AUTOMEDICAÇÃO DA RITALINA EM ESTUDANTES UNIVERSITARIOS PARA OTIMIAR O APRENDIZADO E A MEMORIZAÇÃO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8039906


Beatriz Sousa Coelho¹
Prof. Dr. Matheus Silva Alves²


RESUMO

INTRODUÇÃO: A automedicação fundamenta-se pelo o uso de medicamento sem a orientação ou prescrição médica. É uma forma muito comum de auto atenção à saúde, consistindo na utilização de um produto para tratar ou aliviar, dores seja por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas.
OBJETIVOS: Descrever os risco da automedicação da ritalina, em estudantes universitários, para otimização do aprendizado e a memorização.
MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa revisão integrativa  últimos 10 anos, na faixa temporal de 2010 a 2020, em forma de revistas e meios eletrônicos. 
RESULTADOS: Artigos publicados em bases de dados que tratem da temática que estejam disponíveis na íntegra e tenham sido produzidos no período de 2010 a 2020, publicados em revistas, periódicos e informes. Os dados foram coletados por meio da Biblioteca Virtual em Saúde nas bases de dados; Litaratura Latino-Amerivana em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific Eletronic Library OnLine (SCIELO) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline) em artigos publicados em revistas, periódicos, informes com publicações nacionais, produzidas nos anos 2010 a 2020.
CONCLUSÃO: foram incluídas pesquisas nacionais e disponíveis na integra nas bases de dados selecionadas, as quais retratem as implicações do uso indiscriminado da Ritalina (Metilfenidato) por estudantes para o aumento do desenvolvimento acadêmico.  Foram excluídas pesquisas fora do período selecionado, que não estejam disponíveis nas bases de dados na íntegra, que fugirem da temática em pauta.

Palavra-chave: Concentração. Memória. Ritalina (Metilfenidato). Automedicação. Transtorno do Déficit de Atenção Com Hiperatividad

ABSTRACT

INTRODUCTION: Self-medication is based on the use of medication without medical guidance or prescription. It is a very common form of self-attention to health, consisting of the use of a product to treat or relieve pain either on your own or at the suggestion of unqualified people.
OBJECTIVES: To understand how Ritalin acts on learning and memory in individuals with ADHD.
METHODS: This is a descriptive and bibliographic research or secondary sources of a survey of all bibliography already published in the last 10 years, in the time range from 2010 to 2020, in the form of magazines and electronic media.
RESULTS: Articles published in databases that deal with the subject that are available in full and have been produced in the period from 2010 to 2020, published in magazines, periodicals and reports. Data were collected through the Virtual Health Library in the databases; Latin American Literature in Health Sciences (LILACS); Scientific Electronic Library OnLine (SCIELO) and Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline) in articles published in magazines, periodicals, reports with national publications, produced in the years 2010 to 2020.
CONCLUSION: national surveys were included and available for integration into selected databases, which portray the recommendations for the indiscriminate use of Ritalin (Methylphenidate) by students to increase academic development. Researches outside the selected period, which were not available in the databases in full, and which deviate from the subject in question, were excluded.

Keywords: Concentration. Memory. Ritalin (Methylphenidate). Self-medication. Attention Deficit Hyperactivity Disorder.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, os estudantes procuram aprimorar o aprendizado e memoria, diante de um mundo mais dinâmico e competitivo, provendo uma exaustiva quantidade de conteúdos que são exigidos por instituições, provas e concursos. Esse contexto levou ao aumento do uso de “drogas de estudo”, como são conhecidas por esses indivíduos, um exemplo dessas substâncias é a famosa Ritalina (Cloridrato de Metilfenidato) (ABELMAN et al., 2017).

Este medicamento é destinado ao tratamento do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), doença (transtorno) do sistema neurológico comum em crianças. Entretanto, pesquisas demonstraram que pessoas acometidas por esse transtorno podem continuar apresentando os sintomas na fase adulta. Os mais acometidos são pessoas do sexo masculino, na infância, enquanto que, na fase adulta, as mulheres apresentam uma maior prevalência nos diagnósticos de TDAH (WENTHUR et al., 2016).

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) em crianças e adultos está tipicamente associado a disfunções executivas (por exemplo, controle inibitório e memória de trabalho), dificuldades de tempo e a sensibilidade para recompensas (COELHO, 2014). O tratamento farmacológico com psicoestimulantes, como o metilfenidato (MPH), tem efeitos agudos positivos a curto prazo para crianças e adultos com TDAH sobre sintomas comportamentais, bem como sobre o funcionamento cognitivo (VAZ, et al. 2020).

A disfunção de atenção é um dos principais sintomas da TDAH. Com relação aos déficits de atenção, pais e professores dizem que os pacientes com TDAH têm dificuldades de concentração, prestando atenção aos detalhes e sustentando a atenção por um período prolongado de tempo(BACELAR, 2018). Denteras os deficits de atenção apresentados pelos pacienets com TDHA temos: pertubações na excitação, atenção seletiva, atenção sustentada, deslocamento e distração (ROCHA, et al. 2020).

Uma vantagem do uso dessa medicação para o aprendizado e memória é que como a ritalina tem compostos que intensificam a atividade dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina, ela aumenta a concentração. A ritalina também acalma e traz foco para quem toma. A droga é conhecida como “a pílula da inteligência” por conta desse aumento na concentração e facilitação da hora de estudar(ABELMAN et al., 2017).

A popularização do metilfenidato entre universitários vem crescendo diariamente. Diversos estudantes saudáveis fazem o uso indiscriminado desse medicamento para fins de melhoramento cognitivo. Tal prática pode desencadear significantes consequências, o que seria uma melhora no desempenho, acaba se tornando algo que ameaça à integridade cerebral do indivíduo. O metilfenidato, conhecido como Ritalina® é um psicoestimulante do sistema nervoso central (ABELMAN et al., 2017).

A atuação dos psicoestimulantes que são drogas que aumentam o estado de alerta e concentração dos seus usuários e são empregados sobretudo no tratamento de TDAH e narcolepsia (VAZ, et al. 2020)..

Sendo assim, estudar sobre esse assunto é de suma relevância até mesmo para os próprios estudantes, que precisam ter consciência do que esse uso indiscriminado pode causar e os impactos na saúde física e mental.

Tendo em vista essa realidade, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão integrativa sobre automedicação da Ritalina (cloridrato de metilfenidato) por estudantes universitários como o intuído de melhor desenho acadêmico.

Portanto, se faz necessário contribuir com a demanda de pesquisas e estudos relacionados aos efeitos da Ritalina, a fim de determinar se existem efeitos relacionados à idade, duradouros, além do tratamento, do MPH sobre o funcionamento cognitivo, buscando contribuir para a produção acadêmica e para os profissionais farmacêuticos.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva e de levantamento de toda bibliografia (revisão integrativa) já publicada nos últimos 10 anos, na faixa temporal de 2013 a 2023, em forma de revistas e meios eletrônicos, a qual tem finalidade de colocar o pesquisador em contato com tudo aquilo que foi escrito sobre o assunto, permitindo a ele a manipulação das informações (MARCONI; LAKATOS, 2010). 

Os artigos publicados que foram pesquisados nas bases de dados se tratavam da tematica autometicação de retilina por estudantes universitrios. Os dados foram coletados por meio da Biblioteca Virtual em Saúde nas bases de dados; Litaratura Latino-Amerivana em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific Eletronic Library OnLine (SCIELO) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline) em artigos publicados em revistas, periódicos, informes com publicações nacionais, produzidas nos anos 2013 ate 2023.

Foram utilizados os seguintes descritores: Concentração. Memória. Ritalina (Metilfenidato). Automedicação. Transtorno do Déficit de Atenção Com Hiperatividade.

Foram incluídos artigos, que continham informações pertinentes em relação ao tema proposto, título, objetivo, faixa temporal delimitada, que estivessem na íntegra e nos idiomas português e inglês. E foram excluídos os trabalhos que estavam em discordância com a temática fundamental e que possuíam desajustamentos com os descritores do estudo. Além disso, foram retirados os artigos em duplicidade ou incompletos e que estivessem fora do contexto correspondente ao assunto abordado.

O presente trabalho, por se tratar de revisão sistemática e não haver em nenhuma das fases de sua elaboração, pesquisa envolvendo seres humanos, não precisou atender às normas preconizadas pela Resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde, nem ser submetido à autorização do Comitê de Ética em Pesquisa.

Após a coleta de dados e caracterização dos estudos selecionados, as informações foram organizadas e apresentadas no Quadro 1 onde foi ressaltado os itens: Procedência; Título do trabalho; Autor/Ano; Periódico; e Considerações relevantes, em seguida foram categorizados em temas pela semelhança das ideias dos autores.  Os resultados e as evidências das publicações foram discutidos à luz de teorias que tratam da temática em questão e apresentadas na discussão do estudo.

3 RESULTADOS

Nesta revisão de literatura foram selecionados 10 artigos, nas bases de dados foram combinados os seguintes descritores: uso indiscriminado; Ritalina (Metilfenidato); automedicação e acadêmicos.

Em um primeiro momento após a combinação foram encontrados 2800 artigos que contemplavam os descritores. Logo em seguida uma nova triagem foi feita utilizando a faixa temporal dos últimos 10 anos, onde o resultado caiu para 594 artigos.

Quanto à distribuição dos estudos incluídos na amostra, referentes ao nome do periódico pôde-se constatar que a Revista Ciência Saúde Coletiva foi o periódico que mais teve artigo publicado com este tema, foram 06(seis) em um percentual de 30% (tabela 01).

Tabela 01: Distribuição dos estudos incluídos na amostra, referentes ao nome do periódico

NOME DO PERIÓDICONÚMERO ABSOLUTO%
Revista Eletrônica de Farmácia015%
Rev. Ciência Hoje015%
Revista Univap015%
Rev. Saúde Pública0210%
Revista Especialize On-line IPOG015%
Revista Saúde em Foco015%
Revista Espaço para a Saúde015%
Ciênc saúde coletiva.0630%
Revista Contexto & Saúde015%
Rev. Bras. Reumatol.,015%
Arq. Neuro-Psiquiatr,015%
Rev. Paul. Pediatr015%
Braz. J. Otorhinolaryngol015%
J. Pediatr015%
 20100
Fonte: Elaborada pela autora, 2023.

Tabela 02– Distribuições dos artigos encontrados

TítuloAutor/ AnoPeriódicoMetodologiaResultadosConclusão
Contribuição do Farmacêutico para a automedicação responsávelTavares, 2017Revista Especialize On-line IPOGFoi realizada uma revisão bibliográfica com trabalhos disponibilizados na íntegra em bases eletrônicas gratuitas e de livre acesso.A participação do farmacêutico na orientação ao paciente também reduz gastos com a saúde pública, visto que reduz a taxa de internação hospitalar causada por reações adversas ao medicamento.Ficou evidenciado que o profissional farmacêutico assume importante papel como orientador e agente sanitário, contribuindo para o uso racional de medicamentos e amenizando problemas relacionados ao uso inadequado de fármacos.
Evidenciando a automedicação numa drogaria da região sul da cidade de São Paulo – SP.Silva et al,.2012Revista Saúde em FocoUtilização de um questionário com perguntas fechadas correlacionada ao tema expostoA automedicação é uma atitude corriqueira entre a maioria da população brasileira. Diversos são os eventos adversos que podem ser gerados por esse tipo de atitude, piorando a condição do doente, além de gerar maiores custos para o sistema de saúde.Os resultados mostraram prevalência da automedicação semelhante à observada em países desenvolvidos, sugerindo que essa prática poderia atuar como um substituto da atenção formal à saúde.
Consumo de medicamentos e prática da automedicação por acadêmicos da área de saúde da Universidade Estadual de Londrina  Piveta et al,. 2015Revista Espaço para a SaúdeTrata-se de um estudo transversalA classe dos analgésicos e antipiréticos com ação no sistema nervoso (N02A) foi a mais relatada (92,9%), e o princípio ativo mais mencionado a dipirona/dipirona e associações (55,9%).

Programas de conscientização devem ser criados visando banir, dificultar, ou pelo menos reduzir este tipo de prática.
Automedicação: uma abordagem qualitativa de suas motivaçõesNaves et al,. 2010Ciênc saúde coletiva.Análise qualitativa descritivaOs medicamentos isentos de prescrição apresentam elevado uso devido, possivelmente, à facilidade na aquisição e na crença atual do poder dos medicamentos

Ainda são poucos os estudos conduzidos com este grupo populacional e por isso os resultados obtidos são fundamentais para o processo de conscientização dos acadêmicos quanto ao uso de medicamentos
Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade?Aquino, 2010Ciência & Saúde ColetivaAnálise qualitativa.Com os resultados obtidos no desenvolvimento das atividades foi possível observar a carência de informações da população atendida pelo projeto e a necessidade da difusão permanente de conhecimento consistente sobre o uso racional de medicamentos.A criação de meios educativos é uma boa sugestão para diminuir as intoxicações por medicamentos.
Automedicação: Uma Síntese das Publicações NacionaisLunelli et al,. 2016Revista Contexto & SaúdeAnálise qualitativa.Constatou-se também a alta prevalência da automedicação entre os profissionais da área da saúde.Deve haver uma conscientização dos danos causados pela automedicação e consequentemente tornar visível a conscientização da população quanto ao perigo dos efeitos adversos que certos medicamentos podem causar.
Automedicação em estudantes universitários: a influência da área de formação.Galato, 2012.Ciênc. Saúde ColetivaArtigo de revisãoÉ necessário alertar à população dos riscos da automedicação.A facilidade em adquirir os medicamentos, a falta de acesso aos serviços de saúde e a ausência de orientação são os principais fatores que conduzem à automedicação.
Estudos de utilização de medicamentos: uma síntese de artigos publicados no BrasilLeite, et al,. 2010.Ciênc. Saúde ColetivaAnálise qualitativa.A disseminação do uso de medicamentos em prescrição de abuso em nossa sociedade tem encontrado nos medicamentos uma fonte de acesso fácil, problema que precisa ser efetivamente encarado.É urgente, portanto, a criação de estratégias de promoção à saúde, com o intuito de orientar a população quanto às possíveis causas e consequências.
Estudo da automedicação para dor musculoesquelética entre estudantes dos cursos de enfermagem e medicina  Martinez et al,. 2014.Rev. Bras. Reumatol.,Realizou- -se uma revisão bibliográficaSendo assim, o uso irracional de medicamentos e a proliferação de reações adversas são desdobramentos perversos deste quadro, no entanto há riscos evitáveis associados a seu uso.É de extrema importância o conhecimento sobre o tema por parte dos profissionais de saúde e população em geral.
Study of the use of analgesics by patients with headache at a specialized outpatient clinic (ACEF).Chagas, et al,. 2015.Arq. Neuro-Psiquiatr,Artigo de revisãoNota-se uma população ainda resistente quando se trata da procura médica por auxílio farmacológico, com o intuito de aliviar a dor.Levando em consideração a praticidade de usar medicamentos por conta própria, em termos de tempo e custo.
Utilização de medicamentos na pediatria: a prática de automedicação em crianças por seus responsáveis.Beckhaus et al. 2010.Rev. Paul. PediatrRealizou- -se uma revisão bibliográficaNesse contexto, estes profissionais devem estar conscientes dos riscos da automedicação a fim de orientar os pacientes a realizar o uso racional de medicamentos.Como limitações do estudo, são poucos os dados referentes à prevalência da automedicação no Brasil, reforçando a necessidade de pesquisas relacionadas ao tema.
Consumo de medicamentos por idosos,Santos et al,. 2013.Rev. Saúde PúblicaArtigo de revisãoFatores como nível de conhecimento, confiança, facilidade de acesso a medicamentos, condição financeira, aconselhamento de terceiros, ansiedade em obter alívio rápido, campanhas publicitárias persuasivas e em alguns casos a precariedade dos serviços de saúde interferem significativamente na hora de adotar a automedicação.As classes de medicamentos mais usadas são os analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios e antibióticos.
Automedicação na adolescência: um desafio para a educação em saúde.  Silva, et al,. 2011.Ciênc. Saúde Coletiva,Análise qualitativa.Os resultados da pesquisa ressaltam que o uso indiscriminado de medicamentos é uma prática constante entre os idosos,Conclui-se que o farmacêutico é o profissional habilitado dentro da equipe multiprofissional de saúde a promover o uso racional de medicamentos, a redução dos riscos de morbimortalidade e custos relacionados a farmacoterapia para a sociedade idosa
Antibióticos: do uso ao abusoWeckx, L. 2012.Braz. J. OtorhinolaryngolRealizou- -se uma revisão bibliográficaA intervenção farmacêutica demostra resultados positivos, reduzindo o custo, melhorando a prescrição.Conclui-se a importância da prática da atenção farmacêutica, contemplando a promoção e educação a saúde.
Farmácias domiciliares e sua relação com a automedicação em crianças e adolescentes.Tourinho et al,. 2010.J. PediatrRealizou- -se uma revisão bibliográficaVerificou-se que de um modo geral existe um número elevado de indivíduos que recorre à automedicação.grande parte julga que os sintomas são comuns e ligeiros e que não justificam uma consulta médica.
Padrão de consumo de medicamentos sem prescrição médica na cidade de Porto Alegre, RS.Vitor et al,. 2010.Ciênc. Saúde ColetivaOs indivíduos que a praticam não apresentam conhecimentos dos riscos que o medicamento que usaram poderia ter causado.Assim, facilmente compreendemos a necessidade do profissional de farmácia (farmacêutico ou técnico de farmácia) intervir ativamente na transmissão de informação sobre saúde, aconselhamento e dispensa de medicamentos sem receita médica.O nível de informação e o papel dos médicos, farmacêuticos e técnicos de farmácia assume particular importância no acompanhamento dos doentes em automedicação.
Pesquisa realizada em bases de dados, 2023.

4 REVISÃO INTEGRATIVA

Tavares (2017) que afirma que o metilfenidato atua no sistema nervoso central inibindo a recaptação de dopamina – neurotransmissor responsável pelo controle motor, e de noradrenalina – neurotransmissor responsável pela excitação física, mental e de bom humor.

O que também pode ajudar nessa familiaridade é a promoção de Estudos de Utilização de Medicamentos (EUMs), tendo em vista que eles apresentam os principais efeitos dos fármacos e suas ações, além de demonstrar em maiores proporções a problemática do seu uso incorreto (SILVA et al,. 2012).

Discorre Souza et al,. (2008) que farmacêutico dentro de suas habilitações é o profissional capacitado para prestar assistência farmacêutica, cujo objetivo principal é conscientizar o indivíduo/paciente que os medicamentos utilizados corretamente e sob orientação médica propiciam alívio de males que afetam a sua saúde.

Dados do Controle e Prevenção de Doenças (CDC) sobre os Estado Unidos relataram que 3,5 milhões de crianças fazem uso da Ritalina (metilfenidato) devido a doença TDAH.  Durante muitos anos, essa droga continua sendo utilizada na área médica apesar, da explicação dos seus mecanismos da melhora da cognição ainda sejam insuficientes.  Além disso, a Ritalina auxilia e melhora indivíduos sem problemas cognitivos, o que sugere um mecanismo amplo dentre as espécies, como macacos e roedores (PIVETA et al,. 2015).

A Ritalina é um dos psicoestimulantes mais usados mundialmente na clínica neurológica, inúmeras pesquisas relatam que através de testes laboratoriais essa droga possui características de eficácia, com boa aceitação dos pacientes, tolerabilidade acentuada quando são usadas na terapia da TDAH tanto em crianças quanto em adultos que fazem o tratamento (NAVES et al,. 2010).

Uma pesquisa realizada por Lunelli et al,. (2016) com ratos demonstrou que a junção da eletrofisiologia na célula atuando com ações farmacológicas verificou que o metilfenidato pode atuar na modulação das respostas do córtex pré-frontal de neurônios individuais, elevando os níveis de seletividade para os estímulos.

É um problema de assistência a saúde publica o uso de drogas psicoestimulante, os quais apresentam índices de prevalência de 5 a 10 % de estudantes do ensino médio e 5 a 35% de estudantes universitários. Com o motivo de melhorar a atenção nas atividades ou apenas como uso de forma recreativa, essa situação demonstra a importância da triagem terapêutica com relação a esse medicamento (GALATTO, 2012).

Portanto, apesar da eficácia do metilfenidato serem bem aceitos e comprovados para o TDAH, a parte benéfica para indivíduos saudáveis pode não está bem elucidado. Inúmeras pesquisas relatam a necessidade de estudos mais aprimorados e que demonstrem efeitos em longo prazo dessa droga sob indivíduos sadios no intuito de avaliar os efeitos e, ou apenas sugerir um comércio cognitivo que vai além dos efeitos desejados por pessoas saudáveis, ou até mesmo o comprometimento de funções normais (LEITE, et al,. 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante disso, é fundamental a informação sobre qualquer medicamento, a busca por profissionais da saúde é indispensável ao paciente, para que este se sinta seguro ao ingerir o fármaco, também, na iniciação de qualquer tratamento. O uso inadequado de fármacos equivale ao individuo uma vida patológica.

Contudo, faz-se necessário entender que há uma diferença entre assistência farmacêutica e atenção farmacêutica; a assistência farmacêutica é um conjunto de ações realizadas por farmacêuticos, com objetivo de orientar o uso e restrições de medicamentos; enquanto que a atenção farmacêutica é a relação direta do farmacêutico com o paciente, objetivando o controle do uso de medicações com interesses do próprio paciente.

O simples ato de tomar remédios sem recomendação médica pode ser prejudicial à saúde, isso decorre do uso inadequado de medicamentos, uma vez que pode causar até mesmo a morte; O farmacêutico tem um importante papel no combate à automedicação de modo a contribuir para a diminuição diária de riscos gerados pela automedicação.

Deve ser acompanhado por profissionais o uso de um medicamento que tenham tal conhecimento para que os remédios não sejam usados como medicamentos. O efeito do medicamento se deve a uma ou mais substancias ativas com propriedades terapêuticas reconhecidas cientificamente, ao contrário do remédio que não possui reconhecimento cientifico.

Mesmo sabendo que o uso de medicamentos de forma incorreta pode ocasionar sinergismos com outros medicamentos que estão a serem usados, proporcionando maior probabilidade de ocorrer reações adversas, alérgicas, ou atrasar no diagnóstico, ou mesmo chegar a um nível de intoxicação medicamentosa, podendo levar o paciente a morte, algumas pessoas continuam usando medicamentos sem consultar os profissionais de saúde.

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¹Acadêmico do Curso de Farmácia, Universidade CEUMA.
²Docente do Curso de Farmácia, Universidade CEUMA.