SELF-MEDICATION AMONG COLLEGE STUDENTS IN THE HEALTH AREA IN BRAZIL: AN INTEGRATIVE REVIEW OF THE LITERATURE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202410201045
Priscila Silva dos Santos1;
Beatriz Teixeira Silva Andrade2;
Beatriz Oliveira Pontes3;
Daiane de Brito Abade4;
Klayvert Dias Santos5;
Rodrigo Santos Damascena6
Resumo
Este estudo teve o objetivo de investigar, por meio de uma revisão integrativa da literatura, os principais motivos que levam os estudantes de graduação da área de saúde a se automedicarem, uma vez que estes terão a responsabilidade de orientar a sociedade sobre o uso adequado e seguro de medicamentos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados onze estudos nos quais foi identificado que, dentre as variáveis que influenciam a prática de automedicação que foram citados ao menos uma vez nas produções encontradas, as mais frequentes foram pelo conhecimento próprio, aconselhamento de terceiros, prescrição médica anterior e facilidade de acesso. Discute-se que estudantes de graduação da área da saúde são uma parcela da população que realiza automedicação de forma exacerbada, principalmente porque acreditam ter conhecimento próprio, teórico, técnico e científico suficiente para realizar tal prática. Pensando neste grave problema de saúde pública, pode-se perceber que há uma carência de dados para a promoção de medidas eficazes no uso racional de medicamentos. É necessário entender que a ideia de cuidado integrado em saúde, compreende um saber desenvolvido de forma coletiva por profissionais, docentes, gestores e usuários/pacientes, corresponsáveis pela produção da saúde, para que se tenha uma automedicação responsável por todos os segmentos da sociedade.
Palavras-chave: Automedicação; Ciências da Saúde; Estudantes.
Abstract
This study aimed to investigate, through an integrative review of the literature, the main reasons that lead undergraduate students in the health area to self-medicate, since they have the responsibility to guide society on the appropriate use and medicine insurance. After applying the inclusion and exclusion criteria, eleven studies were selected in which it was identified that, among the variables that influenced the practice of self-medication that were mentioned at least once in the productions, the most frequent were self-knowledge, advice from third parties, previous medical concession and ease of access. It is argued that undergraduate students in the health area are a portion of the population who self-medicate in an exacerbated manner, mainly because they believe they have sufficient theoretical, technical and scientific knowledge to carry out such practice. Thinking about this serious public health problem, we can see that there is a lack of data to promote effective measures in the rational use of medicines. It is necessary to understand that the idea of integrated health care comprises knowledge developed collectively by professionals, teachers, managers and users/patients, co-responsible for the production of health, so that self-medication can be responsible for all segments of health. society.
Keywords: Self-medication; Health Sciences; Students.
INTRODUÇÃO
A automedicação entre estudantes tem se tornado uma prática cada vez mais recorrente e preocupante. Sob a pressão por resultados acadêmicos e desempenhos elevados, muitos jovens acabam utilizando medicamentos sem a devida orientação profissional, seja para aliviar dores de cabeça, reduzir a ansiedade, combater a insônia ou até mesmo para melhorar a concentração nos estudos. No entanto, essa prática pode acarretar sérios riscos à saúde, como efeitos colaterais indesejados, interações medicamentosas perigosas e, em casos mais graves, o desenvolvimento de dependência. Um estudo realizado com estudantes universitários revelou um índice elevado de automedicação, especialmente entre estudantes da área da saúde, onde a crença de que seu próprio conhecimento é suficiente, atua como um fator preponderante de influência (Galato; Madalena; Pereira, 2012).
De um modo geral, a automedicação é usual, comum e utilizada em larga escala como uma forma de tratar ou amenizar sinais ou sintomas de determinados problemas de saúde, por vezes, entendidos como simples, visando à cura, melhoria ou ao alívio (Bohomol; Andrade, 2020).
Nesse sentido, é necessário fazer a diferenciação de dois termos que são frequentemente confundidos, sendo eles autoprescrição e automedicação. A automedicação refere-se ao uso de medicamentos por iniciativa própria, sem orientação direta de um profissional de saúde. Essa prática é, geralmente, baseada em experiências anteriores ou em recomendações de terceiros, e envolve, na maioria das vezes, medicamentos de venda livre, como analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos (Naves et al., 2008). A autoprescrição relaciona-se com o usuário que consome livremente, medicamentos que deveriam ser comercializados somente com a apresentação da receita médica, como na compra de fármacos de tarja vermelha e preta expostos na caixa (Siqueira, 2004 apud Elias et al., 2008). A automedicação e a autoprescrição são favorecidas por uma deficiência na qualidade da dispensação dos medicamentos (Silva et al., 2015).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a automedicação orientada é uma forma de autocuidado à saúde. Nesse contexto, iniciativas governamentais têm buscado regulamentar o uso de medicamentos e promover uma automedicação mais responsável. A Portaria nº 3.916/98 do Ministério da Saúde, que institui a Política Nacional de Medicamentos, foi um passo importante nesse sentido. Seu objetivo é assegurar a segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, além de promover o uso racional e ampliar o acesso da população àqueles considerados essenciais.
Apesar de avanços no controle sobre a distribuição e prescrição de medicamentos, a mudança no hábito da automedicação ainda é insuficiente. Como resposta a esse desafio, e em conformidade com as recomendações da OMS, o Ministério da Saúde criou o Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos por meio da Portaria nº 1.956/06. O comitê tem o papel de desenvolver estratégias para melhorar o acesso à assistência farmacêutica e garantir que o uso de medicamentos seja feito de maneira mais segura e eficaz, visando a proteção da saúde pública. Essas ações são fundamentais para enfrentar o problema da automedicação, que continua sendo uma questão crítica de saúde pública no país.
São muitos os fatores que influenciam a prática da automedicação e, entre eles, estão a publicidade da indústria farmacêutica, a falta de políticas públicas efetivas, o rápido acesso às informações sobre os fármacos na internet, o déficit na educação e a falta de conscientização da população (Bohomol; Andrade, 2020). Entre os problemas decorrentes da automedicação estão o risco de mascarar doenças mais graves, o desenvolvimento de resistência bacteriana devido ao uso inadequado de antibióticos, reações adversas inesperadas e até a dependência de certos medicamentos (Aquino et al., 2007).
O consumo de medicamentos em uma sociedade pode ser amplamente influenciado pelas políticas públicas, que governam sua distribuição e uso. Quando essas políticas são bem estruturadas, promovendo uma regulamentação rigorosa do fornecimento de medicamentos essenciais, garantindo que o acesso a esses produtos seja acompanhado por diagnósticos e prescrições realizadas por profissionais habilitados, o impacto tende a ser positivo. O uso de remédios torna-se mais racional e direcionado à real necessidade da população, reduzindo desperdícios e prevenindo o uso inadequado (Naves et al., 2008).
Por outro lado, a ausência de controles rigorosos pode resultar em consequências negativas, como o fácil acesso a medicamentos sem a devida prescrição ou orientação profissional. Ainda segundo Naves et al. (2008), isso, aliado a campanhas de marketing agressivas e a falta de conscientização sobre os riscos do consumo excessivo ou inadequado, pode levar ao uso irracional de medicamentos, aumentando os riscos da automedicação.
Dado o exposto, a formação dos alunos de graduação deve ser direcionada para o conhecimento voltado à saúde de forma abrangente, holística, em prol da qualidade de vida, com estratégias de prevenção e promoção à saúde (Arakawa et al., 2013). Dessa forma, deve-se ressaltar a importância da atuação dos futuros profissionais da área como facilitadores no processo de educação em saúde, principalmente, porque serão responsáveis pela orientação de pacientes e da população, quanto ao uso correto de medicamentos.
Este estudo tem o objetivo de investigar os principais motivos que levam os estudantes de graduação da área de saúde a se automedicarem, e se justifica pela necessidade de compreender os fatores que impulsionam essa prática, uma vez que esses futuros profissionais terão a responsabilidade de orientar a sociedade sobre o uso adequado e seguro de medicamentos.
Pelo fato de possuírem acesso facilitado tanto a informações especializadas quanto a medicamentos, esses estudantes podem ser mais suscetíveis a praticar automedicação de maneira inadequada, acreditando que seus conhecimentos técnicos são suficientes para evitar consequências negativas. No entanto, essa conduta pode gerar dilemas éticos e comprometer a qualidade da prática profissional futura, visto que a automedicação descontrolada deve ser amplamente desencorajada no campo da saúde. Assim sendo, a identificação das influências que levam à automedicação pode embasar a criação de estratégias educativas e interventivas.
METODOLOGIA
Refere-se à uma revisão, sendo ela integrativa da literatura, que se configura enquanto método de pesquisa, uma vez que proporciona a junção de compreensões e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática (Souza; Silva; Carvalho, 2010). Ao adotar uma revisão integrativa da literatura, o estudo expande seu alcance ao incorporar uma diversidade de pesquisas — quantitativas, qualitativas, teóricas e práticas, sintetizando as evidências disponíveis sobre o tema. Essa abordagem oferece uma visão mais completa sobre o comportamento de automedicação entre universitários da área da saúde no Brasil e permite identificar mudanças de atitude, evolução no acesso a medicamentos e novas recomendações sobre o uso consciente de fármacos.
No presente estudo, foram seguidos os seguintes passos: 1) Elaboração da pergunta norteadora; 2) Busca ou amostragem na literatura científica; 3) Categorização dos resultados encontrados; 4) Avaliação dos artigos selecionados; 5) Análise, interpretação e discussão dos resultados; e 6) Sintetização das informações e produção de conhecimento (Souza et al., 2021). Dessa forma, foi formulada a seguinte questão de pesquisa: O que a literatura tem produzido sobre os principais motivos que levam os estudantes de graduação da área de saúde a se automedicarem?
A busca foi realizada nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO) Brasil, além da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com filtro da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), no período de agosto a outubro de 2024. Os descritores foram selecionados a partir dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) utilizando termos somente em português, em ambas as bases de dados, sendo eles: “automedicação”, “estudantes”, “ciências da saúde”. Com o intuito de atingir os objetivos aqui propostos, os descritores foram utilizados isolados e de forma combinada, intermediado pelo operador booleano “AND”, para que fossem relacionadas a automedicação juntamente com os outros descritores. Os descritores foram combinados da seguinte forma: “automedicação” AND “estudantes”, “automedicação” AND “ciências da saúde”, e “automedicação” AND “estudantes” AND “ciências da saúde, em ambas as bases de dados.
Os seguintes parâmetros de inclusão foram adotados para a seleção das produções: artigos em português, que explicitassem em título, resumo e palavras chaves qualquer relação entre automedicação e estudantes de graduação da área da saúde. Além disso, foram incluídas todas as pesquisas realizadas no Brasil, independente da região.
Durante a seleção dos estudos, ainda nas bases de dados, foram excluídos os artigos que não estivessem disponibilizados integralmente online, textos duplicados na mesma base de dados com combinação de descritores diferentes e em bases de dados diferentes, revisões de literatura, pesquisas em outros idiomas, produções realizadas com quaisquer outros público-alvo que não fossem estudantes de graduação e que incluíssem estudantes de outros cursos para além da área de saúde. Vale ressaltar que foi adotado o recorte temporal a partir do ano de 2010, para assegurar a inclusão de pesquisas relevantes e atualizadas, refletindo o perfil mais recente dos estudantes que se automedicam. Na Figura 1, ilustra-se o fluxograma seguido pelo presente estudo.
Para análise dos artigos selecionados, após a leitura criteriosa na íntegra dos mesmos, foi realizada uma análise descritiva dos materiais, considerando os aspectos: ano de publicação, local e cursos dos participantes das buscas, tipo de estudo e levantamento de dados e principais resultados identificados. Esta análise resultou na disposição de variáveis que influenciaram a prática de automedicação, que serão tratados na seção seguinte.
Figura 1. Fluxograma das buscas pelas produções científicas.
Fonte: Elaborado pelos autores.
RESULTADOS
Nos quadros 1 e 2, estão apresentadas as informações dos 11 artigos que foram selecionados como amostra final para este estudo.
Quadro 1. Identificação dos artigos selecionados.
Nº | Base de dados | Título | Autores | Revista | Ano |
1 | SciELO | A automedicação e os acadêmicos da área de saúde | Daniela Silva de Aquino, José Augusto Cabral de Barros e Maria Dolores Paes da Silva | Ciência & Saúde Coletiva | 2010 |
2 | BVS | Frequência de automedicação entre acadêmicos de faculdade de medicina | Fonseca et al. | Diagnóstico e Tratamento | 2010 |
3 | SciELO | Prevalência e caracterização da prática de automedicação para alívio da dor entre estudantes universitários de enfermagem | Souza et al. | Revista Latino-Americana de Enfermagem | 2011 |
4 | BVS | Automedicação em acadêmicos de cursos de graduação da área da saúde de uma universidade privada do Sul do estado de Minas Gerais | Silva et al. | Odontologia Clínico-Científica | 2011 |
5 | SciELO | Gestão em saúde: o aprendizado e a formação acadêmica de estudantes de graduação | Arakawa et al. | Revista CEFAC | 2013 |
6 | BVS | Caracterização da prática de automedicação e fatores associados entre universitários do curso de Enfermagem | Flávio Martinez da Silva, Flávia Cristina Goulart, Carlos Alberto Lazarini | Revista Eletrônica de Enfermagem | 2014 |
7 | BVS | Consumo de medicamentos e prática da automedicação por acadêmicos da área de saúde da Universidade Estadual de Londrina | Silva et al. | Revista Espaço para a Saúde | 2015 |
8 | BVS | Automedicação entre acadêmicos de Medicina das Universidades Católica e Federal de Pelotas/RS | Pilger et al. | Revista da AMRIGS | 2016 |
9 | SciELO | Automedicação em estudantes de enfermagem do Estado do Amazonas – Brasil | Abel Santiago Muri Gama e Silvia Regina Secoli | Revista Gaúcha de Enfermagem | 2017 |
10 | BVS | Prática da automedicação entre estudantes de enfermagem de instituição de ensino superior | Elena Bohomol e Camilla Moreira Andrade | Ciência, Cuidado e Saúde | 2020 |
11 | BVS | Prevalência da automedicação em acadêmicos de odontologia e enfermagem em uma instituição pública brasileira | Júnior et al. | Arquivos em Odontologia | 2021 |
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 2. Caracterização dos artigos selecionados.
Nº | Tipo de estudo | Coleta de dados | Local | Cursos |
1 | Estudo transversal | Questionário estruturado | Universidade pública do município do Recife | Educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, nutrição, odontologia, terapia ocupacional |
2 | Estudo transversal | Questionários estruturados e padronizados | Universidade Metropolitana de Santos | Medicina |
3 | Estudo observacional, com delineamento transversal | Entrevista em grupo e preenchimento de instrumento padronizado | Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás | Enfermagem |
4 | Estudo epidemiológico, descritivo, transversal, de abordagem quantitativa | Questionário com questões objetivas | Universidade privada do sul do Estado de Minas Gerais | Medicina, odontologia, farmácia e enfermagem |
5 | Estudo com caráter longitudinal, descritivo e qualitativo | Protocolo semi-estruturado com questões indiretas | Universidade de São Paulo | Fonoaudiologia |
6 | Estudo descritivo transversal, com abordagem qualiquantitativa | Entrevistas semiestruturadas, com a utilização de um guia com questões dirigidas e uma questão aberta | Instituição pública de ensino superior de um município localizado na região centro-oeste do Estado de São Paulo | Enfermagem |
7 | Estudo transversal descritivo | Questionário autorrespondível | Universidade Estadual de Londrina | Enfermagem, Farmácia e Medicina |
8 | Estudo transversal descritivo | Questionário autoaplicado | Universidades Católica de Pelotas e Universidade Federal de Pelotas | Medicina |
9 | Estudo transversal | Questionário | Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas | Enfermagem |
10 | Estudo transversal descritivo, de abordagem quantitativa | Questionário estruturado | Instituição de ensino superior, pública, nomunicípio de São Paulo | Enfermagem |
11 | Abordagem quantitativa, de natureza aplicada, descritiva, de corte transversal | Questionário autoaplicável | Universidade Estadual do Piauí | Odontologia e enfermagem |
Fonte: Elaborado pelos autores.
Inicialmente, é importante destacar que as publicações foram numeradas em ordem crescente a partir do ano de publicação, apenas para fins de organização, localização e análise das pesquisas. É possível identificar no quadro 1 que, todas as pesquisas, com exceção do artigo nº 5, possuem o descritor “automedicação” no título. Quanto ao ano de publicação, dentro do recorte temporal desta revisão, somente não houveram pesquisas no ano de 2012, 2018 e 2019. Além disso, todas as revistas das publicações em questão são brasileiras.
Quanto ao tipo de estudo, foi observado uma metodologia de pesquisa com predomínio de delineamento transversal, com exceção do artigo cinco, que possui caráter longitudinal. Em relação à coleta de dados, a maioria das publicações utilizou questionário. É possível observar também que, de todos os locais de pesquisa das publicações analisadas, somente três incluem instituições privadas, sendo elas a Universidade Metropolitana de Santos (artigo 2), uma universidade privada do sul do estado de Minas Gerais (artigo 4) e a Universidade Católica de Pelotas (artigo 8).
Destacam-se ainda, os cursos da área da saúde em que os participantes de todas as publicações estavam matriculados: Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Terapia Ocupacional, com ênfase no curso de Enfermagem, que foi incluído em oito (artigos 1, 3, 4, 6, 7, 9, 10 e 11) das onze pesquisas.
O quadro 3 apresenta os dezesseis motivos citados ao menos uma vez nas pesquisas que influenciaram a prática de automedicação entre os estudantes, identificados a partir dos principais resultados dos estudos.
Dentre as variáveis que influenciaram a prática de automedicação, o conhecimento próprio e/ou conhecimento científico acerca dos medicamentos foi citado em todas as publicações. Tal motivo foi citado principalmente de forma concomitante à formação em saúde, com destaque após os estudantes cursarem as disciplinas de farmacologia. Porém, poucas pesquisas tinham o objetivo de avaliar também o quanto a construção de conhecimento na área da saúde ao longo de sua formação pode interferir na mesma, ou seja, não é possível concluir se existe associação estatisticamente significativa entre a prática de se automedicar e o semestre em que o estudante está matriculado.
Em segundo lugar, foi citada a sugestão de medicamentos por familiares e/ou amigos e/ou balconista da farmácia em dez artigos (números 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11). Nos artigos que não haviam exatamente essa descrição, os autores se referiam a aconselhamento de terceiros, em que estes não eram profissionais da saúde formalmente habilitados a prescrever medicamentos. Outro motivo citado que influencia a prática de automedicação foi a prescrição médica anterior, citada em nove publicações (números 1, 2, 3, 6, 7, 8, 9, 10, 11), seguido da comodidade para realização da prática e facilidades de acesso, citadas em sete artigos (números 1, 3, 5, 6, 8, 9, 10).
Quadro 3. Variáveis que influenciaram a prática de automedicação.
Motivos citados | Artigos |
Conhecimento próprio/científico | 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 |
Sugestão de familiares, amigos e balconista da farmácia/aconselhamento de terceiros | 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11 |
Prescrição médica anterior | 1, 2, 3, 6, 7, 8, 9, 10, 11 |
Comodidade/Facilidade de acesso | 1, 3, 5, 6, 8, 9, 10 |
Falta de tempo para ir ao médico | 1, 3, 6, 9, 11 |
Leitura da bula | 4, 6, 7, 9, 10 |
Difícil acesso ao sistema de saúde | 1, 5, 6, 7, 9 |
Influência da mídia | 1, 4, 5, 8, 9 |
Julgamento de que não há necessidade de buscar cuidados médicos | 1, 6, 7, 9 |
Indicação do farmacêutico | 2, 4, 6, 7 |
Possui medicamentos em casa | 2, 6, 8, 9 |
Razões financeiras | 1, 3, 7 |
Desconhece implicações negativas/desconhecer efeitos adversos | 5, 6, 9 |
Autodiagnóstico | 11 |
Possui profissional da área de saúde na família | 7 |
Amostra grátis | 8 |
Fonte: Elaborado pelos autores.
A falta de tempo para ir ao médico (citada nos artigos 1, 3, 6, 9, 11), leitura da bula (citada nos artigos 4, 6, 7, 9, 10), dificuldades de acesso ao sistema de saúde (citada nos artigos 1, 5, 6, 7, 9) e influência da mídia (citada nos artigos 1, 4, 5, 8, 9), foram variáveis citadas cinco vezes nas publicações em questão. Além disso, o julgamento de que não há necessidade de se buscar cuidados médicos (citado nos artigos 1, 6, 7, 9), a indicação do farmacêutico (citada nos artigos 2, 4, 6, 7) e já possuir medicamentos à disposição em casa (drogas que sobraram de prescrições médicas anteriores, citadas nos artigos 2, 6, 8, 9), foram motivos citados quatro vezes.
Os estudantes também apontam que desconhecem implicações negativas e/ou efeitos adversos de medicamentos quando realizam automedicação, supracitadas nos artigos 5, 6 e 9. Além disso, razões financeiras que se justificam para acesso aos serviços de saúde são também motivo para realização da prática de automedicação, citadas nos artigos 1, 3 e 7. Por fim, foram citados somente uma vez o autodiagnostico (artigo 11), a característica de possuir profissional da saúde na família (artigo 7) e ter recebido amostras grátis de medicamentos (artigo 8).
Apesar de não se configurar enquanto variável que influencia diretamente a prática de automedicação, em todas as publicações (exceto no artigo 5) foi citada a automedicação como alternativa para alívio da dor, sendo a experiência dolorosa a principal causa para a automedicação. Vale ressaltar que no artigo 5, ainda que verse sobre automedicação em estudantes da área de saúde, não tem o foco de pesquisa nos motivos da automedicação.
Apesar de terem sido citados em boa parte das publicações, não foi analisada nesta revisão a classe farmacológica dos medicamentos, a frequência (prevalência e/ou incidência) de estudantes que se automedicam e o perfil sociodemográfico e econômico destes estudantes, por não se tratarem do objetivo desta pesquisa.
DISCUSSÃO
Observou-se que, em relação à coleta de dados, a maioria das publicações utilizou questionários. Esse método, atualmente, oferece maior praticidade e comodidade, além de que potencializam a coleta de dados (Faleiros et al., 2016). Com estudantes universitários, público focal dessa revisão, o alcance é ainda maior, já que possuem destreza com instrumentos de pesquisa online e com novas tecnologias.
Outro ponto que merece destaque é o curso de enfermagem ter sido citado em oito das onze pesquisas encontradas. Um estudo sobre automedicação, especificamente no curso de Enfermagem, traz que 5,7% dos estudantes obtiveram medicamentos em campos de prática durante o curso (Unidade Básica de Saúde – UBS e hospital). Tal informação, reflete a falta de controle de dispensação e prescrição de medicamentos dos serviços de saúde (Gama; Secoli, 2017). Além disso, neste mesmo estudo, foi relatado que os futuros enfermeiros, costumam até indicar medicamentos para terceiros, o que demonstra o quão preocupante é a temática.
Em relação as variáveis que influenciaram a prática de automedicação, têm-se em primeiro lugar o conhecimento próprio e/ou conhecimento científico que os estudantes da área de saúde sugerem possuir. Essa consideração de deter do conhecimento necessário se dá pela autoconfiança dos estudantes, que pode estar associada, segundo Silva et al. (2015), a informações adquiridas pela internet, experiência prévia com o medicamento, e segundo Gama e Secoli (2017), a crença de que os conhecimentos adquiridos durante a graduação garantam a escolha correta do medicamento a partir do quadro clínico.
Ao contrário do que se espera, são justamente os indivíduos com mais acesso à informação os maiores usuários de automedicação, já que há estudos que comprovam um maior consumo de medicamentos entre os que frequentaram a escola por mais tempo (Silva et al., 2011). Isso é refletido nos estudantes da área de saúde, que além de altos índices de automedicação, ainda realizam autodiagnóstico, variável que influencia a prática de automedicação citada em um dos artigos encontrados.
O segundo motivo mais citado foi a sugestão de medicamentos por familiares, amigos, balconista da farmácia, ou ainda, aconselhamento de terceiros. Silva, Goulart e Lazarini (2014) apontam que, o hábito de não se recorrer a um médico, e sim a alguém próximo ou com certo conhecimento empírico, faz parte da cultura do povo brasileiro que é passada entre gerações, principalmente, por conta da dificuldade do acesso ao sistema de saúde. Esta, inclusive, foi outra variável encontrada na pesquisa, além de em um artigo, ter sido sinalizado pelos estudantes que possuía profissional da área de saúde na família, e que por este motivo, solicitava orientação por parte dele.
Apesar de o Sistema Único de Saúde (SUS) ser referência mundial em serviços de saúde pública (Ministério da Saúde, 2024), a demora do agendamento para atendimento, demanda elevada e reduzido número de profissionais de saúde, segundo Silva, Goulart e Lazarini (2014), corroboram com que a prática de automedicação seja tão comum. De modo antagônico, há o congestionamento do sistema público por conta do uso indiscriminado de medicamentos, já que a automedicação pode ocasionar: resistência bacteriana, reações adversas, interações entre os medicamentos, além de mascarar outras doenças com quadros evolutivos (Gama; Secoli, 2017), atrasar o diagnóstico de importantes problemas de saúde (Silva et al., 2015) e, muitas vezes, não ter eficiência terapêutica (Fonseca et al., 2010).
A propósito, ao se tratar de saúde pública, é importante falar sobre as razões financeiras, outra variável citada. Souza et al. (2011) apontam que, os estudantes consideram mais barato se automedicar, do que consultar um médico. Essa ideia pode ser justificada pela facilidade de acesso a medicamentos, que está apoiada pela venda livre (Silva; Goulart; Lazarini, 2014) e principalmente, porque muitos medicamentos são dispensados sem a apresentação de receita médica (Aquino; Barros; Silva, 2010). Pode-se mencionar a “amostra grátis”, motivo levantado pelos estudantes, como variável problemática, principalmente se tratando de futuros profissionais da saúde. Além disso, a indicação do farmacêutico, outro motivo citado, favorece a automedicação, pois são os profissionais da saúde que possuem envolvimento direto com a orientação dos usuários (Silva et al., 2011).
Dessa forma, vale ressaltar o papel da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que proíbe a venda de determinados medicamentos sem receita médica. O órgão dispõe também sobre a legislação voltada para a farmacovigilância, que é o conjunto de atividades relacionadas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou problemas associados ao uso de medicamentos (ANVISA, 2020).
Foi possível observar também que, prescrição médica anterior está relacionada com a ideia de possuir medicamentos em casa. Nesse sentido, entende-se que houve uma prescrição médica, seguida de um tratamento medicamentoso que surtiu efeito positivo, e que restaram medicamentos no domicílio, seja por não ter sido utilizada a quantidade prescrita, seja por ter sido adquirida uma maior quantidade (Silva; Goulart; Lazarini, 2014). Em seguida, foram apresentados sinais e sintomas semelhantes e os estudantes utilizaram este diagnóstico prévio como base para utilizar novamente os mesmos medicamentos (Bohomol; Andrade, 2020).
Outro motivo, encontrado nas pesquisas e relatado pelos estudantes, foi a falta de tempo para ir ao médico. Souza et al. (2011) explicitam que esse motivo pode ser justificado pelo fato de estudantes da área da saúde passarem muito tempo na faculdade e não conseguirem buscar atendimento, já que muitos cursos da área de saúde são de período integral. Somado a isso, existe o julgamento por parte dos estudantes de que não há necessidade de buscar cuidados médicos a partir das suas convicções pessoais, como foi discutido anteriormente, associado ao fato dos estudantes desconhecerem efeitos adversos ou implicações negativas, mesmo sendo a população que possui maior conhecimento relativo a esses efeitos (Silva; Goulart; Lazarini, 2014).
Em relação à leitura da bula, importante instrumento para se obter informações sobre medicamentos, esta pode gerar uma falsa sensação de maior domínio do saber médico pelos estudantes, pois somente a leitura da bula não é garantia de uma terapêutica correta (Silva et al., 2015).
Nesse contexto, temos a influência da mídia que atua fortemente na automedicação. A propaganda massiva dá a impressão de que os produtos são livres de riscos e associam os medicamentos à uma cura milagrosa, vigor físico, comodidade e alívio imediato dos sintomas, fazendo com que a prática de automedicação seja intensificada. É como se o medicamento fosse inofensivo e pudesse ser consumido livremente (Aquino; Barros; Silva, 2010).
Ademais, a prática de automedicação como alternativa para alívio da dor pode retardar o diagnóstico e o seu tratamento adequado (Souza et al., 2011). É interessante observar que, estudos realizados em países desenvolvidos e em desenvolvimento têm elucidado que a prática de automedicação está associada à presença de sinais e sintomas “menores”, do que doenças ou condições crônicas mais graves. Estas, levam ao uso de medicamentos prescritos (Silva et al., 2011). Dessa forma, a automedicação em situações de dor pode contribuir para o prolongamento de experiências dolorosas.
Como trazem Araújo Júnior et al. (2022), embora os estudantes tenham consciência em relação aos efeitos nocivos do uso indevido dos fármacos, tal fato não é suficiente para que a prática da automedicação seja inibida. Pode-se perceber também ao longo desta revisão, que a prática de automedicação é multifatorial: as variáveis que levam os estudantes da área de saúde a se automedicarem estão interligadas. Não há motivo único para esta prática, assim como a justificativa de uma variável é também, ao mesmo tempo, justificativa de outra.
As discussões levam a identificar que a saúde na atualidade está inserida em uma relação de consumo de mercadoria. Arakawa et al. (2013) expressam que há a necessidade de romper com essa concepção para o entendimento de saúde como processo e como direito. Sendo assim, esta ideia precisa partir justamente dos futuros profissionais de saúde, para que possam fornecer uma assistência e acesso à saúde plena.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise das produções encontradas, pode-se afirmar que estudantes de graduação da área da saúde, são uma parcela da população que realiza automedicação de forma exacerbada, principalmente por acreditarem ter conhecimento próprio, teórico, técnico e científico suficiente para realizar tal prática. A realização de estudos que possam elucidar a frequência da automedicação em universitários de cursos da área da saúde faz-se necessária, já que estes cursos apresentam, em sua grade curricular, bases farmacológicas, o que poderia incentivar a automedicação por serem conhecedores de fármacos (Silva et al., 2011).
Em relação às instituições de ensino, que são responsáveis pela formação desses futuros profissionais, que irão atuar como facilitadores no processo de educação em saúde da população, fazem-se necessárias práticas educativas quanto ao uso correto dos medicamentos, superdosagem, intoxicações, reações adversas e riscos e benefícios, para que os futuros pacientes realizem uma automedicação responsável, evitando a banalização do uso de medicamentos.
Além disso, deve-se pensar também a formação e educação continuada de profissionais da saúde, para a prescrição racional e identificação de populações em risco de consumo crônico de medicamentos inadequados (Silva et al., 2011), visto que estudantes da área de saúde já prescrevem medicamentos ainda enquanto graduandos, sendo esta uma conduta inadequada antes mesmo da conclusão da sua formação.
Pensando neste grave problema de saúde pública, pode-se perceber que há uma carência de dados para a promoção de medidas eficazes na promoção do uso racional de medicamentos (Silva et al., 2015). É necessário entender que a ideia de cuidado integrado em saúde compreende um saber desenvolvido de forma coletiva por profissionais, docentes, gestores e usuários/pacientes, corresponsáveis pela produção da saúde (Arakawa et al., 2013), para que haja uma automedicação responsável por todos os segmentos da sociedade.
REFERÊNCIAS
AQUINO, Daniela Silva de; BARROS, José Augusto Cabral de; SILVA, Maria Dolores Paes da. A automedicação e os acadêmicos da área de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15 n. 5, p. 2533-2538, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/kB6LHkhwPXqbz7QtmHJHQvz/?lang=pt>. Acesso em: 30 ago. 2024.
ARAKAWA, Aline Megumi et al. Gestão em saúde: o aprendizado e a formação acadêmica de estudantes de graduação. Revista CEFAC, v. 15, n. 4, p. 947-956, 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rcefac/a/4WgkZM6RGsnPPsKT9qTj3RC/?lang=pt>. Acesso em: 30 ago. 2024.
ARAÚJO JÚNIOR, Ayrton Galvão de et al. Prevalência da automedicação em acadêmicos de odontologia e enfermagem em uma instituição pública brasileira. Arquivos Em Odontologia, v. 57, p. 26–35, 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.7308/aodontol/2021.57.e04>. Acesso em: 29 ago. 2024.
BOHOMOL, Elena; ANDRADE, Camilla Moreira. Prática da automedicação entre estudantes de enfermagem de instituição de ensino superior. Ciência, Cuidado e Saúde. v. 19, p. 1-7, 2020. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1117924>. Acesso em: 29 ago. 2024.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Farmacovigilância. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/fiscalizacao-e-monitoramento/farmacovigilancia>. Acesso em: 2 out. 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.956/06. GOV.BR, 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/consultas-publicas/2019/arquivos/copy_of_CadernodeParmetrosparaProgramaodasAeseServiosdeSadedeMdiaeAltaComplexidade.pdf/view>. Acesso em: 28 set. 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998. GOV.BR, 2024. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/search?origem=form&SearchableText=portaria%203.916>. Acesso em: 28 set. 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. SUS é modelo de saúde pública para o mundo. GOV.BR, 2024. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/abril/sus-e-modelo-de-saude-publica-para-o-mundo>. Acesso em: 2 out. 2024.
CECILIO, Samyra Giarola et al. Impacto da Covid-19 na prática de automedicação em estudantes universitários. Trabalho, Educação e Saúde, v. 22, p. 1-13, 2024. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/tes/a/cJKqGVwF3QKWzpvF7YhJYHy/?lang=pt>. Acesso em: 6 set. 2024.
ELIAS, José Antonio Zarate et al. Estudo do perfil da automedicação em estudantes de farmácia – Arapongas-PR. Congresso Nacional de Extensão Universitária, 2., Encontro de Atividades Científicas da UNOPAR, 11., 2008, Londrina. Anais… Londrina: Unopar, 2008.Disponível em: <https://repositorio.pgsscogna.com.br/bitstream/123456789/8887/1/ESTUDO%20DO%20PERFIL%20DA%20AUTOMEDICAÇÃO%20EM%20ESTUDANTES%20DE%20FARMÁCIA%20-%20ARAPONGAS-PR.pdf>. Acesso em: 12 set. 2024.
FALEIROS, Fabiana et al. Uso de questionário online e divulgação virtual como estratégia de coleta de dados em estudos científicos. Texto & Contexto – Enfermagem, v. 25, n. 4, p. 1-6, 2016. Disponível em:<https://www.scielo.br/j/tce/a/Hjf6ghPxk7LT78W3JBTdpjf/?lang=pt>. Acesso em: 18 set. 2024.
FONSECA, Filipe Isper Rodrigues Meireles da et al. Frequência de automedicação entre acadêmicos de faculdade de medicina. Diagnóstico e Tratamento, v. 15 n. 2, p. 53-57, 2010. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-550873>. Acesso em: 28 ago. 2024.
GALATO, Dayani; MADALENA, Jaqueline; PEREIRA, Greicy Borges. Automedicação em estudantes universitários: a influência da área de formação. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 12, p. 3323-3330, 2012. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/7p3f8gryCcgcjvRmcCV8fpH/?lang=pt>. Acesso em: 4 set. 2024.
GAMA, Abel Santiago Muri; SECOLI, Silvia Regina. Automedicação em estudantes de enfermagem do Estado do Amazonas – Brasil. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 38, n. 1, p. 1-7, 2017. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rgenf/a/HQm9Gznw68wWrB7wtWR4FMQ/?lang=pt>. Acesso em: 29 ago. 2024.
NAVES, Janeth de Oliveira Silva et al. Automedicação: uma abordagem qualitativa de suas motivações. Ciência & Saúde Coletiva, v.15, Supl. 1, p. 1751-1762, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/FPDPyz65X6qTGNMHFwrnb8R/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 6 set. 2024.
PILGER, Maurício Castro et al. Automedicação entre acadêmicos de Medicina das Universidades Católica e Federal de Pelotas/RS. Revista da AMRIGS, v. 60, n. 1, p. 26-31, 2016. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-831222>. Acesso em: 27 ago. 2024.
SILVA, Flávio Martinez da; GOULART, Flávia Cristina; LAZARINI, Carlos Alberto. Caracterização da prática de automedicação e fatores associados entre universitários do curso de Enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 16, n. 3, p. 644-651, 2014. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-832363>. Acesso em: 29 ago. 2024.
SILVA, Lais Brevi da et al. Consumo de medicamentos e prática da automedicação por acadêmicos da área de saúde da Universidade Estadual de Londrina. Revista Espaço para a Saúde, v. 16, n. 2, p. 27-36, 2015. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-771440>. Acesso em: 27 ago. 2024.
SILVA, Lucas Salles Freitas e et al. Automedicação em acadêmicos de cursos de graduação da área da saúde de uma universidade privada do sul do estado de Minas Gerais. Odontologia Clínico-Científica, v.10, n. 1. 2011. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-577679>. Acesso em: 29 ago. 2024.
SOUZA, Layz Alves Ferreira et al. Prevalência e caracterização da prática de automedicação para alívio da dor entre estudantes universitários de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 19, n. 2, p. 1-7, 2011. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rlae/a/QNRsxQFfhWyGRtx5NxZnfLc/?lang=pt>. Acesso em: 28 ago. 2024.
SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, v. 8, p. 102-106, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/eins/a/ZQTBkVJZqcWrTT34cXLjtBx/?lang=pt>. Acesso em: 10 ago. 2024.
SOUZA, Thaís Thaler et al. Promoção em saúde mental de adolescentes em países da América Latina: uma revisão integrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 7, p. 2575-2586, 2021. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/TNs4YyD4JNbmg49ZpNNmxhD/abstract/?lang=pt>. Acesso em: 23 ago. 2024.
World Health Organization. Self-care for health and well-being. 2024. Disponível em: <https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/self-care-health-interventions>. Acesso em: 2 out. 2024.
1Discente do Curso Superior de Psicologia do Centro Universitário de Excelência Campus Vitória da Conquista. E-mail: priscila.santos11@ftc.edu.br;
2Discente do Curso Superior de Psicologia do Centro Universitário de Excelência Campus Vitória da Conquista. E-mail: biatsandrade@gmail.com;
3Discente do Curso Superior de Farmácia do Centro Universitário de Excelência Campus Vitória da Conquista. E-mail: beatriz.pontes@ftc.edu.br;4Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário de Excelência Campus Vitória da Conquista. E-mail: daiddebrito@gmail.com;
5Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário de Excelência Campus Vitória da Conquista. E-mail: klay.dias.kd@gmail.com;
6Docente do Curso Superior do Centro Universitário de Excelência Campus Vitória da Conquista. Mestre em Saúde Pública. E-mail: rodrigo.damascena@ftc.edu.br