REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502131144
Thaysa Roberta Justino Cordeiro Herculano1
Jayane Ellen Pereira Farias2
Gabrielly Regina de Castro2
Luma Gabriely de Oliveira Santos2
Luís Felipe Alves Dionísio2
Heloisa Santos Alves2
Nalanda Maria Ferreira Cordeiro2
Luana Yasmin Marinho Gonçalves2
Maria Fernanda Ramalho Pereira Lemos2
César Augusto Ferreira Rodrigues2
Ana Raquel Souza dos Santos 2
Laysa Kailanne Pachêco Gomes Pinho 2
Cauan Henrique de Andrade Silva2
Ruan Alves Mota 2
Maria do Socorro Ramos de Queiroz3
Resumo
O envelhecimento é uma realidade da maioria das sociedades e estima-se que para o ano de 2050 existam cerca de dois bilhões de pessoas com mais de sessenta anos no mundo. Nesse contexto, a terapia medicamentosa prescrita a pacientes idosos, requer cuidados especiais e conhecimento a respeito das reações adversas que os medicamentos podem provocar, sendo indispensável o acompanhamento farmacoterapêutico. O presente trabalho teve como objetivo revisar a farmacoterapia prescrita para idosos hipertensos e/ou diabéticos na atenção básica de Saúde e identificar medicamentos potencialmente inapropriados para idosos, como também resultados negativos a medicamentos. A pesquisa de caráter documental foi realizada na Unidade Básica de Saúde Bonald Filho, com abordagem quantitativa e descritiva que aconteceu no período de janeiro a dezembro de 2021, com uma população composta por idosos diabéticos e hipertensos acompanhadas pelo Programa de Cuidados Farmacêuticos. Os dados foram coletados através dos prontuários, utilizando-se um formulário estruturado contendo perguntas sobre características sociodemográficas, clínicas e relacionadas à utilização de medicamentos. Participaram da pesquisa um total de 88 pessoas, com idades entre 60 e 89 anos, sendo 82,95% do gênero feminino e 17,05% do gênero masculino. Na avaliação da farmacoterapia observou-se a polifarmácia em 41 prescrições médicas (46,59%), Resultados Negativos à Medicamentos (RNM) em 37 (40,90%) delas e 23 pessoas (26,13%) faziam uso de algum Medicamentos Potencialmente Inapropriados para idosos (MPII). Quanto as supras categorias de RNM a Necessidade foi de 4 (4,54%) e a Efetividade 33 (37,50%) e nas categorias a Inefetividade quantitativa (RNM4) foi a mais identificada correspondendo a 30 (81,08%). De acordo com os resultados obtidos, foi possível verificar a importância de inserir o profissional farmacêutico na Atenção Básica de Saúde para o acompanhamento e o monitoramento da farmacoterapia prescrita evitando assim agravos à saúde resultantes de erros relacionados aos medicamentos especialmente à pacientes idosos que são vulneráveis aos riscos do uso de medicamentos, principalmente daqueles considerados MPII em que os riscos superam os benefícios.
Palavras-chave: polifarmácia; medicamentos inapropriados para idosos; acompanhamento farmacoterapêutico; atenção básica de saúde.
1 INTRODUÇÃO
Os serviços farmacêuticos envolvem diversas atividades técnico-gerenciais, inclusive aquelas voltadas ao cuidado em saúde, devendo comprometer-se com o apoio direto ao usuário e com a obtenção de resultados em saúde. Esse conjunto de atividades, executadas de maneira articulada com ações multiprofissionais e intersetoriais, são fundamentais à garantia de acesso a medicamentos de qualidade e à promoção de seu uso apropriado (Araújo et al., 2017).
De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), a qualidade dos serviços farmacêuticos deve ser baseada num diagnóstico adequado, com a escolha de medicamentos e doses adequadas para cada paciente, a prescrição baseada em evidências e a prestação de serviços farmacêuticos de qualidade, incluindo a dispensação, que fornecerá informações e suporte ao paciente no intuito de alcançar os objetivos terapêuticos, incluindo não apenas o uso racional de medicamentos, mas também a promoção de um estilo de vida saudável e de cuidados pessoais (OPAS, 2013).
Na atenção básica, o cuidado farmacêutico aos usuários de medicamentos é desenvolvido através da implantação de serviços de clínica farmacêutica, que exige do farmacêutico habilidades e autonomia para trabalhar de forma integrada com os demais profissionais que constituem a equipe de saúde. Constituído como ação integrada, o cuidado farmacêutico, centra-se no usuário, objetivando a promoção, a proteção e a recuperação da saúde e prevenção de agravos. Por meio da promoção de educação em saúde e orientações sobre o uso racional de medicamentos prescritos e não prescritos, de terapias alternativas e complementares, utilizando-se dos serviços da clínica farmacêutica e das atividades técnico-pedagógicas voltadas ao indivíduo, à família, à comunidade e à equipe de saúde (Brasil, 2014).
Nesse contexto de atuação do cuidado farmacêutico, surge a Atenção Básica voltada para a pessoa idosa. O envelhecimento é uma realidade da maioria das sociedades e estima-se que para o ano de 2050 existam cerca de dois bilhões de pessoas com sessenta anos e mais no mundo (Brasil, 2006a).
De acordo com a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa é necessário a incorporação de mecanismos que promovam a melhoria da qualidade da atenção ao idoso, com envolvimento dos diversos profissionais da atenção básica, incluindo a 11 atenção domiciliar e ambulatorial, com incentivo à utilização de instrumentos técnicos validados, como de avaliação funcional e psicossocial (Brasil, 2006b).
Para Corralo et al., (2018) a terapia medicamentosa prescrita a pacientes idosos, requer cuidados especiais e conhecimento a respeito das reações adversas que os medicamentos podem provocar, sendo indispensável o acompanhamento farmacoterapêutico durante a dispensação, com orientações acerca da prática de automedicação, dos riscos de interrupção, troca ou substituição de medicamentos.
Evidencia-se que pacientes idosos, em sua maioria são hipertensos e diabéticos e para controle de tais comorbidades necessitam do acompanhamento da farmacoterapia para que se tenha avanços positivos no tratamento. Diante do exposto, este estudo se propôs a realizar o serviço clínico farmacêutico na Atenção Básica de Saúde (ABS), através da revisão da farmacoterapia prescrita a usuários idosos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes mellitus (DM).
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Envelhecimento populacional
O envelhecimento populacional reflete a mudança de alguns indicadores de saúde, como a queda da fecundidade e da mortalidade e o aumento da expectativa de vida (Brasil, 2006a). O ser humano sempre se preocupou com o envelhecimento, encarando-o de diferentes formas. Alguns o consideram como uma diminuição geral das capacidades da vida diária, outros como um período de crescente vulnerabilidade e de dependência no seio familiar. E ainda há aqueles que veneram a velhice como o ponto mais alto da sabedoria, bom senso e serenidade (Fechine; Trompieri, 2012).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (IBGE) projeções indicam que em 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos, e a partir de 2047 a população deverá parar de crescer, contribuindo dessa forma para o processo de envelhecimento populacional, que ocorre quando grupos mais velhos estão em maior proporção se comparados aos grupos mais jovens da população (IBGE, 2019).
O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, da diminuição progressiva das funções biológicas dos indivíduos, e em condições normais, não costuma provocar qualquer problema. No entanto, pode ser acompanhado de fatores como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, o que consequentemente pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência (Brasil, 2006a).
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a saúde precária não precisa ser um indicativo de idade mais avançada. Na maioria dos casos, os problemas de saúde enfrentados por idosos são associados a condições crônicas, principalmente doenças não transmissíveis. Muitas delas poderiam ser prevenidas ou retardadas com a adoção de comportamentos saudáveis, outros problemas de saúde também podem ser controlados de maneira eficaz, desde que sejam detectados precocemente (OMS, 2015).
2.2 O ser idoso
Em muitas partes do mundo, o curso da vida pode ser enquadrado em torno de fases como: infância, fase de estudos, período de trabalho e finalmente a aposentadoria. A partir dessa perspectiva, entende-se que os anos extras são adicionados ao fim da vida, permitindo uma aposentadoria mais longa. No entanto, à medida que mais pessoas chegam a idades mais avançadas, há evidências de que muitas estão repensando em passar anos extras de outras maneiras, como estudar mais, ter uma nova carreira ou buscar uma nova paixão. Contudo, essas oportunidades que surgem do aumento da longevidade dependerão principalmente da qualidade da saúde do indivíduo, o que representa um fator limitante na vida da pessoa idosa (OMS, 2015).
Para a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, os idosos diferem entre si de acordo com a sua história de vida, grau de independência funcional e demanda por serviços mais ou menos específicos. Sendo que, de forma geral, todos necessitam de uma avaliação pautada no conhecimento do processo de envelhecimento e suas peculiaridades, que estejam adaptadas à realidade em que vivem. Sendo necessário, que os serviços que prestam atendimento a idosos estejam de acordo com suas necessidades específicas (Brasil, 2006b).
Um dos maiores desafios na atenção à pessoa idosa é fazer com que elas possam redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível. Isso ocorre à medida em que a sociedade considera o contexto familiar e social e consegue enxergar as potencialidades e o valor das pessoas idosas. Supõe-se que, parte das dificuldades das pessoas idosas está relacionada a uma cultura de desvalorização (Brasil, 2006b).
2.3 O idoso fragilizado pelos agravos de saúde
A fragilidade é compreendida como uma síndrome clínica caracterizada pela diminuição da reserva energética, resultando no declínio cumulativo dos sistemas fisiológicos e consequentemente causando vulnerabilidade às condições adversas, dificuldade de manutenção da homeostase em situações de exposição às perturbações e variações na condição de saúde (Brasil, 2006a).
De acordo com a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa é considerado idoso frágil ou em situação de fragilidade o indivíduo que se encontra em Instituições de Longa Permanência, acamado, foi hospitalizado recentemente, possui alguma incapacidade funcional ocasionada por doenças como: acidente vascular encefálico, doenças neurodegenerativas, neoplasias, amputações de membros entre outras, ou viva em situação de violência doméstica. Também é considerado como idoso frágil a pessoa com 75 anos ou mais de idade. Baseado nesse contexto, se faz necessário avaliar os recursos locais para lidar com essa condição de fragilidade, de modo a facilitar o cuidado domiciliar, fomentar uma rede de solidariedade para com o idoso frágil e sua família, bem como promover sua reinserção na comunidade, através de políticas públicas que promovam atenção adequada à pessoa idosa (Brasil, 2006b).
O termo fragilidade é comumente utilizado para representar o grau de vulnerabilidade do idoso a desfechos adversos, como declínio funcional, quedas, internação hospitalar, institucionalização e óbito (Moraes et al., 2016a). É considerado como idoso frágil, os indivíduos com declínio funcional estabelecido, incapazes de gerenciar suas próprias vidas, em decorrência de deficiências únicas ou múltiplas. Sendo o objetivo do tratamento a esses pacientes, a recuperação de sua autonomia e independência (Moraes et al., 2016b).
É interessante ressaltar que a comunicação na atenção à pessoa idosa é essencial, sendo por vezes um desafio, uma vez que a diminuição das capacidades sensório-perceptivas, que ocorre no processo de envelhecimento, acaba por afetar a comunicação, e consequentemente geram uma diminuição da capacidade de receber e tratar as informações proveniente do meio, podendo colaborar para um processo de isolamento do indivíduo. Os idosos muitas vezes relutam em perceber, aceitar e tratar suas dificuldades e acabam se afastando do convívio familiar e social na intenção de evitar situações constrangedoras (Brasil, 2006a).
De acordo com a OMS, conforme as pessoas vão envelhecendo, suas necessidades de saúde tendem a se tornar mais crônicas e complexas. Nesse contexto, o principal obstáculo para a execução de ações direcionadas a promoção em saúde e o uso racional de medicamentos, é a baixa adesão ao tratamento medicamentoso para doenças crônicas no Brasil (OMS, 2015).
Para Campos et al., (2020), o índice de idosos que apresentam algum tipo de doença crônica, vem crescendo de forma preocupante, destacando-se entre a HAS e o DM, que apresentam alta prevalência e grande impacto socioeconômico.
2.4 Fatores que aumentam a vulnerabilidade do idoso aos fármacos
Entender as mudanças produzidas pelo envelhecimento na farmacocinética é imprescindível para promover uma boa assistência ao idoso. O esquema de dosagens e padrões terapêuticos necessitam se adequar às alterações relacionadas ao processo de envelhecimento, no qual, a posologia destinada a esses pacientes necessita de cuidados adicionais, a fim de evitar complicações graves e a mortalidade desses pacientes (Gorzoni; Passarelli, 2006).
Devido ao comprometimento das funções biológicas ocasionada pelo processo de envelhecimento, idosos geralmente apresentam maior sensibilidade a vários tipos de medicamentos. Deve-se isso ao declínio de várias funções orgânicas como: menor sensibilidade do sistema nervoso autónomo, que possibilita o desenvolvimento frequente de distúrbios de controle pressórico, vesical e intestinal. Existem também alterações na barorregulação que causa interferências no controle postural e na termorregulação, tornando o idoso mais propenso à hipotermia. Distúrbios cognitivos podem progredir a delírio devido a ações medicamentosas. E a imunossenescência, causa interferências na resposta da imunidade celular e alterações metabólicas que aumentam a intolerância à glicose (Gorzoni; Passarelli, 2006).
Com o envelhecimento e a presença de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) a tendência é fazer uso de vários medicamentos de uso contínuo, caracterizando a polifarmácia. Segundo Correia e Teston (2020) e Corralo et al., (2018) a polifarmácia (uso de quatro ou mais medicamentos), favorece o descumprimento das prescrições, resultando em problemas relacionados com a segurança dos medicamentos, reações adversas graves, interações medicamentosas, aumentando o uso de medicamentos inadequados e consequentemente colaborando para o surgimento de iatrogenias.
De acordo com Pinto et al., (2014), o uso de vários tipos de medicamentos pode provocar interações entre eles, podendo melhorar ou prejudicar sua ação farmacológica. A fim de evitar maiores consequências decorrente deste uso, é importante destacar que os profissionais de saúde como médicos, farmacêuticos e enfermeiros conheçam os tipos de interações que possam ocorrer entre os medicamentos disponibilizados nas unidades de ABS e os processos de monitorização do cuidado do paciente, visando garantir não só a segurança da terapia medicamentosa, como também do paciente.
2.5 Medicamentos Potencialmente Inapropriados para Idosos (MPII)
Para Cabrera (2011), o desenvolvimento tecnológico e os avanços na área de conhecimento sobre as doenças crônicas e as estratégias farmacológicas de promoção de saúde, têm contribuído para a utilização cada vez maior, de medicamentos nas últimas décadas. Nesse contexto, dependendo das características dos medicamentos e do estado de saúde do idoso, a utilização de apenas dois poderia representar um problema para os usuários. No entanto, é considerada aceitável a utilização de mais de cinco medicamentos, desde que tenha indicação adequada.
O uso simultâneo de vários medicamentos deve ser constantemente avaliado com cautela na população idosa, pois além de contribuir para a manutenção da capacidade funcional e da qualidade de vida do idoso, se forem utilizados de forma incorreta, podem comprometê-las. Dessa forma, ao se prescrever medicamentos a idosos, é necessário estabelecer uma relação risco-benefício (Lucchetti; Novaes; Lucchetti, 2016).
Existem determinados medicamentos que são Potencialmente Inapropriados em idosos (MPII), principalmente por apresentarem características farmacológicas que são modificadas ou potencializadas diante de algumas situações clínicas. Entre os idosos estas alterações não acontecem apenas devido às alterações funcionais natural do envelhecimento, mas também podem estar associadas a doenças crônicas relacionadas com a idade e a fragilidade. Para considerar um medicamento como inapropriado para idosos, diversos fatores estão envolvidos. Os principais são: dosagem inapropriada, terapia duplicada, alto potencial de interação medicamentosa e duração inadequada do tratamento (Tavares et al., 2016).
Os MPII correspondem a utilização dos medicamentos com risco de provocar efeitos colaterais superiores aos benefícios em idosos. As listas do MPII são consideradas como critérios na prática clínica de modo a evitar os riscos na terapia em idosos e principalmente auxiliar os médicos a prescreverem de forma mais adequada (Moreira et al., 2020; Gorzoni; Fabbri; Pires, 2012).
Segundo Oliveira et al., (2016) os MPII são definidos como aqueles cujo risco de uso é maior que os benefícios clínicos proporcionados, quando alternativas mais seguras e efetivas estão disponíveis. Ainda comentaram que a sua prescrição deve ser evitada, devido ao elevado potencial para provocar desfechos negativos, como quedas e aumento dos custos em saúde.
Foram publicadas por profissionais de saúde inúmeras ferramentas que auxiliam na identificação dos MPII, são elas: Critério de Beers, Beer-Fick e sua atualização, Screening Tool of Older persons’ Potentially inappropriate Prescriptions (STOPP), Improving Prescribing in the Elderly Too (IPET), Lista francesa de Laroche, entre outros (Ulbrich; Cusinato; Guahyba, 2017; Cassoni, 2011).
Para Oliveira et al., (2016), na avaliação de MPII os critérios mais utilizados são: o de Beers e o de STOPP. Ambos foram desenvolvidos por meio do consenso de uma equipe de saúde, utilizando a técnica Delphi.
2.6 Estratégias para diminuir o uso inapropriado de medicamentos em pacientes idosos
A doença e os medicamentos estão presentes no cotidiano da maioria da população idosa. Para tentar gerenciar essa situação é preciso adotar alternativas muito particulares. Se faz necessário então, promover a utilização criteriosa e cautelosa dos medicamentos, sua correta utilização (dose, tipo e intervalos) e a orientação adequada das pessoas idosas e seus familiares, objetivando a manutenção da qualidade de vida do idoso (Brasil, 2006a).
De acordo com Cassoni (2011), a aplicação de critérios na prática clínica para a identificação de problemas relacionados ao uso de medicamentos e seu uso racional, pode auxiliar as equipes de saúde no cuidado à pessoa idosa. Sendo necessário a elaboração de um método baseado em critérios de avaliação da farmacoterapia em idosos, de acordo com os medicamentos disponíveis no país.
Dessa forma, a prescrição direcionada ao paciente idoso exige extrema atenção por parte dos profissionais de saúde que atendem a essa faixa etária. Uma vez que, as mudanças fisiológicas do envelhecimento associadas à maior prevalência de doenças crônicas, acabam por fazer com que medicamentos comumente utilizados em indivíduos mais jovens sejam inapropriados para o idoso. É interessante destacar que, o conhecimento desses medicamentos torna-se essencial para auxiliar e prevenir uma série de problemas causados pelo seu uso inadequado (Lucchetti; Novaes; Lucchetti, 2016).
Para Godoi et al., (2021), na tentativa de reduzir problemas relacionados à farmacoterapia do idoso, se faz necessário a realização de estratégias que visem a promoção de ações voltadas a essa população, com a participação efetiva do profissional farmacêutico, no intuito de avaliar e monitorar a terapêutica medicamentosa a fim de identificar possíveis duplicidades terapêuticas e interações medicamentosas.
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo e local da pesquisa
Tratou-se de uma pesquisa documental, com abordagem quantitativa e descritiva que aconteceu no período de janeiro a dezembro de 2021, na Unidade Básica de Saúde Bonald Filho, localizada no bairro do Monte Santo, município de Campina Grande-PB.
3.2 Amostra estudada
A população foi composta por pessoas idosas hipertensas e/ou diabéticas e acompanhadas pelo Programa de Cuidados Farmacêuticos (PROCUIDAF), desenvolvido pela Universidade Estadual da Paraíba.
3.3 Critérios de inclusão e exclusão
Foram incluídos no estudo idosos com idade igual ou maior que 60 anos, portadores de DCNT como HAS e/ou DM que aceitaram participar da pesquisa. Foram excluídos os usuários menores de 60 anos, não portadores de DCNT ou que não aceitaram ser membros da pesquisa.
3.4 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
Os dados foram coletados dos prontuários através de um formulário estruturado contendo perguntas sobre características sociodemográficas, clínicas e relacionadas à utilização de medicamentos. As variáveis resposta foram: polifarmácia, definida pelo uso de quatro ou mais medicamentos (sim ou não), MPII – Medicamentos potencialmente inapropriados para idosos (sim ou não) e RNM – Resultados negativos a medicamentos (sim ou não), classificada nas categorias: necessidade, efetividade e segurança (sim ou não), e redefinidos de acordo com o tipo: necessidade: problema de saúde não tratado (RNM1) e efeito de medicamento não necessário (RNM2); efetividade: inefetividade não quantitativa (RNM3) e inefetividade quantitativa (RNM4); e segurança: insegurança não quantitativa (RNM5) e insegurança quantitativa (RNM6). As variáveis explicativas investigadas foram de natureza: sociodemográfica gênero, idade, escolaridade, estado civil, situação laboral; clínica (comorbidades); e relacionada à utilização de medicamentos (classe terapêutica utilizada). Os medicamentos presentes nas prescrições médicas que foram avaliados como MPII foram classificados de acordo com Anatomical Therapeutic Chemical (ATC).
3.5 Análise dos dados
A associação de cada variável explicativa qualitativa com as variáveis resposta foi investigada através do Teste Qui-Quadrado de Pearson (X2). Permanecendo no modelo final as variáveis que continuaram significativas a 5%, com intervalo de confiança de 95% (IC95%). Todas as análises foram realizadas com o auxílio do software estatístico R (R CORE TEAM, 2017).
3.6 Aspectos éticos
O estudo respeitou as diretrizes e critérios estabelecidos pela Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba sob número 4.638.039 (CNS, 2012).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As características sociodemográficas, clínicas e farmacoterápicas dos participantes do estudo estão descritas na Tabela 1. No referido estudo, participaram 88 pessoas sendo a maioria na faixa etária de 60-69 anos 40 (45,45%), mulheres 73 (82,95%), com escolaridade até o Fundamental Incompleto 76 (86,36%).
Tabela 1 – Características sociodemográficas, clínicas e farmacoterápicas da amostra em estudo.
Variáveis | n | % |
Idade | ||
60-69 anos | 40 | 45.45 |
70-79 anos | 37 | 42.04 |
≥80 anos | 11 | 12.51 |
Gênero | ||
Feminino | 73 | 82.95 |
Masculino | 15 | 17.05 |
Escolaridade | ||
Analfabeto | 3 | 3.40 |
Fundamental incompleto | 76 | 86.36 |
Fundamental completo | 5 | 5.68 |
Médio incompleto | 1 | 1.13 |
Médio completo | 2 | 2.27 |
Superior completo | 1 | 1.13 |
Características Clínicas | ||
HAS | 83 | 94,32 |
DM | 39 | 44,31 |
HAS e DM | 35 | 39,77 |
Doenças cardiovasculares | 11 | 12,5 |
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica | 3 | 3,41 |
Transtorno Mental | 28 | 31.81 |
Dislipidemias | 9 | 10.23 |
Características Farmacoterápicas | ||
Polifarmácia | ||
Sim | 41 | 46.59 |
Não | 47 | 53.40 |
RNM | ||
Sim | 37 | 40.90 |
Não | 51 | 59.09 |
Tipos de RNM | ||
Não identificados | 51 | 57.96 |
Necessidade | 4 | 4.54 |
Efetividade | 33 | 37.50 |
Categorias de RNM | ||
RNM 1 | 4 | 10.82 |
RNM 3 | 3 | 8.10 |
RNM 4 | 30 | 81.08 |
Pacientes em uso de MPII | ||
Sim | 23 | 26.13 |
Não | 65 | 73.86 |
HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica; DM: Diabetes mellitus; RNM: Resultados Negativos à Medicamentos; MPII: Medicamentos Potencialmente Inapropriados para Idosos.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2022.
Percebeu-se um número expressivo de mulheres que procuram e utilizam o serviço básico de saúde. Em seu estudo Albuquerque et al., (2014) mostrou que a preponderância de mulheres atendidas nas UBS, reflete seu papel no cuidado com a família, o que explica uma maior procura pelo acesso aos serviços de saúde, por parte da população feminina. Os autores Lima e Aguiar (2020) reforçaram que apesar do público feminino ser maior, os homens são os que mais padecem de agravos e mortalidades causadas por doenças cerebrovasculares, estes não costumam buscar os serviços na ABS e acabam recorrendo a serviços de alta complexidade quando se tornam sintomáticos de doenças severas. Em geral, os homens não se reconhecem como doentes e não comparecem ao serviço de saúde por trabalharem fora, medo de descobrirem doenças graves ou por não serem atendidos da forma que gostariam.
Referente ao grau de escolaridade, a maioria possuía o Ensino Fundamental Incompleto (86,36%), esses dados corroboraram com os estudos de Andrade et al., (2014), que constataram em seu estudo que a baixa escolaridade compromete o acesso à educação em saúde, visto que a HAS é uma condição clínica irreversível e com grandes impactos sobre a vida do idoso, a implantação de ações voltadas para a minimização dos efeitos negativos relacionados a fatores socioeconômicos, é necessária para promover a melhoria de indicadores de qualidade de saúde e de vida de idosos.
Com relação às variáveis clínicas, 35 (39,77%) dos idosos apresentavam HAS associada ao DM2. Os autores Lopes, Justino e Andrade (2021), evidenciaram em seu estudo, que as DCNT são as principais causas de adoecimento e óbito no mundo, dentre as quais as mais comuns são a HAS e DM. Borges et al., (2019) demonstraram que as DCNT influenciaram de forma negativa a qualidade de vida dos idosos, na qual aqueles sem a presença de desse agravo apresentaram melhor qualidade de vida quando comparados aos idosos portadores de DM, HAS ou ambas.
Na avaliação da farmacoterapia observou-se a polifarmácia em 41 prescrições médicas (46,59%), RNM em 37 (40,90%) delas e 23 pessoas (26,13%) faziam uso de algum MPII. Quanto as supras categorias de RNM a Necessidade foi de 4 (4,54%) e 26 a Efetividade 33 (37,50%) e nas categorias a Inefetividade quantitativa (RNM4) foi a mais identificada correspondendo a 30 (81,08%).
Os dados referentes a polifarmácia indicaram que é rotineiro ao idoso o uso de vários medicamentos e também de forma contínuoa Os autores Correia e Teston (2020), destacaram que os impactos da polifarmácia podem acarretar em prejuízos à saúde aos usuários e embora, os medicamentos sejam ferramentas indispensáveis para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, se faz necessário garantir que a terapêutica oferecida seja segura, eficaz e custo-efetiva. Oliveira et al., (2021), identificaram em seu estudo, que a frequência da polifarmácia foi considerada elevada entre os idosos na atenção primária com idade até 70 anos, que possuíam mais de três doenças. Esses autores também observaram que a predominância de fármacos para uso crônico entre os pacientes, demonstrou que a polifarmácia pode estar relacionada com tratamentos longos, levando à necessidade de uma maior atenção e monitoramento contínuo, por parte dos profissionais de saúde.
Os pacientes que apresentaram algum tipo de RNM, ou faziam uso de MPII refletem uma questão preocupante porque devido as condições fisiológicas referentes à idade estão propensos a agravar ainda mais o estado de saúde. Os autores Rezende e Girotto (2019), destacaram que é necessário conhecer a terapia farmacológica prescrita ao paciente, a fim de prevenir eventos adversos e interações medicamentosas e adequar a escolha do medicamento e da dose administrada, considerando a capacidade funcional do idoso.
O principal RNM identificado correspondeu ao RNM de Efetividade (37,50%), semelhante aos dados encontrados no estudo de revisão integrativa de Souza e Gomes (2022), no qual o RNM de efetividade no estudo de Pfister representou 66% entre os participantes, sendo medicamento ineficaz ou medicamento inapropriado os mais prevalentes, seguido de RNM de necessidade. Esses autores apontaram que os riscos causados pelos Problemas Relacionados à Medicamentos e RNM são mais preocupantes nos idosos, pois estes estão expostos a distúrbios crônicos, por apresentarem maior número de comorbidades com o avançar da idade, além da suscetibilidade a mudanças metabólicas e consequente aumento da quantidade do uso de medicamentos para tratar tais comorbidades.
A Tabela 2 apresenta as correlações de MPII com as variáveis referentes aos dados sociodemográficos, clínicos e farmacoterápicos. A associação foi significativa apenas quando relacionada com a polifarmácia (p=0.00). Esses resultados corroboraram com o estudo de Moreira et al., (2020), na qual a variável polifarmácia se mostrou fortemente associada ao uso de MPII, sendo encontrada associação significativa entre a polifarmácia e o uso de MPII (p < 0.01). Em seu estudo de revisão sistemática Storms et al., (2017), identificaram que a proporção de residentes de instituições de longa permanência em uso inapropriado de medicamentos (53,6%) foi mais alta naqueles que faziam uso de maior número de medicamentos, no qual os estudos revisados sugeriram uma correlação entre uso inadequado de medicamentos e polifarmácia em instituições de longa permanência.
Tabela 2 – Teste de associação Qui-quadrado (X2) para Medicamentos Propriamente Inapropriados para Idosos (MPII) com os dados sociodemográficos, clínicos e farmacoterápicos.
Variáveis | n | Uso de MPII | Qui-quadrado X2 | |
Sim | Não | |||
n (%) | n (%) | p-valor | ||
Idade | ||||
60-69 anos | 40 | (11,36) | (34,09) | 0,280 |
70-79 anos | 37 | (9,09) | (32,95) | |
≥80 anos | 11 | (5,68) | (6,81) | |
Total | 88 | (26,13) | (73,86) | |
Gênero | ||||
Feminino | 73 | 21 (23,86) | 52 (59,09) | 0,359 |
Masculino | 15 | 2 (2,27) | 13 (14,77) | |
Total | 88 | (26,13) | (73,86) | |
DNCT | ||||
Hipertensão | 83 | 22 (26.,51) | 61 (73,49) | |
Diabetes mellitus | 39 | 9 (23,07) | 30 (76,93) | |
Hipertensão e Diabetes mellitus | 35 | 8 (22,86) | 27 (77,14) | |
Características Farmacoterápicas | ||||
Polifarmácia | ||||
Sim | 41 | 20 (22,74) | 21 (23,86) | 0,000 |
Não | 47 | 3 (3,40) | 44 (50,00) | |
Total | 88 | (26,14) | (73,86) |
DNCT: Doença Crônica Não Transmissível; MPII: Medicamentos Potencialmente Inapropriados para Idosos.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2022.
A presença de DCNT constitui em panorama epidemiológico comum à população que envelhece. O aumento da longevidade traz para os idosos a convivência com essas enfermidades por um longo período, sendo necessário o consumo maior de medicamentos de uso contínuo, muitas vezes inapropriados à idade que pode comprometer ainda mais sua qualidade de vida. O uso de MPII esteve presente em 23 casos sendo as principais classes identificadas: antiagregante plaquetário (26,09%), antiarrítmicos (4,35%), benzodiazepínicos (21,74%), diuréticos (65,21%) e hipoglicemiantes orais (4,35%) (Tabela 3). Os MPII estão diretamente ligados ao aumento de morbimortalidade e gastos de recursos em saúde. Sendo assim, algumas categorias de medicamentos passaram a ser consideradas impróprias para o idoso, devido à falta de eficácia terapêutica, ou por um risco aumentado de efeitos adversos que superem os benefícios do tratamento medicamentoso (Moreira et al., 2020).
Tabela 3 – Medicamentos potencialmente inapropriados para idosos (MPII), independente da condição clínica de acordo com Consenso Brasileiro de Medicamentos Potencialmente Inapropriados para Idosos.
MPII identificados | n | % |
Antiagregante plaquetário (AAS) (ATC B01AC06) | 6 | 26,09 |
Antiarrítmicos (Amiodarona) (ATC C01BD01) | 1 | 4,35 |
Benzodiazepínicos (Clonazepam/Diazepam) (ATC N03AE01/ N05BA01) | 5 | 21,74 |
Diuréticos (Furosemida/Espironolactona) (ATC C03CA01/C03DA01) | 15 | 65,21 |
Hipoglicemiantes orais (Glibenclamida) (ATC A10BB01) | 1 | 4,35 |
Total |
MPII: Medicamentos Potencialmente Inapropriados para Idosos.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2022.
Segundo a classificação proposta pelo Consenso Brasileiro de Medicamentos Potencialmente Inapropriados para Idosos, as classes de medicamentos identificadas na pesquisa devem ser evitadas pelos seguintes fatores: aumento do risco de hemorragia digestiva, sem evidência de aumento da eficácia (antiagregante plaquetário); surgimento de doenças da tireóide, distúrbios pulmonares e prolongamento do intervalo QT (antiarrítmicos); aumento do risco de comprometimento cognitivo, delirium, quedas, fraturas e acidentes automobilísticos (benzodiazepínicos); risco de hipercalemia em pacientes com insuficiência cardíaca, há alternativas mais seguras e eficazes (diuréticos); e maior risco de hipoglicemia prolongada grave em idosos (hipoglicemiante orais) (Oliveira et al., 2016).
No estudo de Farias et al., (2021) realizado na Atenção Primária à Saúde, a classe farmacológica mais prescrita foi a de medicamentos que atuam no Sistema Cardiovascular (55,6%), com destaque para hidroclorotiazida e losartana; e Sistema Nervoso Central (13,3%), cujo medicamento mais prescrito foi o clonazepam. Dos medicamentos prescritos, (19,3%) foram considerados MPII, dos quais (54,4%) tinham ação Sistema Nervoso Central, sendo o clonazepam correspondido por (21,9%). Esses autores enfatizaram que é necessário a realização do acompanhamento farmacoterapêutico e a conciliação medicamentosa, visando otimizar o acesso, prevenir e solucionar possíveis problemas relacionados ao uso de medicamentos em idosos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os resultados obtidos, foi possível observar a importância do profissional farmacêutico no acompanhamento e monitoramento da farmacoterapia prescrita a pacientes idosos, especialmente naqueles portadores de DCNT, como a HAS e DM.
Cabe ressaltar, que a Atenção Básica à Saúde necessita de implantação de estratégias de caráter multiprofissional que busquem a melhoria da qualidade das prescrições direcionada aos pacientes idosos, que em sua maioria utilizam vários medicamentos e consequentemente estão sujeitos a um maior aparecimento de reações adversas.
Nesse cenário, o farmacêutico se torna peça fundamental no intuito de desenvolver ações voltadas à melhoria dos serviços prestados na Atenção Primária à Saúde, através da promoção da utilização adequada de medicamentos juntamente aos prescritores, a fim de evitar medicamentos que comprometam a saúde do idoso. Além disso, é necessário que haja um monitoramento contínuo a esses pacientes, e que a equipe de saúde realize atividades de orientação a respeito da importância de seguir o tratamento prescrito corretamente, e sempre alertando ao paciente que retorne ao serviço de saúde, caso surgir algum efeito adverso decorrente do tratamento.
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1 Farmacêutica. Universidade Estadual da Paraíba Campus I. e-mail: thaysabiologa@gmail.com
2 Discente do Curso de Farmácia Generalista. Universidade Estadual da Paraíba. Campus I.
3 Maria do Socorro Ramos de Queiroz. Universidade Estadual da Paraíba. Campus I. Doutora em Biotecnologia em Saúde (RENORBIO/UFPB). e-mail: queirozsocorroramos@servidor.uepb.edu.br dor.com.br