PHYSIOTHERAPEUTIC PERFORMANCE IN PREVENTING MENISCAL INJURY IN FOOTBALL PLAYERS: AN INTEGRATIVE BIBLIOGRAPHIC REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202410170901
Diego de Oliveira Brito2;
José Vieira da Silva Neto3
RESUMO
As lesões meniscais são comuns entre jogadores de futebol, devido à alta demanda física e aos movimentos repetitivos exigidos por este esporte. Diante da importância de prevenir e tratar essas lesões, este estudo visa explorar o tratamento fisioterapêutico no futebol, pois a atuação do fisioterapeuta vem crescendo gradativamente no âmbito desportivo, em busca de uma abordagem mais eficaz na prevenção dessas lesões. O objetivo foi analisar a atuação da fisioterapia na prevenção de lesões meniscais em jogadores de futebol profissional de ambos os sexos. Foi realizada uma revisão bibliográfica integrativa, utilizando a metodologia PICO, abrangendo estudos publicados nos últimos cinco anos. Os resultados indicam que foram inicialmente identificados 193 artigos, dos quais 5 ensaios clínicos randomizados foram selecionados após aplicação de critérios de inclusão. A fisioterapia, por meio de exercícios de fortalecimento muscular, propriocepção e outras técnicas, pode ser tão eficaz quanto a cirurgia na recuperação dos atletas. Além de contribuir para a prevenção de novas lesões, a fisioterapia pode, em alguns casos, substituir a necessidade de intervenções cirúrgicas. Conclui-se que a fisioterapia é uma estratégia viável para prevenir e tratar lesões meniscais, embora mais pesquisas sejam necessárias para compreender seus efeitos a longo prazo.
Palavras–Chave: Fisioterapia; Lesão meniscal; Prevenção; Futebol.
ABSTRACT
Meniscal injuries are common among football players due to the high physical demands and repetitive movements required by the sport. Given the importance of preventing and treating these injuries, this study aims to explore physiotherapeutic treatment in football, as the role of physiotherapists has been gradually expanding in sports, seeking more effective approaches to prevent these injuries. The objective was to analyze the role of physiotherapy in preventing meniscal injuries in professional football players of both sexes. An integrative literature review was conducted using the PICO methodology, covering studies published in the last five years. The results indicate that 193 articles were initially identified, of which 5 randomized clinical trials were selected after applying inclusion criteria. Physical therapy, through muscle strengthening exercises, proprioception, and other techniques, can be as effective as surgery in the recovery of athletes. In addition to helping prevent new injuries, physical therapy can, in some cases, replace the need for surgical interventions. It is concluded that physiotherapy is a viable strategy for preventing and treating meniscal injuries, although more research is needed to understand its long-term effects.
Keywords: Physiotherapy; Meniscal injury; Prevention; Soccer.
1 INTRODUÇÃO
O futebol é o esporte mais popular do mundo e continua crescendo, sendo praticado em 208 países e especialmente popular na América Latina e na Europa. Este desporto distingue-se pelo enorme campo de jogo, pela técnica e tática dos jogadores, bem como pelos vários movimentos e velocidades. As lesões estão associadas a atletas profissionais de alto nível que passam por extensos treinamentos e competições, o que pode levar ao aumento dos índices de lesões, danos à saúde física e impacto no desempenho nas carreiras (Afonso, 2020; Possolini, 2022).
Segundo Soares (2023), a articulação do joelho é uma articulação importante que suporta impactos e altas cargas, e o menisco tibiofibular desempenha funções importantes como manter a consistência articular, absorver choques, distribuir peso, promover propriocepção e promover lubrificação. O menisco medial é semicircular e mais largo posteriormente, enquanto o menisco lateral é menor e em forma de “C”. (Neto, 2021).
Os danos ao menisco podem ser degeneração parcial ou completa, dependendo da extensão do dano. Após o diagnóstico, a abordagem inicial geralmente é o tratamento conservador. A fisioterapia desempenha um papel fundamental pré e pós a cirurgia, com exercícios que visam restaurar a estabilidade do joelho, melhorar a propriocepção, aprimorar o controle motor e fortalecer os músculos (Oliveira, 2023).
A frequência e ocorrência de lesões meniscais na modalidade esportiva é alta (Rodrigues, 2019). Drummond et al. (2021), em um estudo de coorte prospectivo realizado para avaliar a prevalência e incidência de lesões durante um campeonato regional de futebol masculino no sul do Brasil, entre janeiro e abril de 2018, constataram que 15,2% do total de lesões registradas envolviam estruturas do joelho, sendo que 2,2% dessas lesões estavam relacionadas ao menisco e à cartilagem.
Existe justificativa para reavaliar as estratégias de tratamento e prevenção. O sucesso do reparo do menisco está ligado à aplicação adequada dos critérios para sutura, à qualidade técnica da intervenção e processos de reabilitação protetora para facilitar o retorno seguro ao esporte (Rodrigues, 2019).
As lesões meniscais ocorrem pela interação de forças internas e externas. As forças internas, associadas a movimentos de flexão, extensão e rotação, promovem a variação do menisco. Já as forças externas, como traumas diretos, podem causar desalinhamentos no joelho, levando à hiperflexão ou hiperextensão e, consequentemente, à ruptura meniscal (Corrêa et al., 2018). Lesões degenerativas do menisco são mais prevalentes em idosos, com maior incidência em homens entre 41 e 50 anos e em mulheres entre 61 e 70 anos (Ribeiro, 2023).
O tratamento fisioterapêutico já se inicia no atendimento imediato das lesões, porque os métodos utilizados pelos profissionais são muito importantes para prevenir que o quadro da lesão se agrave e estimula a reabilitação do atleta, para que o mesmo retorne ao esporte em segurança (Silva et al., 2019).
Este estudo tem como objetivo analisar a atuação da fisioterapia na prevenção de lesões meniscais em jogadores de futebol profissional de ambos os sexos. É de extrema importância explorar o tratamento fisioterapêutico no futebol, pois a atuação do fisioterapeuta vem crescendo gradativamente no âmbito desportivo, em busca de uma abordagem mais eficaz na prevenção dessas lesões. Isso visa não apenas garantir um retorno mais rápido ao campo, mas também melhorar o desempenho e prolongar a carreira do atleta.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo foi desenvolvido com base em uma revisão bibliográfica integrativa. A revisão bibliográfica integrativa visa a coletar e sintetizar o conhecimento existente sobre um tema específico de maneira abrangente, permitindo uma abordagem mais ampla e exploratória do objeto de estudo. (Dantas, et al., 2021).
Os critérios de inclusão abarcam artigos que investigam jogadores de futebol com patologias meniscais no joelho, publicados nos últimos cinco anos. A amostra inclui estudos que abordam indivíduos adultos, especificando a atuação de fisioterapeutas no tratamento dessas lesões. Por outro lado, os critérios de exclusão, lesões que não envolvem o menisco, estudos de caso, pesquisas que abrangem lesões além das meniscais, estudos com categorias de base e artigos que analisam atletas em escolinhas de futebol. Esses critérios visam garantir a relevância e a especificidade dos estudos selecionados.
A presente revisão integrativa foi conduzida com base na estratégia PICO, que é amplamente utilizada para a formulação de perguntas de pesquisa clínica e definição de critérios de busca de evidências. Essa metodologia permitiu a organização da pesquisa e a seleção criteriosa dos artigos relevantes.
Na estratégia PICo adotada, o P (população/problema) incluiu jogadores de futebol com lesões de menisco, especificamente atletas do sexo masculino. O I (intervenção) focou no tratamento fisioterapêutico, sendo essa a principal abordagem investigada. O C (comparação) não foi utilizado, uma vez que o objetivo primário da revisão era avaliar a atuação fisioterapêutica em si, sem a necessidade de uma intervenção comparativa direta. Por fim, o O (outcomes/desfecho) abrangeu dois parâmetros principais: a recuperação funcional dos atletas e o tempo de retorno ao esporte após a intervenção fisioterapêutica.
Para a busca sistemática dos artigos, foram utilizados os termos DeCS/MeSH correspondentes às variáveis da estratégia PICo, garantindo precisão e relevância na recuperação dos estudos. Foram selecionados os descritores “Tibial Meniscus Injuries” para representar lesões meniscais e “Physical Therapy” para o tratamento fisioterapêutico. A combinação dos termos foi realizada através do operador booleano AND, resultando na seguinte expressão de busca: (“Tibial Meniscus Injuries“) AND (“Physical Therapy“).
A busca foi realizada em bases de dados relevantes como PubMed, Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), Physiotherapy Evidences Database (PEDro) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO), abrangendo um período de cinco anos para garantir a inclusão de literatura atualizada sobre o tema. Essa estratégia de busca permitiu identificar artigos, garantindo uma análise sobre o impacto da fisioterapia na prevenção de lesões meniscais, assim como nos desfechos relacionados à recuperação funcional e ao retorno ao esporte.
A escala PEDro, traduzida para o português em 2009 e revisada em 2010, foi desenvolvida com o objetivo de auxiliar pesquisadores na identificação rápida de ensaios clínicos randomizados de maior rigor metodológico. A aplicação da escala envolve a atribuição de pontuações a 11 critérios específicos. A classificação dos estudos, de acordo com sua qualidade metodológica, é categorizada da seguinte forma: pontuações de 7 a 10 indicam alta qualidade, 5 e 6 refletem qualidade intermediária, e escores entre 0 e 4 representam baixa qualidade metodológica (Santos et al., 2019).
Na base de dados BIREME, foram identificados 137 artigos que correspondiam aos critérios iniciais de busca. Na PubMed, 48 artigos foram encontrados com os mesmos descritores. Na base de dados SciELO, apenas 1 artigo foi identificado. Já na base de dados PEDro, com o descritor “Meniscus Injuries“, foram encontrados 7 artigos.
Após a remoção dos artigos duplicados e a aplicação dos critérios de exclusão previamente estabelecidos, restaram 11 artigos para análise completa. Esses artigos foram analisados de forma detalhada, considerando sua relevância, rigor metodológico e aplicabilidade ao contexto da atuação fisioterapêutica na prevenção de lesões meniscais em jogadores de futebol. O processo de seleção está representado no fluxograma abaixo (figura 1), conforme as normas da ABNT.
Figura 1. Fluxograma do processo de seleção dos artigos incluídos adaptado de Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (Page et al., 2021).
Fonte: Autor (2024).-
3 RESULTADOS
Tabela 1 – Estudos referentes a fisioterapia combinada com exercício físico para o ganho de força muscular para prevenção de lesão meniscal (ensaios clínicos randomizados).
Fonte: Autor (2024).
Posteriormente a leitura na íntegra, foram analisados cinco (5) artigos, dispostos no quadro, todos os estudos com uma abordagem metodológica de ensaio clínico randomizado, o que caracteriza que os estudos testaram a eficácia da fisioterapia com grupos de pessoas que realizaram procedimento cirúrgico em joelho, realizando exercícios de fortalecimento muscular, exercícios de equilíbrio, propriocepção e aplicação de questionários para pontuar e ter uma relevância maior.
Os artigos foram classificados na escala PEDro para designar relevância de qualidade numérica e eficácia. Na numeração 7 na escala foram encontrados 2 artigos, onde apresenta uma boa assertividade para ser avaliado numericamente, já os demais foram abaixo da média, sendo um artigo com pontuação 5 e outros dois artigos com numeração 4 na escala, onde podemos designar-se como estudo de baixa relevância.
Os estudos incluíram participantes de diferentes faixas etárias, variando de 20 a 70 anos, com diferenças significativas na resposta aos tratamentos, especialmente em termos de progressão de doenças articulares, como a osteoartrite.
Bergyz et al. (2020) e Noorduyn et al. (2021, 2022) focaram em adultos entre 35-70 anos, uma faixa etária mais suscetível ao desenvolvimento de lesões degenerativas, como a meniscopatia. Yujiao Li (2022) incluiu participantes mais jovens (20-41 anos), demonstrando que mesmo em faixas etárias mais novas, intervenções como a eletroacupuntura combinada com fisioterapia podem melhorar a força muscular e a funcionalidade articular.
O sexo dos participantes também foi uma variável relevante nos estudos analisados, com a maioria deles incluindo tanto homens quanto mulheres. Bergyz et al. (2020) e Noorduyn et al. (2021, 2022) incluíram amostras mistas de homens e mulheres, destacando que ambos os sexos apresentaram respostas similares às intervenções de fisioterapia versus meniscectomia. No entanto, estudos que se concentram em jogadores de futebol masculino precisam levar em consideração as diferenças fisiológicas e biomecânicas que podem afetar a resposta ao tratamento e a prevenção de lesões. Jogadores do sexo masculino podem exigir abordagens de treinamento adaptadas, como maior foco em força muscular e agilidade, devido às demandas específicas do futebol em termos de potência e resistência física.
As intervenções mais frequentes são fortalecimento muscular e eletroacupuntura, sendo altamente relevantes para esse grupo. Jogadores de futebol masculino, devido à natureza do esporte, estão expostos a riscos maiores de lesões meniscais, particularmente devido a movimentos repetitivos, como giros rápidos, chutes e mudanças bruscas de direção.
4 DISCUSSÃO
O estudo buscou averiguar a atuação da fisioterapia na prevenção de lesões meniscais em jogadores de futebol profissional. Nossos resultados demonstraram que dentro da maioria dos artigos que foram selecionados, a fisioterapia é um bom método para seguir o protocolo de tratamento, podendo proporcionar alívio da dor, redução do inchaço, melhora da função articular, fortalecimento muscular entre outras vantagens.
No estudo de Bergyz et al. (2020), embora não haja evidências conclusivas sobre a eficácia da meniscectomia parcial artroscópica em comparação com exercícios neuromusculares para retardar as lesões meniscais degenerativas, a fisioterapia com exercícios específicos pode melhorar a funcionalidade e o controle da dor. Para jogadores de futebol, exercícios preventivos são importantes para preservar a função articular e reduzir danos a longo prazo. Já Safran et al. (2019), discordaram no estudo, a afirmação da melhora da função do joelho, ao longo de 2 anos, por meio de técnicas manuais, alongamento, fortalecimento, treinamento funcional neuromuscular, corrigindo deficiências na amplitude de movimento, comprimento musculotendinoso, força muscular e controle neuromotor.
Bergyz et al. (2020) e Noorduyn et al. (2021, 2022) destacaram a relevância de intervenções menos invasivas, na prevenção de lesões meniscais e no tratamento de meniscopatias degenerativas. Esses estudos sublinham a importância de estratégias preventivas, como exercícios neuromusculares e de fortalecimento, que podem não apenas acelerar a recuperação, mas também retardar o surgimento de condições degenerativas. Para jogadores de futebol, a fisioterapia preventiva atua como uma ferramenta essencial na manutenção da saúde articular e na redução do risco de lesões, promovendo maior longevidade na carreira esportiva.
Ademais Noorduyn et al. (2022) e (2021) mostraram que a fisioterapia baseada em exercícios mostrou resultados semelhantes à meniscectomia parcial artroscópica na função do joelho após cinco anos, sendo uma alternativa menos invasiva. Protocolos de fortalecimento, propriocepção e exercícios cardiovasculares supervisionados podem ser adaptados para prevenir lesões e prolongar a carreira dos atletas, evitando cirurgias desnecessárias. Corroborando tais achados, Soares et al (2024) alcançaram achados de que a fisioterapia, pode trazer grandes resultados funcionais, mas muitos optam pela cirurgia para evitar recidivas, devido aos movimentos múltiplos comuns no esporte.
Hammami et al. (2023) apontam melhorias na função física e qualidade de vida em pacientes que seguiram programas de reabilitação com fortalecimento muscular, mobilidade e alongamento. Para jogadores de futebol, essas intervenções são importantes, já que agilidade e força são essenciais para o desempenho e prevenção de lesões. O fortalecimento muscular isocinético pode ser integrado a programas preventivos para reduzir o risco de lesões meniscais. Confirmando tais achados, Pan et al. (2020), concluíram que a meniscectomia parcial artroscópica combinada com terapia de exercícios fisioterapêuticos é eficaz na redução da dor e na melhoria da amplitude de movimento.
Em relação ao sexo, Hammami et al. (2023) se concentrou exclusivamente em mulheres, e os resultados indicaram melhorias significativas na funcionalidade física e na qualidade de vida após a intervenção com fisioterapia. Embora os resultados deste estudo sejam aplicáveis a mulheres, extrapolar esses dados para jogadores de futebol masculino exige cautela, considerando as diferenças na massa muscular, biomecânica e nas demandas físicas do esporte. No entanto, os princípios de fortalecimento muscular e treinamento de agilidade podem ser adaptados e aplicados a ambos os sexos.
O estudo de Yujiao Li (2022) destaca que a eletroacupuntura, combinada a exercícios isométricos e fisioterapia tradicional, melhora a força muscular e alivia a dor. Embora incomum no futebol, essa combinação pode ser eficaz na prevenção de novas lesões meniscais em atletas com histórico de lesões. Soares et al. (2023) realizaram intervenções com eletrotermofototerapia, tiveram resultados principalmente para aliviar a dor. Com a redução da dor, ocorre aumento da amplitude de movimento, força muscular, mobilidade e resistência física.
A abordagem de Yujiao Li (2022) demonstra que intervenções como a eletroacupuntura combinada com fisioterapia podem melhorar a força muscular e a funcionalidade articular, sendo particularmente úteis no tratamento precoce e preventivo de lesões em jogadores de futebol. Essas intervenções são essenciais, uma vez que atletas enfrentam altas demandas físicas que podem levar a lesões meniscais. A aplicação de técnicas de prevenção, como o fortalecimento muscular e a melhoria da funcionalidade articular, pode reduzir significativamente o risco de lesões durante a prática esportiva.
Noorduyn, et al. (2021) encontraram que a fisioterapia baseada em exercícios não é inferior à meniscectomia parcial artroscópica no que diz respeito à função do joelho durante 5 anos. Corroborando tais achados, Eberbach et. al (2018), realizaram uma revisão sistêmica de 28 estudos e descobriram que os atletas profissionais retornaram em 86% dos casos.
Estudos como o de Yujiao Li (2022), que envolveram participantes mais jovens, sugerem que a prevenção de lesões e a reabilitação precoce podem ser mais eficazes em idades mais jovens, quando o desgaste articular ainda não se instalou de forma significativa. Além disso, programas que incluem exercícios de propriocepção, força e controle neuromuscular, como os testados por Bergyz et al. (2020), têm grande potencial de adaptação para atletas de alta performance, oferecendo uma estratégia preventiva sólida.
A análise da tabela mostra uma variação significativa na qualidade metodológica dos estudos, conforme avaliado pela escala PEDro, que vai de 4/10 a 7/10. Dois estudos se destacam com uma pontuação de 7/10 (Bergyz et al., 2020 e Yujiao Li, 2022), o que sugere maior rigor metodológico, incluindo características como randomização adequada e controle sobre fatores de viés. No entanto, os estudos de Noorduyn et al. (2021 e 2022) e Hammami et al. (2023) apresentam uma pontuação inferior, de 4/10 e 5/10, respectivamente, indicando limitações na condução do estudo, como falta de cegamento ou controle inadequado de variáveis. Isso pode comprometer a validade interna dos resultados.
Embora os estudos tenham resultados relevantes para a prática clínica, a heterogeneidade na qualidade metodológica ressalta a necessidade de cautela ao interpretar suas conclusões, já que estudos com menor pontuação podem apresentar maior risco de vieses e menor robustez em suas evidências.
5 CONCLUSÃO
A fisioterapia é essencial no tratamento de lesões esportivas, tanto na fase aguda quanto na prevenção, utilizando exercícios de fortalecimento muscular, propriocepção, funcionais, carga progressiva e eletroacupuntura. Esses métodos reduzem a inflamação, promovem analgesia, melhoram a qualidade de vida e aceleram a reabilitação, facilitando o retorno dos atletas às atividades normais. Estudos indicam que a fisioterapia, com foco em fortalecimento, propriocepção e reabilitação, é essencial para prevenir e tratar lesões meniscais em jogadores de futebol, contribuindo para reduzir lesões e prolongar a carreira, especialmente quando adaptada às demandas do esporte e ao perfil dos atletas.
É válido ressaltar que durante a realização desta pesquisa foram encontradas algumas dificuldades, tais quais, a baixa escrita científica acerca do tema, a falta de pesquisas abordando a eficácia da fisioterapia na fase aguda dessas lesões esportivas. Portanto, novas pesquisas necessitam serem realizadas, destacando a necessidade de uma atenção mais dedicada aos atletas, estudos que visem a prevenção, redução das taxas de lesões entre atletas e fazendo com que tenha retorno prévio ao esporte.
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1Artigo apresentado ao Curso de Bacharelado em 2024 do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma;
2Acadêmico do curso de Bacharelado em Fisioterapia do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail: diegooliveirafisio@outlook.com;
3Acadêmico do curso de Bacharelado em Fisioterapia do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail: jose.neto@unisulma.edu.br