo de permanência hospitalar. Deste modo a avaliação da fisioterapia tem como objetivo definir de forma correta os problemas dos pacientes, tornando possível desenvolver um tratamento apropriado. O presente estudo confirma esses resultados positivos, uma vez que demonstra melhora na qualidade de vida após cirurgia fazendo avalição da força muscular respiratória, a fisioterapia corretamente o paciente tem maior chance de uma recuperação rápida, pois os pacientes submetidos a revascularização do miocárdio apresentam aumento da força muscular respiratória expiratória e, consequentemente, do pico de fluxo expiratório, além de demonstrarem melhora na qualidade de vida se for feita uma avaliação correta.

Palavras-chave: Estratégias de avaliação. Fisioterapia. reabilitação cardíaca. Revascularização do Miocárdio.

ABSTRACT

This article, in general, aims to highlight the assessment of respiratory strength in elderly patients after myocardial revascularization. Currently, Myocardial Revascularization Surgery (CABG) is one of the most frequent treatment modalities and its techniques have evolved considerably. The use of post-surgical physiotherapy techniques aims at a quick recovery, reducing possible complications and the length of hospital stay, also considered a fundamental component in the rehabilitation of patients, and later recovery of activities of daily living. The aim of the present study is to assess respiratory muscle strength in the elderly and health impact, with the specific objectives of describing the main respiratory assessment strategies; identify the profile of the post-surgical patient and select more viable respiratory muscle assessment strategies in elderly patients. The research methodology is a bibliographic review of an analytical character regarding the assessment of respiratory strength in elderly patients after revascularization. Data collection was carried out through internet searches on various scientific article sites and the Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) databases were used for the research. , National Library of Medicine (PUBMED) and articles on academic websites of different educational institutions. Physiotherapy has been widely requested, with the purpose of reversing and preventing the development of postoperative complications and decreasing the length of hospital stay. Thus, the assessment of physiotherapy aims to correctly define the problems of patients, making it possible to develop an appropriate treatment. The present study confirms these positive results, since it demonstrates an improvement in the quality of life after surgery by assessing respiratory muscle strength, physiotherapy correctly the patient has a greater chance of a quick recovery, as patients undergoing myocardial revascularization have an increase in expiratory respiratory muscle strength and, consequently, peak expiratory flow, in addition to showing improvement in quality of life if a correct assessment is made.

Keywords: Assessment strategies. Physiotherapy. cardiac rehabilitation. Myocardial revascularization.

1 INTRODUÇÃO

Na atualidade, a Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRM) é uma das mais frequentes modalidades de tratamento e suas técnicas tem evoluído consideravelmente. A utilização das técnicas fisioterapêuticas pós cirúrgica visa uma recuperação rápida, reduzindo possíveis complicações e o tempo de internação, também considerada um componente fundamental na reabilitação de pacientes, e posterior recuperação das atividades de vida diária (ALMEIDA, et al. 2020).

Apesar da cirurgia implicar em consideráveis repercussões físicas que precisam ser manejadas pela equipe de saúde, não se pode deixar de considerar as suas consequências psicossociais. Assim, a fisioterapia cardiorrespiratória é parte integrante na gestão integral dos cuidados aos pacientes pós-cirúrgicos, visando à prevenção de complicações pulmonares que alterem a força muscular respiratória e o distúrbio obstrutivo, os quais podem desencadear limitações físicas e emocionais, potencializando reações de ansiedade e depressão. Deste modo, para que se tenha uma conduta correta aos pacientes pós cirúrgicos devem ser avaliados para escolher uma melhor conduta a ser adotada, uma vez que está conduta deve ser direcionado e adequado a cada um. Pois para um paciente pós operatório existem uma serie de intervenções importantes para esses pacientes ((MEDEIROS; ARAÚJO, 2015).

Assim sendo, as alterações funcionais pulmonares após a cirurgia de revascularização do miocárdio têm sido extensivamente exploradas e muitos estudos mostram que há diminuição da força muscular inspiratória e expiratória no pós-operatório imediato que parece não retornar ao normal até a alta hospitalar (ANNONI, 2013. Et al).

Haja vista, que se faz necessário utilizar as estratégias de avaliação respiratória para que se execute um trabalho de qualidade com o paciente idoso, uma vez que uma das principais consequências do processo de envelhecimento é o declínio na força muscular global, tendo impacto direto na capacidade funcional e na realização de atividades de vida diária. A redução da massa e força muscular independe da presença de doenças, porém acentua-se nos idosos acometidos de doenças que limitam sua mobilidade e força (RODRIGUES, 2018).

Uma vez que o condicionamento cardiovascular, ajuda a melhorar a fibra muscular proporcionando qualidade de vida, ou seja, de maneira geral, o exercício físico ajuda a regular a respiração e induz no organismo um estado anti-inflamatório local e ordenado, viabilizando adaptações e proteção contra patologias inflamatórias crônicas (SILVA; MACEDO, 2011).

Portanto, para controlar essa instabilidade do paciente é necessário a busca de estratégias, entretanto, o pós-operatório (PO) de cirurgias cardíacas, período durante o qual se observa e se assiste a recuperação do paciente em pós-anestésico e em pós-estresse cirúrgico, é marcado pela instabilidade do quadro clínico do paciente, sendo repleto de particularidades, principalmente por se tratar de um período de cuidado crítico, deste modo é de grande importância levar em consideração a idade do paciente e as principais estratégias a ser utilizadas com o mesmo (RIBEIRO, et al, 2019).

É importante fazer as avaliações adequadas de acordo com a particularidade de cada paciente, pois é um momento que inspira muitos cuidados, levando em conta todo o histórico do paciente e sua idade, uma vez que seus músculos estão enfraquecidos e o que se busca é trabalhar essa musculatura para que suas funções pulmonares ganhe resistência. A fraqueza muscular respiratória isoladamente, já é fator limitante importante na piora do condicionamento físico, por desencadear alterações na função pulmonar, diminuição da resistência muscular e dispneia, assim se faz importante avaliar a força respiratória (ALVARENGA, 2018).

Deste modo, o conhecimento do sistema cardiorrespiratório sempre se impôs como um pré-requisito fundamental e necessário para os profissionais de saúde que atuam na área de intervenção cardiovascular em procedimentos diagnósticos e terapêuticos, bem como no desenvolvimento da prática clínica. Assim sendo, em decorrência da prevalência das doenças cardiovasculares (DCV), dentre elas o enfarte agudo do miocárdio (EAM), que leva à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM), os profissionais de saúde, atuantes em qualquer ambiente através do continuum do cuidado, devem ser capazes de avaliar o sistema cardiopulmonar, e nesse sentido, uma compreensão da estrutura e função do coração e dos pulmões na saúde e na doença, é essencial para desenvolver as habilidades de avaliação cardiopulmonar (MAIA, 2018).

Portanto, como a CRM enquadra-se na categoria de cirurgias cardíacas, primeiramente, irá se abordar, de forma breve, algumas particularidades dessas correções cirúrgicas, haja vista que, é fundamental conhecer algumas particularidades da cirurgia cardíaca, pois há fatores de risco que proporcionam repercussões no pós-operatório. A correção cirúrgica é uma alternativa para muitas doenças do sistema cardiovascular. Uma série de técnicas e tipos de incisões é utilizada para a realização dos procedimentos que incluem revascularização do miocárdio (RM), reparos e trocas das válvulas cardíacas e correção de patologias cardíacas congénitas (HISS et al., 2012).

Nas últimas décadas, o número de pacientes com doenças cardiovasculares que necessitam de abordagem cirúrgica tem aumentado de forma significativa. Em adultos, as indicações mais comuns de cirurgia cardíaca são as doenças valvares e das artérias coronárias. No entanto, as doenças da aorta e a insuficiência cardíaca, em estágio final, também são causas frequentes de tratamento cirúrgico. As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte nos países desenvolvidos, correspondendo a 32,6% dos óbitos na população brasileira. A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é o tratamento que tem como finalidade contribuir para o aumento da expectativa e melhoria da qualidade de vida do paciente. Tratando-se a síndrome anginosa, há melhora da capacidade física e da isquemia dos pacientes portadores de doença arterial coronariana (EBSERH, 2018, p. 11,12).

De acordo com Cavenaghi et al. (2011) explica que, a fisioterapia no pós operatório imediato de cirurgias cardíacas visa monitorização da ventilação mecânica, desmame e extubação, dando ênfase a fisioterapia convencional (exercícios respiratórios, posicionamento do leito, manobras para o tratamento de “complicações pulmonares como atelectasia, derrame pleural e pneumonia, na tentativa de acelerar o processo de recuperação da função pulmonar”, evitar o retardo da ventilação mecânica e avanço para o desmame.

A Fisioterapia cardiorrespiratória intervém numa variedade de setores e locais do sistema de saúde (por exemplo: hospitais, centros especializados de reabilitação, centros comunitários, prática privada, ambientes académicos, entre outros), a fim de melhorar a qualidade de vida relacionada com a saúde, a condição física, maximizar a função e educar e promover a adoção de estilos de vida saudáveis das populações. Atua numa rede alargada de condições de saúde que têm impacto sobretudo, nos sistemas cardíaco, respiratório, vascular e metabólico (APFISIO, 2020).

A disfunção do músculo respiratório é definida como a perda de, pelo menos, uma das duas principais propriedades musculares: a força e a resistência. É caracterizada por uma anormalidade distinta da função pulmonar e pode ser medida separadamente. As pressões respiratórias máximas e a VVM (ventilação ventilatória máxima) são os parâmetros clínicos mais comumente usados para avaliar a força e a resistência dos músculos respiratórios, sendo um método prático de avaliação clínica (FREGONEZI, et al. 2012).

As medidas das pressões máximas voluntárias inspiratórias (Pimáx) e expiratórias (PEmáx) são as que mais frequentemente estimam de forma não invasiva a força muscular respiratória. A força se exerce em dois sentidos: na inspiração (pressão negativa), pressão inspiratória máxima (Pimáx), e na expiração (pressão positiva), pressão expiratória máxima (PEmáx), deste modo, quando as pressões expiratórias são medidas ao nível da capacidade pulmonar total (CPT), as pressões registradas são originadas dos músculos expiratórios e do recolhimento elástico pulmonar na CPT. Por outro lado, quando a pressão inspiratória é avaliada ao nível do volume residual, a resultante das pressões é originada das ações dos músculos inspiratórios e da pressão gerada pela tendência da parede torácica se expandir até o volume residual. Em síntese, no sistema respiratório, a força é geralmente estimada tanto pela pressão quanto pela mudança do volume pulmonar ou o deslocamento das estruturas da parede torácica como a distensão da fibra muscular influencia a força, devemos relacioná-la ao volume pulmonar no qual é feita a aferição (COSTA, 2018).

Para verificação da Pimáx é necessário o paciente realizarem uma respiração normal através de um bucal, com o nariz ocluído por um oclusor nasal. Após o comando, os pacientes são encorajados a realizar uma expiração profunda (até o volume residual) e, em seguida, efetuar um esforço inspiratório máximo contra a via aérea ocluída. Para verificação da PEmáx, os pacientes necessitam ser encorajados a realizar uma inspiração profunda (até a capacidade pulmonar total) e, em seguida, efetuar um esforço expiratório máximo contra a via aérea ocluída (ANNONI, et al, 2013, p.03).

Em estudo realizado por Feriani et al. (2017) foi observado que em apenas sete sessões de TMI com um dispositivo resistor de mola em um grupo de 16 idosas com síndrome metabólica obtiveram ganhos na força muscular respiratória. Em seu protocolo foi utilizada uma carga de 30% da PIM, e cada sessão consistia de 45 minutos de treinamento.

Já para Mills (2018) a utilizar uma carga relativamente alta, porém com apenas 30 repetições, e os participantes em geral tiveram êxito em realizar o treinamento. Não há na literatura consenso em relação à carga e ao número de repetições empregados no TMI. Parte-se do princípio de que cargas baixas por maiores períodos de tempo, ou maior número de repetições, são apropriadas para melhora no endurecer do músculo, enquanto cargas maiores por menos repetições são apropriadas para aumento na força muscular.

O objetivo do presente estudo é avaliar força muscular respiratória em idosos e as percussões na saúde, tendo como objetivos específicos descrever as principais estratégias de avaliação respiratória; identificar o perfil do paciente pós cirúrgico e selecionar estratégias de avaliação muscular respiratória mais viável em paciente idoso.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia de pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica de caráter analítico a respeito da avaliação da força respiratória em paciente idoso pós revascularizados

A coleta de dados foi realizada através de pesquisas na internet em varados sites de artigos científicos e também utilizou-se para a pesquisa as bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletrônic Library Online (SCIELO), National Library of Medicine (PUBMED) e artigos dispostos em sites acadêmicos de instituições de ensino diversas.

Os critérios de inclusão foram artigos publicados no período de 2010 a 2020. E os critérios de exclusão são artigos que não contemplam os objetivos expostos neste artigo.

Portanto, na busca foi em outubro e novembro de 2020, onde foram encontrados 40 artigos que se referiram a avaliação da força respiratória em pacientes revascularizados do miocárdio, dos quais 22 foram inclusos e 18 artigos foram excluídos por não estar dentro do assunto abordado.

Posteriormente a análise quantitativa do levantamento bibliográfico, considerando os critérios de inclusão e exclusão mencionados acima, foram selecionados os artigos bibliográficos, relatos de casos, e ensaio clinico de maior relevância para o objetivo desse estudo.

  1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela 1. Mostra os 08 artigos selecionados para realização dos resultados e discussão, com a análise de cada um, obtiveram-se resultados com objetivo de mostrar acerca da temática.

Tabela 1 – Características das referências bibliográficas

AutoresTítulosObjeto de EstudoConclusõesAno da PublicaçãoBase de dados
ALMEIDA, Klebson da Silva. NOVO, André Filipe Morais Pinto. CARNEIRO, Saul Rassy Carneiro. ARAÚJO, Larissa Nazaré QueirozAnálise das Variáveis Hemodinâmicas em Idosos Revascularizados após Mobilização Precoce no LeitoVerificar o comportamento das variáveis hemodinâmicas e no pico de fluxo expiratório (peack flow).Observou-se aumento significativo para os valores peack flow em todos os grupos (pré e pós-teste); redução significativa da PAS no grupo A, aumento da FC e da FR no grupo B (pré e pós-teste).2015Rev Bras Cardiol
BESSA EJC, LOPES AJ, RUFINO R.A importância da medida da força muscular respiratória na prática da pneumologiaApresentar a importância da aplicação do teste da força muscular respiratória na prática da pneumologia. Descreveremos a técnica e a interpretação dos resultados.Um estudo que avaliou a associação entre a força muscular, a função pulmonar e a mobilidade em idosos saudáveis sugere que a diminuição da mobilidade com o envelhecimento pode ser causada pela redução da força muscular e da potência.2015Artigo, Pulmão-RJ, 2015
BEZBARUAH, Priyakshi.Effect of graded early mobilization versus routine physiotherapy on the length of intensive care unit stay in mechanically ventilated patients: A randomized controlled studyDetectar a eficácia da mobilização precoce graduada e fisioterapia de rotina e comparar essas técnicas com relação ao tempo de permanência na UTI em pacientes ventilados mecanicamenteA mobilização precoce apresentou melhor resultado em comparação à fisioterapia de rotina na redução do tempo de permanência na UTI em pacientes ventilados mecanicamente. Os resultados deste estudo não podem ser generalizados devido ao pequeno número de sujeitos.2012International Jounal Of Heltth & Allied SciencesVol.1. Ed.3º.p.172,177
CAVENAGHI, S.; FERREIRA, L.L.; MARINO, L.H.C.; LAMARI, N.MFisioterapia Respiratória no pré e de pós-operatório de Cirurgia de revascularização do miocárdio.Atualizar os conhecimentos em relação à atuação da Fisioterapia respiratória no pré e pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio.O tratamento das complicações pulmonares instaladas, realizado por meio de manobras fisioterapêuticas e dispositivos respiratórios não invasivos, visando melhorar a mecânica respiratória, a reexpansão pulmonar e a higiene brônquica2011Rev Bras Cir Cardiovasc., vol.26, n.3, p. 455-461.
COELHO CM, Carvalho RM, GOUVÊA DS, JÚNIOR JMComparação entre parâmetros de pressões respiratórias máximas em indivíduos saudáveis.Investigar quatro parâmetros de definição de pressão respiratória máxima e avaliar suas correlações e concordância para medidas de PImáx e PEmáxOs parâmetros avaliados não são intercambiáveis, sendo as diferenças entre eles maiores à medida que valores pressóricos mais elevados são atingidos.2012J. bras. pneumol. vol.38 no.5 São Paulo Sept./Oct. 2012
FELICIANO, Valéria de Araújo et al.A influência da mobilização precoce no tempo de internamento na Unidade de Terapia IntensivaEnsaio clínico, controlado e randomizado Grupo Fisioterapia Convencional n=14 Grupo Mobilização Precoce n=14Os pacientes do protocolo de mobilização ficaram um tempo mais curto na UTI do que aqueles que não entraram no protocolo de mobilização, porém sem diferença significativa2012Assobrafir Ciência., S.l, v. 2, n. 3, p.31-42
GOUVÊA, Carla Simone Duarte deDesenvolvimento de indicadores de segurança para o monitoramento de cuidado em hospitais brasileiros de pacientes agudosQualidade da assistência à saúde, assistência ao paciente, segurança, indicadores, hospitais, consenso, com ajuda da Internet.Os indicadores nestes artigos exibidos representam um passo importante para a construção de um conjunto de indicadores na área de controle de infecção e uso de medicamentos, para promover a melhoria da segurança do paciente,2015Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
INTERFISIOInfluência da fisioterapia na força muscular respiratória e força de preensão palmar de pacientes hospitalizadosAssim, os objetivos do presente estudo foram caracterizar o perfil dos pacientes internados na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, encaminhados à Fisioterapia e avaliar a Pressão Inspiratória máxima (Pimax), Pressão Expiratória máxima (PEmax) e força de preensão palmar (FPP) considerando o tempo de permanência hospitalar.Os resultados obtidos apontam um perfil heterogêneo de pacientes, com média de idade avançada e diagnósticos diversos, sendo o câncer mais incidente. Além disto, podemos concluir que a força muscular respiratória e a preensão palmar não foram diminuídas pelo período de internação nesses pacientes, no qual realizaram a fisioterapia.2020GRANDE, Guilherme Henrique Dalaqua; Layane, L. N; Fabiano, L.; Caroline, B.; Tamara, C. B.; Susimary, A. T. P. Influência da fisioterapia na força muscular respiratória e força de preensão palmar de pacientes hospitalizados. Universidade Estadual Paulista- FCT/UNESP. Presidente Prudente- SP, 2020.

Fonte: O autor

Para Grande et al. (2020) afirma que a fisioterapia tem sido amplamente requisitada, com a finalidade reverter ou amenizar tal quadro, evitando o desenvolvimento das complicações e diminuindo o tempo de permanência hospitalar. Deste modo a avaliação da fisioterapia tem como objetivo definir de forma correta os problemas dos pacientes, tornando possível desenvolver um tratamento apropriado.

O estudo feito por Moxham (2015) sobre a determinação da força muscular, ressalta que com relação a técnica, o equipamento deve ser capaz de medir as pressões negativa e positiva, de forma continua. No laboratório de provas funcionais o melhor é a utilização de instrumentos que permitam determinações na faixa de -160 a + 200cm H2 O7. A medição da PEmáx e da PImáx pode ser feita com um medidor mecânico de pressão que fica ligado a um bocal (figura 1). O dispositivo deve conter um pequeno orifício (1mm de diâmetro e 20 a 30mm de comprimento), o qual permite a saída de ar. Isso impede que o paciente gerasse pressão usando os músculos da bochecha.

Figura 1Medidor de pressão

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Fonte: Bessa et al. 2015

No estudo de Coelho (2012), Gouvêa (2015), O paciente precisa utiliza uma boquilha de borracha em conexão com o dispositivo. Pede-se ao paciente que ele sele os lábios firmemente ao redor do bocal. Quando é usado um tubo com extremidade distal fechada, pede-se para que o paciente realize uma expiração máxima, ou seja, até o volume residual (VR). O ar expirado é dirigido a um e pirômetro e a representação gráfica do sinal de volume ou de fluxo pode indicar o momento em que o indivíduo alcançou o volume residual, ou seja, o final da expiração máxima. Nesse momento o técnico oclui o orifício do dispositivo. Em seguida, o paciente realiza um esforço inspiratório máximo contra a via aérea ocluída. (O paciente deve manter a pressão inspiratória por no mínimo 1,5 segundos e a maior pressão negativa sustentada por no mínimo um segundo deve ser registrado. Permite- -se que o paciente descanse por um minuto. As manobras são repetidas por cinco vezes. O objetivo é que a variabilidade entre as mensurações seja menos que 10 cm H2O.

De acordo com o estudo de Bessa et al. (2015) sobre a importância da medida da força muscular respiratória, o mesmo ressalta que ainda que, os valores de referência indiquem a faixa da normalidade, alguns indivíduos saudáveis encontram-se fora dessa faixa. Deste modo a medida de referência não tem sido estabelecida para PImáx e PEmáx.

Abaixo segue as medidas de referências extraídas de estudos bem qualificados pesquisados por autores os quais avaliaram individualmente em diferentes faixas etárias (tabela, 2).

Tabela 2 – Intervalos de referências da PImáx e PEmáx baseados em boas equações de referências estudadas


Pimáx (cmH²O)Pemáx (cm H²O)
Criança (7 a 13 anos)Masculino: 77 a 11499 a 161
Femenino: 71 a 10874 a 126
Adolescentes (13 a 35 anos)Masculino: 114 a 121131 a 161
Femenino: 65 a 8592 a 95
Adultos (18 a 65 anos)Masculino: 92 1 121140
Femenino:68 a 7995
Adultos mais idosos (65 a 85 anos)Masculino: 65 a 90140 a 190
Femenino: 45 a 6090 a 130

Fonte: Bessa et al. 2015.

Para Moxhan, (2015) quando os valores da PImáx forem inferiores ao esperado, a fadiga do músculo respiratório deve ser suspeitada. Em algumas situações, isso pode refletir um esforço submáximo ou dificuldade em realizar a manobra. Uma alternativa, nesses casos, é a realização de mais de um teste, a fim de melhorar a acurácia do diagnóstico. Um valor de Pimáx normalmente exclui com segurança a fadiga do músculo respiratório; isto é, tem um bom valor preditivo negativo. No entanto, um valor baixo de PImáx não confirma a fadiga muscular inspiratória; ou seja, tem um fraco valor preditivo positivo. Isto reflete a alta frequência de falsos valores reduzidos de Pimáx.

Levando em consideração que a avaliação é considerável para idosos, para Almeida et al. (2014), a cirurgia de revascularização do miocárdio quase sempre leva o paciente ao repouso prolongado no leito e consequente imobilidade. No pós-operatório diversos efeitos adversos podem ocorrer como: redução da capacidade funcional, da volemia, da eficácia da contração miocárdica e da massa muscular, ocorrência de atelectasias e contraturas articulares, disfunção do sistema vascular endotelial, resistência aumentada à insulina, úlceras de pressão e aumento dos níveis de ansiedade e depressão. Haja vista que um idoso tem uma dificuldade maior por conta de sua fragilidade.

Sabe-se que os pulmões são frequentemente prejudicados durante a cirurgia cardíaca, devido ao tempo de circulação extracorpórea (CEC), tempo de intubação, tempo de isquemia, drenos pleurais e dor provocada pela incisão externa, que podem predispor o paciente à redução da função pulmonar, levando-o a adquirir atelectasias, pneumonias, associando diretamente essa redução ao aumento da mortalidade nesses pacientes. Uma das formas de mensurar e acompanhar a evolução da função pulmonar é a avaliação do pico de fluxo expiratório (Almeida, et al. 2014).

Bezbaruah, (2012), selecionou 15 pacientes adultos ventilando mecanicamente para a produção de um estudo controlado randomizado com o objetivo de descobrir a eficácia da mobilização precoce, compará-la com a fisioterapia de rotina e verificar se haveria diferença sobre o tempo de internação entre os grupos. Foi dividido aleatoriamente dois grupos onde o grupo mobilização precoce graduada (n=8) era composto por 4 fases com objetivos distintos. A primeira fase era fazer com que o paciente ficasse sentado a beira do leito sem apoio ou com o mínimo de auxílio. Na segunda fase o objetivo era começar a reeducação da marcha com o andador. Na terceira fase iniciava-se um treinamento de transferência independente com o andador. E quarta fase promovia-se a transferência progressiva e independente de marcha. Já no grupo controle (n=7) se realizava exercícios de posicionamento, drenagem postural, percussão, vibração, aspiração e ADM passiva. Ao fim desse estudo os resultados mostram uma diferença significativa entre os grupos, tendo a mobilização precoce graduada menos tempo de internação na UTI.

Feliciano, (2012) produziu um ensaio clínico quali-quantitativo prospectivo controlado randomizado com a intenção de avaliar a eficácia de um protocolo de mobilização precoce no tempo de internação na UTI. Para a realização do estudo foram recrutados 28 indivíduos de acordo com os critérios de inclusão. Em seguida, dividiram-se aleatoriamente em dois grupos: grupo mobilização precoce (GMP n=14) e o grupo fisioterapia convencional (GFC n=14). No GMP o protocolo era dividido em 5 estágios. O primeiro estágio era quando o paciente ainda se encontrava inconsciente, neles eram realizados alongamentos passivo de todos os membros, mobilização passiva e posicionamento articular. O segundo estágio era pros pacientes que já se encontravam conscientes e cooperativos, nesses eram realizados exercícios ativo-assistidos e transferência de deitado para sentado, mantendo-se na posição por 20 minutos duas vezes ao dia, no terceiro estágio os pacientes já com melhora do grau de força muscular.

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo confirma esses resultados positivos, uma vez que demonstra melhora na qualidade de vida após cirurgia fazendo avalição da força muscular respiratória, quando se tem os cuidados necessários e dá prosseguimento a fisioterapia corretamente o paciente tem maior chance de uma recuperação rápida, pois os pacientes submetidos a revascularização do miocárdio apresentam aumento da força muscular respiratória expiratória e, consequentemente, do pico de fluxo expiratório, além de demonstrarem melhora na qualidade de vida, mensurada por meio dos domínios do SF-36. Esses parâmetros não são preditores da complacência pulmonar e de capacidade funcional no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio.

Os pacientes idosos submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio apresentaram alterações significativas no período pós-operatório, na capacidade vital forçada e no volume expiratório forçado no 1° segundo. É importante que tenham estratégias para a rápida recuperação pacientes, como também intervenções pós-operatório seja amenizada.

Reforçando os achados de alguns autores que aplicaram o treinamento muscular por um período mais longo e obtiveram aumento na Pimáx e Pemáx. É possível que aplicando o treinamento muscular inspiratório por mais alguns dias, tal resultado poderia ter sido obtido.

Avaliar e monitorar a função dos músculos respiratórios por meio das medidas de Pimáx e Pemáx, nos pacientes que serão submetidos à cirurgia cardíaca, é uma forma simples e importante para o planejamento de intervenções que possam trazer benefícios clínicos como a redução das complicações pulmonares.

  1. REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Klebson da Silva; NOVO, André Filipe Morais Pinto, CARNEIRO, Saul Rassy Carneiro; ARAÚJO, Larissa Nazaré Queiroz de. Análise das Variáveis Hemodinâmicas em Idosos Revascularizados após Mobilização Precoce no Leito. Rev Bras Cardiol. 2014.

BESSA EJC, LOPES AJ, RUFINO R. A importância da medida da força muscular respiratória na prática da pneumologia. Artigo, Pulmão-RJ, 2015.

ALMEIDA, Beatriz Rodrigues de. SASSIM, Paulo Vitor de Souza. CARRERA, Gabrielli Andreza Gomes. MARTINS, Bruna Figueiró. SOEIRO, Ana Cristina Vidigal. A fisioterapia no pós-operatório de revascularização do miocárdio: reflexões sobre a reabilitação no enfoque da integralidade em saúde. UEPA, Icuí-Guajará – Ananindeua PA, 2020.

ALVARENGA GM, CHARKOVSKI AC, SANTOS LK, SILVA MAB, Tomaz GO, Gamba HR. The influence of inspiratory muscle training combined with Pilates method on lung function in eldery women: a randomized controlled Trial. Clinics. 2018.

APFISIO. Idosos nos lares perdem mobilidade sem fisioterapia (2020). Disponível em: http://www.apfisio.pt/idosos-nos-lares-perdem-mobilidade-sem-fisioterapia. Acesso em 02 de nov. 2020.

ARAÚJO TP, Nogueira MS, Alves AG, Gardenghi G, Rezende JM. Atuação da fisioterapia respiratória no pré e pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica: revisão bibliográfica. Revista- 8(3):98-179, Faculdade Montes Belos 2015.

BAUMGARTEN MCS, GARCIA GK, FRANTZESKi MH, GIACOMAZZi CM, LAGNI VB, Dias. Comportamento da dor e da função pulmonar em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca via esternotomia. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2009.

BEZBARUAH, Priyakshi. Effect of graded early mobilization versus routine physiotherapy on the length of intensive care unit stay in mechanically ventilated patients: A randomized controlled study. International Journal ofHealth & Allied Sciences. Jul-sep. 2012.

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