ATUAÇÃO PROFISSIONAL NA CLÍNICA FAMETRO: UMA ANÁLISE A PARTIR DO COTIDIANO DO ASSISTENTE SOCIAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202504301540


Clara Francisca dos Santos Morais1
Monique Correa da Rocha2
Regina de Fátima Paiva3
Orientadora: Damares Ismael Tomaz4


RESUMO

A Clínica FAMETRO, é um espaço privado e atuante no âmbito da formação e prática na área da saúde dos discentes, além de disponibilizar serviços na área da saúde para a população que de alguma forma não consegue atendimento no Sistema Único de Saúde-(SUS). O objetivo principal é analisar a atuação do assistente social Clínica Fametro. Tem como objetivos específicos; apreender o processo sócio-histórico do Serviço Social na Política de Saúde no Brasil; descrever os instrumentos e técnicas profissionais utilizadas no atendimento das demandas dos usuários; identificar os principais desafios enfrentados pelo (a) assistente social nas ações diárias do espaço estudado. A pesquisa tem como método o materialismo histórico-dialético, tipo de pesquisa explicativa, de natureza quanti-qualitativa por meio de coleta de dados de levantamento bibliográfico e documental, cuja fonte de dados foram os livros e artigos com a utilização da técnica de análise de dados-análise de conteúdo. Observa-se que os serviços oferecidos nas áreas da assistência social, psicologia, nutrição, fisioterapia, biomedicina e fonoaudiologia, impactam a vida das pessoas atendidas, assim como a dos colaboradores, acadêmicos e seus familiares, e apesar de a clínica não estar diretamente vinculada às políticas públicas, contribui significativamente para o atendimento das necessidades de saúde e bem-estar dos usuários, por meio de práticas que promovem a equidade e a integralidade. 

Palavras-chave: Serviço Social; Políticas Públicas; Prática Profissional. 

ABSTRACT

The FAMETRO Clinic is a private space that works in the area of ​​training and practice in the area of ​​health for students, in addition to providing health services for the population that somehow cannot receive care from the Unified Health System (SUS). The main objective is to analyze the performance of the Clinic. The specific objectives are to identify the main challenges faced by social workers in their daily work; describe the instruments and techniques that the professional uses to meet the demands of users; and investigate whether there is an influence of public policy principles in their practice. The research method is historical-dialectical materialism, a type of explanatory research, of a quantitative and qualitative nature through the collection of data from bibliographic and documentary surveys, whose data sources were books, theses, dissertations and articles and the website of the Federal Senate, using the data analysis technique – content analysis. It is observed that the services offered in the areas of social assistance, psychology, nutrition, physiotherapy, biomedicine and speech therapy impact the lives of the people served, as well as those of employees, academics and their families. Although the clinic is not directly linked to public policies, it contributes significantly to meeting the health and well-being needs of users through practices that promote equity and comprehensiveness. However, there was a misalignment between the theoretical and practical training of interns, compromising the full implementation of interventions. The conclusion suggests the need to strengthen the link between the clinic and public policies and invest in the ongoing training of professionals in order to ensure greater access to social rights and reduce inequalities.

Keywords: Social Service; Public Policies; Professional Practice. 

1 INTRODUÇÃO 

A atuação do assistente social é essencial para o enfrentamento das desigualdades presentes na realidade social dos usuários da Clínica FAMETRO, especialmente no que diz respeito ao acesso às políticas públicas, visto por que esse profissional está inserido neste espaço institucional, atuando com os direitos sociais, bem como saúde, educação, assistência social.  Suas práticas no local são voltadas na defesa e efetivação desses direitos, com ênfase na população em situação de vulnerabilidade, promovendo a inclusão e garantia ao acesso a serviços e no combate das diversas formas de desigualdades.

O trabalho do assistente social é orientado por princípios de cunho ético-político que se fundamentam na justiça social, equidade, cidadania e democracia. Esses valores norteiam suas práticas profissionais e sua postura diante das situações de vulnerabilidade, assegurando que as intervenções sejam realizadas com respeito aos direitos humanos e com o objetivo de promover a transformação social. Dessa forma, a profissão contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos os cidadãos possam usufruir de seus direitos de forma plena.

Na Clínica da Fametro a presença do assistente social representa um elo fundamental entre o serviço de saúde e a realidade social dos usuários. Esse profissional contribui para humanizar o atendimento, considerando não apenas os aspectos clínicos, mas também os determinantes sociais que impactam diretamente a saúde, como pobreza, violência, moradia precária e acesso limitado a serviços públicos. Ao realizar atendimentos individualizados e promover a escuta qualificada, o assistente social identifica demandas sociais que muitas vezes passam despercebidas por outras áreas, viabilizando encaminhamentos adequados e ampliando o acesso dos usuários a direitos sociais básicos. 

Nas clínicas-escola, o assistente social assume ainda um papel formativo relevante, contribuindo para a qualificação de futuros profissionais por meio do acompanhamento de estágios e da mediação entre teoria e prática. Nesses espaços, sua atuação ultrapassa a intervenção direta com o usuário e se estende à formação ética, crítica e técnica dos estudantes, promovendo reflexões sobre as desigualdades sociais, os direitos humanos e o compromisso com a justiça social. A vivência prática proporciona aos estagiários uma compreensão mais aprofundada das dinâmicas institucionais e das realidades vividas pelos usuários, além de incentivar a atuação interdisciplinar e colaborativa. Dessa forma, o assistente social, ao atuar nas clínicas-escola, contribui significativamente para a formação de profissionais sensíveis às questões sociais que permeiam o campo da saúde.

Este estudo tem como objetivo analisar a atuação do assistente social na Clínica Fametro, buscando compreender as práticas desenvolvidas nesse espaço. Para isso, propôs-se, por meio de objetivos específicos, apreender o processo sócio-histórico do Serviço Social no contexto da Política de Saúde no Brasil; descrever os instrumentos e técnicas profissionais utilizados no atendimento às demandas dos usuários; e identificar os principais desafios enfrentados pelo (a) assistente social no exercício cotidiano de suas funções na instituição pesquisada.

O referencial teórico deste trabalho organiza-se em dois eixos principais que fundamentam a análise da atuação do (a) assistente social no campo da saúde. O primeiro, intitulado “Recortes do Serviço Social na Política de Saúde no Brasil”, aborda o processo histórico e político que consolidou a inserção desse profissional nos serviços de saúde. 

O segundo tópico, “A Instrumentalidade do Profissional de Serviço Social no Contexto das Políticas de Saúde no Brasil”, foca na dimensão técnico-operativa da atuação do (a) assistente social, examinando os instrumentos, técnicas e metodologias utilizadas para responder às demandas complexas que emergem no cotidiano dos serviços de saúde. São discutidas, por exemplo, a escuta qualificada, os estudos sociais, os encaminhamentos, os relatórios e pareceres técnicos, bem como a articulação com a rede intersetorial. 

O tópico enfatiza a importância do domínio teórico e crítico das políticas públicas de saúde, uma vez que a prática profissional exige constante reflexão sobre os contextos sociais, econômicos e políticos que interferem no acesso à saúde. Dessa forma, a instrumentalidade é compreendida como um conjunto de recursos que potencializa a intervenção profissional, conferindo-lhe sentido ético, político e transformador.

O item três descreve os principais desafios enfrentados pelo (a) assistente social nas ações diárias da Clínica, onde tem papel importante na escuta, orientação, encaminhamento e acolhimento. Através da entrevista e ficha social, sistematiza os elementos para agir sobre as demandas, registrando e documentando as informações da comunidade atendida na Clínica da FAMETRO.

O artigo traz como relevância social a intenção de fortalecer a prática profissional em clínicas-escola, ressaltando sua importância em conectar-se a comunidade aos serviços de saúde e aos direitos sociais e desempenhando papel fundamental na articulação de perspectiva interdisciplinar para atendimento humanizado. Na área acadêmica, possibilita uma análise crítica da prática do Assistente Social em clínicas de ensino, oferecendo subsídios para a formação de futuros profissionais e promovendo o desenvolvimento de diretrizes que garantam o respeito aos direitos dos usuários e proporcionando arcabouço teórico norteando futuros pesquisadores discentes em geral. 

No aspecto profissional, o assistente social tem um compromisso contínuo com o aprimoramento de sua prática, o que se reflete diretamente na qualidade dos serviços prestados nos espaços clínicos. Esse aprimoramento não apenas fortalece sua própria atuação, mas também contribui para a qualificação do trabalho das demais profissões que compõem a equipe interdisciplinar. Ao compartilhar saberes, promover debates e atuar de forma colaborativa, o assistente social favorece uma compreensão mais ampla e integrada das demandas sociais dos usuários. Essa troca de experiências e saberes fortalece as estratégias de cuidado e promove uma atuação mais sensível às desigualdades sociais, tornando o ambiente clínico um espaço de promoção de direitos e de escuta qualificada.

Além disso, sua atuação tem um papel formativo essencial, especialmente junto aos discentes e estagiários que passam pela clínica. O assistente social contribui significativamente para o processo de ensino-aprendizagem, proporcionando aos estudantes a vivência prática de situações complexas que envolvem saúde, assistência social e garantia de direitos. Ao introduzir conhecimentos atualizados sobre políticas públicas e metodologias de intervenção, favorece a formação crítica e ética desses futuros profissionais. Essa atuação educativa não se limita à reprodução de conteúdo teóricos, mas estimula a reflexão sobre a realidade social dos usuários e sobre os desafios enfrentados no cotidiano profissional, promovendo uma formação comprometida com a transformação social e com a consolidação de práticas mais justas e inclusivas.

A motivação para escolha do tema foi a partir da observação e prática do Estágio supervisionado onde se abriu passagem entre um atendimento e outro, e as diversas ações e intervenções vivenciadas neste espaço, permitiu um olhar sobre o objeto de maneira aproximada. Sendo Assim, a questão norteadora, visa saber como acontece a atuação do assistente social na Clínica-escola FAMETRO?

2 REFERENCIAL TEÓRICO 

2.1 Recortes históricos do Serviço Social na Política de Saúde no Brasil

Historicamente, a trajetória da saúde pública no Brasil revela um processo excludente e fragmentado, onde o acesso aos serviços era condicionado à inserção no mercado formal de trabalho, especialmente aos trabalhadores vinculados à previdência social. A lógica assistencial predominante era seletiva e voltada para a manutenção da força de trabalho, deixando à margem grande parte da população, especialmente os mais pobres, trabalhadores informais, desempregados e populações rurais. Essa exclusão refletia a concepção restrita de saúde, limitada à ausência de doenças e voltada para a produtividade econômica, em detrimento de uma visão ampliada que considerasse os determinantes sociais da saúde. A assistência integral à saúde era um direito negado a muitos, o que aprofundava as desigualdades sociais e regionais no acesso aos cuidados (Paulus Júnior; Cordoni Júnior, 2006).

Ainda segundo o pensamento de Paulus Júnior e Cordoni Júnior (2006) até a década de 1930, o foco das políticas de saúde pública recaía quase exclusivamente sobre ações de saneamento básico e combate a endemias, especialmente aquelas que representavam riscos à produtividade no setor agrário-exportador, base da economia nacional naquele período. A atuação do Estado era, portanto, mais voltada à proteção dos interesses econômicos do país do que à promoção do bem-estar da população. A saúde era tratada como uma questão técnico-sanitária e não como um direito social universal. Esse modelo excludente começou a ser questionado nas décadas seguintes, especialmente com o avanço dos movimentos sociais e sanitários, que reivindicavam a universalização do acesso à saúde e denunciavam as iniquidades do sistema. 

Conforme Bravos e Matos (2006) em meados de 1940, a Organização de Saúde elaborou um novo conceito de saúde, advindo dos Estados Unidos com ênfase no julgamento moral e “enfocando os aspectos biopsicossociais, determinou a requisição de outros profissionais para atuar no setor, entre eles o assistente social”.

Tal modelo agravava as condições de saúde e, “possuía pouca importância na agenda médica e sanitária, sendo considerado um problema de filantropia” (Araújo e Teixeira, 2018, p.1). Não havia responsabilidade do Estado, as políticas de saúde eram viabilizadas pelas instituições de caridade, a exemplo, as promovidas pelas damas de caridade.

Bravo e Matos (2006) destacam um aspecto crucial na análise da Política Nacional de Saúde no Brasil ao evidenciarem que, durante muito tempo, o foco do Estado esteve voltado para o incremento de recursos destinados à assistência médica vinculada à Previdência Social. Essa assistência, entretanto, era restrita à parcela da população formalmente inserida no mercado de trabalho, que resultava em uma cobertura limitada e desigual. Essa seletividade institucionalizada excluía milhões de brasileiros do acesso aos serviços de saúde, principalmente trabalhadores informais, desempregados, populações rurais e marginalizadas, evidenciando uma profunda contradição entre a crescente demanda social por saúde e o caráter restritivo do modelo adotado.

Bravo e Matos (2006) ainda destacam que embora houvesse um aumento nos investimentos públicos para a área da saúde, esses recursos não se traduziram em um sistema verdadeiramente universal. Nesse caso, o modelo de atenção era construído sobre uma lógica previdenciária e fragmentada, em que o acesso aos serviços estava condicionado à contribuição ao sistema previdenciário, o que resultava em exclusões sistemáticas e na perpetuação das desigualdades sociais. A seletividade da assistência médica reforçava a lógica de privilégio e restringia a saúde a um bem disponível apenas a determinados grupos sociais, desconsiderando sua dimensão como direito fundamental de todos os cidadãos.

A criação do Ministério da Educação e Saúde, em 1930, representou um avanço no sentido da centralização administrativa das políticas públicas de saúde no Brasil. Esse novo arranjo institucional possibilitou maior articulação entre as ações de saúde e educação, setores fundamentais para o desenvolvimento social. No entanto, como apontam Paulus Júnior e Cordoni Júnior (2006), essa centralização não resultou de imediato, em mudanças estruturais na forma de atendimento à população. O foco das ações do ministério permaneceu fortemente centrado no combate a epidemias e em medidas sanitárias de caráter coletivo, principalmente voltado à proteção da força de trabalho e ao controle de doenças que ameaçavam o crescimento econômico. 

Foi somente a partir do Plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia), lançado em 1948, que o governo brasileiro passou a destinar investimentos mais consistentes à área da saúde coletiva. O plano fazia parte de uma estratégia mais ampla de desenvolvimento nacional no pós-guerra e refletia a tentativa de modernização do país. Apesar dos avanços trazidos pelo SALTE em relação ao financiamento de ações estruturais, a assistência médica individual continuava sendo privilégio dos contribuintes da previdência social, reforçando a lógica excludente do sistema.

Em 1950 e 1960, a Previdência Social tornou-se a principal fonte de financiamento da assistência médica, atendendo apenas trabalhadores formais, o que revelava o papel político da saúde como controle social. Já nos anos 1970, as políticas de saúde se polarizaram: o Ministério da Saúde cuidava das ações coletivas, enquanto o INPS oferecia assistência aos segurados, aprofundando as desigualdades e incentivando a criação de hospitais privados com recursos públicos (Paulus Júnior; Cordoni Júnior, 2006).

A Reforma Sanitária, emergente nas décadas de 1970 e 1980, foi um movimento social e político que, durante a redemocratização, questionou as desigualdades e defendeu o direito à saúde como essencial à cidadania. Com a criação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) e o fortalecimento desse movimento, consolidou-se a luta por um sistema de saúde universal, o que culminou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS) na Constituição de 1988 (Paiva; Teixeira, 2014; Paulus Júnior; Cordoni Júnior, 2006).

A partir desse momento, a saúde começou a ser reconhecida como um direito e uma necessidade social, resultando em um modelo de cuidado que abrange a prevenção, promoção e recuperação da saúde (Lanza et al., 2012, p. 213). Esse modelo exige que diferentes profissionais trabalhem juntos de forma interdisciplinar, destacando a importância do assistente social.

O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal de, 1988 e regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (BRASIL, 1990), se baseia em princípios que orientam seu funcionamento. Um dos principais é a universalidade, que garante que todos os cidadãos tenham direito ao acesso aos serviços de saúde, sem discriminação. Outro princípio importante é a equidade, que busca eliminar as desigualdades no acesso à saúde, garantindo que as necessidades dos grupos mais vulneráveis sejam atendidas.

A Constituição Federal de 1988 formulou um novo conceito de saúde, afirmando no artigo 196 que: “a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visam à redução de risco de doenças e de outros agravos e acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção e recuperação” (BRASIL, 2006). Esse princípio representou um avanço na garantia dos direitos sociais, ao reconhecer a saúde como resultado de condições dignas de vida e não apenas como ausência de doença. Com isso, consolidou-se a base legal para a criação do SUS, pautado nos princípios da universalidade, integralidade e equidade.

Além disso, o SUS também se fundamenta no princípio da integralidade, que propõe um atendimento completo, abrangendo a promoção, a prevenção, o tratamento e a reabilitação da saúde (BRASIL, 1990). Esses princípios sustentam o SUS e mostram a importância de um sistema de saúde inclusivo, que atenda às necessidades de toda a população brasileira, promovendo um cuidado mais justo e eficaz.

A Lei 8.080 de 1990 e 10ª Conferência Nacional de Saúde reafirmou que o assistente social da área da saúde, atribui-lhe: “a intervenção junto aos fenômenos socioculturais e econômicos que reduzam a eficácia dos programas de prestação de serviços nos níveis de promoção, proteção e/ou recuperação da saúde” (Conselho Nacional de Saúde, 1997).

Na Lei n. 8662 de 1993, definem-se as competências e atribuições privativas do assistente social que representam tanto uma defesa da profissão na sociedade como um guia para a formação acadêmico-profissional. O que supõe uma formação profissional com um perfil crítico, fundado em rigorosa capacidade teórica, ético-político e técnico-prático voltado ao conhecimento da realidade e convivendo “com as expressões da questão social, matéria prima de seu trabalho nas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública” (Iamamoto, 2012).

O Sistema Único de Saúde (SUS) estabelece um espaço estratégico para a atuação do assistente social, ampliando e institucionalizando seu papel na promoção de um atendimento integral e equitativo. No SUS, o assistente social realiza acolhimento, triagem, orientação e mediação entre a população e o sistema de saúde, enfrentando desigualdades que afetam diretamente a saúde e o acesso a serviços essenciais (Lanza et al., 2012).

A atuação profissional é essencial para garantir uma visão ampliada de saúde, que considera as dimensões biopsicossociais do processo saúde-doença e vai além dos cuidados médicos, abrangendo aspectos sociais e culturais. A intersetorialidade é uma das estratégias centrais na atuação do assistente social, especialmente na atenção básica. Ela permite que o profissional conecte diferentes áreas, como saúde, educação, assistência social e habitação, oferecendo um atendimento mais completo e inclusivo (Sarreta, 2008).

Uma importante estratégia para a área da saúde é a intersetorialidade que se mostra como essencial para o Serviço Social nesse âmbito, isso permite “não só abordar os sintomas dos problemas de saúde, mas também tratar suas causas subjacentes, como dificuldades econômicas e habitacionais, promovendo uma resposta mais abrangente e sustentável” (Cavalcanti et al. ,2013, p. 193).

Nessa estrutura, o assistente social não se limita a responder às necessidades clínicas ou imediatas dos usuários. Segundo Branco e Farçadas (2012, apud Sousa, 2020, p. 21), “o assistente social intervém junto dos utentes que procuram cuidados de saúde por problemas clínicos, procurando reduzir os efeitos das condicionantes sociais na saúde individual ou no controle e recuperação da doença”. Essa intervenção envolve uma análise crítica das condições de vida do usuário, identificando como fatores como a desigualdade social, o acesso limitado a recursos e as condições de moradia impactam o processo de saúde e doença. O assistente social, portanto, trabalha para minimizar essas barreiras sociais, articulando recursos e serviços que promovam um cuidado mais holístico e eficaz, alinhado com os princípios da saúde integral e da justiça social.

Assim, o profissional vai além do atendimento pontual, analisando fatores econômicos, sociais e culturais que afetam diretamente a saúde da população e agindo para que esses aspectos sejam considerados no planejamento e execução das políticas de saúde. Sua atuação contribui para a construção de uma atenção mais integral, que reconhece as múltiplas dimensões da vida dos usuários. Dessa forma, fortalece-se uma abordagem intersetorial e humanizada no cuidado em saúde.

2.2 Instrumentos e técnicas utilizadas pelo Assistente no atendimento das demandas dos usuários

O Serviço social vem galgando seu espaço no decorrer da história, e por muito tempo vem sendo modificado a maneira de atuar. Todas as transformações ocorreram por meio de lutas por um espaço profissional que atendessem as necessidades profissionais de quem vive do trabalho. Não se trata de afirmar que não existam desafios, mas as conquistas até aqui alcançadas foram sempre pelo fortalecimento do Projeto Ético Político. Iamamoto (2012) enfatiza que o Serviço Social, enquanto profissão, é um ramo da divisão sociotécnica do trabalho com vinculação no âmbito da prestação de serviços sociais, o que exige do profissional maior capacidade teórica e técnica, já que vende sua força de trabalho. Isso significa que o assistente social não apenas aplica técnicas e conhecimentos em contextos específicos, mas também precisa estar constantemente atualizado e preparado para lidar com as complexidades das questões sociais e de saúde. 

A profissão exige uma reflexão crítica sobre as relações de poder e as condições estruturais que afetam os indivíduos e grupos, exigindo uma formação que combine saberes técnicos, conhecimentos das políticas sociais e uma postura ética comprometida com a promoção da justiça social. Essa abordagem permite que o assistente social atue de maneira eficaz e transformadora, considerando as especificidades dos contextos nos quais os usuários estão inseridos, e ampliando o impacto de suas intervenções no processo de cuidado.

Guerra (2000) esclarece que o assistente social pode dispor de um discurso de compromisso ético- político com a população, mas se não realizar uma análise das condições concretas vai reeditar programas e projetos alheios às necessidades dos usuários. É a capacitação permanente que possibilita ao profissional romper com a prática rotineira, acrítica e burocrática, e buscar, a partir da investigação da realidade a que estão submetidos os usuários dos programas e serviços. 

Em outro trabalho, Guerra (2009) explica que são nesses espaços que se definem as condições em que o profissional pode “vender livremente” sua força de trabalho no mercado, estabelecendo um vínculo assalariado. Esse vínculo é uma característica fundamental do modo de produção capitalista. A condição de trabalhador assalariado impõe ao profissional um grande desafio de conciliar o compromisso ético-político da profissão com as condições objetivas de trabalho oferecidas pela instituição empregadora.

A atuação do assistente social no Brasil é orientada por normas e legislações que garantem os direitos dos usuários dos serviços sociais. A Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993, é um marco nesse contexto, estabelecendo as competências e atribuições desses profissionais. Segundo essa legislação, os assistentes sociais são responsáveis pela elaboração, implementação e avaliação de políticas sociais em colaboração com órgãos da administração pública e privada. Além disso, sua função inclui oferecer orientação e encaminhamento a indivíduos e grupos, sempre com foco no bem-estar social e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade (BRASIL, 1993).

Durante sua práxis, o profissional incorpora métodos e técnicas que são essenciais para indagação, averiguação e análise dos dados coletados, durante a sua intervenção. Diversos, são os instrumentos que corroboram para uma melhor intervenção profissional. Dentre eles estão, as entrevistas, visita domiciliar, relatório e parecer técnico, mediação e acompanhamento em grupos de apoio, na observação e registros são utilizadas para coletar informações detalhadas sobre os usuários. 

A entrevista, um dos instrumentos mais utilizados pelos assistentes sociais, funciona como uma ferramenta de escuta qualificada, essencial para coletar informações detalhadas sobre o contexto social, econômico e familiar dos usuários. Por meio da entrevista, o assistente social consegue realizar um diagnóstico preciso das condições de vida, identificando fatores de vulnerabilidade ou risco social. Mioto e Lima (2009, p. 37) enfatizam que “as entrevistas viabilizam a obtenção de dados que ajudam a definir as intervenções a criarem um vínculo com o usuário”, favorecendo uma relação de confiança, fundamental para o processo de intervenção.

Outro instrumento significativo na prática do assistente social é a visita domiciliar, que permite observar diretamente as condições de vida dos usuários em seu ambiente doméstico onde a “a visita domiciliar é um recurso indispensável para a verificação in loco das condições socioeconômicas e relacionais dos indivíduos e suas famílias”, possibilitando uma análise mais aprofundada das necessidades sociais (Souza, 2012, p. 125). 

Na Clínica Fametro de acordo com o quadro a seguir o Assistente social utiliza seu saber fazer nos casos em que precisa intervir na realidade da população.

Quadro 1- Serviços oferecidos pelo Serviço Social

Diagnóstico Socioeconômico e Emissão de ParecerVisitas Técnicas e Visitas DomiciliaresEncaminhamento dos Usuários para a rede de Proteção SocialMonitoramento e Colaboração na Mediação de Conflitos

Fonte: Elaborado pelas autoras.

A elaboração de relatórios e pareceres técnicos é uma parte essencial e indispensável da rotina do assistente social, desempenhando um papel fundamental na sistematização das informações coletadas durante o atendimento aos usuários. Registrar e documentar as condições de vida, as intervenções realizadas e os resultados obtidos permitem que o profissional tenha um panorama claro e detalhado do processo de atendimento. Esses registros não apenas garantem a continuidade do acompanhamento, mas também proporciona uma visão crítica sobre a evolução dos casos, o que facilita a análise e adaptação das estratégias de intervenção conforme necessário. 

Como aponta Souza (2012, p. 124), “os estudos sociais são produzidos com o objetivo de documentar as condições de vida do usuário, servindo como base para a formulação de políticas e decisões institucionais”, evidenciando a importância dessa documentação como suporte para a construção de respostas eficazes e integradas.

Os relatórios técnicos, também fazem parte da rotina na Clínica, funcionando como estratégia para formalizar a análise da realidade social e fundamentar intervenções, contribuindo para a comunicação entre diferentes profissionais e instituições. O parecer técnico orienta decisões institucionais, embasa o acesso a benefícios sociais e propõe mudanças no atendimento aos usuários. A precisão, clareza e objetividade desses documentos são essenciais para garantir que os direitos dos indivíduos sejam respeitados.

A Clínica-escola atende a um público diverso, composto por indivíduos com diferentes realidades socioeconômicas, culturais e de saúde. Essa diversidade exige do assistente social uma abordagem personalizada, pois cada caso traz suas próprias especificidades. 

Ao lidar com uma gama de situações tão variadas, o profissional de Serviço Social realiza um estudo detalhado de cada caso, buscando compreender as necessidades particulares de cada usuário. Esse processo envolve uma escuta atenta e a coleta de informações que possibilitem entender o contexto social, familiar e psicológico, para, assim, propor intervenções adequadas às particularidades de cada indivíduo.

Após compreender as especificidades de cada situação, o assistente social realiza os encaminhamentos necessários, sempre em consonância com as políticas públicas disponíveis e a rede de apoio social. Essa prática requer uma visão crítica e sensível, considerando as vulnerabilidades dos usuários e buscando soluções que visem o fortalecimento de suas condições de vida. O trabalho do assistente social, não se limita ao atendimento imediato, mas se estende à construção de estratégias que considerem o contexto de cada usuário, promovendo o acesso aos direitos sociais de forma eficaz e individualizada.

No local o assistente social atua como mediador, pois a mediação é outro instrumento central na prática do assistente social, funcionando como um elo entre as necessidades dos usuários e as respostas das instituições.  A “a mediação é um dos instrumentos centrais no trabalho do assistente social, pois ele atua como intermediário entre as necessidades dos usuários e a resposta das instituições” (Souza, 2012, p. 126). Ao mediar conflitos ou negociações, o assistente social busca garantir que os direitos dos usuários sejam respeitados, promovendo a articulação entre diferentes setores da sociedade.

Por último, acompanham também os grupos de apoio visando fortalecer os laços sociais e promover a troca de experiências entre indivíduos que enfrentam situações semelhantes. Santos (2013) observa que o trabalho com grupos é uma maneira de promover a socialização, a troca de vivências e o empoderamento dos participantes, permitindo que eles se reconheçam como parte de uma rede de apoio mútuo. O acompanhamento grupal não apenas oferece suporte emocional, mas também fomenta a criação de estratégias coletivas para enfrentar dificuldades.

Nesse espaço o profissional assistente social não se limita a aplicar os instrumentos de maneira técnica, mas sempre procura refletir sobre os contextos em que atua, e busca novas formas de promover a justiça social e o bem-estar da população atendida, pois, “quanto maior o conhecimento teórico, mais amplo será a cadeia de mediações e maiores as possibilidades encontradas para a intervenção” (Santos, 2013, p. 1).

Menezes e Moura (2018) afirmam que:

[…] a instrumentalidade do Serviço Social é uma propriedade da profissão que possibilita o atendimento das demandas e o alcance dos objetivos profissionais. Por meio da instrumentalidade, os profissionais objetivam a sua intencionalidade em respostas profissionais, modificando as condições objetivas e subjetivas. Dessa forma, a instrumentalidade é condição necessária do processo de trabalho do Assistente Social (p.11).

Vale ressaltar, na Clínica, o domínio dos instrumentos técnicos é importante, mas capacidade de adaptá-los às especificidades de cada caso, sempre tem objetivo maior, o de promover uma sociedade mais justa e igualitária, daquelas comunidades atendidas no local.

Nessa lógica, Raichelis (2010) explica que preciso analisar as formas de enfrentamento do capital às suas crises de acumulação, visto por que,

[…] aprofundam e agravam as manifestações da questão social, mas também desencadeiam respostas da sociedade e do conjunto das classes trabalhadoras em seu movimento de resistência e defesa de direitos conquistados historicamente. De um lado, observa se o processo de destituição de direitos no rastro da reforma conservadora do Estado e da economia, que desencadeia um crescente e persistente processo de sucateamento dos serviços públicos, o que está em curso é o esvaziamento da própria noção de direitos relacionado a uma suposta desnecessidade de tudo que é público e estatal (755-756).

Diante dessa afirmação, a questão social decorre da reestruturação de produção e a adoção das medidas neoliberais e os Instrumentos e técnicas utilizadas pelo Assistente Social no atendimento das demandas dos usuários sofre impacto, já que intervém por meio deles para galgar políticas sociais, sendo que elas estão cada vez mais minimizadas pelo ajuste do modelo produtivo. 

Os Instrumentos e técnicas utilizadas pelo Assistente Social na Clínica, configuram-se num conjunto dialético articulado que são constantemente aperfeiçoadas, em decorrência “da exigência de adequação diante das transformações da realidade e de atendimento das mais diversificadas necessidades sociais postas na sociedade capitalista” (Santos 2010 p.50).

2.3 Principais desafios enfrentados pelo (a) assistente social nas ações diárias da Clínica.

O assistente social é um profissional que lida com as questões sociais em suas diversas formas, abordando a falta de recursos, moradia e serviços de saúde, especialmente no contexto socioeconômico e ocupacional. Esse processo se mantém presente também nas esferas privadas, como nas instituições de ensino superior, onde o profissional contribui na prestação de serviços voltados ao bem-estar e à inclusão social dos indivíduos.

A Clínica Multiprofissional da FAMETRO é de cunho privado e atua oferecendo serviços de Psicologia, Fonoaudiologia, Nutrição, Fisioterapia e Serviço Social à comunidade em geral. Os acadêmicos têm a possibilidade de realizarem seu Estágio Supervisionado, no qual, podem aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula, desenvolvendo habilidades prática em um ambiente real de atendimento.

O assistente social trabalha na realização da triagem, orientações diversas; discutir as demandas e particularidades com os responsáveis técnicos da clínica. Nesse sentido, a Clínica desempenha um papel essencial na sociedade e na comunidade ao oferecer serviços de qualidade, tanto para a formação dos alunos quanto para o atendimento à população. A clínica proporciona através da prática de estágios supervisionados para aplicação prática dos conhecimentos adquiridos, pelos acadêmicos.

Na clínica, o Serviço Social atua como porta de entrada para os demais serviços, utilizando ferramentas como entrevistas e questionários socioeconômicos para identificar as necessidades de atendimento imediato. Esse processo se baseia na premissa de que a compreensão plena não é alcançada de forma isolada por um único profissional ou setor, mas sim por meio da colaboração e interação entre diversos profissionais e setores.

O Serviço Social tem como objetivo acolher os usuários, realizar a triagem conforme os critérios da política de atendimento das Clínicas Fametro, orientar sobre diversas demandas, encaminhar providências e oferecer orientação social a indivíduos, grupos e à população. O atendimento pode ocorrer por demanda espontânea, quando o usuário busca o serviço diretamente, ou por encaminhamentos internos para docentes, discentes e colaboradores da Fametro. Os tipos de atendimento incluem acolhimento e orientação sobre as demandas, triagem, entrevistas, contatos institucionais, emissão de parecer social, estudos socioeconômicos para concessão de benefícios, esclarecimentos sobre recursos socioassistenciais e encaminhamentos a recursos institucionais e comunitários. 

O público atendido na Clínica é composto por usuários internos e externos. Para atender às demandas, o Serviço Social desenvolve atividades com o objetivo de acolher os usuários, realizar a triagem conforme os critérios estabelecidos pela política de atendimento da Clínica Fametro e discutir as necessidades com os responsáveis técnicos. Através de uma metodologia de diagnóstico social, o Serviço Social avalia se o usuário se encaixa no perfil de atendimento da clínica. 

O profissional ainda é responsável por compartilhar saberes no contexto do estágio que “se constitui no instrumento fundamental na formação da análise crítica, capacidade interventiva, propositiva e investiga do estudante e dos direitos sociais” (Política Nacional de Estágio, 2010, p. 11). Nessa fase o discente vivencia a realidade e atua sobre ela de maneira supervisionada pelo Assistente Social, contemplando ao aluno e ao docente, um trabalho de cooperação e partilhamento de saberes.

O Estágio supervisionado no curso de Serviço Social, segundo a Política Nacional de Estágio (2010, p.10) tem como primazia, a oportunidade de o discente se conectar de maneira célere “entre o conhecimento teórico-metodológicos e o trabalho profissional, capacitação técnico-operativo e o desenvolvimento de competências necessárias ao exercício da profissão”.

 A prática profissional também “depende da análise e do compromisso que os profissionais têm com a realidade vivenciada, com suas intenções políticas em busca da qualidade de vida e da consolidação dos direitos sociais” (Cardoso, 2008, p18).

O trabalho profissional, capacitação técnico- operativo e o desenvolvimento de competências necessárias ao exercício da profissão. A prática profissional também “depende da análise e do compromisso que os profissionais têm com a realidade vivenciada, com suas intenções políticas em busca da qualidade de vida e da consolidação dos direitos sociais” (Cardoso, 2008, p18).

Nestes termos, o assistente social, precisa de preparo técnico para lhe dar com a população, pois isso proporciona observar o outro de maneira sensível. Esse movimento de querer conhecer promove significativa compreensão das nuances e desafios do serviço social. Além disso, a experiência proporcionada pelo estágio permite desenvolver habilidades técnicas e comportamentais na prática. 

Esse processo integra as atividades realizadas pelos profissionais na Clínica, com o objetivo de proporcionar um atendimento humanizado e eficaz aos usuários. Ele começa com o acolhimento, onde o profissional estabelece uma conexão inicial, buscando entender as necessidades e dificuldades dos pacientes. Em seguida, é realizada a triagem, que consiste em classificar as demandas conforme a urgência e a relevância, garantindo um atendimento adequado e prioritário.

Além disso, o processo envolve a orientação dos usuários em relação às diversas demandas, fornecendo informações claras sobre os serviços disponíveis e os encaminhamentos necessários. Também se destaca a importância das discussões constantes entre os profissionais da clínica, incluindo a análise das demandas específicas e as particularidades de cada caso com os responsáveis técnicos. Esse espaço colaborativo permite ajustes nas abordagens de intervenção, promovendo um cuidado mais integral e personalizado.

Um dos principais desafios no cotidiano do assistente social está relacionado à complexidade das demandas dos usuários, que muitas vezes envolvem situações de vulnerabilidade social, como desemprego, violência doméstica, dificuldades de acesso a políticas públicas básicas, dentre outras. Tais questões exigem do profissional não apenas conhecimento técnico, mas também sensibilidade e estratégias de intervenção que nem sempre podem ser aplicadas de forma imediata, devido às limitações do próprio sistema de saúde.

A interdisciplinaridade, embora seja um ponto positivo no contexto da clínica-escola, também pode representar um desafio. Muitas vezes, há desconhecimento ou subvalorização do papel do assistente social por parte de outros profissionais da saúde, o que dificulta o trabalho conjunto e o reconhecimento da importância das ações sociais no tratamento integral dos pacientes.

Além disso, o assistente social lida com o desafio constante de conciliar o caráter educativo da clínica FAMETRO, com as urgências da prática profissional. Como local de formação, a clínica precisa garantir um ambiente de aprendizagem para os estudantes de Serviço Social, o que exige do profissional um duplo papel: atender as demandas sociais dos usuários e supervisionar, orientar e acompanhar o aprendizado dos estagiários.

Por fim, elencam-se os fatores psicológicos e emocionais no enfrentamento do dia a dia, especialmente da impotência diante de determinadas situações que fogem à alçada institucional. O desgaste mental pode ser intenso, exigindo do profissional estratégia de cuidado de si e suporte institucional, que nem sempre estão disponíveis.

3 METODOLOGIA

O trabalho teve como método o materialismo histórico-dialético, tipo de pesquisa explicativa, de natureza quanti-qualitativa por meio de coleta de dados de levantamento bibliográfico e documental, cuja fonte de dados, os livros, artigos, dissertações e site do Senado federal, com a utilização da técnica de análise de dados- análise de conteúdo para a identificação dos principais desafios enfrentados pelo (a) assistente social nas ações diárias do espaço estudado. Esse processo, pois por intermédio dessa experiência, analisou-se como acontece a atuação profissional na Clínica.

Para analisar a atuação do (a) assistente social na Clínica FAMETRO, foi adotada a revisão bibliográfica e pesquisa documental. A revisão bibliográfica é vista como aquela que proporciona o embasamento teórico necessário para compreensão da atuação profissional no contexto da saúde, “utiliza fontes bibliográficas ou material elaborado (Carvalho et al., 2019, p. 37).

A pesquisa documental foi essencial para complementar à análise teórica. De acordo com Lakatos e Marconi (2017, p. 10), essa modalidade de pesquisa “baseia-se no exame de documentos diversos, como relatórios, cartas, registros oficiais, fotografias e outros materiais que possam fornecer dados relevantes ao estudo” presume relevantes para analisá-los. Na pesquisa documental os documentos são analisados de maneira sistemática, permitindo a extração de informações que subsidiam a construção do conhecimento científico oferecendo dados sobre as particularidades do contexto institucional e as demandas dos profissionais no seu cotidiano.

O método utilizado foi o materialismo histórico-dialético, conforme Tiozoni-Reis (2020) esse procedimento, permite entender como as condições sociais, históricas e econômicas influenciam o trabalho do assistente social e as relações dentro da clínica. A análise buscou identificar práticas profissionais e relações de poder, visando compreender como o trabalho do assistente social está conectado com as desigualdades sociais e como ele pode contribuir para transformá-las.

A abordagem adotada foi qualitativa, que conforme Apollinário (2004, apud Carvalho et al., 2019, p. 29), “lida com fenômenos: prevê a análise hermenêutica dos dados coletados”. Esse tipo de abordagem permite uma compreensão profunda do contexto dos profissionais e dos significados que atribuem às suas práticas.

A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo, conforme descrito por Carvalho et al. (2019, p. 29), que afirmam que essa técnica “possibilita tanto a compreensão como a interpretação do fenômeno”. Esse método possibilitou identificar temas e categorias emergentes, proporcionando uma compreensão profunda do conteúdo analisado e permitindo a interpretação dos significados subjacentes às mensagens presentes no material.

A combinação de revisão bibliográfica e pesquisa documental permitiu uma análise abrangentes do tema, fornecendo uma base teórica sólida e dada empíricos relevantes que enriqueceram a compreensão da atuação profissional do assistente social, alinhado ao método histórico-dialético. 

O presente artigo também é fruto das experiências adquiridas durante o estágio supervisionado em Serviço Social, realizado na Clínica FAMETRO. As vivências no campo contribuíram para aprofundar a análise teórica e prática da atuação profissional, permitindo uma aproximação crítica da realidade estudada e fortalecendo o embasamento da pesquisa.

Através de uma visão aprofundada e estruturada do trabalho profissional da Clínica, permitiu a identificação do saber fazer junto aos alunos em processo de desenvolvimento, a outras profissões e a comunidade. A partir dessa base, a pesquisa está preparada para discutir os resultados obtidos de acordo com a realidade vivenciada no espaço onde o assistente social acolhe, orienta, ensina e acompanha o processo de formação.

 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho do assistente social na Clínica-escola FAMETRO é fundamental para garantir que os direitos sociais dos usuários sejam respeitados e para promover uma atenção integral à saúde. Ao atuar de maneira interdisciplinar, o profissional de Serviço Social exerce um papel crucial na identificação das necessidades sociais que afetam o bem-estar dos pacientes, como dificuldades financeiras, falta de acesso a serviços essenciais ou questões relacionadas à habitação e trabalho. 

Tal abordagem permite que as intervenções não se limitem apenas à dimensão clínica, mas considerem também os determinantes sociais da saúde, oferecendo um cuidado mais amplo e eficaz. A atuação do assistente social vai além do atendimento imediato, ao promover o vínculo entre as políticas públicas e os usuários, contribuindo para a inclusão social e a redução das desigualdades.

Além disso, o assistente social na Clínica-escola desempenha um papel essencial na articulação entre os diversos serviços e redes de apoio, como saúde, educação, assistência social e justiça. Essa integração é fundamental para garantir que as necessidades dos pacientes sejam atendidas de forma holística, oferecendo-lhes acesso não apenas a tratamentos médicos, mas também a recursos e serviços que possam melhorar sua qualidade de vida. Ao estabelecer essa conexão entre diferentes áreas, o assistente social facilita a continuidade do cuidado e o acesso a benefícios e programas sociais, promovendo uma rede de suporte que fortalece a autonomia dos usuários e a eficácia das intervenções. Dessa maneira, o trabalho do assistente social na clínica contribui para a construção de um modelo de saúde mais inclusivo e justo, alinhado com os princípios da equidade e universalidade.

A ausência de uma integração direta com redes públicas, como o Sistema Único de Saúde (SUS), limitando o alcance das intervenções e restringindo o acesso dos usuários a direitos garantidos por lei. Netto (1999) enfatiza que intersetorialidade é fundamental para que no Serviço Social efetive direitos sociais e enfrente as desigualdades estruturais que marcam o Brasil.

As maiores vulnerabilidades apresentadas pelos usuários estão relacionadas à “falta de acesso às políticas públicas de saúde e assistência social, sendo pessoas de baixo poder econômico, o que as torna vulneráveis”. Esse cenário reforça o papel essencial do Serviço Social em criar estratégias de mediação e articulação para conectar os usuários a serviços e direitos, mesmo em um contexto privado.

Os instrumentos e técnicas profissionais utilizadas no atendimento das demandas dos usuários na prática cotidiana do Serviço Social na instituição estudada são marcados pela utilizadas de diversos instrumentos técnicos e metodológicos. Entre os recursos observados está à ficha de atendimento social, ficha de entrevista socioeconômica, escuta qualificada, observação, encaminhamentos, visitas domiciliares e relatórios sociais. Esses instrumentos constituem o núcleo técnico-operativo do trabalho do assistente social, permitindo a compreensão das demandas dos usuários e a formulação de estratégias para enfrentá-las.

Os instrumentos técnicos e metodológicos utilizados no local refletem a complexidade e interdisciplinaridade do trabalho do assistente social. Esses recursos permitem que o profissional realize diagnósticos precisos, intervenções eficazes e um acompanhamento contínuo das demandas sociais. 

A ausência de prontuários e outras ferramentas estruturais limita a potencialidade das ações, apontando para a necessidade de melhorias na infraestrutura e nos processos organizacionais. O domínio desses instrumentos, aliado a uma análise crítica das condições concretas dos usuários, é essencial para que o Serviço Social cumpra seu papel na promoção da equidade e na garantia dos direitos sociais.

Durante a realização deste estudo, foi possível identificar que, apesar da relevância da atuação do assistente social, ainda existem diversos desafios a serem superados no cotidiano da clínica-escola. Um dos principais obstáculos é a limitação de recursos materiais e humanos, que frequentemente impacta a qualidade do atendimento e a capacidade do profissional de atender adequadamente as necessidades dos usuários. 

Outro desafio significativo identificado é o desconhecimento, por parte de alguns profissionais da saúde, sobre o papel do Serviço Social e as contribuições que esse profissional pode trazer para a abordagem das questões sociais que influenciam a saúde dos pacientes. Esse distanciamento entre as áreas pode gerar um ambiente de trabalho fragmentado, dificultando a articulação necessária para o atendimento intersetorial eficaz. 

Além disso, existe uma constante necessidade de conciliar a prática profissional com a formação de estagiários, o que demanda um equilíbrio cuidadoso entre a supervisão pedagógica e o atendimento aos usuários. Esse processo de formação requer do assistente social dedicação, tempo e esforço, pois é necessário atender às demandas acadêmicas dos estagiários sem prejudicar a qualidade do serviço prestado na clínica.

O desenvolvimento do estudo foi de grande relevância para a pesquisa acadêmica, uma vez que permitiu compreender, de forma aprofundada, os desafios, as potencialidades e as especificidades da atuação profissional no campo da saúde, no contexto de uma clínica-escola. Estudar essa realidade contribui não apenas para o aprimoramento da formação dos futuros assistentes sociais, como também para o fortalecimento das práticas de estágio supervisionado e da interdisciplinaridade no ensino superior. 

A pesquisa sobre essa temática permite uma reflexão crítica e aprofundada sobre as condições de trabalho no campo do Serviço Social, especialmente no contexto da saúde, revelando as dificuldades e desafios enfrentados pelos profissionais na execução de suas atividades. Além disso, ela destaca a importância do reconhecimento do Serviço Social dentro das instituições de saúde, considerando a sua função essencial para a promoção da saúde integral e o atendimento das demandas sociais dos pacientes. 

O estudo evidencia também evidencia a urgência de políticas institucionais que assegurem um ambiente de trabalho ético, qualificado e comprometido com a defesa dos direitos sociais, garantindo que os assistentes sociais possam atuar de maneira eficaz e com o respaldo necessário para enfrentar as complexidades do sistema de saúde.

Dessa forma, esse estudo, ao promover o diálogo entre teoria e prática, não só enriquece o campo acadêmico, mas também fortalece a produção de conhecimento na área do Serviço Social, permitindo que novas abordagens e estratégias sejam desenvolvidas para responder às necessidades emergentes da sociedade. Ao abordar questões estruturais e operacionais, a pesquisa contribui para a construção de um Serviço Social mais eficiente e alinhado com as realidades e demandas contemporâneas.

Vale ressaltar, que isso não só impacta positivamente a formação dos futuros profissionais, mas também aprimora a prática cotidiana dos assistentes sociais, tornando sua atuação mais incisiva, integrada e capaz de promover mudanças significativas no campo da saúde e da assistência social.

Outro ponto importante evidenciado foi à complexidade das demandas trazidas pelos usuários, que muitas vezes extrapolam o espaço da saúde e exigem estratégias de enfrentamento que envolve a rede de proteção social mais ampla. Assim, o assistente social precisa estar preparado tecnicamente, mas também politicamente, para defender os direitos dos sujeitos atendidos e buscar soluções criativas diante das limitações institucionais.

Portanto, conclui-se que o trabalho do assistente social na Clínica Fametro vai muito além de encaminhamentos e orientações. Trata-se de uma prática crítica, comprometida com a transformação social e com a formação ética e técnica de novos profissionais, que acompanham esse processo através do estágio supervisionado. Reafirma-se, assim, a importância de fortalecer as condições de trabalho e de ampliar o reconhecimento institucional do Serviço Social como parte indispensável no cuidado em saúde.

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1Graduando (a) do Curso de Bacharelado em Serviço Social da FAMETRO. E-mail: santosclarafrancisca@gmail.com
2Graduando (a) do Curso de Bacharelado em Serviço Social da FAMETRO. E-mail: correamonique592@gmail.com
 3Graduando (a) do Curso de Bacharelado em Serviço Social da FAMETRO. E-mail: fatimapaiva358@gmail.com
 4Orientador (a) do TCC, Graduado (a) em Serviço Social e Mestre em Serviço Social e Sustentabilidade da Amazônia