ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO DE QUEDAS EM IDOSOS

PHYSIOTHERAPEUTIC PERFORMANCE IN THE PREVENTION OF FALLS IN THE ELDERLY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411292111


Denise Kotoski Bauer Braescher Santos1; Jackson Luiz Ignácio dos Santos2; Silvana Franco de Morais3


RESUMO

O envelhecimento é acompanhado por modificações fisiológicas, psicológicas, morfológicas e bioquímicas. O processo de envelhecimento é caracterizado pela redução da capacidade, diminuição da força, flexibilidade, equilíbrio e marcha, deixando o idoso mais suscetível a quedas. Objetivo: deste estudo é identificar entre as áreas de atuação da fisioterapia, alguns métodos realizados na prevenção, avaliar os fatores de riscos extrínsecos e intrínsecos e apresentar ações de intervenções fisioterapêuticas para evitar o risco de quedas em idosos.  Método: Trata-se de uma revisão de literatura. A coleta foi realizada por meio de artigos publicados entre 2019 e 2024, nas bases de dados Google Scholar, SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Resultado O Fisioterapeuta possui conhecimento necessários para orientação, atuando de forma preventiva e orientando as formas seguras de prevenir os riscos de quedas, proporcionando melhor qualidade de vida e melhora nas realizações das atividades de vida diárias (AVD´s), corroborando para a sua maior autonomia. Conclusão: A fisioterapia exerce um papel importante na prevenção de quedas, visando a melhoria da capacidade funcional, proporcionando maior independência ao idoso. 

Descritores: Envelhecimento; Queda; Fisioterapia e Prevenção.

ABSTRACT 

Aging is accompanied by physiological, psychological, morphological and biochemical changes. The aging process is characterized by reduced capacity, decreased strength, flexibility, balance and gait, leaving the elderly more susceptible to falls. The objective of this study is to identify, among the areas of physical therapy, some methods carried out in prevention, to evaluate extrinsic and intrinsic risk factors and to present actions of physical therapy interventions to avoid the risk of falls in the elderly.  Method: This is a literature review. The collection was carried out through articles published between 2019 and 2024, in the Google Scholar, SciELO (Scientific Electronic Library Online) and VHL (Virtual Health Library) databases. Result The Physiotherapist has the necessary knowledge for guidance, acting in a preventive way and guiding safe ways to prevent the risks of falls, providing a better quality of life and improvement in the performance of activities of daily living (ADLs), corroborating their greater autonomy. Conclusion: Physical therapy plays an important role in the prevention of falls, aiming to improve functional capacity, providing greater independence to the elderly. 

Keywords: Aging; Fall; Physiotherapy and Prevention.

INTRODUÇÃO

O Estatuto do Idoso Lei n° 10.741 de 1° de outubro de 2003 define como idoso a pessoa com 60 anos ou mais. No Brasil a população de idosos apresenta levado crescimento, estima-se que até 2025 terá mais de 30 milhões de idosos no Brasil (RODRIGUÊS; HOMEM, 2021).

O envelhecimento é um processo progressivo e natural, caracterizado por um conjunto de alterações psicológicas, morfológicas, bioquímicas e fisiológicas, deixando o indivíduo mais vulnerável e suscetível a patologias (FARIAS et al., 2022).

O envelhecimento é um processo involuntário, que provoca perda de massa e força muscular decorrente da sarcopenia, perda estrutural e funcional progressiva no organismo, quais fatores de risco levam a perda de autonomia e aumenta nos riscos de quedas (LOPES; ANDRADE, 2022).

A queda tem como causa circunstância extrínsecas e intrínsecas que comprometem a instabilidade do indivíduo. Para Reis e Ferreira (2022), fatores extrínsecos seriam condições de infraestrutura e intrínsecos, como déficit cognitivo, perda da força, alterações da marcha e equilíbrio. 

Para Lopes e Andrade (2022), quanto maior a vulnerabilidade dos idosos, maior perigo de quedas no ambiente domiciliar. As principais deficiências encontradas no domicilio é falta de barras de apoio, tapetes antiderrapantes, pisos escorregadios ou irregulares e iluminação insuficiente.

A queda vem sendo um fator preocupante, podendo levar a incapacidade, causando lesões, levando a hospitalizações, gerando traumas e mortes em idosos. Cerca de um terço dos idosos sofrem quedas duas vezes ao ano, 30% que caem direta ou indiretamente morrem por causa da queda. Metade das pessoas que sobrevivem dependem do cuidado de outras pessoas (LOPES; ANDRADE, 2022).

A prática da atividade física, diminui o risco de quedas, melhora a capacidade funcional e consequentemente traz melhoria da qualidade de vida. Várias são as modalidades de exercícios que visam a melhoria da saúde do idoso, entre eles está o método Pilates, criado por Joseph Pilates, no início do século XX. O princípio do método são respiração, concentração, fluidez nos movimentos, traz estabilidade do centro do corpo e maior controle muscular, contribuindo para melhor desempenho funcional (AQUINO; LIMA; FILHO, 2023).

Com realização da atividade física podemos observar vários benefícios, como a melhoria do bemestar, pois auxilia no controle das mudanças ocorridas pelo processo de envelhecimento, promovendo a independência e autonomia nas atividades do cotidiano (LEITE et al.,2022).

A hidroginástica tem benefícios terapêutico, a água possui uma propriedade física chamada viscosidade, permite com que os movimentos sejam realizados lentamente, permitindo que o idoso realize os exercícios sem gerar lesões ou sofrer quedas, auxiliando a manter a postura (BECKMAN et al.,2022).  

Este estudo também identifica, as condições relacionadas a ocorrência de queda, bem como estratégias, fatores de risco e os efeitos da intervenção fisioterapêutica na prevenção de queda em idosos. Idosos que ao longo da vida se mantém ativos apresentam diversos ganhos a saúde, melhorando sua capacidade muscular. 

O fisioterapeuta atua identificando as causas, e estabelecendo possíveis estratégias preventivas para reduzir a queda em idosos. Utilizando a avaliação funcional, para identificar os déficits e assim buscar parâmetros e melhor intervenção fisioterapêutica nas quedas em idosos. É fundamental para a promoção da saúde do idoso, que a fisioterapia juntamente com a equipe multidisciplinar, atuem para melhorar a qualidade de vida dessa população (SEABRA,2019).

Com base nos estudos revisados, a fisioterapia apresenta um papel de suma importância na prevenção de queda em idosos, contribuído para um processo de envelhecimento ativo, proporcionando autonomia e melhor qualidade de vida a essa população. A fisioterapia pode ser introduzida em programas de reabilitação, prevenção de doenças e promoção da saúde (JUNIOR, 2010).

A atuação fisioterapêutica na prevenção de queda em idosos, tem como intuito melhorar a capacidade funcional, a força muscular, a flexibilidade, a marcha e o equilíbrio, trazendo mais independência e funcionalidade nas atividades de vida diárias (AVD´s). O direcionamento de exercícios de fortalecimento traz benefícios para o dia a dia do idoso.

O principal objetivo da fisioterapia é preservar e restaurar a função, autonomia e independência do idoso. De acordo com as evidências encontradas nas literaturas, observamos a relevância da atuação fisioterapêutica na prevenção de queda em idosos, sendo que este grupo ocupa o primeiro lugar das internações, além de corresponder a terceira colocação nos óbitos em pacientes com mais de 60 anos (REIS; FERREIRA,2022).

Objetivo Geral

Registrar a importância da atuação fisioterapêutica na prevenção de quedas em idosos.

Objetivos Específicos: 

– Identificar entre as áreas de atuação da fisioterapia os métodos realizados na prevenção do risco de quedas em idosos;

– Avaliar os fatores de riscos extrínsecos e intrínsecos para prevenir o risco de quedas;

– Apresentar ações de intervenções para evitar o risco de que de quedas.

METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura sistemática. Para que o trabalho apresente consistência teórica foi utilizado as bases de dados Google Acadêmico, Scielo (Scientific Eletronic Library Online), BVS (Biblioteca Virtual em Saúde).

Para esta revisão, foi realizado busca por artigos dos últimos 5 anos, 2019 a 2023. Foi identificado, na maioria dos estudos, a importância da intervenção fisioterapêuticas na prevenção de quedas em idosos, foram selecionados 10 artigos que tivessem como objetivo a fisioterapia no tratamento e prevenção de queda em idoso e excluídos artigos duplicados e que não tinham relevância com os critérios de inclusão. Dessa forma, foram realizadas as leituras dos artigos, que apresentavam como objetivos as intervenções fisioterapêuticas, bem como as estratégias, junto as causas e fatores de riscos, para a prevenção de quedas em idosos. 

Os artigos foram selecionados a partir dos seguintes Descritores em Ciência e Saúde (DeCS): envelhecimento, queda, fisioterapia e prevenção. A literatura cientifica utilizada tem origem em artigos com idiomas em português e inglês.

Após ser realizada a busca, os materiais que atenderam aos critérios de inclusão foram analisados. O resumo foi organizado de forma em uma tabela, compostos por: nome do autor e ano de publicação, título, objetivo, resultados obtidos e conclusão. 

RESULTADOS E DISCUSSÃO   

Com base nas pesquisas das bases de dados foram encontrados: 978 estudos no total. Google acadêmico – 946, SCIELO – 15, BVS – 17. Sendo selecionados 10 artigos que estavam de acordo com o critério de inclusão: 5 artigos na SCIELO, 3 artigos na BVS e 2 artigos no GOOGLE ACADÊMICO, onde contemplavam o objetivo deste estudo, como é mostrado na figura 1.

FIGURA 1. Fluxograma das bases de dados.

Fonte: Base de dados, 2024.

Tabela 1: Artigos analisados na revisão

AUTOR/ ANOOBJETIVOAMOSTRARESULTADOS CONCLUSÃO
Fioritto et al, (2020)Estimar a prevalência do risco de queda e fatores associados.Estudo transversal com 339 idosos. O risco de queda foi avaliado pelo Teste Timed Up and Go categorizado em baixo (<10 segundos), moderado (1120 segundos) e alto (>20 segundos). Os sintomas de ansiedade e depressão, medo de cair, capacidade funcional para atividades instrumentais de vida diária e força de preensão palmar foram avaliados pelo Patient Health Questionnaire, Falls Efficacy Scale – Internacional – Brasil, Escala de Lawton e Brody e dinamômetro manual JAMAR,respectivamente.  A prevalência de baixo, moderado e alto risco de queda foi de 36%, 43,7% e 20,3%, respectivamente. As variáveis associadas ao moderado risco de queda foram sexo feminino, idade entre 71-80 anos e >80 anos. O estudo evidenciou alta prevalência de moderado e alto risco de queda. Com exceção da idade avançada, os fatores associados ao moderado e alto risco foram distintos.
Araújo et al, (2019).Investigar a frequência de quedas, os fatores clínicos e físicofuncionais associados às quedas e à acurácia desses fatores para identificar risco de cair em idosos com déficit cognitivo.Estudo transversal com idosos com déficit cognitivo identificado no Mini-Exame do Estado Mental. Variável dependente: histórico de queda nos 6 meses anteriores. Sendo 216 idosos com déficit cognitivo foram incluídos nas análises.Os idosos com déficit cognitivo presentaram alta frequência de quedas. As queixas de déficit visual, desequilíbrio corporal e poli farmácia foram preditoras de quedas.
Silva et al, (2019).Avaliar a efetividade de uma intervenção múltipla para a prevenção de quedas em idosos participantes de uma Universidade Aberta à Terceira IdadeEstudo quase experimental, não controlado, de caráter longitudinal e quantitativo. Foram alocados 69 idosos em três grupos: Controle (GC), Exercício Físico (GEF) e Intervenção Múltipla (GIM). Os instrumentos/testes utilizados foram: questionário sociodemográfico, Escala de Depressão Geriátrica (15-itens), Mini exame do Estado Mental, Timed Up and Go (TUG), Levantar e Sentar da Cadeira e Força de Preensão Palmar, Falls Efficacy Scale- International e Falls Risk Awareness Questionnaire (FRAQ). Os grupos GEF e GIM foram submetidos ao treinamento físico (caminhada, resistência muscular e equilíbrio) por 16 semanas (duas vezes por semana, 60 min/sessão).    Cinquenta e uns idosos [67 (±6,2) anos; 76,3% mulheres], sendo 15 do GC, 20 do GEF e 16 do GIM concluíram o estudo. Ambos os grupos intervenção reduziram o tempo do TUG, mas somente o GIM melhorou a pontuação da FRAQ. Ambas as intervenções tiveram efeito pequeno no tempo do TUG, enquanto a intervenção múltipla apresentou efeito grande na FRAQ.
Rosa et al, (2019).Identificar o perfil demográfico, clínico, o contexto de risco e da ocorrência de queda em idosos institucionalizados; analisar a associação da classificação de risco de cair de Morse Fall Scale na versão brasileira (MFS-B) e a ocorrência de quedas em idosos institucionalizados.Estudo de coorte, em duas instituições de longa permanência para idosos no município de Porto Alegre-RS, Brasil. A amostra foi composta por 193 idosos. Para a análise foi utilizada a estatística descritiva e inferencial (testes Quiquadrado e exato de Fisher).    A ocorrência de quedas esteve associada ao déficit auditivo   ( p=0,004), força de preensão palmar ( p=0,004), Escore Índex Katz ( p<0,001), grau de dependência, conforme Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 283/2005 ( p<0,001) e risco de quedas pela MFS-B ( p=0,012).
Teixeira et al, (2019).Identificar os fatores intrínsecos e extrínsecos que predispõem as quedas em pessoas idosas e abordar as consequências desses eventos em suas vidas.O público-alvo do estudo foi composto de idosos residentes na área de abrangência de uma Estratégia da Saúde da Família localizada nesse município. A coleta de informações ocorreu no período de abril a junho de 2018 por meio de um roteiro de entrevista semiestruturada.Os resultados encontrados mostram que as quedas nesses idosos ocorreram no ambiente doméstico devido a questões estruturais (extrínsecos), e são menos influenciadas pelos agravos advindos da sua saúde (intrínsecos).
Caetano et al, (2023).analisar o risco de queda e sua associação com as variáveis demográficas, clínicas, estado cognitivo, risco de sarcopenia e fragilidade da pessoa idosa hospitalizada em uma clínica médica de um hospital universitário.Estudo quantitativo, observacional, transversal e analítico realizado com 60 pessoas idosas hospitalizadas na clínica médica de um hospital universitário da cidade de São Paulo – SP, Brasil, com o uso dos seguintes questionários: perfil demográfico, dados clínicos, Mini Exame do Estado Mental, Escala de Morse, Escala SARC-F e Índice de Fragilidade Tilburg. Foram realizadas análises Descritivas e teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Para as variáveis quantitativas foi utilizado o teste de correlação de Spearman e para categóricas, o teste U Mann-Whitney. Para identificar a associação, foi utilizada a regressão linear múltipla e adotado um nível de significância de 5%.Predomínio do sexo feminino, entre 60-79 anos e sem companheiro (a). Ademais, 80% apresentavam comprometimento cognitivo, 88,3% foram categorizados como frágeis, 60% apresentavam risco para sarcopenia e 75% possuíam alto risco de queda durante a hospitalização. Verificou-se associação do comprometimento cognitivo, ser frágil e ter risco de sarcopenia com o risco de queda na pessoa idosa hospitalizada. O elevado risco de quedas em idosos hospitalizados.
Paiva et al, (2019).Avaliar a prática da dança de salão na prevenção de quedas em idosos.caso constitui-se de 30 idosos que praticavam dança de salão. Utilizou a escala de Berg para avaliação do equilíbrio e considerou-se risco aumentado de quedas nos indivíduos com escore menor que 45.Evidenciou-se que na amostra a dança de salão protegeu na prevenção de quedas da pessoa idosa como também em seu equilíbrio.
Beckman et al, (2022).Comparar o equilíbrio, mobilidade e a capacidade funcional em idosas praticantes de hidroginástica.Trata-se de um estudo observacional, descritivo e analítico, do tipo transversal no qual utilizou-se como instrumentos de coleta os testes de sentar e levantar em 30 segundos, Timed Up and Go Test, escala de Lawton-Brody e a escala de Tinetti.Conclui-se que as idosas apresentaram maior mobilidade e equilíbrio devido maior força muscular, menor tempo para caminhar e maior independência.
Nascimento et al, (2023)verificar a relação entre o risco de queda, o nível de confiança nas atividades que envolvem equilíbrio e a idade com os valores de ganho e simetria dos canais semicirculares (CSCs), por meio do Vídeo Teste do Impulso Cefálico (vHIT), em pacientes com disfunção vestibular periférica.estudo transversal, composto por 12 indivíduos submetidos à avaliação funcional por meio da Activitiesspecific Balance Confidance Scale (ABC Scale) e do Dynamic Gait Index (DGI) e avaliação vestibular com o vHIT. Os resultados foram comparados por meio do Coeficiente de Correlação de Spearman.Observaram-se relações entre o maior risco de queda em pacientes com hipofunção vestibular e idade avançada e entre o baixo nível de confiança para realizar atividades diárias diante da assimetria de ganho dos CSCs.

QUEDAS EM IDOSOS – FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS

O envelhecimento é descrito por modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, implicando limitações funcionais, promove mudanças significativas nos movimentos aumentando o risco de quedas. As quedas geram complicações múltiplas que afetam negativamente a qualidade de vida dessas pessoas (SOFIATTI, 2021).

As mulheres tendem a cair mais que os homens até os 75 anos de idade, a partir dessa idade as frequências se igualam. As quedas resultam em muitas sequelas, não somente físicas, mas psicológicas e sociais, restringindo suas atividades devido a dores, incapacidades e medo de cair. O medo de cair tem consequências negativas no bemestar físico e funcional (SOFIATTI, 2021).

As principais causas de quedas em idosos estão relacionadas a fatores intrínsecos, decorrente das alterações fisiológicas relacionadas ao avanço da idade, como alterações musculoesqueléticas, alterações visuais, alterações cognitivas, patologias cardiovasculares presença de doenças, fatores psicológicos como depressão e de reações adversas de medicações em uso ou déficit vitamínico. E fatores extrínsecos, relacionados riscos domésticos, como uso de calçados inadequados, carpetes soltos, pisos escorregadios, má iluminação, roupas compridas, arrastando no chão, animais e lixo em locais inapropriados, degraus de escadas com altura e largura irregulares (RODRIGUES, 2021). 

Um ambiente ideal ao idoso deve oferecer segurança, facilitando a mobilidade e a interação social, favorece adaptações as mudanças deixando mais aconchegante, ressaltando que deve ser realizada com autorização do idoso, pois sua casa e objetos possuem memórias afetivas (SOFIATTI, 2021).

Intervenção Fisioterapêutica na Prevenção de Quedas.

O fisioterapeuta apresenta um papel de suma importância na prevenção de quedas em idosos, através de um vasto entendimento do movimento humano, promove a melhora da funcionalidade dos idosos, melhorando a flexibilidade, coordenação e equilíbrio. Proporcionando um envelhecimento mais ativo e de qualidade (RODRIGUES, 2021).

A prática de atividades físicas, alongamentos, fortalecimentos musculares, treino de marcha e equilíbrio, busca a manutenção e a melhoria da capacidade funcional, visando a redução das incapacidades e limitações. A pratica regular de exercícios promove a melhora significativa nos aspectos de equilíbrio, flexibilidade, funcionalidade e aumento da resistência muscular, reduzindo o risco de quedas (SOFIATTI, 2021).

A atividade física na senescência ajuda a prevenir e combater doenças como osteoporose, diabetes, obesidade, derrames, problemas de coração e pulmões, hipertensão (LEITE, 2023).

A fisioterapia com suas técnicas trata, previne, melhora a saúde do idoso globalmente, prevenindo futuras quedas e consequentemente quebrando o ciclo vicioso de quedas. Sugere-se teste funcionais e exames instrumentais para contribuir com o diagnóstico e tratamento (NASCIMENTO, 2023).

Segundo Stefanny et al., (2021), as atividades físicas na água auxiliam no movimento das articulações, na flexibilidade, na força, resistência, nos sistemas cardiovasculares e respiratórios, no relaxamento e eliminações das tensões mentais. A hidroterapia, devido as propriedades físicas da água chamada viscosidade, permite uma instabilidade tornando desafiador manter o equilíbrio do corpo submerso, através de compensações oscilatórias induzidas pela água, o sistema nervoso central busca modular as articulações, músculos do tronco e membros inferiores a manter o indivíduo estável, ou seja, criando e desenvolvendo mecanismo de reação resposta(LOPES, 2022). 

O pilates reforça a relação entre equilíbrio e propõe que a análise postural contribui para prevenir o risco de queda, os efeitos obtidos do pilates no equilíbrio, forças das pernas e condicionamento físico, promove uma significativa redução do risco de quedas nos idosos (LOPES, 2022).

O fisioterapeuta pode desenvolver atividades de equilíbrio dinâmico, como caminhadas com diferentes velocidades, manobras com obstáculos, exercícios de descarga e transferência de peso, proporcionando maior instabilidade para desenvolver um andar de forma mais firme e segura (REIS, 2022). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluindo essa revisão com base nos artigos, foi possível identificar fatores de riscos que geram as quedas em idosos e os benefícios da fisioterapia na prevenção de quedas.

O Fisioterapeuta possui conhecimento necessários para orientação, atuando de forma preventiva e orientando as formas seguras de prevenir os riscos de quedas, proporcionando melhor qualidade de vida e melhora nas realizações das atividades de vida diárias (AVD´s), corroborando para a sua maior autonomia. 

A prática de atividade física pode promover melhorias significativas no equilíbrio, flexibilidade, aumento da força muscular, melhora da funcionalidade, visando sempre a capacidade funcional. 

Através deste estudo foi possível identificar algumas intervenções fisioterapêuticas que apresentam resultados eficazes na prevenção de quedas em idosos através de condutas adequadas. A fisioterapia com suas técnicas, trata e também previne, melhorando globalmente a saúde do idoso, através de exercícios físicos, pilates, hidroginásticas, treino de força, treino de equilíbrio, mobilização articular, alongamento e exercícios funcionais, melhorando seu equilíbrio estático e dinâmico, prevenindo futuras quedas. 

REFERÊNCIAS:

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1, 2, 3Universidade Positivo, Cruzeiro do Sul, Curitiba, PR- Brasil.