AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10957598


Adrielly Araújo de Medeiros
Luana Adelino Soares
Daniela Gibson Cunha
Isaldes Stefano Vieira Ferreira
Joelton Igor Oliveira da Cruz
Kevivaldo Bruno Silva da Cunha
Marcela Laís Lima Holmes Madruga
Marcella Cabral de Oliveira
Yeda Fernanda Inocêncio Ribeiro
Orientador: Prof. Me. Ricardo Rodrigues da Silva


RESUMO

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é conceituada como uma síndrome irreversível e progressiva das funções glomerular, tubular e endócrina dos rins. Seu tratamento se dá pela substituição da função renal através do transplante, diálise peritoneal ou o mais utilizado, a hemodiálise (HD). A HD afeta a capacidade funcional e qualidade de vida, acarretando diversos prejuízos psicológicos e sociais na vida dos doentes renais. Objetivo: Deste modo, a pesquisa objetivou avaliar a capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise através do Índice de Barthel e o SF-36. Métodos: Trata-se de um estudo de análise descritiva de série de casos, realizado com 4 pacientes renais crônicos hemodialíticos assistidos pelo Centro Integrado de Saúde (CIS) da Universidade Potiguar, no mês de setembro a outubro do ano de 2023. Foram aplicados dois questionários padrões, utilizados para avaliar a capacidade funcional (Índice de Barthel) e a qualidade de vida (SF-36). Resultados: Do quantitativo total, 50% eram do sexo feminino e 50% do sexo masculino, com idade média de 36,3 anos ± 13,2. Todos os pacientes apresentaram a etiologia base a Hipertensão Arterial Sistêmica. O menor escore de qualidade de vida foi identificado na dimensão limitação por aspectos emocionais, enquanto que os maiores valores foram obtidos nas dimensões aspectos sociais e saúde mental. As medidas do Índice de Barthel mostraram que todos os indivíduos avaliados são totalmente independentes. Conclusão: Diante do exposto, os pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise apresentaram independência funcional e no que tange a qualidade de vida, apresentaram valores reduzidos os domínios de aspectos emocionais, físicos e vitalidade do SF-36. Já o de maior valor foi o de aspectos sociais.

Palavras-Chaves: Hemodiálise; Qualidade de vida; Capacidade funcional; Doença renal crônica.

ABSTRACT

Introduction: Chronic kidney disease (CKD) is defined as an irreversible and progressive syndrome of the glomerular, tubular and endocrine functions of the kidneys. It is treated by replacing kidney function through transplantation, peritoneal dialysis or, most commonly, hemodialysis (HD). HD affects functional capacity and quality of life, causing various psychological and social problems in the lives of kidney patients. Objective:This is a descriptive study, carried out with 4 hemodialysis chronic kidney patients assisted by the Integrated Health Center (CIS) of Universidade Potiguar, from September to October 2023. Two standard questionnaires were used to assess functional capacity (Barthel Index) and quality of life (SF-36) Methods: This is a descriptive case series study, carried out with 4 hemodialysis chronic kidney patients assisted by the Integrated Health Center (CIS) of Universidade Potiguar, from September to October 2023. Two standard questionnaires were used to assess functional capacity (Barthel Index) and quality of life (SF-36). Results: Of the total number, 50% were female and 50% male, with an average age of 36.3 years ± 13.2. All the patients had systemic arterial hypertension as the underlying etiology. The lowest quality of life score was identified in the dimension of limitation by emotional aspects, while the highest values were obtained in the dimensions of social aspects and mental health. The Barthel Index measurements showed that all the individuals assessed were totally independent. Conclusion: In view of the above, chronic kidney patients undergoing hemodialysis showed functional independence and with regard to quality of life, demonstrated reduced values in the emotional, physical and vitality domains of the SF-36. The highest score was for social aspects.

Keywords: Hemodialysis; Quality of life; Functional capacity; Chronic Kidney Disease.

1 INTRODUÇÃO

A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um problema mundial de saúde pública, com prevalência global estimada de 11 a 13% (ZHOU et. al, 2017) conceituada como uma síndrome irreversível e progressiva das funções glomerular, tubular e endócrina dos rins, caracterizada por uma filtração glomerular menor que 60ml/min/1,73m² durante um período de três meses ou mais. Os rins são incapazes de manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico (GRICIO; KUSUMOTA; CÂNDIDO, 2009).

A DRC confere um alto custo econômico para os sistemas de saúde e é um fator de risco para doenças cardiovasculares (GRAHAM-BROWN et. al., 2017). Resulta em inúmeros processos adaptativos que em sua maioria afetam diretamente a qualidade de vida (QV) e independência do paciente, que sofre inúmeras restrições decorrentes da doença e do tratamento (COSTA et. al, 2010; MAGALHÃES et. al., 2020).

As principais causas de DRC incluem diabetes, hipertensão, tabagismo, doenças cardiovasculares, glomerulonefrite crônica, uso crônico de anti-inflamatórios e malformações congênitas (AMMIRATI, 2020). Existem 3 tipos de tratamentos de substituição renal: a hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal. Essas terapias substituem parcialmente as funções dos rins (BONFIM, 2018).

É classificada em cinco estágios: o primeiro caracteriza-se em dano renal com leve perda da função, porém ainda sem reflexo direto na capacidade de filtração. Em sua fase mais avançada, chamada de insuficiência renal terminal, onde a terapia renal substitutiva é indicada, os rins não conseguem manter a homeostase do meio interno do paciente (JESUS et al., 2019).

A hemodiálise (HD) tem sido considerada a terapia de primeira escolha e a mais utilizada, uma vez que a diálise peritoneal e o transplante renal não são de fácil acesso para toda a população mundial (SEVERO DUTRA; MIGLIORINI PARISI, 2021). A HD, porém, pode acarretar diversos prejuízos psicossociais na vida dos pacientes, como isolamento social, depressão, demência, distúrbios relacionados com drogas e álcool, ansiedade e distúrbios psicóticos (CASSELHAS; MAGALHÃES; NAKASU, 2020).

O tratamento hemodialítico também interfere na capacidade funcional independentemente do tempo de início dessa terapia ou estágio da doença (OLIVEIRA et. al., 2018), podendo comprometer o tempo disponível para atividades físicas e refeições, elevando os sintomas físicos e depressivos e, ainda que possa prolongar a vida dos pacientes, entretanto não parece restaurar a capacidade funcional dessa população (KURELLA et. al., 2019).

A HD é geralmente realizada três vezes por semana, com duração de três a quatro horas por sessão, o que acarreta uma rotina de muitas restrições e limita as atividades de vida diária a partir do momento em que o tratamento é iniciado. Isso favorece a redução da capacidade funcional (CF) e dos níveis de atividade física, o que por sua vez está relacionado a uma maior mortalidade nos pacientes em HD (OLIVEIRA; VIEIRA; BÜNDCHEN, 2018).

Diante do pressuposto, a DRC se apresenta como grave problema de saúde pública, com graves consequências sociais, humanas, e com grande peso nos serviços de saúde e na economia mundial, e como o tratamento hemodialítico pode acarretar diversos prejuízos psicológicos e sociais na vida dos pacientes, levando a uma perda significativa na QV e CF objetivou-se avaliar a capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise através do Índice de Barthel e o Short Form Health Survey 36 (SF-36).

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo observacional descritivo do tipo série de casos, onde a coleta de dados foi realizada no Centro Integrado de Saúde (CIS) da Universidade Potiguar, localizada em Natal no estado do Rio Grande do Norte, no mês de setembro e outubro do ano de 2023. A pesquisa foi realizada após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Potiguar sob o parecer consubstanciado de nº 5.007.827 e segue conforme as determinações éticas propostas pela resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

2.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

A coleta estudada foi por conveniência. Os critérios de inclusão adotados foram pacientes maiores de 18 anos, ambos os sexos, que estivessem submetidos à hemodiálise por mais de 3 meses, concordassem em participar da pesquisa e assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

2.1.1 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Como critérios de exclusão foram utilizados pacientes com nível de consciência baixa, incapazes de responder o questionário proposto e que não concordassem em participar ou assinar o termo de consentimento.

2.1.1.1 AVALIAÇÕES

Os participantes responderam o questionário (APÊNDICE B) que foi aplicado em forma de entrevista individual entre os dias das sessões de hemodiálise, sem prejudicar os participantes. No primeiro contato com os pacientes, foi realizada uma ficha de avaliação individual padronizada para todos, onde os dados coletados foram: idade, sexo, escolaridade, local da fístula, comorbidades associadas à doença renal crônica, fisioterapia intradialítica, complicações após a hemodiálise e os sinais vitais iniciais e finais. Os instrumentos utilizados para avaliação foram o Índice de Barthel e o questionário genérico de Qualidade de Vida SF-36. Todos os testes foram aplicados na ordem descrita.

2.1.1.1.1 CAPACIDADE FUNCIONAL

O Índice de Barthel é utilizado para avaliar independência funcional, mobilidade, locomoção e eliminações. Na versão original, a qual foi utilizada na coleta, cada item é pontuado de acordo com o desempenho do paciente em realizar tarefas de forma independente, com alguma ajuda ou de forma dependente. A pontuação varia de 0 a 100, em intervalos de cinco pontos, e as pontuações mais elevadas indicam maior independência. O índice avalia dez tarefas, sendo elas: alimentação, banho, vestuário, higiene pessoal, eliminações intestinais, eliminações vesicais, uso do vaso sanitário, passagem cadeira-cama, deambulação e escadas (MINOSSO et al., 2010).

2.1.1.1.1.1 QUALIDADE DE VIDA

A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário SF-36, traduzido do inglês e validado no Brasil por Ciconelli (1998). A pesquisa é composta por 36 itens, contidos 8 domínios: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental (SUWABE et al., 2017). O score varia de 0 a 100, onde 0 representa menor qualidade de vida e 100 maior qualidade.

2.1.1.1.1.1.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA

O banco de dados foi montado em planilhas do Microsoft Excel e em seguida analisados através da estatística descritiva por meio de porcentagem, média, desvio padrão, valores mínimos e máximos em gráficos e tabelas em relação à frequência para os instrumentos utilizados do SF-36 e do índice de barthel, além dos dados de descrição da amostra, como idade, tempo de HD, frequência de HD, sexo e dados clínicos.

3. RESULTADOS

Inicialmente, foram recrutados 6 pacientes, destes, dois foram excluídos, pois não se encaixaram nos critérios de inclusão, portanto, o grupo de estudo foi formado por 4 indivíduos. Dos entrevistados, 02 eram do sexo masculino e 02 do sexo feminino com idade média de 36,3 anos (± 13,2), sendo a idade mínima de 23 anos e a máxima de 53.

Em relação à escolaridade o predomínio foi de 75% dos participantes com ensino médio completo e no aspecto do IMC um paciente apresentou obesidade grau 1 (30,86/m²), outro estava acima do peso ideal (26,1 kg/m²) e os demais encontravam-se dentro do peso ideal. O tempo médio de HD foi de 53,8 meses (± 57,1) com o menor tempo de 6 meses e o maior de

132. Já a frequência que realizam HD por semana a média foi de 2,75 dias (± 0,5) (Tabela 1).

Fonte: autores da pesquisa (2023).

Em relação às comorbidades associadas à doença renal crônica, é possível destacar que grande porcentagem se vincula à Hipertensão Arterial Sistêmica, com 100% dos participantes do estudo, já 75% dos entrevistados eram sedentários e 25% eram fumantes (Tabela 2). Todos os participantes (100%), não realizavam fisioterapia durante as sessões de hemodiálise.

Tabela 2 – Comorbidades associadas à doença renal crônica em HD, 2023, Natal, Rio grande do Norte – RN

HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica;
Fonte: autores da pesquisa (2023).

Os escores das médias das dimensões avaliadas do SF-36 estão dispostos no Gráfico 1.

Os domínios que mostraram os maiores valores foram aspectos sociais (81,3%) e saúde mental (73%). Já os de menores valores foram limitação por aspectos emocionais (49,8%) e limitação por aspectos físicos (53,3%).

Gráfico 1 – Escores das médias de cada item do SF-36

Fonte: autores da pesquisa (2023).

As medidas do índice de barthel que estão dispostas na Tabela 3 mostrou que todos os pacientes avaliados são totalmente independentes (100%).

Tabela 3 – Variável índice de barthel

Fonte: autores da pesquisa (2023).

4. DISCUSSÃO

O presente estudo avaliou a capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise através do Índice de Barthel e o SF-36. A amostra foi composta por 4 pacientes, sendo 2 do sexo feminino (50%) e 2 masculino (50%), com idade média de 36,3 anos ± 13,2. Resultados encontrados no estudo de Magalhães et. al. (2019) evidenciam maior prevalência de DRC dialítica em homens (57,36%), estudos feitos em outros países também apresentam maior prevalência de homens em diálise, como o de Ekrikpo et. al. (2011).

A predominância do sexo masculino pode ser reflexo da baixa procura aos serviços de saúde pelos homens, sobretudo em relação aos cuidados de promoção da saúde e prevenção das doenças (ANDRADE et. al, 2021). Conforme os estudo de Santos, Lucena e Do Vale (2010) e Guney et al. (2012), acredita-se que o gênero masculino possa ser mais um fator de risco para a DRC.

De acordo com os dados encontrados na pesquisa, a faixa etária foi de 23 e 53 anos e a média de idade foi de 36,3 anos. Estudos comprovam que a TFG cai 0,08ml por ano a partir dos 40 anos, além disso, a presença de DRC se eleva com o avanço da idade, assim gerando comprometimento dos rins (RIELLA et. al., 2003; SANTOS et al., 2021).

Em relação ao estado nutricional, foi observado através do IMC, que a maioria dos pacientes apresentou excesso de peso, podendo ser explicado pela predominância de sedentarismo encontrado nessa população, contribuindo para um aumento do peso ideal (BRANDÃO et al., 2021).

Quanto à escolaridade dos entrevistados neste estudo, verificou-se maior prevalência de indivíduos com ensino médio completo (75%). O estudo de Silva; Mariot; Riegel (2019) demonstra que há maior prevalência em indivíduos com DRC está associado à baixa escolaridade. O nível de escolaridade é um fator fundamental, pois interfere no entendimento e conhecimento sobre sua doença e seu tratamento (OLIVEIRA et al., 2015).

Quanto à presença de intervenção fisioterapêutica durante as sessões de hemodiálise, constatou-se que todos os pacientes (100%) não realizavam programas de exercícios terapêuticos intradialítica. Adams et. al (2006) enfatiza que a Fisioterapia contribui de forma significativa na prevenção, no retardo da evolução e na melhoria de várias complicações apresentadas pelo paciente renal.

De acordo com Almeida et al., (2016) a presença de fisioterapeutas é de suma importância na reabilitação durante a diálise, causando melhora nas funções cardiovasculares, na força muscular, bem como aumento da capacidade funcional e qualidade de vida em pacientes renais crônicos.

Das comorbidades associadas à DRC, a mais prevalente foi a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), presentes em todos os pacientes avaliados (100%). A HAS é uma das principais causas da IRC, ocorrendo a deterioração da função renal no qual os rins perdem a capacidade de realizar suas atividades básicas, provocando um aumento da pressão arterial e também consideravelmente, o risco cardiovascular (JUDD; CALHOUN, 2015).

A DRC implica mudanças repentinas no cotidiano dos pacientes, criando limitações para realizar as atividades de vida diária (AVDs) e gera um grande impacto nas emoções e na qualidade de vida (QV) dos pacientes (OLIVEIRA et. al., 2016). O termo QV é apresentado com uma ampla dimensionalidade, constituída por aspectos físicos, psicológicos, sociais e ambientais. Analisa-se a capacidade de o indivíduo viver em bem-estar físico, psíquico e social e não somente em ausência de doença e enfermidade (FREITAS, COSMO, 2010; OMS, 1995).

Quanto à avaliação da qualidade de vida em pacientes com DRC em HD, o domínio que teve menor escore nos pacientes avaliados foi o de aspectos emocionais que teve média de 49.8%. O presente estudo correlacionou com os demais estudos de Silva; Mariot; Riegel (2019),

Marinho et al. (2020) e Martins; Cesarino (2005), no qual também utilizaram o questionário SF-36 para avaliar QV em pacientes renais crônicos. O resultado obtido na dimensão de limitação por aspectos emocionais pode ser explicado pelo fato de que o tratamento dialítico limita a vida social dos pacientes, devido ao longo tempo em que permanecem no tratamento (MARINHO et al., 2020;).

A presença de uma doença crônica está associada à piora da qualidade de vida de uma população. Alguns estudos demonstraram redução da qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal, quando comparados à população geral, produzindo grandes alterações na rotina dos pacientes e dos familiares, o que pode ser responsável por uma resignação à doença quanto mais prolongado o tratamento (MELO et al., 2022).

Foram observados resultados positivos em relação ao domínio de aspectos sociais que obteve a média de 81,3 em concordância com o estudo de Casselhas; Magalhães; Nakasu (2020), o qual analisou a qualidade de vida de pacientes em tratamento hemodialíticos de um hospital em Minas Gerais. Outro estudo semelhante ao presente trabalho foi o de Fukuhara et al. (2003) que analisou também qualidade de vida em três continentes diferentes e tiveram o domínio de aspectos sociais com melhor média.

Neste estudo, não houve diminuição da capacidade funcional nos pacientes em HD, todos apresentaram total independência, sendo a média de pontuação (100%), indicando alto nível. Apesar das implicações negativas que a doença e o tratamento causam, os indivíduos conseguem realizar atividades básicas do dia a dia sem a ajuda de terceiros, realizando tarefas que têm significado para seu bem-estar. Alguns estudos os quais utilizaram o índice de barthel também teve resultados positivos, onde a maioria dos pacientes apresentaram-se independentes ( KUPSKE et al.; 2020, BONFIM, 2019 ).

5. LIMITAÇÕES

Das limitações encontradas neste estudo, podemos citar o pequeno número amostral, o que limita o levantamento dos resultados serem mais efetivos. Portanto, sugere-se que novos estudos prospectivos com uma amostra maior, e diferentes instrumentos de rastreio, sejam realizados para avaliar capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes renais, ampliando o debate desta temática.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS/ CONCLUSÃO

Observou-se, por meio deste estudo, que os pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise apresentaram uma boa capacidade funcional, sendo visto totalmente independentes, mesmo com a existência da doença renal crônica e as complicações que a hemodiálise desencadeia.

Além disso, permitiu perceber diferentes extensões e particularidades no que diz a respeito da qualidade de vida dos indivíduos com doença renal crônica. Os domínios aspectos sociais não tiveram muito impacto na QV, já a dimensão limitação por aspectos emocionais demonstrou mais comprometimento.

Conclui-se através desta pesquisa que apesar do número amostral ser pequeno, no qual limita o levantamento dos resultados serem mais efetivos, foi possível identificar achados em conformidade com a literatura. A hemodiálise causa diversos prejuízos psicológicos e sociais na vida dos pacientes, afetando seu bem-estar, levando a uma perda significativa na QV e CF. Portanto, evidencia-se a importância da atuação de uma equipe interdisciplinar com intuito de trazer mais benefícios para a população estudada.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)