AVALIAÇÃO DA ADESÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE À HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM UM HOSPITAL DA SERRA GAÚCHA

EVALUATION OF HEALTHCARE PROFESSIONALS’ ADHERENCE TO HAND HYGIENE IN A HOSPITAL IN SERRA GAÚCHA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202507281212


Roger Cézar Furtado1; Janaína Samantha Martins de Souza2; Mérlim Fachini3; Angela Carissimi Susin4; Eunice Ribeiro5; Karine Aparecida Vargas dos Santos6; Giovana Rech7; Ana Paula Vargas Visentin8


RESUMO

A correta higienização das mãos (HM) previne a transmissão das infecções relacionadas à assistência à saúde. Contudo, nem sempre os profissionais realizam esse procedimento de forma adequada. Portanto, este estudo buscou verificar o conhecimento e utilização dos métodos de higienização das mãos pelos profissionais da área da saúde em um hospital da Serra Gaúcha. A coleta de dados ocorreu em três momentos distintos: instrumento de pesquisa com 50 participantes, aplicação de checklist em 4 setores e 91 observações da limpeza das mãos. Os principais resultados indicaram que os profissionais informaram que possuem conhecimentos, que foram capacitados, porém nem sempre esse procedimento foi realizado (64,8% dos participantes higienizaram). Além disso, o teste de correlação mostrou que existe uma correlação moderada entre o apoio e promoção da higiene das mãos pela liderança e a existência de exposição de material informativo sobre higiene nos pontos de assistência/tratamento (ρ = 0,550; p < 0,001). Conclui-se que o protagonismo da liderança pode influenciar nas ações de HM de uma instituição hospitalar e que, além de materiais informativos, novas práticas que fomentem a adesão da HM pelos profissionais devem ser pensadas e colocadas em prática.

Palavras-chave: Higienização das mãos; Profissionais da saúde; Infecção hospitalar.

1. INTRODUÇÃO

    Nos últimos anos, registrou-se a ocorrência de epidemias frequentes com relação direta à transmissão pessoa-pessoa, exigindo o retorno da discussão sobre os hábitos de higiene, prioritariamente, a higienização das mãos (HM), tendo em vista o impacto da SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome) e da Influenza H1N1 (OLIVEIRA & PAULA, 2014). O uso de água e sabão na lavagem das mãos elimina os microrganismos transitórios, reduz os residentes e interrompe a cadeia de transmissão de doenças (MOTA et al., 2014).  

    Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2010), há cinco momentos importantes para a higienização das mãos no contato do profissional de saúde com o paciente em âmbito hospitalar, são eles: anteriormente ao contato com o paciente; anteriormente à realização de método asséptico; após o risco de contato com fluidos corporais; após contato com o paciente; e após contato com áreas no entorno do paciente. Ainda, recomenda-se que familiares, acompanhantes e visitantes higienizem as mãos antes e após contato com o paciente nos serviços de saúde.

    Sabe-se que as mãos são vetores na transmissão das infecções relacionadas à assistência à saúde e os efeitos dos procedimentos de higienização das mãos diminuem as taxas de infecções associadas à assistência. Contudo, os profissionais de saúde ainda adotam uma atitude passiva diante desta problemática de saúde pública mundial (ANVISA, 2009). As baixas taxas de adesão à higienização das mãos estão entre as maiores preocupações dos hospitais no mundo (OLIVEIRA & PAULA 2014). 

    É visto que os profissionais lavam as mãos de acordo com as suas vontades e necessidades, deixando de fazê-lo nos momentos que seriam recomendados para evitar riscos de Infecções na Assistência à Saúde (IRAS) (MOTA et al., 2014). Essas IRAS acontecem após a entrada do paciente no hospital e suas manifestações podem aparecer durante a internação ou após a alta, tendo relação com a hospitalização ou com procedimentos hospitalares que o paciente é submetido (MELO & LEAL 2015). Consequentemente, os resultados são maiores taxas de morbidade e mortalidade, acréscimo do tempo de internação, incapacitações por longos períodos, maior resistência de microrganismos a antimicrobianos, altos custos para pacientes, famílias e sistema de saúde e mortes evitáveis (BELELA-ANACLETO et al., 2013).

    No Brasil, não existem dados sistematizados suficientes sobre a ocorrência e custos das infecções relacionadas à IRAS.  Apesar da maior parte dos hospitais possuir a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e realizar vigilância, não há padronização no método de coleta de dados, evidenciando que as instituições ainda não possuem indicadores confiáveis (ANVISA, 2018). Diante disso, o presente estudo objetiva verificar o conhecimento e utilização dos métodos de higienização das mãos pelos profissionais da área da saúde em um hospital da Serra Gaúcha.

    2. METODOLOGIA 

      Trata-se de uma pesquisa de campo transversal quantitativa, que avaliou o conhecimento, técnica e utilização dos métodos de higienização das mãos por profissionais da área da saúde com ênfase no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Os participantes do estudo foram profissionais da saúde de um hospital localizado no município de Caxias do Sul/RS.

      Dessa forma os critérios de inclusão foram: profissionais da saúde atuantes nos setores que o hospital autorizou a coleta de dados, que autorizaram e estiveram presentes nos dias das coletas, que aceitaram participar da pesquisa e assinar o termo de consentimento em duas vias e preencher o questionário na íntegra. Os critérios de exclusão foram: Os profissionais que não estavam presentes, que não faziam parte da área da saúde ou que não aceitaram participar e assinar o termo.

      A coleta dos dados ocorreu em três momentos distintos. Primeiro, verificou-se as instalações do setor, a fim de verificar os recursos para facilitar a limpeza das mãos, com o uso de um checklist. Posteriormente, observou-se a limpeza das mãos dos profissionais, com o intuito de identificar o processo em si, com o uso de um roteiro. Por fim, aplicou-se um questionário contendo 24 perguntas objetivas de caráter técnico sobre os momentos essenciais para higienização das mãos. O instrumento de observação e o questionário foram embasados nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2014).

      Os dados foram coletados durante o mês de outubro de 2021 e totalizou 92 observações, com alternância dos turnos manhã, tarde e noite. No que tange ao questionário, foram coletados 50 questionários de diversas categorias profissionais da área da saúde.

      Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, com a frequência relativa e absoluta, além do teste de correlação de Spearman. Para isso, contou-se com o auxílio do software SPSS® versão 21.

      3. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

        Primeiramente, a pesquisa contou com uma observação do local, realizada com o auxílio de um checklist. Com ele, foi possível identificar a estrutura e recursos do local para verificar se o ambiente fomentava a adequada Higienização das Mãos (HM). Conforme pode ser observado no Quadro 1, o CTI possui uma diferenciação frente aos demais setores, demonstrando cumprir mais adequadamente as regras de higienização quando comparada aos demais setores. Especificamente, dentro da CTI, é disponibilizado nos dispensadores uma solução com maior tempo de duração para fricção.

        Quadro 1 – Checklist dos setores

        Nota: N = Não; S = Sim; N/A = Não conformidade.
        Fonte: dados da pesquisa.

        Esses resultados mostram que nem todos os setores possuem o mesmo rigor em suas instalações para propiciar uma higienização adequada das mãos. No Brasil, em média, de cada 100 pacientes internados, 13 adquirem infecção durante o período de internação (MONTEIRO, 2015). Portanto, para vencer as Infecções Hospitalares (IH), são necessários, primeiramente, treinamentos da equipe de saúde, visando educação permanente através de métodos como assepsia e antissepsia corretas, com ênfase primordial à higienização das mãos. Embora seja uma técnica simples, essa higienização não é realizada com frequência por muitos dos profissionais de saúde, sendo o vetor principal para a propagação de infecções (ROCHA & LEGES 2016).

        A outra coleta de dados traz as respostas dos questionários aplicados. A partir dos 50 questionários coletados, identificou-se que a amostra é composta predominantemente por pessoas do sexo feminino (92%), possuem entre 20 e 39 anos (74%), possuem de 7 meses a 3 anos de empresa (68%), são técnicos de enfermagem (62%) e estão nos setores 200, 300 ou 400 (74%). Os resultados detalhados estão na Tabela 1.

        Tabela 1 – Questionário de caráter opinativo e técnico sobre a higienização das mãos.

        Fonte: dados da pesquisa.

        A pesquisa perguntou aos participantes quanto à higiene das mãos (Tabela 2). Todos (100%) informaram que higienizam as mãos sempre que recomendado, 90% acreditam higienizar as mãos corretamente, 90% acham muito grande a importância da higiene das mãos na prevenção de infecções hospitalares, 80% receberam alguma capacitação em higienização das mãos no último ano, 84% sabem quais são os cinco momentos essenciais para higienização das mãos conforme as diretrizes da ANVISA e 88% têm conhecimento sobre o passo a passo na fricção antissépticas das mãos com preparações alcoólicas.

        Tabela 2 – Questionário objetivo

        Fonte: dados da pesquisa.

        O estudo também investigou a limpeza das mãos relacionadas aos aspectos institucionais (Tabela 3). Quanto à liderança, 84% dos profissionais concordam ou concordam totalmente que as lideranças/chefias apoiam e promovem a higiene das mãos. Da mesma forma, 84% indicaram que existem cartazes/lembretes sobre higiene das mãos expostos nos pontos de assistência/tratamento. 

        Contudo, 60% discordam ou discordam totalmente que os pacientes são estimulados a lembrar os profissionais de saúde a higienizarem as mãos. Ainda, 40% discordam que os profissionais de saúde recebem periodicamente os resultados de desempenho na higienização das mãos para o setor/unidade, 20% não discordam nem concordam e 40% concordam que recebem. 

        Rocha e Lages (2016) mencionam que cabe ao CIH das instituições a responsabilidade na divulgação e implementação de medidas preventivas das infecções, facilitando o serviço do enfermeiro para com sua equipe ocasionado no aperfeiçoamento da qualidade na assistência prestada. Percebe-se que o comprometimento deste profissional através das medidas que realiza e a sua preocupação com a equipe a qual gerencia, é uma peça-chave para a disseminação do conhecimento. Com estímulos diários é possível potencializar um espírito de solidariedade na equipe, entendimento e comprometimento com a HM e prestação de cuidados que diminuam ao máximo as chances de infecção hospitalar, juntamente com a educação continuada da equipe, debates e reflexão em grupo, para que haja uma mudança no comportamento dos profissionais (DUTRA et al., 2015).

        Tabela 3 – Questões relacionadas às ações de nível institucional

        Fonte: dados da pesquisa.

        Ainda sobre essas questões, realizou-se o teste de Correlação de Spearman para verificar as relações entre essas variáveis. O teste mostrou que existe uma correlação moderada entre o apoio e promoção da higiene das mãos pela liderança e a existência de exposição de material informativo sobre higiene nos pontos de assistência/tratamento (ρ = 0,550; p < 0,001). Essa relação pode indicar que a liderança é capaz de promover a divulgação de informativos sobre a higiene das mãos, isto é, o apoio da chefia pode incentivar formas de disseminar as informações sobre essa higiene.

        Outra correlação moderada identificada foi o recebimento periódico do desempenho da higienização das mãos no setor e o apoio e promoção da higiene das mãos pela liderança (ρ = 0,358; p < 0,001), além do estímulo dos pacientes em lembrar os profissionais da saúde sobre essa higiene (ρ = 0,351; p < 0,001). Por fim, a exposição de cartazes/lembretes sobre a higiene das mãos apresentou correlação moderada com o estímulo dos pacientes em lembrar os profissionais da saúde sobre essa higiene (ρ = 0,328; p < 0,001), bem como o recebimento periódico do desempenho da higienização das mãos no setor (ρ = 0,313; p < 0,001). 

        Essa correlação pode ter sido verificada em função de que as infecções, como as Infecções na Assistência à Saúde (IRAS), causam também sentimentos de angústia e sofrimento aos pacientes, considerando que eles já se encontram internados para tratar de uma doença ou agravo à saúde. Dessa forma, com o organismo e imunidade debilitados, eles estão mais vulneráveis a contrair outras infecções (CORDEIRO & LIMA 2016).   

        Aliado a isso, as infecções relacionadas à assistência à saúde juntamente com ao aumento dos dias de internação, associados aos procedimentos feitos pelos profissionais, além do uso complementar de agentes quimioterápicos e o uso de materiais e tecnologias não previstos, acarretam o aumento de gastos hospitalares para o hospital e para o próprio paciente (CORDEIRO & LIMA 2016). Portanto, o resultado indica que os pacientes são estimulados com os cartazes e materiais sobre a higienização das mãos, o que pode estimular os profissionais da saúde sobre essa higiene.

        Tabela 4 – Correlação de Spearman

        Nota: **. A correlação é significativa no nível 0,01; *. A correlação é significativa no nível 0,05.
        Fonte: dados da pesquisa.

        Por fim, o questionário testou o conhecimento dos profissionais da saúde quanto à higiene das mãos (Tabela 5). Sobre essa higiene, 58% dos participantes informaram que higienizar as mãos com produto alcoólico é mais rápido do que higienizar as mãos com água e sabão. Esse tipo de higienização não é mais eficaz do que água e sabão para 92% dos participantes. Ainda, 86% indicaram que o produto alcoólico deve cobrir todas as superfícies de ambas as mãos e, para 84%, as mãos devem estar secas antes da aplicação do produto alcoólico. Com relação à secagem, 90% acredita ser falso poder secar as mãos com papel toalha após fricção das mãos com produto alcoólico e 66% acreditam que, para higienização das mãos com produto alcoólico, o tempo mínimo de fricção para eliminar micro-organismos é de 20 segundos. Quanto ao uso de luvas, 76% não consideram alguma dificuldade na higienização das mãos após a sua utilização.

        Tabela 5 – Conhecimento sobre a higiene das mãos

        Fonte: dados da pesquisa.

        Teles et al. (2021) observaram que a higienização e o uso de luvas se associaram a uma menor velocidade de contaminação das mãos durante cuidados rotineiros nos setores laboratoriais e no ambulatório, evitando a contaminação da maioria dos profissionais de saúde. Para os autores, a higienização deve ser constantemente desenvolvida na prática educacional, com o objetivo de prevenir e controlar as infecções para promover a segurança do paciente.

        Outra coleta que compõe a pesquisa é a observação, viabilizada com a utilização de um roteiro. As observações não foram, necessariamente, realizadas com os mesmos respondentes dos questionários, uma vez que a pesquisa preservou a identidade dos participantes. Ainda, mais de uma observação pode ter sido feita para o mesmo profissional, pois as observações ocorreram aleatoriamente, sem a escolha de um participante, mas de acordo com as ocorrências.

        A amostra das 91 observações foi composta, predominantemente, por técnicos de enfermagem (70,3%). Do total de profissionais, 54,9% realizaram um procedimento não invasivo, enquanto 45,1% realizaram um procedimento invasivo. Quando observado o momento em que a higiene das mãos ocorreu, 76,9% higienizaram antes do contato com o paciente e 12,1% após contato com áreas no entorno do paciente. Ademais, evidenciou-se uma baixa adesão dos profissionais a higienização das mãos, com um índice de 64,8%, conforme mostra a Tabela 6. 

        Dos participantes que higienizaram as mãos, quanto à escolha de material, foi possível notar uma preferência na higienização das mãos com soluções alcoólicas à água e sabão, pelo rápido acesso a dispositivos com soluções alcoólicas, com índice de 28,6%. Contudo, verificou-se a ineficácia da higienização das mãos com água e sabão de 2 profissionais, representando 50% do observado com esse líquido, e da higienização com álcool (17 participantes ou 70% dos que utilizaram o álcool). Dentre os problemas encontrados, 15 participantes não friccionaram as mãos por 20 segundos quando higienizaram com álcool.

        Torna-se imprescindível verificar a necessidade de intervenções adequadas para cada realidade institucional, com o intuito de visar mudanças comportamentais e aumento do desempenho de procedimentos de HM, evitando danos e garantindo a segurança do paciente (COLAÇO & PONTIFICE-SOUZA, 2017). Para isso, é importante o uso de instrumentos adequados e validados para a avaliação da HM, garantindo a replicação periódica das avaliações com o mesmo grau de confiabilidade (GARCIA et al., 2021).

        Tabela 6 – Processo de higienização das mãos

        Fonte: dados da pesquisa.

        Sobre a fricção com as mãos, Derhun et al. (2016) identificaram que, embora 90,3% dos profissionais investigados tenham recebido treinamento em higienização das mãos, os resultados apontam que existem lacunas no conhecimento dessa temática pelas equipes investigadas, principalmente no que se refere ao tempo de fricção das mãos com preparação alcoólica. Os autores concluíram que 86,5% dos profissionais investigados não conheciam na íntegra as instruções para higienização das mãos. 

        O estudo de Souza et al. (2015) também mostrou problemas na higienização das mãos. A adesão à lavagem das mãos não atendeu às diretrizes nacionais e internacionais, principalmente quando considerado o cenário atual de crescimento de infecções por microrganismos multirresistentes.

        Portanto, nota-se que o treinamento e a conscientização de uma limpeza adequada das mãos são elementos essenciais aos profissionais de saúde, uma vez que a falta de adesão de um profissional pode comprometer a integridade de muitas vidas e o trabalho de toda a equipe multiprofissional (SILVA et al., 2021). Uma metodologia de ensino utilizada para tal é a prática às cegas, onde a turma é levada ao laboratório em grupos, vedados com tapa olhos, e o grupo realiza a lavagem das mãos com tinta guache. Findada a lavagem, as vendas são retiradas para que eles vislumbrem os locais com e sem tinta e, consequentemente, onde não foi realizada a higienização correta (FERREIRA et al., 2021).

        Através das ações educativas para a higienização das mãos, é possível diminuir a alta transmissibilidade da SARS-CoV-2, que se apresenta como um desafio para a saúde pública, com significativos impactos na economia mundial e nos sistemas de saúde (SANTOS et al., 2021).

        4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

          O estudo buscou verificar o conhecimento e utilização dos métodos de higienização das mãos pelos profissionais da área da saúde em um hospital da Serra Gaúcha. Desse modo, foi possível identificar que, apesar dos profissionais mencionarem que possuem conhecimentos, que foram capacitados, além de possuírem uma infraestrutura adequada para a higienização, nem sempre esse procedimento foi realizado (64,8% dos participantes não higienizaram). 

          Portanto, a pesquisa aponta a necessidade de conscientização por parte da equipe para que a adesão à HM ocorra frequentemente, independente do setor em que os profissionais de saúde atuam. Para isso, além de material gráfico, como cartazes, novas práticas que fomentem a adesão da HM pelos profissionais devem ser pensadas e colocadas em prática. Aliado a isso, é importante que a HM seja mensurada frequentemente, a fim de identificar se novas ações são necessárias ou se as ações atuais para incentivar a equipe estão surtindo efeito.

          Além disso, o teste de correlação mostrou que existe uma correlação moderada entre o apoio e promoção da higiene das mãos pela liderança e a existência de exposição de material informativo sobre higiene nos pontos de assistência/tratamento. Sendo assim, nota-se que o protagonismo da liderança pode influenciar nas ações de HM de uma instituição hospitalar.

          Esta pesquisa possui limitações, uma vez que não se verificou se o questionário não foi, necessariamente, aplicado para o mesmo participante da observação. Dessa forma, novos estudos podem investigar se existe relação entre a prática de lavar as mãos adequadamente e o incentivo da liderança, a divulgação de material informativo ou treinamentos.

          REFERÊNCIAS

          AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. ANVISA. Nota técnica Nº01/2018 GVIMS/GGTES/ANVISA: orientações gerais para higiene das mãos em serviços de saúde. Brasília, 2018.

          AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. ANVISA. RDC n°. 42, de 25 de outubro de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização e preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do país e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 out. 2010.

          BELELA-ANACLETO, A. S. C. et al. Higienização das mãos e a segurança do paciente: perspectiva de docentes e universitários. Texto Contexto – Enfermagem, v. 22, n. 4, p. 901-908, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-07072013000400005.

          COLAÇO, CARLA; PONTIFICE-SOUSA, PATRICIA. Adesão à higiene das mãos: uma investigação em enfermagem. Revista Uningá Review, v. 30, n. 1, 2017.

          CORDEIRO, V.B.; LIMA, C.B. Higienização das mãos como ferramenta de prevenção e controle de infecção hospitalar. Temas em Saúde, João Pessoa, v.16, n. 2, p. 426, 2016.

          DE OLIVEIRA, Adriana Cristina; DE PAULA, Adriana Oliveira. Fatores relacionados à baixa adesão à higienização das mãos na área da saúde: uma reflexão. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 13, n. 1, p. 185-190, 2014. DOI: 10.4025/cienccuidsaude.v13i1.13410.

          DERHUN, Flávia Maria et al. Conhecimento de profissionais de enfermagem sobre higienização das mãos. Cogitare Enfermagem, v. 21, n. 3, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v21i3.45588.

          DUTRA, G.G. et al. Controle da infecção hospitalar: função do enfermeiro. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, Rio de Janeiro, p 2165-2166, v.7, n.1, jan.2015. DOI: 10.9789/2175-5361.2015.v7i1.2159-2168.

          FERREIRA, B. C. A. et al. Uso de metodologias ativas no ensino técnico de enfermagem-técnica às cegas da higienização das mãos. RECIMA21 – Revista Científica Multidisciplinar, v. 2, n. 8, p. e28651-e28651, 2021. DOI: https://doi.org/10.47820/recima21.v2i8.651.

          GARCIA, L. et al. Instrumentos para avaliação da adesão de profissionais de saúde à higienização das mãos. Revista Enfermagem Atual In Derme, v. 95, n. 34, p. e-021082, 25 maio 2021. DOI: https://doi.org/10.31011/reaid-2021-v.95-n.34-art.1062.

          MELO, M. H. C.; LEAL, A. C. A. M. Controle das infecções na assistência à saúde relacionada à higienização das mãos. Revista Interdisciplinar, v. 8, n. 1, p. 91-97, 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19446.

          MONTEIRO, J. S. Lavagem das mãos: atuação do enfermeiro no controle e prevenção de infecções na unidade de terapia intensiva neonatal. Biológicas & Saúde, v. 5, n. 18, 2015.

          ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Salve vidas: higienize suas mãos. Organização Mundial da Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014.

          ROCHA, J.P.J.; LAJES, C.A.S. O enfermeiro e a prevenção das infecções do sítio cirúrgico. Cadernos UniFO, Volta Redonda, n.30, p 126, abr. 2016.

          SANTOS J. L. S. et al. Enfrentamento a covid-19: importância da educação permanente em serviços de saúde. Revista Eletrônica Acervo Enfermagem, v. 13, p. e8669, 8 set. 2021. DOI: https://doi.org/10.25248/reaenf.e8669.2021

          SILVA, Chiara Silmara Santos et al. Higienização das mãos em uma unidade de terapia intensiva neonatal. Revista Recien-Revista Científica de Enfermagem, v. 11, n. 34, p. 41-51, 2021. DOI: https://doi.org/10.24276/rrecien2021.11.34.41-51

          SOUZA, Luccas Melo et al. Adesão dos profissionais de terapia intensiva aos cinco momentos da higienização das mãos. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 36, p. 21-28, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2015.04.49090.

          TELES, W. S. et al. IMPORTÂNCIA DA LAVAGEM DE MÃOS PARA PREVENIR A DISSEMINAÇÃO DA COVID-19. Hematology, Transfusion and Cell Therapy, v. 43, p. S366-S367, 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.htct.2021.10.623.


          1Faculdade Fátima. E-mail: rogercavernachurch@gmail.com

          2Centro Universitário Uniftec. E-mail: janasamantham@gmail.com

          3Centro Universitário Uniftec. E-mail: merlimf@hotmail.com

          4Centro Universitário Uniftec. E-mail: angelasusin@acad.ftec.com.br

          5Centro Universitário Uniftec. E-mail: euniceribeiro@acad.ftec.com.br

          6Universidade de Caxias do Sul. E-mail: kkvargas10@gmail.com

          7Centro Universitário Uniftec. E-mail: giovanarech@acad.ftec.com.br

          8Centro Universitário Uniftec. E-mail:anavisentin@ acad.ftec.com.br