UPDATES IN HEART FAILURE TREATMENT: EMERGING THERAPIES AND CLINICAL PROTOCOLS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202502111313
Carla Guerra Brugnera; Marciely Maria de Lima Abreu; Ana Gabriela Vasconcelos Cisne; Maurício Medeiros de Freitas Neto; Yasmim Figueiredo Pereira; Gabriel Augusto Mattei Battisti; Bárbara de Pinho Prisco Damasceno; Gabriel Fernandes Murad; Catiane Ferreira Santana; Carlos Daniel Spindola Melo; Marcos Gonçalves Amorim Dos Santos Filho; Lys Ponte Moreira Baratta; Guilherme Sousa Batista; Antonio Victor Azevedo Sena; Ana Paula Rodrigues da Silva e Silva
Resumo
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição clínica complexa e progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com alta morbidade e mortalidade. Apesar dos avanços no entendimento da patofisiologia e no desenvolvimento de tratamentos ao longo das últimas décadas, a insuficiência cardíaca continua a representar um grande desafio médico e uma carga significativa para os sistemas de saúde. O presente artigo tem como objetivo geral revisar as atualizações mais recentes no tratamento da insuficiência cardíaca. A pesquisa é fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente, para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo, a pesquisa foi conduzida com os termos “Insuficiência Cardíaca”, “Terapias Emergentes”, “Protocolos Clínicos “, aplicando o operador booleano “AND”. A revisão bibliográfica revelou que as atualizações no tratamento da insuficiência cardíaca têm proporcionado avanços significativos na melhora do prognóstico e na qualidade de vida dos pacientes. Terapias emergentes, como os inibidores de SGLT2, antagonistas de mineralocorticoides e medicamentos moduladores da resposta inflamatória, têm mostrado eficácia no controle dos sintomas e na redução da mortalidade, especialmente quando combinadas com dispositivos terapêuticos avançados, como marcapassos e sistemas de ressincronização cardíaca. Além disso, a personalização do tratamento, com base em biomarcadores e uma abordagem multidisciplinar, tem se mostrado crucial para otimizar o manejo da insuficiência cardíaca. Contudo, apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados, como a acessibilidade a essas terapias inovadoras e a necessidade de estratégias de manejo das comorbidades associadas. A continuidade do desenvolvimento de tratamentos e a ampliação do acesso a terapias eficazes são essenciais para garantir que os benefícios dessas novas abordagens sejam disseminados de maneira equitativa, melhorando os resultados para todos os pacientes com insuficiência cardíaca. A implementação de políticas públicas e o investimento em educação e infraestrutura de saúde são fundamentais para maximizar o impacto positivo dessas inovações no tratamento da doença.
Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca. Terapias Emergentes. Protocolos Clínicos.
1. INTRODUÇÃO
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição clínica complexa e progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com alta morbidade e mortalidade. Essa doença ocorre quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo, resultando em sintomas como dispneia, cansaço extremo e edema. Apesar dos avanços no entendimento da patofisiologia e no desenvolvimento de tratamentos ao longo das últimas décadas, a insuficiência cardíaca continua a representar um grande desafio médico e uma carga significativa para os sistemas de saúde. (DE FREITAS, CIRINO, 2017).
Nos últimos anos, as terapias emergentes têm se destacado como promissoras opções no tratamento da insuficiência cardíaca, principalmente no que diz respeito a novas classes de medicamentos e dispositivos que visam melhorar a função cardíaca e a qualidade de vida dos pacientes. Medicamentos como os inibidores de SGLT2 (transportadores de sódio-glicose), que antes eram utilizados no tratamento do diabetes, estão mostrando resultados positivos em pacientes com insuficiência cardíaca, especialmente aqueles com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. (ROSSI NETO, CASADEI, FINGER, 2020).
Além das terapias farmacológicas, os protocolos clínicos também têm evoluído, com novos tratamentos baseados em abordagens personalizadas e de medicina de precisão, que consideram as características específicas de cada paciente para otimizar a escolha do tratamento. Isso inclui o uso de biomarcadores para monitoramento contínuo da função cardíaca e a adaptação de terapias conforme a resposta clínica do paciente. A combinação dessas abordagens tem proporcionado uma melhoria no controle da insuficiência cardíaca, tornando o manejo da doença mais eficaz e individualizado. (BARROS et al, 2024).
Portanto, o objetivo deste artigo é revisar as atualizações mais recentes no tratamento da insuficiência cardíaca, com ênfase nas terapias emergentes e nas novas abordagens de protocolos clínicos, buscando compreender seu impacto na evolução da doença e nas perspectivas de tratamento para os pacientes com insuficiência cardíaca.
2. METODOLOGIA
A pesquisa adotou uma metodologia que combina análise, descrição e exploração, fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente. O objetivo principal desta revisão é compilar, sintetizar e analisar os achados de estudos anteriores sobre miomas uterinos. Esse método integra informações já publicadas, oferecendo uma visão crítica e estruturada do conhecimento disponível. A abordagem metodológica combina diversas estratégias e tipos de pesquisa, possibilitando a avaliação da qualidade e coerência das evidências e a integração dos resultados (BOTELHO, DE ALMEIDA CUNHA, MACEDO, 2011).
Para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo. Diversos tipos de publicações foram considerados, incluindo artigos acadêmicos, estudos e periódicos relevantes. A pesquisa foi conduzida com os termos “Insuficiência Cardíaca”, “Terapias Emergentes”, “Protocolos Clínicos”, aplicando o operador booleano “AND” para refinar os resultados. As estratégias de busca adotadas foram: “Insuficiência Cardíaca” AND “Terapias Emergentes”, e “Insuficiência Cardíaca” AND “Protocolos Clínicos”.
Os critérios para inclusão dos artigos foram: publicações originais, revisões sistemáticas, revisões integrativas ou relatos de casos, desde que fossem acessíveis gratuitamente e publicadas entre 2017 e 2024. Não houve restrições quanto à localização geográfica ou ao idioma das publicações. Foram excluídos artigos não científicos, bem como textos incompletos, resumos, monografias, dissertações e teses.
A seleção dos estudos seguiu critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Após a definição desses critérios, foram realizadas buscas detalhadas nas bases de dados utilizando os descritores e operadores booleanos estabelecidos. Os estudos selecionados formam a base para os resultados apresentados neste trabalho.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados desta revisão bibliográfica indicam que, nos últimos anos, o tratamento da insuficiência cardíaca tem evoluído consideravelmente, com o surgimento de novas terapias farmacológicas e abordagens clínicas. As terapias emergentes, em particular, têm mostrado resultados promissores, especialmente no que diz respeito ao uso de medicamentos que atuam em diferentes mecanismos patofisiológicos da doença. Um exemplo significativo disso é o uso de inibidores de SGLT2, que, embora inicialmente indicados para o controle do diabetes tipo 2, têm demonstrado benefícios substanciais na redução das hospitalizações e na mortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca, especialmente naqueles com fração de ejeção preservada. (MARCONDES-BRAGA et al, 2021).
Além dos inibidores de SGLT2, os antagonistas de mineralocorticoides também têm sido uma importante adição ao arsenal terapêutico. A revisão de estudos clínicos recentes confirma que esses medicamentos, como a espironolactona e a eplerenona, ajudam a reduzir os sintomas da insuficiência cardíaca e a melhorar a sobrevida dos pacientes, especialmente em estágios mais avançados da doença. Eles têm um efeito benéfico na redução da retenção de líquidos e na proteção do músculo cardíaco, minimizando o risco de progressão da insuficiência cardíaca. (BOCCHI et al, 2021).
Outra classe emergente de tratamentos que se destaca é a utilização de medicamentos que modulam a resposta inflamatória, como os anti-interleucinas. Os estudos revisados sugerem que a inflamação desempenha um papel central na progressão da insuficiência cardíaca, e terapias que visam controlar essa resposta inflamatória podem ser eficazes na estabilização da condição e na melhoria dos sintomas. Essas terapias estão em fases mais iniciais de investigação, mas os resultados preliminares são encorajadores, com indicações de que podem se tornar uma parte fundamental do tratamento no futuro. (FERNANDES et al, 2020).
No campo da terapia de dispositivos, os marcapassos cardíacos e desfibriladores implantáveis continuam sendo fundamentais no tratamento da insuficiência cardíaca, principalmente em pacientes com arritmias graves. Além disso, os sistemas de ressincronização cardíaca (CRT) têm se mostrado eficazes na melhoria da função ventricular e na redução das hospitalizações. A revisão revelou que, embora a aplicação de CRT seja bastante eficaz, ainda há uma necessidade de aprimorar os critérios de seleção dos pacientes para maximizar os benefícios dessa tecnologia. (ALBUQUERQUE et al, 2015).
A utilização de dispositivos de assistência ventricular (VAD) também foi explorada na revisão. Esses dispositivos são indicados para pacientes com insuficiência cardíaca avançada que não respondem a medicamentos, atuando como um suporte temporário ou definitivo enquanto se aguarda um transplante cardíaco. Embora os VADs tenham mostrado grande potencial para melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes, a revisão destacou que o uso desses dispositivos ainda apresenta desafios, como complicações infecciosas e dificuldades na adaptação dos pacientes. (ARRIGO et al, 2020).
Além das terapias farmacológicas e dispositivos, os protocolos clínicos também têm evoluído significativamente. As abordagens mais recentes se concentram em uma medicina personalizada, utilizando biomarcadores para ajustar o tratamento conforme as características individuais dos pacientes. A análise de biomarcadores tem possibilitado o monitoramento mais preciso da progressão da doença, permitindo ajustes terapêuticos em tempo real e promovendo um tratamento mais eficaz e seguro. (TOMASONI et al, 2019).
A revisão também abordou a importância de estratégias de manejo conjunto de comorbidades, como hipertensão, diabetes e dislipidemia, no tratamento da insuficiência cardíaca. A abordagem multidisciplinar tem mostrado ser fundamental para melhorar o prognóstico dos pacientes, uma vez que essas condições coexistem frequentemente com a insuficiência cardíaca e podem agravar a evolução da doença. O controle adequado dessas comorbidades tem um impacto positivo na qualidade de vida e na redução da mortalidade associada. (WINTRICH et al, 2021).
Por fim, apesar dos avanços no tratamento da insuficiência cardíaca, a revisão bibliográfica evidenciou que ainda existem desafios significativos. O custo das terapias emergentes, a acessibilidade a dispositivos avançados e a adesão ao tratamento em pacientes com múltiplas comorbidades são questões que precisam ser abordadas. A implementação eficaz dessas terapias depende de políticas de saúde pública que promovam o acesso universal e equitativo a esses tratamentos inovadores, a fim de maximizar os benefícios para a população geral. (ZIAEIAN, FONAROW, 2016).
4. CONCLUSÃO
Em conclusão, as atualizações no tratamento da insuficiência cardíaca têm proporcionado avanços significativos na melhora do prognóstico e na qualidade de vida dos pacientes. Terapias emergentes, como os inibidores de SGLT2, antagonistas de mineralocorticoides e medicamentos moduladores da resposta inflamatória, têm mostrado eficácia no controle dos sintomas e na redução da mortalidade, especialmente quando combinadas com dispositivos terapêuticos avançados, como marcapassos e sistemas de ressincronização cardíaca. Além disso, a personalização do tratamento, com base em biomarcadores e uma abordagem multidisciplinar, tem se mostrado crucial para otimizar o manejo da insuficiência cardíaca.
Contudo, apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados, como a acessibilidade a essas terapias inovadoras e a necessidade de estratégias de manejo das comorbidades associadas. A continuidade do desenvolvimento de tratamentos e a ampliação do acesso a terapias eficazes são essenciais para garantir que os benefícios dessas novas abordagens sejam disseminados de maneira equitativa, melhorando os resultados para todos os pacientes com insuficiência cardíaca. A implementação de políticas públicas e o investimento em educação e infraestrutura de saúde são fundamentais para maximizar o impacto positivo dessas inovações no tratamento da doença.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Denilson Campos de et al. I registro brasileiro de insuficiência cardíaca–aspectos clínicos, qualidade assistencial e desfechos hospitalares. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 104, p. 433-442, 2015.
ARRIGO, Mattia et al. Acute heart failure. Nature Reviews Disease Primers, v. 6, n. 1, p. 16, 2020.
BARROS, Eliab Batista et al. Novas estratégias no tratamento de insuficiência cardíaca: revisão integrativa. Periódicos Brasil. Pesquisa Científica, v. 3, n. 2, p. 1403-1410, 2024.
BOCCHI, Edimar Alcides et al. Tópicos Emergentes em Insuficiência Cardíaca: Inibidores do Cotransportador Sódio-Glicose 2 (iSGLT2) na IC. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 116, n. 2, p. 355-358, 2021.
BOTELHO, Louise Lira Roedel; DE ALMEIDA CUNHA, Cristiano Castro; MACEDO, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, v. 5, n. 11, p. 121-136, 2011.
DE FREITAS, Ana Karyn Ehrenfried; CIRINO, Raphael Henrique Déa. Manejo ambulatorial da insuficiência cardíaca crônica. Revista médica da UFPR, v. 4, n. 3, p. 123-136, 2017.
FERNANDES, Amanda DF et al. Insuficiência cardíaca no Brasil subdesenvolvido: análise de tendência de dez anos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 114, p. 222-231, 2020.
MARCONDES-BRAGA, Fabiana G. et al. Atualização de tópicos emergentes da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca–2021. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 116, n. 6, p. 1174-1212, 2021.
ROSSI NETO, João Manoel; CASADEI, Carolina; FINGER, Marco A. Insuficiência cardíaca aguda. Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo, p. 147-157, 2020.
TOMASONI, Daniela et al. Highlights in heart failure. ESC heart failure, v. 6, n. 6, p. 1105-1127, 2019.
WINTRICH, Jan et al. Update on diagnostics and treatment of heart failure. Herz, v. 47, n. 4, p. 340-353, 2021.
ZIAEIAN, Boback; FONAROW, Gregg C. Epidemiology and aetiology of heart failure. Nature Reviews Cardiology, v. 13, n. 6, p. 368-378, 2016.