AUTOLESIONES NO SUICIDAS Y ADOLESCENCIA EN LA CONTEMPORÁNEA: REVISIÓN INTEGRATIVA DE LA LITERATURA (2018-2024)
SELF-LESÃO NOT SUICIDA AND ADOLESCÊNCIA NO CONTEMPORÂNEO: INTEGRATIVE REVIEW OF LITERATURE (2018-2024)
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202412312158
Silvana Maria Batista da Costa1;
Pedro Paulo Freire Piani2
Resumo
Este estudo se propôs a revisar e sintetizar a produção científica nacional sobre autolesão não suicida (ALNS) na adolescência, com o objetivo principal de levantar o estado da arte sobre o tema no período de 2018 a 2024. A revisão integrativa da literatura incluiu a análise de 24 estudos selecionados nas bases de dados BVS, Periódico Capes e Google Acadêmico. As pesquisas destacaram o engendramento do sofrimento entre adolescentes pelas transformações sócio culturais das últimas décadas e a necessidade de abordagens orientadas pela integralidade do cuidado. Concluiu-se que, para enfrentar esse desafio de saúde pública, são necessárias estratégias integralizadas e multidisciplinares, priorizando a escuta do usuário de modo a produzir cuidado singular e ampliado envolvendo os múltiplos cenários por onde os adolescentes transitam e estabelecem seus vínculos e laços sociais.
Palavras-chave: Autolesão não suicida; Adolescência; Contemporaneidade, DSM.
Resumen
Este estudio se propuso revisar y sintetizar la producción científica nacional sobre autolesiones no suicidas (ALNS) en la adolescencia, con el objetivo principal de relevar el estado del arte sobre el tema en el período de 2018 a 2024. La revisión integradora de la literatura incluyó la análisis de 24 estudios seleccionados de las bases de datos BVS, Periódico Capes y Google Scholar. Las investigaciones han puesto de relieve que las transformaciones socioculturales de las últimas décadas generan sufrimiento entre los adolescentes y la necesidad de enfoques guiados por una atención integral. Se concluyó que, para afrontar este desafío de salud pública, son necesarias estrategias integradas y multidisciplinarias, priorizando la escucha del usuario para producir una atención única y ampliada que involucre los múltiples escenarios por los que los adolescentes se mueven y establecen sus vínculos y vínculos sociales.
Palabras clave: Autolesión no suicida; Adolescencia; Contemporáneo, DSM.
Abstract
This study aimed to review and synthesize the national scientific production on non-suicidal self-harm (ALNS) in adolescence, as the main objective of raising the state of the art on the topic in the period from 2018 to 2024. An integrative review of the literature included an analysis of 24 studies selected in the BVS databases, Capes Newspaper and Google Academic. The research will highlight the generation of suffering among adolescents due to the sociocultural transformations of recent decades and the need for approaches oriented towards the integrality of care. It is concluded that, to face this public health challenge, comprehensive and multidisciplinary strategies are necessary, prioritizing the needs of the user in order to produce unique and expanded care involving multiple scenarios through which adolescents travel and establish their ties and social ties.
Keywords: Non-suicidal self-injury; Adolescence; Contemporary, DSM.
1 Introdução
A Autolesão Não-Suicida (ALNS) é um fenômeno heterogêneo e complexo, definida como prática autoagressiva sem intenção suicida, de intensidade leve a moderada, e não validada cultural ou socialmente, aspecto que a diferencia do uso de tatuagens, piercings e escarificações estéticas. Os métodos mais comuns de autolesão incluem cortes (cutting), arranhões, contusões e queimaduras (Aragão Neto, 2019).
Divergências conceituais são comuns quando se trata desse fenômeno e termos como cutting, automutilação e escarificação são utilizados indiscriminadamente nos meios acadêmicos, mídia e comunitário. O termo cutting, que deriva do inglês “corte”, refere-se exclusivamente a cortes superficiais na pele. No Brasil, o termo automutilação é frequentemente empregado para definir o fenômeno. Entretanto, de acordo com o dicionário Aurélio, automutilação consiste em “amputar ou retirar uma parte do corpo”, logo, por seu efeito radical, é impróprio para descrever atos autolesivos de leve a moderada gravidade. O skin picking, segundo a APA (2014), é caracterizado pela compulsão de beliscar a pele, provocando feridas ou a manipulação de lesões em cicatrização.
Segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), a produção intencional de lesões autoinfligidas, como cortes, arranhões, queimaduras, mordidas ou golpes, com a expectativa de causar danos físicos menores, é denominada automutilação, estando relacionada a diversos transtornos mentais. No DSM-5 a ALNS foi classificada como categoria independente de transtorno mental, embora esteja listada na seção III, destinada a condições que necessitam mais estudos.
O comportamento autolesivo geralmente tem início na adolescência, com maior incidência entre 15 e 17 anos. As taxas variam ao longo da vida, estabilizando-se com o avanço da idade (Cidade & Zornig, 2020). A baixa letalidade das lesões e estratégias para escondê-las, concorrem para a subnotificação de casos. Aspectos epidemiológicos, como prevalência, distribuição entre os sexos e idades, variam conforme o perfil da população estudada, amostras clínicas ou comunitárias. A ALNS, enquanto evento clínico e de vida, é um fenômeno complexo e desafiador. A polissemia de termos para nomear este comportamento dificulta dimensionar de forma segura os índices epidemiológicos de comportamento.
No Brasil as fontes oficiais de dados sobre violência auto ou heteroprovocada, são o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS); Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), contudo as informações e dados coletados nessas fontes não discriminam a intencionalidade ou a gravidade de atos autoagressivos. Um estudo relevante cruzou dados dessas três fontes sobre autoagressão e revelou um aumento consistente de 29% ao ano nas notificações de casos de comportamentos autoagressivos entre adolescentes e jovens de 10 a 24 anos, no período de 2011 e 2022 (Oliveira et al., 2021).
Diante disso, o objetivo deste estudo é analisar o estado da arte da produção científica brasileira, entre 2018 e 2024, relacionada ao fenômeno da ALNS na adolescência. Entre os objetivos específicos, buscou-se refletir sobre as articulações entre a emergência da ALNS como manifestação de sofrimento psíquico e o contexto da modernidade líquida, conforme proposto por Bauman, bem como problematizar a inclusão e desdobramentos da ALNS no DSM-5 como categoria diagnóstica independente. Neste ponto, ao aprofundar conhecimentos sobre ALNS, convergimos em direção do recomendado pelo próprio Manual Diagnóstico e Terapêutico de Transtornos Mentais – DSM-5, que inclui este comportamento na seção III, destinada a transtornos e condições que carecem de esclarecimentos.
2 Método
Este estudo adota um delineamento exploratório descritivo utilizando uma revisão integrativa. Os estudos elegíveis incluíram aqueles publicados entre 2018 e 2024, assegurando que a revisão abarcasse as contribuições mais recentes e relevantes sobre a temática. Focamos exclusivamente em estudos publicados em português para garantir a relevância e aplicabilidade dos resultados no contexto brasileiro, considerando as particularidades culturais e sociais que influenciam a apresentação e gestão da ALNS.
Além disso, foram incluídos estudos que abordam populações adolescentes, de 10 a 19 anos. Foram consideradas estudos com metodologias: qualitativas, quantitativas ou mistas, por oferecerem uma visão abrangente, permitindo uma análise integrada de diversos tipos de dados e perspectivas sobre o fenômeno. Estudos repetidos, que não abordassem diretamente a ALNS, estudos que não ocorreram no Brasil e revisões foram excluídos para assegurar a precisão na síntese dos dados.
A busca por estudos relevantes foi realizada em três bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Portal de Periódicos da CAPES e Google Acadêmico, garantindo um amplo espectro de literatura especializada. A estratégia de busca incluiu a combinação de descritores e operadores booleanos. Para todas as bases foram aplicados os seguintes descritores e operadores booleanos: (Adolescente) AND (“Comportamento Autodestrutivo” OR Autolesão OR Automutilação).
A seleção dos estudos iniciou-se com a remoção de duplicatas usando ferramentas de gestão de referências como o EndNote. Posteriormente, realizou-se a triagem de títulos e resumos para identificar estudos que potencialmente atendessem aos critérios de inclusão, seguida pela leitura completa dos textos selecionados para uma avaliação mais detalhada. Durante o processo de extração de dados, foram coletadas informações essenciais para assegurar uma análise abrangente e detalhada dos estudos sobre autolesão não suicida na adolescência.
Na etapa de síntese dos dados, foi realizada a análise de conteúdo conforme descrito por Bardin (1977). Inicialmente, concretizou-se a pré-análise mediante organização dos dados coletados. Em seguida, prosseguiu-se para a codificação dos dados, identificando unidades de registro agrupadas em categorias temáticas. Seguiu-se então a análise dessas categorias e temas para detectar padrões. A inferência foi realizada com base na frequência e nas conexões entre as categorias, o que permitiu generalizações e a formulação de teorias sobre o fenômeno em estudo. Os resultados foram interpretados seguindo os objetivos deste trabalho e em relação ao cenário mais amplo da pesquisa sobre ALNS.
3 Resultados e discussão
3.1 Caracterização dos estudos
As buscas em três bases de dados – Biblioteca Virtual de Saúde (n = 74), Portal de Periódico Capes (n = 44) e Google Acadêmico (n = 295) – totalizaram 416 artigos. De acordo com a literatura, somente os 100 primeiros resultados do Google Acadêmico foram considerados, levando em conta a relevância atribuída pelo algoritmo de busca. Utilizou-se o software EndNote para gerenciar esse volume considerável de material, sendo que o programa identificou e removeu automaticamente 14 artigos duplicados.
Durante a fase de triagem foram examinados 204 estudos a partir dos seus títulos e resumos para avaliar sua relevância inicial. Destes, 136 foram excluídos por não atenderem aos critérios preliminares de seleção, deixando 68 artigos para a próxima fase. Nesta etapa, cada texto foi lido integralmente, resultando na exclusão de 42 publicações pelos seguintes motivos: não conformidade com o tipo de publicação exigido (29 artigos), inadequação da população estudada em relação aos critérios estabelecidos (11 artigos) e falta de acesso ao texto completo (2 artigos). Dessa forma, ao final somente 24 estudos foram selecionados para compor a amostra da revisão integrativa.
Quanto aos anos de publicação, observamos um aumento notável no número de publicações entre 2019 e 2020, mantendo-se estável em 2021. A partir de 2022, há uma tendência de declínio no número de publicações, continuando até 2024.
A seguir, estão os estudos divididos conforme os seus objetivos. Sendo classificados em quatro categorias temáticas: a) Aspectos Psicodinâmicos e Psicanalíticos; b) Contexto Escolar e Intervenções Educacionais; c) Epidemiologia e Fatores de Risco e; d) 6.4 Intervenções e Impactos Sociais.
3.2 Aspectos Psicodinâmicos e Psicanalíticos
Sete estudos compõem esta categoria, abordando o comportamento de autolesão não suicida a partir do referencial psicanalítico. Nessa categoria a polissemia também comparece para a nomeação do ato autolesivo não suicida. Alguns autores utilizam o termo automutilação (Silva e Dias, 2019; Riter 2017; Cidade e Zornig, 2021). O termo autolesão foi utilizado por Amaral e Coutinho (2022), Costa et al., (2021), Pierangeli e Okamoto (2023). Saggese et al. (202), por sua vez, utilizam comportamento autoagressivo. O ato autolesivo como mecanismo de defesa contra o transbordamento da angústia que ameaça o psiquismo é compartilhado por todos os autores.
Amaral e Coutinho (2022) realizaram um estudo de caso qualitativo desenvolvido a partir da experiência psicoterápica de orientação psicanalítica de adolescente do sexo feminino, 13 anos, atendida ao longo do ano de 2019. Os cortes na pele trazem um dizer, um grito de apelo ao outro, de enlaçamento; uma forma de sair do anestesiamento produzido pelo excesso pulsional, sentir o próprio corpo e convocar o Outro, de se enlaçar de alguma forma aos discursos sociais.
Cidade e Zornig (2021), considera a dimensão privilegiada do corpo, que manifesta um sofrimento impossível de ser posto em palavras; o irrepresentável do excesso pulsional que extrapola os limites psíquicos do sujeito. Os remanejamentos identitários, discursivos e sociais que marcam a adolescência ameaçam a subjetividade e a integridade egóica de tal modo, que a automutilação se apresenta como recurso defensivo. Propõe que a automutilação permite a leitura de aspectos arcaicos, anteriores à problemática edípica.
Costa et al. (2021) apoia-se em Winnicott, para quem o ser humano tem uma tendência inata para o desenvolvimento, mas que não se realiza sozinha, estando mediada pela qualidade do ambiente que o circunda de modo a integrar sua personalidade. Através dos desenhos e narrativas das adolescentes, relacionamentos instáveis com a família, colegas, namorados, reeditam sentimentos de desamparo e solidão e perturbam o senso de valor e importância. Ademais, a passagem à vida adulta, os lutos e a busca de uma identidade nem sempre acolhida pelo ambiente, resultam em baixa autoestima e na perda no prazer de viver.
Por outra via, Pierangeli e Okamoto (2023) investigam os impactos das dinâmicas familiares, na prática, autolesiva à luz da psicanálise de casal e família. Elencam privação, negligência, ausência de um dos pais como dificuldades severas na estrutura familiar como fatores de vulnerabilização psíquica e fragilização dos recursos simbólicos. A autolesão surge então como mecanismo subjacente a essa dinâmica, pois na dor confirmam a própria existência. Ademais, os autores apontam para crises em relação à cultura, através da ausência de rituais de passagem, empobrecimento simbólico e cultura do consumo. Frágeis barreiras intergeracionais entre pais e filhos e a confusão de papéis; elevados níveis de exigência e baixos níveis de investimentos narcísicos.
Riter (2018) compartilha a concepção sobre a centralidade da experiência do desamparo original. Apoia-se em Winnicott, para explicar o desamparo, que resulta da total dependência do ego imaturo e os efeitos de um ambiente falho. O ego em agonia, em risco de colapso, não consegue recalcar, mas clivar o excesso pulsional não integrado. Esses mecanismos, base dos sofrimentos narcísicos-identitários, são reeditados mediante outras experiências ameaçadoras. Tais subjetividades são marcadas pela falta de ser e não na falta no ser, o que poderia garantir a manutenção da esperança e não do risco do colapso, quando expostos a experiências ameaçadoras.
Silva e Dias (2019) realizam uma revisão teórica sobre prováveis situações correlatas à automutilação na adolescência. A mudança no laço social e o não-lugar na adolescência predispõe o indivíduo à intensa angústia e passagem ao ato. Enfraquecimento da inscrição da lei e excesso de narcisismo na sociedade, haja visto que o excesso de liberdade experimentado na atualidade conduz a desorientação. O sentido de contágio do ato resulta da busca de modelos de sofrimentos reconhecíveis. Para os autores, superproteção ou negligência, regulam a forma de educar dos pais contemporâneos e ambas produzem perturbações na inscrição do nome do pai. Todas essas circunstâncias concorrem para insegurança, desamparo e angústia, que em excesso se transmuta em ato.
Saggese et al. (2023) concebem a problemática dos comportamentos autoagressivos como expressão de sofrimento na adolescência ao qual é ofertada a medicalização. Apoia-se nas teorizações Freudianas sobre angústia, dor e formação de sintomas e nos aportes lacanianos sobre os efeitos da voz do Outro sobre o adolescente. Ressaltam que pouco se obtém ao buscar no inconsciente adolescente as causas dos atos autodestrutivos, recomendam não se deter na superficialidade da lesão, privilegiar a escuta singularizada do adolescente e ainda, atentar para as diferentes demandas entre a família e o adolescente, a família demanda por cura, o restabelecimento de um estado zero antes do início da prática, algo irreal.
Os autores supracitados ainda discordam e citam o extenso estudo de Le Breton (2010) sobre a escarificação, apoiado na literatura psicanalítica, mas dissociado da experiência clínica. Le Breton através de seu estudo, pode ter provocado uma tendência na clínica psicanalítica de seguir a linha de interpretação, que parece entregar ao sujeito adolescente explicações metafóricas que ele, por si mesmo, não produziu. Para os autores, o ato é pura descarga de pulsão não elaborada e angústia, por tanto, não se transforma em sintoma. Por esse motivo o adolescente não sabe porque se corta, só sabe que sente um desconforto insuportável do qual tenta se livrar.
3.3 Contexto Escolar e Intervenções Educacionais
Cinco estudos compõem esta categoria, que se concentra no fenômeno da autolesão no ambiente escolar, ressaltando a interação entre os contextos educacionais e os comportamentos autolesivos. O primeiro estudo é o de Aragão e Mascarenhas (2022), investiga um fenômeno específico dentro do ambiente escolar, examinando as notificações de lesão autoprovocada ao longo do tempo, o que implica diretamente na necessidade de intervenções educacionais apropriadas. Em paralelo, Costa et al. (2020) analisa a interação entre o contexto escolar e a autolesão, enfatizando as perspectivas dos adolescentes e dos profissionais da educação, o que ressalta a importância das intervenções dentro do ambiente escolar.
Além disso, Gabriel et al. (2020) explora as percepções de profissionais educacionais e da saúde sobre a autolesão não suicida (ALNS), destacando a relevância dessas percepções para a formulação de intervenções educacionais eficazes. O estudo de Lopes e Teixeira (2019) investiga diretamente a presença e o tratamento da automutilação no contexto escolar, incluindo a prática da escuta clínica, o que reforça a importância de intervenções que abordem tanto o aspecto educativo quanto o apoio emocional dos estudantes.
Por fim, Lorenzetti (2021) aborda diretamente o fenômeno da autolesão dentro do ambiente escolar, analisando tanto os aspectos individuais quanto contextuais que contribuem para o comportamento, com um foco particular nos fatores de risco e proteção percebidos por estudantes.
Aragão e Mascarenhas (2022) fornecem uma análise detalhada e sistemática das tendências temporais nas notificações de lesão autoprovocada entre adolescentes em escolas brasileiras, abrangendo o período de 2011 a 2018. Utilizando dados do SINAN e o modelo de regressão linear de Prais-Winsten, os autores conseguiram ilustrar um panorama preocupante de crescimento nas incidências desse fenômeno, especialmente significativo nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, com destaque para o estado do Rio de Janeiro e Paraná.
O contraste regional observado, com uma tendência de estabilidade na região Norte, em particular no Amazonas, onde houve uma diminuição nas notificações, pode indicar variações nas políticas locais, na sensibilização ou mesmo nas dinâmicas socioculturais que influenciam a manifestação e o relato da autolesão.
Por outro lado, Costa et al. (2020) oferece uma perspectiva profundamente relevante sobre a ALNS no contexto escolar, através da análise das experiências e percepções de adolescentes que se autolesionam e dos profissionais da educação que com eles interagem. Utilizando uma metodologia qualitativa robusta, incluindo entrevistas individuais e grupos focais, o estudo revelou nuances significativas sobre como o ambiente escolar é percebido e como ele pode influenciar o comportamento de autolesão entre os jovens.
Em paralelo, os estudos de Gabriel et al. (2020) e Lopes e Teixeira (2019) aprofundam o entendimento sobre como as percepções e as práticas em torno da ALNS são moldadas por significados culturais e institucionais que frequentemente banalizam o problema. Gabriel et al. (2020), utilizando uma abordagem qualitativa ancorada no Interacionismo Simbólico, este estudo revela como a compreensão entre profissionais da educação e saúde sobre a ALNS pode influenciar diretamente as práticas de cuidado e intervenção aplicadas.
Lopes e Teixeira (2019), por sua vez, enfatizam a escuta qualificada como uma ferramenta terapêutica no ambiente escolar. Destacam a importância de dar voz aos adolescentes, permitindo que eles articulem suas experiências e sentimentos, o que pode ser terapeuticamente benéfico. Esta abordagem não apenas ajuda a aliviar o isolamento emocional frequentemente experimentado por esses jovens, mas também contribui para a construção de um saber próprio, onde os adolescentes podem começar a entender e a gerenciar seus impulsos de autoagressão de maneiras mais saudáveis.
Lorenzetti (2021) complementa essa discussão por meio da abordagem baseada no Materialismo Histórico-dialético e na Epistemologia Qualitativa, que possibilita uma exploração profunda dos fatores de risco e proteção associados à ALNS entre adolescentes. Empregando uma metodologia que destaca a importância de considerar as vivências individuais e as influências culturais e sociais que moldam este comportamento. A pesquisa revelou que a ALNS é frequentemente mal interpretada e estigmatizada, apesar de sua crescente prevalência.
Os resultados do estudo apontam para uma série de fatores de risco que exacerbam a incidência de ALNS, incluindo conflitos familiares, vivências de violência, isolamento social, e a falta de uma rede de apoio robusta. Lorenzetti também destaca o impacto de padrões de beleza rígidos e das consequências da pandemia de COVID-19, que intensificaram sentimentos de ansiedade e isolamento entre os jovens. Esses fatores são cruciais para entender a complexidade da ALNS e a necessidade de intervenções direcionadas que abordem essas múltiplas dimensões.
3.4 Epidemiologia e Fatores de Risco
Sete estudos desta categoria investigam a distribuição e os determinantes das autolesões por meio de métodos quantitativos, abrangendo análises de notificações, internações e prevalência. O estudo de Bahia et al. (2020), proporciona uma análise quantitativa das notificações e internações, abordando a epidemiologia das autolesões e oferecendo uma base sólida para entender a magnitude desse fenômeno. De forma similar, Bezerra et al. (2024) foca na identificação da prevalência e dos fatores de risco associados à violência autoprovocada, elementos centrais para a compreensão epidemiológica da autolesão.
Brito et al. (2021) analisa especificamente a distribuição epidemiológica das autolesões, fornecendo dados essenciais para entender os meios e os fatores de risco envolvidos. Fonseca et al. (2018) concentra-se na frequência e nos fatores psicossociais associados à autolesão, oferecendo uma perspectiva epidemiológica que permite traçar perfis de risco.
Além disso, Moraes et al. (2020) explora os fatores de risco percebidos pelos sujeitos em um contexto clínico, sendo relevante para estudos epidemiológicos que visam mapear riscos específicos. Pinheiro et al. (2021) descreve e analisa dados epidemiológicos sobre automutilações e tentativas de suicídio, destacando-se como uma importante contribuição para a compreensão dos riscos associados à autolesão.
Finalmente, Santana et al. (2023) foca em avaliar a prevalência dos comportamentos autolesivos e as condições associadas, examinando variáveis psicossociais como suporte familiar e sintomas de ansiedade e depressão. Este estudo é emblemático dos esforços para entender a complexidade dos fatores envolvidos na autolesão, reunindo dados epidemiológicos e psicossociais.
Bahia et al. (2020), Bezerra et al. (2024) e Fonseca et al. (2018). (2021) destacam a alta prevalência de autolesão entre adolescentes, especialmente entre meninas. Bahia et al. (2020) revelam que 76,4% das notificações envolvem adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos, e 71,6% são do sexo feminino, enquanto Bezerra et al. (2024) indicam que a maioria dos casos de automutilação envolve meninas (68,74%) e adolescentes de 15 a 19 anos (60,89%). Fonseca et al. (2018), por sua vez, corrobora encontrando também uma predominância feminina de 69,39% entre os adolescentes de 10 a 14 anos que se autolesionam.
Quanto aos métodos utilizados, Bahia et al. (2020) e Pinheiro et al. (2021) identificaram o envenenamento/intoxicação como o método mais comum, frequentemente realizado em casa. Bahia et al. (2020) destacam que 76,6% das ocorrências de autolesão entre adolescentes de 10 a 14 anos envolvem envenenamento, e 78,0% entre 15 e 19 anos. De maneira semelhante, Pinheiro et al. (2021) observam que 64,0% das tentativas de suicídio e autolesões em adolescentes envolvem envenenamento, ocorrendo principalmente em domicílios (91,9%). Por sua vez, Brito et al. (2021) revelaram que o envenenamento é mais associado ao gênero feminino, à faixa etária de 15 a 19 anos, à raça/cor da pele branca e à ocorrência no domicílio, enquanto métodos como força física e objetos cortantes são mais comuns entre meninos e ocorrem em áreas públicas.
Moraes et al. (2020) identificam adversidades familiares, contágio social, eventos traumáticos e características pessoais, como ansiedade e baixa autoestima, como fatores de risco significativos. Conflitos familiares e falta de suporte emergem como elementos críticos que aumentam a vulnerabilidade dos adolescentes à automutilação. De maneira complementar, Santana et al. (2023) enfatizam a importância do suporte familiar na prevenção da autolesão. O estudo revela ainda que adolescentes que se autolesionam têm uma percepção reduzida de suporte familiar e são mais propensos a apresentar sintomas depressivos do que ansiosos. Essa correlação entre suporte familiar reduzido e maior incidência de autolesão sugere que fortalecer os vínculos familiares pode ser uma estratégia eficaz de prevenção.
A repetição de comportamentos autoprovocados é outro aspecto crítico destacado pelos estudos. Pinheiro et al. (2021) relatam que entre os adolescentes, destaca-se a automutilação de repetição, presente em 83,3% dos casos, enquanto entre os adultos, 50,6% das tentativas de suicídio são de repetição, e há uma suspeita de uso de álcool no momento da violência em 18,3% dos casos. Esses dados indicam que a repetição de comportamentos autoprovocados é um problema significativo tanto entre adolescentes quanto adultos.
3.5 Intervenções e impactos sociais
Cinco estudos desta categoria analisam a autolesão sob uma perspectiva social e institucional ampla, enfocando a representação e gestão da automutilação em documentos oficiais e as implicações sociais desse comportamento. O primeiro estudo, de Cirne (2022), examina como a automutilação é representada e gerenciada em documentos oficiais, destacando a perspectiva social e institucional, o que evidencia a relevância das políticas públicas na abordagem desse problema.
O estudo de Coutinho e Madureira (2021) reflete sobre o impacto social e as implicações dos atos de autolesão, oferecendo uma análise crítica do fenômeno e sua relação com a busca por pertencimento no espaço urbano. Este enfoque é complementado por Deslandes e Coutinho (2020), que investigam as implicações sociais das interações digitais, particularmente em um contexto de isolamento, e os riscos associados a essas interações, sublinhando o papel das redes sociais e outras plataformas digitais.
Ademais, Felipe et al. (2020) examina a aplicação de uma intervenção comunitária para entender e mitigar as autolesões, focando em estratégias de enfrentamento e partilha como mecanismos de suporte coletivo, o que evidencia a importância das intervenções comunitárias. Finalmente, Santos e Dell’Aglio (2022) adotam a teoria bioecológica para analisar a interação entre diversos sistemas ambientais e pessoais, com foco nos fatores de proteção e risco. Este estudo enfatiza a necessidade de uma abordagem sistêmica para as intervenções, considerando os impactos sociais em contextos de desenvolvimento humano e apoio social. Confira a Tabela 6 para mais detalhes sobre os artigos desta categoria.
Cirne (2022) investiga três linhas de força que moldam a gestão estatal da automutilação: o enfoque na família, a percepção das redes sociais e os programas de educação socioemocional. O estudo revela que a família é frequentemente posicionada como o espaço privilegiado para o cuidado ao sofrimento de crianças e adolescentes. Contudo, essa abordagem enfatiza a centralidade da família na prevenção da automutilação, muitas vezes à custa de minimizar a responsabilidade estatal. Por exemplo, a campanha “Acolha a Vida” promove uma visão conservadora que delega à família a principal responsabilidade pelo cuidado dos jovens.
Além disso, Cirne (2022) critica a percepção das redes sociais como espaços incitadores de violência contra o público infantojuvenil. Embora reconheça os riscos associados ao uso inadequado das redes sociais, o estudo argumenta que a demonização desses espaços pode levar a intervenções punitivas e pouco eficazes. Em vez disso, Cirne sugere ser necessário compreender melhor as dinâmicas online e promover uma mediação mais informada e equilibrada. Sob outro ângulo, a implementação de programas de educação socioemocional é discutida como estratégia de prevenção da automutilação.
Nesse contexto, Coutinho e Madureira (2021) destacam que a autolesão na adolescência frequentemente surge como uma resposta a contextos de desamparo social e familiar. A adolescente estudada apresentava dificuldades significativas em se inscrever psiquicamente em seu ambiente, evidenciando a fragilidade dos laços sociais e a falta de suporte emocional. Assim, os atos autolesivos funcionam como uma tentativa de lidar com a dor emocional intensa, transferindo-a para uma dor física mais controlável. Esta dinâmica evidencia a necessidade de compreender a autolesão não apenas como um sintoma patológico, mas como uma linguagem de sofrimento e um pedido de ajuda. Além disso, uma contribuição significativa do estudo é a interpretação dos cortes como uma tentativa de estabelecer limites psíquicos e físicos. Ao transformar a dor emocional em dor física, os adolescentes buscam um meio de controlar suas emoções e dar sentido ao seu sofrimento.
Deslandes e Coutinho (2020), por sua vez, destacam que o isolamento social durante a pandemia intensificou o uso da internet, expondo os adolescentes a um volume significativo de conteúdos ansiogênicos e de desafios autolesivos, especialmente no YouTube. Esses desafios, que incentivam muitas vezes comportamentos perigosos, tornaram-se mais comuns durante o período de quarentena, exacerbando o risco de autolesão entre os jovens. A pesquisa revela que a ausência de mediação familiar e a falta de supervisão adequada aumentam a vulnerabilidade dos adolescentes, tornando-os mais suscetíveis a influências negativas e práticas de autoagressão. Além disso, o estudo aponta para a reprodução de um “medo global” fomentado pela exposição constante a informações alarmantes e perturbadoras, potencializando os sentimentos de ansiedade e desespero entre os adolescentes.
Paralelamente, Felipe et al. (2020) apresenta a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) como uma estratégia eficaz para abordar a autolesão não suicida entre adolescentes. O estudo demonstra que a TCI oferece um espaço seguro e acolhedor onde os jovens podem compartilhar suas experiências e sentimentos sem julgamento. As rodas de TCI proporcionam um ambiente de apoio mútuo, onde as adolescentes podem ouvir e ser ouvidas, reconhecendo que não estão sozinhas em seu sofrimento. Este processo de partilha coletiva é crucial para a ressignificação das experiências de dor, ajudando os jovens a encontrar novas formas de lidar com seus problemas.
Além disso, Felipe et al. (2020) destacam a importância de intervenções que promovam habilidades psicossociais entre os adolescentes. A TCI, fundamentada no Modelo de Habilidades de Vida, enfatiza o desenvolvimento de competências como a comunicação eficaz, a empatia, a resolução de conflitos e o autocuidado. Essas habilidades são essenciais para ajudar os jovens a enfrentar desafios emocionais e sociais de maneira mais saudável e resiliente. Felipe et al. (2020) sugerem que programas de TCI podem ser integrados em contextos escolares e comunitários como parte de uma abordagem mais ampla de promoção da saúde mental.
Finalmente, Santo e Dell’Aglio (2022) identificam diversos fatores de risco distais que contribuem para o comportamento autolesivo. Entre esses fatores, destacam-se a doença mental familiar, o histórico de violência intrafamiliar pregressa e um ambiente familiar invalidante. Esses elementos estruturais criam um terreno propício para o surgimento de sentimentos de desamparo e desespero entre os adolescentes, ampliando sua vulnerabilidade emocional. Além dos fatores distais, o estudo aponta para fatores de risco intrapessoais, como sentimentos de culpa, vergonha, desesperança e vazio, que intensificam o sofrimento emocional dos adolescentes.
Santo e Dell’Aglio (2022) também destacam fatores de vulnerabilidade interpessoais, como isolamento social e dificuldade de expressão emocional. Esses fatores complicam ainda mais a situação dos adolescentes, que frequentemente se encontram incapazes de buscar ajuda ou comunicar seu sofrimento. A sensação de isolamento pode ser exacerbada por experiências de vitimização por pares, conflitos familiares e transição de gênero.
Dessa forma, a análise desses estudos revela a necessidade de uma abordagem multifacetada para abordar a autolesão na adolescência. A gestão estatal, o papel da família, as intervenções educacionais e comunitárias, e a mediação do uso da internet são elementos cruciais para entender e intervir nesse fenômeno. Desenvolver políticas públicas inclusivas, suporte institucional robusto e estratégias terapêuticas integradas pode promover o bem-estar dos adolescentes e prevenir a autolesão.
4 Considerações finais
O presente estudo investigou o estado da arte da produção científica nacional sobre ALNS na adolescência no período de 2018 a 2024, revelando um campo de pesquisa dinâmico e diversificado. Os interesses dos pesquisadores estão claramente voltados para várias áreas essenciais.
Primeiramente, há uma forte ênfase na identificação e compreensão dos fatores de risco e proteção associados à ALNS. Estudos identificaram fatores pessoais, familiares e sociais que contribuem para o comportamento autolesivo. Conflitos familiares, vivências de violência e a falta de redes de apoio foram destacados como fatores de risco, enquanto a presença de ambientes de suporte, espaços de escuta e a intervenção de profissionais de saúde mental foram apontados como fatores de proteção. Tais fatores de risco engendram-se no contexto do recrudescimento do neoliberalismo, que se fortalece à medida que o senso de comunidade e o tecido social se fragmentam. Ressalta-se que os reposicionamentos necessários na adolescência, na própria identidade, narcísico e social, exige intenso esforço ao psiquismo. E nesse momento o adolescente precisará contar com os referencias parentais construídos e internalizados na infância, mas também com a presença dos pais reais, por mais que os antagonize e os negue, de forma que não recorra a condutas autodestrutivas, entre essas a autolesão.
No campo das intervenções e práticas clínicas, os pesquisadores exploram diversas abordagens terapêuticas para o manejo da ALNS. Estratégias como TCI estão sendo estudadas para determinar sua eficácia. Há ainda uma ênfase na necessidade de abordagens integradas que incluam o tratamento clínico e o suporte familiar e escolar. Os estudos da categoria psicanálise e psicodinâmicos afirmam que a escuta do adolescente deve ser privilegiada de que forma que o mesmo possa historicizar seu sofrimento, ademais, a transferência reduz a recorrência dos atos autoagressivos. Os estudos destacam a importância da inclusão de pais e familiares no tratamento e sugerem a implementação de políticas e estratégias de prevenção no ambiente escolar para lidar com o aumento das notificações de ALNS entre adolescentes.
Finalmente, percebe-se que a pesquisa científica tem se voltado para a articulação entre autolesão e sofrimento psíquico na adolescência contemporânea, enfatizando as transformações no contexto sociocultural, marcadamente da modernidade líquida de Zygmunt Bauman, organizada a partir da individualidade, da fragilidade dos laços afetivos e comunitários, de mudanças na moralidade, intolerância à diferença e tantos outros aspectos relativos ao bem comum e ao bem viver, deixando a todos desorientados e vulneráveis, experiências essas, ainda mais perturbadoras durante o atravessamento da adolescência.
Embora seja evidente o alcance do objetivo proposto, é importante salientar que uma limitação significativa deste estudo se refere à variação na nomenclatura utilizada para descrever comportamentos autolesivos. A diversidade de termos empregados na literatura, como “autolesão”, “automutilação” e “cutting”, pode introduzir ambiguidades e dificultar a comparação direta entre estudos.
Salienta-se que essa variabilidade na terminologia pode levar a uma falta de consistência na descrição e análise dos comportamentos autolesivos, resultando em dificuldades para sintetizar e comparar os resultados de diferentes estudos. Além disso, diferentes terminologias podem refletir abordagens conceituais e teóricas distintas sobre a natureza e a gravidade dos comportamentos autolesivos, influenciando a interpretação dos dados e a eficácia das intervenções propostas. Portanto, uma maior padronização na nomenclatura utilizada para descrever a autolesão poderia facilitar a comunicação entre pesquisadores e permitir análises mais coesas dos dados.
Dito isso, a relevância deste estudo é evidenciada pela ampliação da compreensão científica sobre a ALNS e pela ênfase na urgência de adotar estratégias holísticas e multidisciplinares para enfrentar esse desafio de saúde pública. Os achados destacam a importância da colaboração entre pesquisadores, profissionais da saúde, educadores e familiares na promoção do bem-estar dos adolescentes e na redução da incidência desses comportamentos.
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1Psiquiatra. Mestre em Psicologia-Saúde e Sociedade – Universidade Federal do Pará;
2Pedro Paulo Freire Piani- Professor Adjunto IV/UFPA. Doutor e Mestre em Psicologia Social- PUC/SP