AUTISMO E COMORBIDADES: TRANSTORNOS ASSOCIADOS E IMPACTOS NA SAÚDE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102503011025


Fabiana Maria da Silva Rocha¹
Taciéli Gomes de Lacerda²
Estela Cristina da Motta³
Carolina Sena Vieira⁴
Diego Fernando de Almeida Cunha⁵
Luana Ramos Vicente⁶
Jullya Freitas Silveira⁷
Marco Antônio Remondy Pagotto⁸
Maria Patrícia de Medeiros⁹
Matteus Igor Lopes Aires¹⁰
Rubens Ahnert Dias¹¹
Nathalia Martins Gomes¹²
Raí Chaves Bandeira¹³
Rayssa Gabrielly Bandeira Ribeiro¹⁴
Mayara Amélia de Aguiar Maia Saldanha¹⁵


Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica complexa que afeta o comportamento, a comunicação e a interação social de uma pessoa. Com uma prevalência crescente, o autismo é caracterizado por uma ampla gama de manifestações e severidades, que podem variar de casos com habilidades extraordinárias a aqueles que requerem apoio constante. No entanto, uma das características mais desafiadoras do TEA não é apenas a diversidade dos sintomas primários, mas também a presença de comorbidades — condições de saúde que coexistem com o autismo e influenciam significativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados.

    Introdução

    O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica complexa que impacta diversas áreas do desenvolvimento, incluindo a comunicação, a interação social e o comportamento. Embora os sintomas centrais do autismo sejam amplamente conhecidos, o impacto de comorbidades associadas ao TEA ainda é um tema de estudo e discussão importantes na área da saúde. Estima-se que uma grande parcela dos indivíduos com autismo conviva com condições adicionais, como transtornos de ansiedade, depressão, epilepsia, distúrbios alimentares e problemas relacionados ao sono. Essas comorbidades não só complicam o diagnóstico e o tratamento, mas também afetam diretamente a qualidade de vida e o bem-estar dos indivíduos afetados (Viana, et al. 2020).

    O objetivo deste trabalho é explorar as comorbidades mais comuns associadas ao autismo, seus impactos na saúde física e mental, e como essas condições influenciam o manejo clínico e terapêutico do TEA. Através dessa análise, busca-se destacar a importância de uma abordagem integrada e multidisciplinar para o tratamento, com foco no cuidado holístico que atenda tanto aos sintomas principais do autismo quanto às condições comórbidas, a fim de promover uma melhor qualidade de vida para os indivíduos no espectro autista.

    Metodologia

    Este trabalho adotou uma metodologia de revisão de literatura para investigar as comorbidades associadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), seus impactos na saúde física e mental, e as abordagens terapêuticas para o manejo dessas condições. A revisão foi conduzida com o objetivo de identificar, analisar e sintetizar os principais estudos publicados sobre o tema, buscando fornecer uma compreensão abrangente da interação entre o autismo e as condições comórbidas mais frequentes.

    1.  Seleção de Fontes

    A pesquisa incluiu artigos científicos, revisões sistemáticas, teses, dissertações e livros especializados na área de autismo e comorbidades. As fontes foram selecionadas com base nos seguintes critérios:

    • Publicações entre 2010 e 2025, a fim de garantir que as informações estejam atualizadas e representem os avanços recentes na área.
    • Artigos e estudos peer-reviewed (revisados por pares), garantindo a qualidade e a credibilidade das informações.
    • Estudos que abordem a relação entre autismo e comorbidades, com ênfase nas comorbidades mais comuns, como transtornos de ansiedade, depressão, epilepsia, distúrbios do sono e comportamentais.
    2.  Bases de Dados Utilizadas

    A busca foi realizada em bases de dados acadêmicas amplamente reconhecidas, incluindo:

    • PubMed
    • Scopus
    • Google ScholarPsycINFO
    • Web of Science

    Essas bases de dados foram selecionadas por sua abrangência e qualidade nas publicações científicas sobre saúde mental, neurociência e psiquiatria.

    3.  Critérios de Inclusão e Exclusão
    • Critérios de Inclusão:

    Estudos que abordam comorbidades associadas ao TEA que discutem o impacto dessas comorbidades na saúde física e mental dos indivíduos com autismo.Pesquisas que apresentem abordagens terapêuticas ou estratégias de tratamento para comorbidades em indivíduos com TEA.

    ●            Critérios de Exclusão:
    • Estudos    que    se    concentram    exclusivamente    em                uma   única comorbidade, sem considerar a interação com o TEA.
    • Publicações sem revisão por pares ou sem base científica sólida.
    • Artigos que abordam apenas o autismo sem explorar a presença de comorbidades.
    4.  Procedimento de Busca e Seleção

    A busca foi realizada utilizando palavras-chave relacionadas ao tema, como “autismo”, “comorbidades no autismo”, “transtornos associados ao TEA”, “epilepsia e autismo”, “ansiedade e autismo”, e “depressão no autismo”. As buscas foram refinadas por filtros de data e relevância, priorizando estudos que exploram de forma abrangente tanto as comorbidades físicas quanto as mentais.

    Os artigos selecionados foram lidos na íntegra e classificados de acordo com a relevância para os objetivos da pesquisa. Os resumos dos artigos que não atendiam aos critérios de inclusão foram descartados, e os artigos que abordavam as comorbidades mais prevalentes, bem como suas implicações clínicas, foram priorizados.

    5.  Análise e Síntese dos Dados

    A análise dos artigos selecionados seguiu uma abordagem qualitativa, na qual os dados relevantes sobre as comorbidades do TEA foram extraídos e organizados de acordo com as categorias: tipos de comorbidades (transtornos mentais, condições físicas), impactos na saúde e tratamento terapêutico. Os resultados foram comparados, e os achados mais significativos foram destacados para identificar padrões e tendências nos estudos revisados.

    Além disso, foi realizado um exame crítico da metodologia dos estudos analisados, avaliando sua qualidade metodológica, amostra e limitações. A partir dessa análise, foram feitas sugestões sobre como a pesquisa atual pode ser aprimorada para expandir a compreensão sobre a relação entre o TEA e suas comorbidades.

    6.  Limitações da Metodologia

    Embora a revisão tenha sido baseada em fontes confiáveis e bem estabelecidas, algumas limitações podem ser destacadas:

    • A revisão foi baseada apenas em estudos publicados em inglês e português, o que pode restringir a abrangência de algumas perspectivas culturais.
      • A análise pode ter sido limitada por estudos disponíveis nas bases de dados escolhidas, excluindo fontes não indexadas ou publicações em periódicos de acesso restrito.

    7.  Objetivo da Metodologia

    O principal objetivo dessa metodologia de revisão de literatura foi proporcionar uma visão integrada e detalhada sobre as comorbidades associadas ao autismo, seus efeitos na saúde física e mental, e as melhores abordagens terapêuticas para lidar com essas condições, com a finalidade de contribuir para a prática clínica e a pesquisa futura na área.

    Essa metodologia busca oferecer uma base sólida para profissionais de saúde, pesquisadores e famílias de indivíduos com autismo, a fim de facilitar o desenvolvimento de estratégias de tratamento mais eficazes e personalizadas.

    Resultados e discussão

    As comorbidades são condições de saúde adicionais que ocorrem simultaneamente com uma condição principal, no caso, o autismo. De acordo com estudos, cerca de 70% das pessoas com autismo apresentam ao menos uma comorbidade, e mais de 40% delas convivem com duas ou mais condições associadas. Essas comorbidades podem ser de natureza física, mental ou comportamental e, muitas vezes, complicam o diagnóstico, o tratamento e a gestão do TEA (Garcia, et al. 2017).

    As comorbidades mais comuns em indivíduos com autismo incluem:

    Transtornos de Ansiedade

    Pessoas com autismo frequentemente enfrentam altos níveis de ansiedade. Estima-se que mais da metade dos indivíduos com TEA apresentam algum tipo de transtorno de ansiedade, como transtorno de ansiedade social, fobia social, ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). A ansiedade pode se manifestar devido à dificuldade em lidar com mudanças inesperadas, situações sociais desafiadoras ou sobrecarga sensorial, o que agrava os sintomas do autismo (Silva, 2016).

    Transtornos Depressivos

    A depressão é outra comorbidade significativa no autismo, especialmente em adolescentes e adultos. A dificuldade de comunicação, a sensação de isolamento e a incapacidade de se expressar plenamente podem levar a sentimentos de tristeza, desesperança e perda de interesse. Além disso, a sobrecarga de expectativas sociais e a falta de apoio adequado contribuem para o desenvolvimento de depressão nesses indivíduos (Steffen, et al. 2019).

    Distúrbios do Sono


    Dificuldades com o sono são comuns em pessoas com autismo, com estudos sugerindo que até 80% das crianças com TEA têm problemas relacionados ao sono, como insônia, despertares frequentes durante a noite e dificuldades para manter uma rotina de sono regular. A qualidade do sono afeta diretamente o comportamento e o bem-estar emocional, o que pode agravar os sintomas do autismo (De Jesus, et al.2010).

    Epilepsia.

    Aproximadamente 20% a 30% das pessoas com autismo desenvolvem epilepsia, um transtorno neurológico caracterizado por convulsões. Embora a epilepsia não seja exclusiva do autismo, a prevalência de crises convulsivas é consideravelmente mais alta nessa população em comparação com a população geral. A presença de epilepsia pode dificultar o manejo do autismo e requer cuidados médicos especializados (Pereira, et al. 2012).

    Transtornos Alimentares e Sensoriais

    Muitos indivíduos com TEA possuem preferências alimentares restritas, com uma tendência a comer apenas certos tipos de alimentos, ou podem ter aversão a texturas, sabores e cheiros específicos. Isso pode resultar em distúrbios alimentares, como seletividade alimentar, que podem afetar o estado nutricional e o crescimento saudável. A hipersensibilidade sensorial é uma característica comum do autismo e pode influenciar esses comportamentos alimentares (Gomes, et al. 2016).

    Transtornos do Comportamento

    Comportamentos desafiadores, como agressão, automutilação ou explosões emocionais, também são frequentes em pessoas com autismo, especialmente em crianças mais novas. Esses comportamentos podem ser uma resposta a frustração, sobrecarga sensorial ou falta de habilidades de comunicação adequadas. Além disso, o comportamento disruptivo é muitas vezes uma forma de a pessoa expressar suas necessidades de uma maneira não verbal (Marteleto, et al. 2011).

    Impactos das Comorbidades na Saúde e no Bem-Estar de Indivíduos com Autismo

    As comorbidades podem agravar os desafios já enfrentados por pessoas com autismo e têm um impacto direto na saúde física e mental. O convívio com múltiplas condições de saúde pode afetar a qualidade de vida, aumentar a necessidade de intervenções médicas e psicológicas, e gerar maior dificuldade em alcançar um grau satisfatório de independência (Bianchini, et al. 2014).

    1. Dificuldade no Diagnóstico

    O diagnóstico precoce do autismo é crucial para garantir a intervenção adequada, mas a presença de comorbidades pode dificultar essa detecção. Por exemplo, a ansiedade ou a depressão podem mascarar os sintomas do TEA, ou o comportamento desafiador pode ser confundido com sinais de transtornos do

    comportamento. Isso pode atrasar a identificação do autismo e, consequentemente, a implementação de tratamentos que abordem as necessidades específicas da pessoa (De Araújo, et al. 2015).

    • Impacto na Intervenção e Tratamento

    Com a presença de comorbidades, o tratamento do autismo deve ser abordado de forma holística, o que significa que as estratégias terapêuticas precisam ser ajustadas para lidar com as múltiplas condições. O uso de medicações para tratar transtornos de ansiedade ou depressão, por exemplo, pode interagir com os tratamentos para o autismo, tornando necessário um acompanhamento médico e terapêutico cuidadoso e coordenado. As terapias comportamentais também precisam ser adaptadas para considerar as diferentes condições de saúde que coexistem (Minella, et al. 2021).

    • Aumento da Sobrecarga Emocional e Psicológica

    A sobrecarga emocional gerada pelas comorbidades pode ser debilitante. A pressão constante de gerenciar múltiplos aspectos da saúde pode gerar um estresse significativo tanto para os indivíduos com autismo quanto para suas famílias. Em casos graves, a presença de comorbidades pode levar a uma diminuição da qualidade de vida, a um aumento dos episódios de crise e ao agravamento de sintomas do TEA (De Araújo, et al. 2015).

    Estratégias de Tratamento Integrado

    Dado o impacto significativo das comorbidades, um tratamento integrado e multidisciplinar é fundamental para a gestão do autismo e suas condições associadas (De Oliveira, et al. 2024). As abordagens incluem:

    • Terapias comportamentais: Como a Terapia Comportamental Aplicada (ABA), que pode ser combinada com intervenções específicas para lidar com transtornos de ansiedade ou comportamentos desafiadores (De Oliveira, et al. 2024).
      • Apoio psicológico: Terapias cognitivas e comportamentais podem ser muito úteis no manejo de comorbidades como a depressão e a ansiedade. Essas terapias podem ser adaptadas para se concentrar nas necessidades individuais de uma pessoa com TEA (De Oliveira, et al. 2024).
      • Manejo médico e psiquiátrico: O tratamento das comorbidades médicas, como epilepsia ou distúrbios do sono, exige uma abordagem cuidadosa e monitoramento constante (De Oliveira, et al. 2024).
      • Apoio nutricional: Acompanhamento de dietas e hábitos alimentares para garantir que as necessidades nutricionais sejam atendidas, especialmente quando existem restrições alimentares associadas ao autismo (De Oliveira, et al. 2024).

    Conclusão


    O autismo é uma condição complexa e multifacetada que vai além dos sintomas centrais relacionados à comunicação e interação social. As comorbidades associadas ao TEA representam um desafio significativo para o manejo e tratamento, uma vez que afetam a saúde mental e física de forma simultânea. Portanto, é crucial que profissionais de saúde, familiares e cuidadores adotem uma abordagem holística para o cuidado dessas pessoas, considerando todas as suas condições de saúde de maneira integrada. Com a intervenção precoce, apoio adequado e um plano de tratamento multidisciplinar, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida de indivíduos com autismo e suas famílias.

    Referências

    BIANCHINI, Natallie do Carmo Prado; DE PAULA SOUZA, Luiz Augusto. Autismo e comorbidades: achados atuais e futuras direções de pesquisa. Distúrbios da Comunicação, v. 26, n. 3, 2014.

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    DE ARAÚJO VILHENA, Douglas et al. Avaliação interdisciplinar do transtorno do espectro do autismo e comorbidades: Caso de um diagnóstico tardio. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, v. 15, n. 1, 2015.

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    n. 15, p. e151441-e151441, 2024.

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    Revista Valore, v. 2, n. 1, p. 155-167, 2017.

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    PEREIRA, Alessandra; PEGORARO, Luiz Fernando Longuim; CENDES, Fernando. Autismo e epilepsia: modelos e mecanismos. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, v. 18, p. 92-96, 2012.

    MARTELETO, Márcia Regina Fumagalli et al. Problemas de comportamento em crianças com transtorno autista. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 27, p. 5-12, 2011.

    MINELLA, Flávia Cristina Osaku; LINARTEVICHI, Vagner Fagnani. Efeitos do

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    STEFFEN, Bruna Freitas et al. Diagnóstico precoce de autismo: uma revisão literária. Revista saúde multidisciplinar, v. 6, n. 2, 2019.

    SILVA, Lucas Silveira da. Transtornos do espectro do autismo, estratégia saúde da família e tecnologias de cuidado na rede SUS. 2016.

    VIANA, Ana Clara Vieira et al. Autismo: uma revisão integrativa. Saúde Dinâmica, v. 2, n. 3, p. 1-18, 2020.


    1. Enfermeira pela Universidade Paulista e mail: fabirocha.31@hotmail.com
    2. Graduanda em enfermagem pela Universidade Federal de Pelotas e mail: taci.gomeslacerda@gmail.com
    3. Graduanda em medicina pelo Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz e mail: estelacristina.damotta@gmail.com
    4. Graduanda em medicina pela Faculdade de Atenas Porto Seguro email: kaahvieira.si@gmail.com
    5. Graduando em medicina pela Universidade Federal de Rondônia email: diegoocunha74@gmail.com
    6. Graduanda em enfermagem pela Universidade Paulista email: Luhramos4002@gmail.com
    7. Graduando em Medicina pela Universidade de Rio Verde email: Jullyafsilveira@gmail.com
    8. Graduando em medicina pela Unifipa email: rpagottomarco@gmail.com
    9. Graduando em medicina pela UNIPÊ email: maria.jogele123@gmail.com
    10. Graduando em medicina pelo Centro Universitário de João Pessoa email: Matteus.medicina@hotmail.com
    11. Graduando em medicina pelo Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz e mail: rubenssahnert@icloud.com
    12. Graduanda em medicina pela IDOMED email: nathalia.martinsg@gmail.com
    13. Graduando em medicina pelo Centro Universitário de João Pessoa email: bandeira.rai@outlook.com
    14. Graduanda em medicina pela UNIPÊ Email: rayssagbr16@gmail.com
    15. Mestranda pela Universidade Federal do Ceará E-mail: mayara.ams@hotmail.com