PHYSIOTHERAPEUTIC PERFORMANCE IN CHILDREN WITH ASD: A CLINICAL APPROACH TO TREATMENT
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411211438
Bruna Cunha Padeski
Eloisa Bueno De Oliveira
Fernanda S. S. Ferreira
Larissa Santos
Yasmin Hekave Onorato
Cristiane Ribas
Resumo
Introdução: O autismo é um transtorno no início da infância que se caracteriza pelo comprometimento no desenvolvimento neuropsicomotor, abrangendo a área das interações sociais, comunicação verbal e não-verbal e interação social. A Fisioterapia tem importante papel no tratamento das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podendo melhorar a qualidade de vida da criança desenvolvendo uma melhor condição musculoesquelética sobre a postura da mesma, assim como em suas tarefas de vida diária que solicitam dessa capacidade e funcionabilidade. Objetivo: Foi revisar sistematicamente a literatura sobre a atuação clínica da Fisioterapia em crianças com TEA. Métodos: Foram revisados estudos produzidos e publicados no período de 2014 a 2024, no idioma em português e inglês e que mencionassem a atuação da fisioterapia como tratamento em crianças com autismo. Foram realizadas buscas nas bases de dados Google Acadêmico, PubMed e Scielo. Foram encontrados 941, 43 e 906 artigos que após análise dos resumos e excluídos por duplicidade, título, resumo e elegibilidade, resultaram em 9 artigos através da base do Google Acadêmico, 3 pelo PubMed e 4 produções no Scielo. Considerações finais: Os artigos encontrados demonstraram os benefícios que a atuação da fisioterapia de forma integrada é indispensável para garantir avanços significativos no desenvolvimento das crianças com TEA, reforçando a importância na intervenção precoce e contínua.
Palavras-chaves: Autismo, Desenvolvimento, Distúrbio, Neuro estimulação, fisioterapia, Transtorno do Espectro Autista.
INTRODUÇÃO
O termo autismo foi citado pela primeira vez em 1906, e ao longo do tempo sua classificação foi modificada pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), no qual, atualmente, é denominado Transtorno do Espectro Autista – TEA (BARROS et al.,2023).
O transtorno do espectro autista (TEA) é a designação dada a um conjunto de transtornos do neurodesenvolvimento que interferem nos três principais pilares da estruturação do indivíduo , que sejam, a interação social, a comunicação e o comportamento (SANTOS et al., 2021, p.130).O TEA engloba alterações qualitativas e quantitativas da comunicação, seja na linguagem verbal ou não verbal, na interação social e no comportamento, como: ações repetitivas, hiperfoco para objetivos específicos e restrições de interesse. Dentro do espectro são identificados graus que podem ser leves e com total independência apresentando discretas dificuldades de adaptação, até níveis de total dependência para atividades cotidianas ao longo de toda vida (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022).
Globalmente, a prevalência mundial de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é de 1 em cada 160 crianças, onde os sintomas começam na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta (CUPERTINO APUD ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA, 2018).E foi observado uma diferença no número de crianças com TEA em relação ao gênero, sendo uma prevalência em indivíduos do gênero masculino, apontando que para cada menina dentro do espectro, existem quatro meninos na mesma condição 1:4 (MACHADO et al., 2022). Segundo os especialistas a possível falha do desenvolvimento dos neurônios como causador do Autismo, surge, ainda no processo de maturação gestacional. Mas como o autismo não pode ser diagnosticado durante a gestação, parte dos sinais, como comportamentos atípicos, surgem na fase de recém-nascido, e outros comuns, a partir de dezoito meses (SANTOS et al., 2021).
METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão da literatura com o objetivo de analisar a intervenção da fisioterapia no desenvolvimento de crianças com TEA. Como critérios de inclusão, foram selecionados artigos científicos em português e inglês, que abordassem temas relacionados ao Transtorno do Espectro Autista, sua intervenção e fisioterapia. O foco foi em crianças diagnosticadas com TEA. Foram excluídos artigos duplicados, aqueles que não tratavam sobre autismo, estudos voltados para adultos e artigos que não discutiam o desenvolvimento motor de crianças com TEA. Esta revisão foi aprofundada por meio da análise de dados e pesquisa em artigos nas bases de dados: Google Acadêmico, PubMed, SciELO, abrangendo publicações entre os anos de 2014 e 2024. Como parâmetros de inclusão, as condições utilizadas foram artigos científicos, nos idiomas português e inglês, com temas que se trata do Transtorno do Espectro Autista, atuação e Fisioterapia. O grupo alvo escolhido foi crianças com TEA. Foram excluídos artigos em duplicidade, artigos que não argumentam sobre o autismo, artigos de faixa etária adulta, artigos que não abordam o tópico de desenvolvimento motor de crianças com TEA.
RESULTADOS
Fluxograma com os resultados da seleção dos artigos.
Fonte: Autor (2024). Dados da pesquisa (2024).
TABELA 1 – SÍNTESE DOS ARTIGOS SELECIONADOS
Título e ano | Autor | Metodologia | Resultados | Conclusão |
Intervenções baseadas na natureza para crianças autistas uma revisão sistemática e meta-análise/ 2023 | Myrian Sze Nga Fan, MSc, BSN, RN; William Ho Cheung Li, PhD, MPhil, BN, RN; Laurie Long Kwan Ho, PhD, MPhil, BN, RN; | A abordagem e a descrição desta revisão sistemática e meta-análise seguiram as diretrizes do PRISMA (Itens de Relato Preferenciais para Revisões Sistemáticas e Meta-análises). O protocolo da revisão foi registrado no banco de dados PROSPERO, sob o número de identificação CRD42023411787. | Esta revisão sistemática e meta-análise, que incluiu 24 estudos com 717 participantes, revelou que as NBIs, quando aplicadas na forma de terapia recreativa em grupo com aprendizagem experiencial, apresentaram associação com benefícios de curto prazo para o transtorno do espectro autista (TEA). | Os resultados desta revisão sistemática e meta-análise indicaram que as NBIs aplicadas na terapia recreativa em grupo com aprendizagem experiencial estão associadas a melhorias de curto prazo no funcionamento sensorial, social e comportamental de crianças com TEA. Recomenda-se a realização de estudos futuros com um desenho de pesquisa mais robusto para apoiar as trajetórias funcionais e de saúde de crianças com TEA. |
Efeitos da quitação terapêutica sobre parâmetros do ciclo da marcha e alguns aspectos do comportamento de crianças com autismo / 2014 | H Steiner; Zs Kertész | A população foi dividida em dois grupos. O grupo amostral participou de terapia com cavalos por 30 minutos semanais, além de receber sessões pedagógicas. As medições ocorreram antes e um mês após a terapia, seguidas por um período de controle de três meses sem terapia. Depois de um mês repetido de terapia, os participantes foram medidos novamente. O grupo de controle recebeu apenas sessões pedagógicas diárias de uma hora. A faixa etária das crianças era de 13 anos. | No grupo de terapia com cavalos, houve melhora significativa na coordenação e orientação, resultando em uma caminhada mais eficiente. No grupo controle, o comprimento do ciclo da marcha do lado direito diminuiu significativamente. Não havia diferença de mobilidade entre os grupos antes da terapia, mas após a terapia, o grupo de equitação mostrou melhorias significativas em todos os parâmetros (p < 0,000), enquanto o grupo de controle não apresentou mudanças. Ambos os grupos seguiram o mesmo programa pedagógico. | O estudo concluiu que a terapia com cavalos pode ser uma alternativa eficaz de reabilitação para crianças, especialmente em casos onde outras terapias não tiveram sucesso. |
Efeitos do Programa de equitação nas relações sociais de comunicação em crianças com espectro autista: revisão sistemática e metanálise /2020 | Shihui Chen; Yanjie Zhang; Mengxian Zhao; Xiru Du; Yongtai Wang; Xiaolei Liu | Foi realizada uma busca estruturada seguindo as diretrizes do PRISMA em cinco bases de dados (Web of Science, PubMed, CINAHL, Scopus e SPORTDiscus) até fevereiro de 2022, usando termos relacionados à terapia assistida por animais e autismo. Critérios de inclusão: crianças com autismo, estudos controlados randomizados, uso de terapia assistida por cavalos, condição de controle e medidas de função social. Critérios de exclusão: uso de outros animais, falta de informações para calcular o efeito, estudos observacionais, de caso ou duplicados. Foram extraídas informações sobre autores, características da população, protocolos e resultados dos estudos. | A meta-análise mostrou que os programas de terapia assistida por cavalos (THR) têm efeitos positivos significativos nos comportamentos centrais de crianças com TEA, especialmente em interação social, comunicação e cognição social, conforme avaliado pela Escala de Responsividade Social (SRS). Não foram observadas melhorias significativas nos comportamentos de irritabilidade e estereotipia. Os programas THR, ao promoverem contato com a natureza e atividades específicas, são agradáveis e eficazes para crianças com TEA, melhorando consideravelmente aspectos sociais e comportamentais, mesmo que alguns comportamentos autistas persistam. | A revisão sistemática e meta-análise analisaram os efeitos dos programas de terapia assistida por cavalos (THR) na interação social e comunicação de crianças com TEA, concluindo que esses programas melhoram significativamente a comunicação social, consciência social, cognição e motivação social. Além disso, o contato com a natureza e os animais ajuda a reduzir comportamentos mal adaptativos, como letargia e fala inapropriada. No entanto, a meta-análise não encontrou evidências estatísticas de melhora em comportamentos como irritabilidade e estereotipia, possivelmente devido à curta duração dos estudos analisados. |
A Hidroterapia impacta comportamentos relacionados à saúde mental e bem-estar para crianças com transtorno do espectro do autismo -Teste randomizado piloto /2020 | Moinhos Whitney; Nicolau Kondakis; Robin Orr; Michael Warburton; Nikki Milne | Crianças com TEA, de 6 a 12 anos (média de 8,72 anos), foram recrutadas do Gateway Physiotherapy, médicos locais, Facebook do Autism QLD e um quadro de avisos de uma faculdade cristã. Uma das crianças tinha diagnósticos médicos adicionais, como distúrbio do tecido conjuntivo e sopro cardíaco, e outra foi diagnosticada com deficiência intelectual. Cinco crianças tomavam medicamentos, incluindo Lovan, Vyvanse, estimulantes e melatonina. Critérios de inclusão: serem pacientes do Gateway Physiotherapy ou médicos locais e diagnosticadas com TEA. Excluídas se apresentassem contraindicações à hidroterapia ou medo significativo de água. | O estudo analisou os efeitos da atividade física, especificamente a hidroterapia, em crianças com desenvolvimento típico. Embora não tenham sido encontrados resultados significativos relacionados ao bem-estar social, relatos anedóticos de pais indicaram melhorias notáveis, como maior sociabilidade e um ambiente familiar mais tranquilo. As crianças apresentaram uma redução na agitação e um melhor relacionamento com os pais após as intervenções de hidroterapia. Os efeitos positivos foram mantidos por quatro semanas nas síndromes de Retraimento/Depressão e Quebra de Regras para o grupo G1, mas não se observaram melhorias duradouras nas demais síndromes avaliadas. Um pequeno efeito de transferência foi identificado em alguns domínios. O estudo sugere que a frequência de uma sessão por semana pode ser insuficiente para a manutenção dos resultados, recomendando que pesquisas futuras considerem aumentar a frequência das sessões para avaliar melhor os efeitos imediatos e de longo prazo. | Os resultados deste estudo piloto randomizado e controlado por crossover indicam que uma intervenção de hidroterapia uma vez por semana durante quatro semanas pode ter efeitos positivos no curto prazo sobre a saúde mental e o bem-estar de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Não foram relatados efeitos negativos, sugerindo que a hidroterapia é uma opção terapêutica viável para crianças com TEA que enfrentam dificuldades emocionais e comportamentais. Embora os resultados não sejam generalizáveis a todas as crianças com TEA, eles justificam a realização de estudos maiores para explorar a hidroterapia em diferentes faixas etárias. Para garantir a segurança, recomenda-se que as sessões de hidroterapia sejam individuais, podendo ser utilizadas tanto de forma independente quanto como terapia complementar para melhorar comportamentos relacionados à saúde mental e bem-estar. |
Eficácia da intervenção com exercícios na melhoria das habilidades motoras fundamentais em crianças com transtorno do espectro autism: revisão sistemática e metanálise /2023 | Yuy-Qin JI; Hao Tian; Zé-Yu Zheng; Zhuo-Yan Ye | Pesquisamos sete bancos de dados online (PubMed, Scopus, Web of Science, Embase, EBSCO, Clinical Trials e The Cochrane Library) desde o início até 20 de maio de 2022. Incluímos ensaios clínicos randomizados de intervenções de exercícios para FMS em crianças com TEA | Os resultados mostraram que a intervenção de exercícios teve um efeito moderado a alto em três categorias de Fadiga Musculoesquelética (FMS). As evidências indicam que essa intervenção pode melhorar significativamente as habilidades locomotoras (LMS) (SMD = 1,07), habilidades de controle de objeto (OCS) (SMD = 0,79) e habilidades de estabilidade (SS) (SMD = 0,73) em comparação com grupos de controle que não receberam a intervenção. | Esta revisão sistemática e meta-análise mostram que intervenções de exercícios podem oferecer benefícios moderados a grandes na Fadiga Musculoesquelética (FMS) em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), melhorando habilidades locomotoras (LMS), habilidades de controle de objeto (OCS) e habilidades de estabilidade (SS). Para entender melhor esses efeitos, são necessários estudos bem elaborados. O Teste de Habilidades Motoras de Bruininks-Oseretsky (TGMD) é o mais indicado para medir LMS, com uma frequência de intervenção eficaz de duas vezes por semana. O TGMD também é eficaz para OCS, com o treinamento aquático sendo considerado o tipo ideal de intervenção, mantendo a mesma frequência. Para SS, recomenda-se o uso de ferramentas de medição padronizadas, como a escala de Borg e o teste de Stork, com a mesma frequência de duas vezes por semana e sessões de exercício de pelo menos 60 minutos. Além disso, os efeitos da idade das crianças e da intensidade da intervenção sobre os resultados das intervenções de exercícios precisam ser mais explorados. |
Validação de conteúdo de instrumento para a avaliação motora de jovens com autismo/2022 | Heidrich, Bastianel, Gelain & Candotti | A versão inicial do instrumento GMA-AUT foi submetida a um comitê de especialistas para validação de conteúdo por meio de um questionário. Para avaliar a concordância entre os especialistas, foi utilizado o índice de validade de conteúdo (IVC), com um valor mínimo aceitável de 0,80. | A partir das sugestões dos especialistas na primeira rodada de avaliação, o GMA-AUT foi reformulado e a partir da segunda, originou-se a versão final. Na versão final do instrumento, apenas dois itens obtiveram um Índice de Validade de Conteúdo (IVC) de 0,88, enquanto todos os outros alcançaram um IVC de 1,00. | Especialistas na área consideram que o instrumento GMA-AUT possui uma validade de conteúdo apropriada para avaliar a motricidade grossa em crianças e adolescentes com TEA. |
Reprodutibilidade de instrumento para avaliação motora de jovens com autismo/2024 | Ferreira de Starmac, Bastianel, Heidrich, & Candotti | A amostra do estudo incluiu 34 indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com idades entre 6 e 18 anos. A reprodutibilidade interobservadora foi realizada de forma cega por dois fisioterapeutas especialistas, enquanto a reprodutibilidade intraobservadora foi feita por um dos avaliadores em dois dias diferentes, com um intervalo de sete dias e sem acesso aos dados da primeira avaliação. Para verificar a reprodutibilidade, foi utilizada a porcentagem de concordância e a estatística kappa ponderada, além do coeficiente de correlação intraclasse (CCI) para os escores do instrumento. | O checklist GMA-AUT mostrou uma excelente concordância intraobservadora, com k ≥ 0,75 e ICC superior a 0,75. Já a reprodutibilidade interobservadora variou entre boa e moderada concordância, com k entre 0,40 e 0,75, e ICC maior que 0,75 na maioria dos casos. | O checklist GMA-AUT demonstrou uma excelente reprodutibilidade intraobservadora, o que o torna uma ferramenta confiável para a avaliação de indivíduos com TEA, com idades entre 6 e 18 anos. |
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NOS TRANSTORNOS MOTORES EM CRIANÇAS COM TEA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA/2023 | Nunes et al. | Foi realizado um processo de revisão de literatura para investigar a atuação da fisioterapia nos transtornos motores em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A busca foi feita nas plataformas PubMed, Scielo e PEDro, utilizando descritores relacionados ao TEA e à fisioterapia. Foram selecionados artigos publicados entre 2013 e 2023 que abordavam intervenções motoras em crianças de 2 a 15 anos diagnosticadas com TEA, incluindo também outros transtornos associados e crianças com desenvolvimento típico. Estudos que não tratavam diretamente do tema ou que focavam exclusivamente em realidade virtual ou jogos foram excluídos. Os dados dos artigos selecionados foram analisados, abrangendo a média de idade e o gênero dos participantes. | Durante a pesquisa, foram encontrados 100 artigos nas bases de dados PubMed (n=54), Scielo (n=27) e PEDro (n=19). Após a leitura de títulos, resumos e textos completos, 88 artigos foram excluídos por não atenderem aos critérios estabelecidos. Assim, 12 estudos foram selecionados para análise. A média de idade das crianças nos estudos foi de 9 anos, com uma notável predominância de artigos focados em crianças do gênero masculino; nos estudos que incluíam ambos os gêneros, a quantidade de meninos também foi significativa. | Conclui-se que crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam alterações no neurodesenvolvimento, incluindo dificuldades motoras, de comunicação, cognição e socialização. A fisioterapia é fundamental para o desenvolvimento das habilidades motoras e para a prevenção de atrasos na motricidade. Além de melhorar a mobilidade, a fisioterapia tem um impacto positivo no desenvolvimento social e comunicativo, facilitando a integração das crianças na sociedade e sua interação com outras. Para maximizar os benefícios, é importante aumentar a divulgação sobre a relevância da fisioterapia para crianças com TEA, realizar mais estudos de intervenção e melhorar a acessibilidade às terapias. |
O Papel do Fisioterapeuta em Crianças com Espectro do Autismo – TEA/2024 | ROCHA; RAIMUNDO. | A fisioterapia como uma intervenção terapêutica, pode desempenhar um papel crucial na melhoria das habilidades motoras, da coordenação e da força física dessas crianças. Além disso, ela pode contribuir para a redução dos comportamentos repetitivos e restritivos frequentemente observados em indivíduos com TEA. | Os resultados obtidos apresentaram implicações significativas para a prática clínica, fornecendo orientação aos fisioterapeutas sobre como melhorar a eficácia de suas intervenções para crianças com TEA. Além disso, o estudo apresenta contribuições para a literatura acadêmica sobre o tema, preenchendo lacunas de incertezas existentes no entendimento atual sobre o papel da fisioterapia no tratamento do autismo. | A fisioterapia como uma intervenção terapêutica, pode desempenhar um papel crucial na melhoria das habilidades motoras, da coordenação e da força física dessas crianças. Além disso, pode ajudar a diminuir os comportamentos repetitivos e restritivos comumente presentes em indivíduos com TEA. |
Dois métodos de fisioterapia para melhorar a condição física de crianças com transtorno do espectro autista / 2024 | Lina Draudvilienè; Justas Draudvila; Simona Stankeviciutè; Laura Daniuseviciutè-Brazaitè | Dois programas de fisioterapia foram realizados em uma academia durante cinco semanas, utilizando jogos em um quadro inteligente com placas de equilíbrio e uma base instável para melhorar a condição física de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O estudo incluiu 30 crianças com TEA, com idades entre 4 e 6 anos, que frequentavam o jardim de infância com necessidades especiais. Para avaliar a condição física dos participantes, foram aplicados três testes antes e depois das intervenções: a Escala de Berg modificada, a Amostra de Coordenação de Desequilíbrio e o Teste de Proficiência Motora Bruininks-Oseretsky (BOTMP). | Os exercícios foram organizados de modo que as crianças precisassem caminhar sobre uma superfície instável para alcançar o quadro inteligente, resultando em melhorias no equilíbrio. Os resultados do Teste de Proficiência Motora Bruininks-Oseretsky (BOTMP) indicaram uma melhora no equilíbrio e na coordenação das crianças, mas não houve melhorias significativas em velocidade de corrida, destreza e força, pois o grupo não recebeu exercícios direcionados a esses aspectos. No entanto, o BOTMP mostrou uma melhora significativa na coordenação da parte superior do corpo. Além disso, o teste motor fino, que avalia reação e velocidade, apresentou melhorias, atribuídas aos jogos que exigiam habilidades motoras dos dedos. O teste de controle motor visual também mostrou melhorias significativas, assim como a velocidade e destreza da parte superior do corpo. | Os resultados do estudo indicaram que a implementação de um programa específico de exercícios na academia e no quadro inteligente, realizado de forma consistente por 5 semanas, melhorou a condição física de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os exercícios simples realizados na academia, juntamente com os jogos no quadro inteligente, resultaram em melhorias positivas no equilíbrio, coordenação e habilidades motoras. A mudança média observada foi de 1,58 pontos para o grupo que participou das sessões de fisioterapia no quadro inteligente, destacando que a realidade virtual não apenas motiva as crianças, mas também as encoraja a se esforçar mais. Ambos os métodos de fisioterapia se mostraram eficazes e podem ser facilmente aplicados em casa, permitindo que os pais contribuam significativamente para a melhoria da condição física de seus filhos. |
Dançaterapia no autismo: um estudo de caso | TEIXEIRA-MACHADO | Este é um estudo de caso de um jovem de 15 anos do sexo masculino com transtorno invasivo de desenvolvimento no espectro autista. O participante completou 120 sessões de dançaterapia, cada uma com duração de 30 minutos, duas vezes por semana, durante um ano, com aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe. As sessões incluíram tarefas de lateralidade e percepção musical e rítmica, com quatro séries de oito repetições de atividades como afastamento de membros inferiores, agachamentos bipodal e unipodal, transferência de peso, pivô e marchas em várias direções. Para avaliar o desempenho motor e gestual, foi utilizada a Medida de Funcionalidade Motora (MFM), resultando nos seguintes pontos: D1 com 39, D2 com 36 e D3 com 21, totalizando 96 pontos. O teste de Tinetti, que avalia o equilíbrio e a marcha, rendeu uma pontuação total de 28 pontos, sendo 12 para marcha e 16 para equilíbrio. Também foi aplicada a Escala de Avaliação do Comportamento do Autismo (CARS), que possui 15 itens para identificar crianças com autismo e diferenciá-las de crianças com outras dificuldades de desenvolvimento. | Após seis meses de intervenção, o escore na Escala de Avaliação do Comportamento do Autismo (CARS) do adolescente foi de 37,5 pontos, e após doze meses, caiu para 32,5 pontos, categorizando-o como autista de leve a moderado. Ao final do protocolo de intervenção, uma nova avaliação (AV3) revelou que D1 obteve 21 pontos (53,84%), D2 29 pontos (80,55%) e D3 não apresentou alteração, mantendo 7 pontos (33,33%), totalizando 57 pontos (59,37%). No Teste de Tinetti, após os doze meses de intervenção, os resultados foram: equilíbrio com 12 pontos (75%), marcha com 8 pontos (66%) e total de 20 pontos (71%). | A dançaterapia promoveu melhorias no desempenho motor e gestual, incluindo o equilíbrio corporal e a marcha. Também ajudou a aprimorar a qualidade de vida de adolescentes com autismo. |
As possibilidades da fisioterapia no tratamento multidisciplinar do autismo, 2014 | González; Canals | O artigo investiga uma abordagem multidisciplinar no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), enfatizando a colaboração entre psicomotricistas e fisioterapeutas. O objetivo dessa parceria é melhorar os aspectos físicos e emocionais das crianças, utilizando hidroterapia e exercícios psicomotores para abordar déficits motores e sensoriais. A metodologia envolve a avaliação do progresso motor por meio de escalas como a Escala de Maturidade Social de Vineland e o Inventário de Desenvolvimento Battelle. A análise dos dados é realizada com testes estatísticos, como o teste de Wilcoxon, utilizando o software SPSS. O artigo também destaca a importância da intervenção precoce para otimizar a plasticidade cerebral e promover a integração social. | A intervenção conjunta entre o especialista psicomotor e o fisioterapeuta torna o tratamento mais eficaz, resultando em respostas mais rápidas e significativas por parte da criança, como evidenciado nas práticas específicas realizadas. | O tratamento fisioterapêutico precoce faz com que as possíveis complicaçõesfísicas possam ser evitadas, melhorando a saúde geral aolongo do ciclo de vida. O desenvolvimento de autonomia resulta em uma menor dependência da família e da sociedade no futuro, além de contribuir para a melhora da qualidade de vida familiar. Acriança com autismo pode ter menos dependência dasPessoas em seu ambiente. Apresenta também a melhora nos aspectos motores e funcionais favorece um bom controle motor. |
Efeitos da Fisioterapia precoce na reabilitação de crianças com TEA, 2022 | SANTOS; JÚNIOR; HOLANDA; SILVA; JÚNIOR; LOPES; SILVA.; FERRO; NETO | O presente estudo caracteriza-se por uma Revisão Sistemática de Literatura. | A necessidade do fisioterapeuta em uma intervenção o mais precoce possível em crianças com autismo, para que de forma positiva alcancem maiores benefícios em seu desenvolvimento, proporcionando uma melhora na forma de interagirem socialmente e de sua qualidade de vida como um todo. A importância do trabalho multidisciplinar na vida das crianças com autismo, e se faz necessário e integração do fisioterapeuta junto à equipe multidisciplinar, onde seja incluído nas tarefas dos diferentes profissionais em um ponto de vista multiprofissional, para que eles estejam focados em um mesmo objetivo, que é a atenção completa em saúde. | Fica claro que intervir, através de um processo de tratamento precoce, faz parte do âmbito da fisioterapia em crianças com TEA, seja de forma isolada, ou em uma equipe multidisciplinar para conseguir reverter o mais precoce possível os atrasos no desenvolvimento relacionado ao autista, e assim buscar benefícios na qualidade de vida. Considerando os recursos utilizados na fisioterapia trazem efeitos positivos seja na parte motora, cognitiva, sensorial, emocional, bem como na interação social. |
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA, 2020 | RODRIGUES; MONTEIRO | Este trabalho é uma revisão de literatura descritiva que reúne artigos científicos das plataformas PUBMED, MEDLINE, BIREME e SCIELO, priorizando publicações de 2000 a 2020 nas línguas português, inglês e espanhol. Foram utilizados os descritores “autismo”, “fisioterapia” e “terapêutica” para a pesquisa. Após a coleta de dados, os artigos foram lidos e revisados com base na relevância do conteúdo, seguindo critérios de inclusão que exigiam que os estudos estivessem dentro do período analisado e contivessem os descritores relacionados ao Transtorno do Espectro Autista, terapêutica e fisioterapia. Artigos que não atendiam a esses critérios foram excluídos. | É possível notar que houve uma melhora no aspecto qualitativo, tendo por base que a musicoterapia auxilia a fisioterapia mostrando-se de grande benefício aos pacientes com autismo, de modo a proporcionar ganhos no comportamento, evidenciando traços mais definidos de afetividade, contribuindo para a socialização com o meio, no aprendizado, dando funcionalidade aos objetos com os quais interagiam; e no desenvolvimento motor, apresentando um progresso no controle de tronco e coordenação motora de MMSS. | A fisioterapia é de grande importância no tratamento de crianças diagnosticadas com TEA, pois contribui para o desenvolvimento cognitivo, social, motor e melhora no equilíbrio, na coordenação, aumento da força, concentração nas atividades e na adequação do tônus, apresentando eficácia na qualidade de vida. A fisioterapia contribui também para que essas crianças possam levar uma vida com maior independência possível, a fim de se socializar e criar laços afetivos fazendo amizades e brincando em grupo. Vale ressaltar que uma equipe multidisciplinar bem preparada é de grande importância para o tratamento. |
Transtornos do espectro autista: um guia atualizado para aconselhamento genético, 2017 | Griesi-Oliveira Karina & Laurato Sertié, Andréa | O estudo revisa evidências científicas sobre a genética do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o uso de testes moleculares para diagnósticos mais precisos. Ele analisa variantes genéticas associadas ao TEA, identificando alterações em aproximadamente 25% dos casos, incluindo variantes comuns e raras, como as CNVs (variações no número de cópias). O artigo recomenda a realização de microarrays cromossômicos e testes específicos para genes como FMR1 (síndrome do X frágil) e MECP2 (síndrome de Rett). Além disso, enfatiza a importância de uma abordagem multidisciplinar no aconselhamento genético, que deve incluir avaliação clínica, histórico familiar e interpretação dos testes genéticos. | Considerando o fenótipo clínico, a história familiar e os testes bioquímicos e moleculares para síndromes metabólicas e monogênicas relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), são possíveis determinar a etiologia do TEA em cerca de 30 a 40% dos casos, o que torna o risco de recorrência mais previsível. No entanto, muitas variantes associadas ao TEA também estão ligadas a suscetibilidade a outros fenótipos psiquiátricos ou apresentam penetrância incompleta, o que compromete a confiabilidade na estimativa do risco de recorrência. Para casos de TEA sem causa identificável, o risco de recorrência é baseado em observações empíricas: para um casal com um filho afetado, o risco é de 3 a 10%, sendo maior se o filho afetado for do sexo feminino (~7%) e menor se for do sexo masculino (4%). Se houver dois ou mais filhos afetados, o risco de recorrência aumenta para 33 a 50%. | Apesar de todos os avanços, o número de famílias com filhos autistas que recebem aconselhamento genético ainda é pequeno. O aconselhamento genético pode trazer muitos benefícios nestes casos, fornecendo às famílias informações apropriadas para orientar decisões reprodutivas e, em alguns casos, ajudar a determinar a conduta clínica. |
ABORDAGENS FISIOTERAPÊUTICAS NO AUTISMO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE PROTOCOLOS DE INTERVENÇÃO, 2024 | Dums Willian | Foi produzida uma revisão sistemática de literatura, classificada como exploratória, retrospectiva, descritiva e quali quantitativa | Afirma que a Fisioterapia desempenha um papel crucial no desenvolvimento de crianças com TEA, utilizando inúmeros recursos terapêuticos, com foco no ganho das habilidades motoras, cognitivas e comportamentais, levando a melhorias na sua qualidade de vida e independência. | A Fisioterapia possui uma ampla abordagem terapêutica em crianças com TEA, melhorando seu desenvolvimento motor, cognitivo, integração social e independência funcional, levando a melhorar sua qualidade de vida. |
Fisioterapia e terapias complementares em pacientes pediátricos com Transtorno do Espectro Autista: uma revisão de literatura, 2022 | Vieira da Rocha, Andressa & Arruda de Oliveira, Thayná & Vitória de Lima Nogueira, Emily & Pessoa Santana, Rafaela | É uma revisão de literatura através de artigos científicos, sobre intervenção fisioterapêutica e terapias complementares em pacientes pediátricos com transtorno do espectro autista.A seleção dos estudos, se deu por meio de leitura completa dos artigos, onde relacionamos com a temática deste trabalho, achados científicos, principais intervenções fisioterapêuticas e uso de terapias complementares, especificando cada uma delas e analisando se os resultados eram positivos ou negativos em relação ao prognóstico dos pacientes acometidos pelo transtorno. | Sabendo-se que o tratamento do autismo não se dá apenas por meio da intervenção fisioterápica, mas soma-se a outras terapias complementares, foi relatado que a dançaterapia proporcionou o melhor desempenho motor e gestual, ocorrendo melhora na capacidade motora estática e dinâmica beneficiando o equilíbrio corporal, nos movimentos rítmicos, diminuindo as dificuldades na marcha, correlacionando com exercícios alternados e direções diversas que a dança propicia. | Observou-se que a aplicação de terapias, sejam complementares ou fisioterapêuticas, mostram-se benéficas para o tratamento em crianças autistas, sendo esses benefícios em aspecto motor e cognitivo. O tratamento em crianças autistas pode apresentar ótimos resultados, havendo um diagnóstico precoce. O uso das terapias para desenvolvimento motor, cognitivo, e até que auxiliem essas crianças na interação com outras pessoas, como também, o apoio familiar em todo esse processo, e quando não há nenhum desses fatores, qualquer evolução não terá êxito. |
CONTRIBUIÇÃO DA FISIOTERAPIA NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, 2021 | Cristiane Araújo Fonseca, Giselly Sousa do Nascimento, Karla Camila Correia Silva, e Daniela Maristane Vieira Lopes Maciel. | Trata-se de uma revisão bibliográfica através de levantamento de dados sobre a importância da fisioterapia no desenvolvimento de crianças com TEA. Os dados foram coletados entre março e outubro de 2018, com a seleção de artigos que estavam alinhados ao tema proposto. | Para este estudo foram buscados dados bibliográficos nas bases de dados SciELO, PubMed e PEDro. Os resultados adquiridos neste estudo demonstram que a fisioterapia é de fundamental importância na vida das crianças que sofrem com TEA, sendo que os dados obtidos não podem ser generalizados. | Sabe-se que o TEA atinge especialmente as áreas da socialização, comunicação e comportamento, embora não haja critérios para o diagnóstico de dificuldades motoras dessas crianças, vários estudos têm mostrado que elas expõem 41 dificuldades ou atraso nas habilidades motoras. Há evidências suficientes sobre a importância do tratamento fisioterapêutico em crianças com TEA. O tratamento representa uma oportunidade de terapia complementar e paliativa. Os diversos métodos utilizados pelo fisioterapeuta nesse contexto fazem com que essas crianças obtenham um melhor comportamento, desenvolvimento corporal, afetivo e cognitivo. |
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DE CRIANÇAS COM (TEA): REVISÃO DE LITERATURA, 2023. | Lanna Cristina Campos da Costa Rosileide Alves Livramento | Será realizada uma revisão de literatura descritiva, onde serão levantados artigos científicos, nas plataformas de busca Pubmed, Medline e Scielo. | Foram quantificados 246 artigos nas bases de dados Pubmed, Scielo E Medline, usando os seguintes descritores de pesquisa, transtorno do espectro autista, e fisioterapia e autismo; nos idiomas português, inglês e espanhol. Após a análise dos dados, 226 artigos foram excluídos com base nos critérios de exclusão, e 20 artigos que atenderam aos critérios de inclusão foram selecionados. | A intervenção da fisioterapia precoce desempenha um papel crucial no tratamento de crianças com TEA, oferecendo uma ampla gama de benefícios que abrangem o desenvolvimento de seus potenciais e habilidades motoras, cognitivas e comportamentais, melhorando assim a independência e qualidade de vida. |
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): UMA REVISÃO DA LITERATURA, 2022. | Beatriz Lemos de Souza Gaia Fabiana Góes Barbosa de Freitas | Trata-se de uma revisão bibliográfica do tipo explicativa alcançado por consultas em diversas bases de dados: Scielo, PubMed, PEDro e PePSIC conceituados na área da saúde. Os critérios de inclusão para seleção dos artigos foram com base na escala Scielo. | Como o TEA não possui cura, o diagnóstico precoce torna-se um aliado ao tratamento, que visa minimizar os sintomas autísticos e proporcionar mais comodidade às crianças e seus cuidadores. O tratamento envolve a combinação de intervenções psicossociais e educacionais, além de fisioterapia aquática, equoterapia e musicoterapia. | Ao final da pesquisa, pudemos mostrar como o fisioterapeuta desenvolve um papel importante utilizando diversas formas de tratamento e minimizando os comprometimentos e atuando no desenvolvimento motor dessas crianças. |
Fonte: Autor (2024). Dados da pesquisa (2024).
DISCUSSÃO
O diagnóstico de TEA é analisado em três domínios do desenvolvimento: comunicação, presença de um conjunto comportamental de interesses internos, estereotipados e interação social recíproca. (XAVIER et al., 2023; FONSECA et al., 2021; GAIA et al., 2022). Já para Starmac et al., (2024); Rocha et al., (2024) a maioria dos diagnósticos podem ser percebidos durante seus primeiros anos de vida ou até os cinco anos de idade. É possível perceber as manifestações comportamentais alteradas, pois acredita-se que a criança já possui o neuropsicomotor amadurecido (STARMAC et al., 2024; ROCHA et al., 2024).
Alguns estudos concordam que o diagnóstico é feito com base nas diretrizes do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM-5), que destacam como principais critérios os déficits na comunicação e interação social, assim como os padrões restritos e repetitivos de comportamento e interesses (Costa et. al., (2023); Xavier et al., (2023); Steiner et al., (2015); Rocha et al., (2022) relatam que a maioria dos casos são mais frequentes em crianças do sexo masculino Gaia et al., (2022); Dums, (2024); Rocha et al., (2024) Concordam que o transtorno tem diferentes graus de comprometimento nas áreas, que variam de forma significativa, se manifestando por níveis de gravidade, sendo elas: nível 1 Considerado leve, e exigindo-se pouco apoio. Nível 2 considerado moderado e exigindo apoio substancial. Nível 3 considerado severo, exigindo muito apoio. (HEIDRICH et al., 2022; XAVIER et al., 2023; DRAUDVILIENE et al., 2024; JI et al.,2023; WHITNET et al.,2020; DUMS, 2024). Relatam que os principais sintomas de crianças com TEA são déficits graves em comportamentos de comunicação e interação social, problemas motores de coordenação, equilíbrio e comportamentos altamente restritivos e repetitivos. Estudos de Ji et al., (2023); Oliveira et al., (2017) também demonstraram que alguns indivíduos com TEA sofrem de outras comorbidades, como hiperatividade, epilepsia, problemas gastrintestinais e distúrbios de sono e obesidade. Sendo assim é muito importante o diagnóstico precoce, para um tratamento mais eficaz nos aspectos psicológicos, biológicos e sociais, trazendo uma qualidade de vida a criança autista e seus cuidadores. (GAIA et al., 2022).
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação e comportamentos estereotipados. Segundo Oliveira et al., (2017), o TEA afeta o desenvolvimento neurológico, comprometendo habilidades essenciais para a socialização. Além disso, Dums, (2024) aponta que os sinais clínicos do autismo são variados, destacando-se as dificuldades de interação social, com indivíduos podendo ser classificados como verbais ou não-verbais.
O TEA é também descrito por Rocha et al., (2022) como uma síndrome que afeta a comunicação, socialização e o comportamento motor, com presença de padrões estereotipados. Fonseca et al., (2021) complementa ao mencionar que essa condição envolve desenvolvimento atípico em interação social, linguagem e comportamento, manifestando-se de forma restritiva e repetitiva.
Abordando os aspectos motores, Costa et al., (2023) enfatiza que o TEA envolve atipicidades no controle postural, marcha, coordenação motora e movimentos dos membros superiores, além de comportamentos repetitivos. Gaia et al., (2022) também ressaltam o desenvolvimento atípico, com padrões repetitivos e estereotipados de comportamento e déficits de comunicação social.
Machado (2015) destaca que a dificuldade de imitação e o uso de gestos dificultam a aquisição de comportamentos complexos em crianças com TEA, apontando ainda problemas sensoriais como barreira significativa para a socialização e comunicação. Já González et al., (2014) enfatizam que o TEA afeta a interação social, a flexibilidade cognitiva e comportamental, com respostas incomuns a estímulos sensoriais.
No contexto de intervenções, Santos et al., (2022), abordam a importância da fisioterapia precoce, afirmando que o autismo pode interferir diretamente no desenvolvimento psiconeurológico das crianças. Segundo Rodrigues et al., (2020), o TEA apresenta graus de suporte e auxílio, variando entre leve, moderado e grave, com sinais se manifestando antes dos três anos de idade.
Foi descrito por Draudviliene et al., (2024) que o TEA se caracteriza por desafios em comunicação social e comportamento motor, com comportamento sensorial restrito e repetitivo, Fan et al., (2023) mencionando que o TEA envolve dificuldades de comunicação social e interação, com padrões de comportamento restritos e repetitivos.
Os desafios na avaliação motora de jovens com autismo foram discutidos por (HEIDRICH et al., 2022; STARMAC et al., 2024). E complementado por (Xavier et al., 2023) que, conforme descrito no DSM-5, o TEA afeta a interação social e comunicação, além de provocar comportamentos repetitivos e estereotipados.
Por fim, Rocha et al., (2024) defendem que o TEA é uma condição complexa que exige abordagens terapêuticas multidisciplinares para promover o desenvolvimento global e melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas.
Segundo Machado, (2015) em relação a base patológica do autismo, ela ainda é desconhecida e que muitas crianças apresentam desde muito cedo danos sensoriais e motores. Já Xavier et al., (2023) acredita que as causas genéticas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) revelam a presença de variações hereditárias tanto comuns quanto raras, que desempenham um papel significativo na herdabilidade. E as evidências indicam que existem também influências genéticas não hereditárias associadas a variações em certas características. Considerando as origens pré-natais do TEA, uma possível fonte dessas influências pode ser os efeitos maternos.
Ainda relatado por Xavier et al., (2023) os estudos sobre causas não genéticas frequentemente sugerem que exposições ambientais específicas para diferentes membros da família, como a cesariana, podem ser algo a considerar. Santos et al., (2022) consideram que os fatores genéticos, neurobiológicos e no meio ambiente são pontos que interagem no indivíduo e influenciam.
Já Rodrigues et al., (2020), dizem que a principal hipótese está associada a fatores ambientais e genéticos, sendo aspectos multifatoriais e ligados mais ao sexo masculino, e alguns autores acreditam estar ligado a uma condição genética do cromossomo X, por isso os homens seriam mais vulneráveis. Gaia et al., (2022) ressaltam que as causas genéticas identificadas podem ser classificadas como: anormalidades cromossômicas e distúrbios de um único gene, como ocorre no gene FMR1 na síndrome do X-frágil. E nos casos de TEA, a identificação da alteração genética não permite determinar um prognóstico ou o tratamento mais apropriado, alguns estudos relatam a influência de alguns fatores, como: idade avançada dos pais, o uso de medicação pela mãe durante a gravidez, sangramento na gravidez, diabete gestacional, hipóxia neonatal, pré-eclâmpsia, infecções virais no período neonatal e algumas doenças maternas. Costa et al., (2023), finaliza dizendo que a causa ainda é desconhecida, sendo atualmente caracterizada por uma síndrome de origem multicausal envolvendo fatores genéticos, neurológicos e sociais da criança
Inicialmente as práticas terapêuticas para crianças do espectro autista se concentravam na fala e na linguagem, e não havia uma abordagem para os déficits na coordenação e a habilidade motora bruta que são prevalentes nessa população (WHITNET et al.,2020). As crianças com TEA apresentam dificuldades em vários aspectos da função motora, como desempenho motor grosso e fino, aspectos da praxia na execução de tarefas baseadas em imitação, e coordenação simultânea durante tarefas rítmicas de membros superiores e inferiores (SANTOS et al., 2022).
O autismo pode estar presente em todos os níveis intelectuais. Devido a vários danos que o acompanham, a síndrome pode ser muito diversa, dependendo da gravidade do autismo, das habilidades intelectuais e outras, das deficiências e da personalidade da criança (STEINER et al., 2015).
Pessoas com TEA frequentemente apresentam dificuldades nas funções motoras, afetando especificamente as habilidades manuais e a coordenação global, que inclui aspectos como lateralidade, equilíbrio, postura e marcha (STARMAC et al., 2024). Os déficits motores em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram, até recentemente, descritos apenas como sintomas associados. No entanto, muitos estudos têm destacado esses déficits e as alterações no desenvolvimento dos marcos motores como fatores significativos para o diagnóstico (XAVIER et al., 2023). Esses problemas podem persistir ao longo da vida e resultar em déficits motores, como alterações na marcha, instabilidade no controle postural, dificuldades de equilíbrio, alterações no tônus muscular e deficiências na coordenação motora grossa, como caminhar de forma independente e sentar (STARMAC et al., 2024). Dificuldades de estabilidade postural têm sido associadas aos sintomas do autismo e demonstram persistir na idade adulta e são marcadas por um platô atipicamente precoce durante a adolescência (DRAUDVILIENE et al.,2024).
Habilidades motoras fundamentais como exemplo, as locomotoras (correr e pular), habilidade de controle de objetos (pegar e arremessar) e habilidades de estabilidade (equilibrar e torcer) por exemplo tem sido considerado pré-requisitos para a participação em atividades físicas e crianças com TEA apresentam um atraso substancial nessas habilidades (JI et al.,2023). Além disso, pesquisas indicam que os déficits motores afetam negativamente o desenvolvimento de habilidades comunicativas e interativas (XAVIER et al., 2023). A redução na participação em atividade física além de implicações para saúde física de crianças com TEA ainda pode comprometer a saúde mental e bem estar geral. (WHITNET et al.,2020)
A Fisioterapia desenvolve a melhora do tônus muscular, fortalecimento da musculatura de tronco, fortalecimento muscular dos membros superiores e inferiores, melhora na dissociação de cinturas escapular e pélvica, melhora o equilíbrio, ajuda na propriocepção, aperfeiçoamento da coordenação motora fina e grossa, e nos estímulos cognitivos para execução de atividades de vida diária (FONSECA et al., 2021).
Intervenções psicossociais, comportamentais para crianças com TEA são planejadas para estimular o aprendizado, a participação e o desenvolvimento de habilidades, simultaneamente em que se concentram na construção de pontos fortes e no apoio ao crescimento do indivíduo (FAN et al., 2023). As opções de tratamento não abrangem especificamente a atividade física no déficit da coordenação e habilidade motora ampla e isso implica em menor participação em atividades no ambiente escolar e que pode levar a isolamento social e pode reduzir ainda mais a saúde mental e o bem-estar em crianças com TEA. (WHITNET et al.,2020). O sistema motor desempenha um papel crucial na compreensão da ação, intenção e comunicação, por meio dos neurônios-espelho, e uma alteração no funcionamento desse sistema pode resultar em déficits sociais, comunicativos e motores observados no TEA (XAVIER et al., 2023).
É necessário avaliar as habilidades e marcos esperados para toda criança e adolescente, que é diagnosticado com o TEA, o objetivo é ensinar habilidades que são importantes para qualquer criança, independente de diagnóstico (SANTOS et al., 2022). O fisioterapeuta pode avaliar a criança utilizando o método Medida de Independência Funcional (MIF), (GAIA et al., 2022).Outras intervenções não farmacológicas compreendem : intervenções comportamentais, intervenções de desenvolvimento, intervenções comportamentais de desenvolvimento naturalista, intervenções baseadas em sensorial, intervenções baseadas em tecnologia, intervenções assistidas por animais, terapia cognitivo-comportamental (TCC), programas de Tratamento e Educação de Crianças Autistas e com Deficiências Relacionadas à Comunicação (TEACCH) e outras intervenções que não se enquadram nessas categorias (FAN et al., 2023).
Uma revisão sistemática recente revelou que as avaliações motoras padronizadas disponíveis são eficazes para diferenciar crianças com TEA de crianças típicas, mas não oferecem informações precisas sobre o desenvolvimento motor em TEA (HEIDRICH et al., 2022). É necessário mensurar e adaptar as escalas atuais, avaliar os déficits motores do paciente com TEA e suas repercussões. A avaliação dos pacientes é realizada baseada nas escalas existentes, que possam fornecer informações úteis (GONZÁLEZ et al.,2014). Atualmente, o desempenho motor não está incluído nos critérios de diagnósticos para o autismo. No entanto, pesquisas recentes indicam que alterações no equilíbrio motor, no tônus muscular e na coordenação motora grossa e fina têm um impacto direto nas dificuldades relacionadas às habilidades sociais e comunicativas (XAVIER et al., 2023). Além disso, os autores apontaram limitações nessas avaliações, como a falta de inclusão de crianças autistas nas amostras dos estudos e a insuficiência de detalhes sobre os padrões motores realizados, focando apenas se a criança consegue completar o movimento solicitado (HEIDRICH et al., 2022).
Em um estudo que foi aplicado o Teste de Desenvolvimento Motor Bruto – Segunda Edição (TGMD-2) para avaliar o desempenho do FMS em crianças de 6 a 10 anos com desenvolvimento típico (DT) e TEA, descobriu-se que as pontuações da habilidade locomotoras e habilidades de controle de objetos em crianças com TEA eram menores do aquelas com DT (JI et al., 2023).
Medidas avaliativas são importantes no planejamento e entendimento do desempenho motor das crianças com TEA. A Medida de Independência Funcional, avalia os aspectos cognitivos e motores, habilidades de memória, força muscular, o autocuidado, a comunicação, o comportamento e interação social, mudança de 37 postura, marcha e as atividades de vida diária, obtendo a pontuação para identificar o grau de dependência que varia de 1 (total dependência) a 7 (nenhuma dependência). (FONSECA et al., 2021).
Para avaliar a habilidade motora fina utilizando o teste de velocidade de reação, onde durante as sessões de ginástica uma bola era lançada e as crianças tinham que pegá-las, a velocidade de reação melhorava significativamente (DRAUDVILIENE et al., 2024)
O teste de velocidade e destreza da parte superior do corpo demonstraram uma melhora significativa e isso pode ter sido encontrado pelos exercícios de colocar as bolas no cesto o mais rápido possível, arremessando e pegando a bola (DRAUDVILIENE et al., 2024).
No estudo de Draudviliene et al., (2024) no teste motor grosso demonstrou uma melhora no equilíbrio e coordenação e melhoria significativa na coordenação da parte superior do corpo das crianças com TEA.
Os resultados do Teste de Proficiência Motora Bruininks–Oseretsky (BOTMP), mostram uma melhora na velocidade de corrida e agilidade das crianças, equilíbrio, coordenação bilateral e força. As habilidades como corrida e destreza foram estimuladas principalmente na tarefa em que as crianças tiveram que coletar as bolas no corredor o mais rápido possível e colocá-las na cesta (DRAUDVILIENE et al., 2024).
Algumas técnicas terapêuticas são utilizadas para desenvolver as habilidades motoras e incentivar a participação de crianças com TEA, como a terapia aquática.
A hidroterapia (ou atividade aquática) é um ambiente que pode ser propício para incentivar a atividade física em crianças com TEA, auxiliando no movimento de equilíbrio e coordenação (WHITNET et al.,2020). Em estudos anteriores foi explorada a eficácia da hidroterapia no tratamento de aspectos sociais e comportamentais de crianças com TEA, no entanto há uma limitação na literatura pela falta de ensaios controlados e medidas de resultados padronizados para avaliar o efeito (WHITNET et al.,2020).
Outras abordagens encontradas foram as terapias com cavalos, dançaterapia e jogos inteligentes.
A terapia com cavalos é uma terapia especial aplicada individualmente ou em grupos. Ela compreende diferentes métodos especiais, como Equitação Corretiva e Vaulting, que foram originalmente usados por terapeutas que trabalham com crianças autistas (STEINER et al., 2015)
A partir dos padrões de movimento, desordenados e irregulares que se propõe a dançaterapia como possibilidade de desenvolver e modificá-los. Tratamento composto por tarefas de lateralidade e percepção musical e rítmica, com séries e repetições para as atividades de: afastamento de membros inferiores anteroposterior e látero-lateral, agachamento bipodal e unipodal, transferência de peso, pivô, marcha anterior, lateral e posterior (MACHADO, 2015).
Pesquisas futuras são necessárias para examinar a estabilidade postural à luz de outros desafios motores potenciais, e estudos longitudinais serão necessários para determinar se o desenvolvimento da estabilidade postural é semelhante no TEA em comparação ao desenvolvimento típico (DRAUDVILIENE et al., 2024).
A Fisioterapia atua com resultados significativos em melhorias no sistema cognitivo e sensorial na vida das crianças com TEA a expressarem seu mundo interior. Incluindo um aumento na autonomia em atividades diárias e melhorias em seu desenvolvimento neuropsicomotor (COSTA et al., 2023). O fisioterapeuta também estimula o desenvolvimento motor normal da criança, como: rolar, sentar, engatinhar, deambular com e sem obstáculos, subir e descer degraus.
Segundo Starmac et al., (2024), na prática fisioterapêutica, que ainda é relativamente nova, um objetivo contínuo é avaliar, potencializar e integrar as habilidades motoras nas atividades diárias, com base em uma análise detalhada e intervenção nos padrões de movimento observados desde a infância. A fisioterapia pode aprimorar as habilidades motoras da criança, promovendo seu desenvolvimento global, além de melhorar sua concentração e habilidades de relacionamento interpessoal (XAVIER et al., 2023).
Foi ressaltado por Santos et al., (2022) quão importante o diagnóstico precoce para início do tratamento, possibilitando à criança alcançar novas habilidades, ativo de funções cognitivas, diminuição de déficits na comunicação e melhora do sistema motor, buscando independência em sua vida diária.
A fisioterapia promove ganho nas habilidades motora, física e psicológica trazendo independência para essas crianças, sendo necessário a realização de um trabalho geral, fazendo isso através de estímulos motores, coordenação motora grossa, motricidade, equilíbrio, sensibilidade e tonicidade. A intervenção precoce é de suma importância pois promove a plasticidade cerebral refletindo desenvolvimento, e melhorando a qualidade de vida diária, influenciando para que a criança com TEA se adeque ao meio social (RODRIGUES et al., 2020). Fonseca et al., (2021), complementa que a fisioterapia atua auxiliando na melhora do desenvolvimento motor, cognitivo, linguagem, ativando as áreas de concentração e integração social, reduzindo a rigidez e as estereotipias, eliminando comportamentos mal adaptativos e ainda ajuda a diminuir o estresse da família através de diversos métodos, melhorando a qualidade de vida da criança junto à sociedade.
É destacado por Costa et al., (2023) que a fisioterapia auxilia a criança no desenvolvimento de suas atividades de vida diárias, como vestir-se, andar, correr, brincar, e alimentar-se de forma independente, equilíbrio e postura. As sessões são elaboradas visando promover o desenvolvimento das habilidades motoras grossas e finas.
Segundo, Gaia et al., (2022), a fisioterapia contribui para o desenvolvimento da coordenação, equilíbrio, habilidades motoras, autocontrole corporal, ajudando assim na diminuição dos movimentos atípicos. Utilizando atividades lúdicas com brinquedos coloridos, bolas, rodas de danças e movimentos corporais, dinâmicas de integração, exercícios de relaxamento associados à utilização de músicas, brincadeiras que trabalhem o equilíbrio e o contato tátil e que envolvam motricidade fina. Concordando com o mesmo, Dums, (2024), diz que a fisioterapia desempenha um papel fundamental, focando em técnicas que promovem o desenvolvimento motor e estimulam áreas ligadas à concentração e interação social. Neste trabalho o objetivo principal foi investigar quais intervenções fisioterapêuticas estão sendo mais frequentemente aplicadas no tratamento de crianças com autismo.
Para pacientes com TEA, Rocha et al., (2022) enfatizam que a Fisioterapia tem como objetivo focar nas dificuldades motoras que geram limitações funcionais, impactando o desenvolvimento cognitivo em atividades do dia a dia.
O papel do fisioterapeuta é destacado por Rocha et al., (2024) no manejo de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é abrangente e demanda uma abordagem holística. O fisioterapeuta é essencial para melhorar a coordenação motora grossa, a força e o equilíbrio dessas crianças. Além disso, a fisioterapia pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida, facilitando a participação em atividades diárias e recreativas. Os fisioterapeutas também podem desempenhar um papel importante na avaliação precoce das habilidades motoras em crianças pequenas com risco de TEA. Intervenções focadas no aprimoramento das habilidades motoras podem impactar positivamente o desenvolvimento social e cognitivo. Nesse cenário, a fisioterapia também pode ser benéfica para melhorar os padrões de sono, ajudando crianças com TEA que frequentemente enfrentam dificuldades para adormecer e manter o sono.
É abordado por Santos et al., (2022) que é importante fazer uma avaliação, identificar as dificuldades de desenvolvimento motor, locomotor, destreza manual, capacidade de controle de objetos, coordenação, equilíbrio, hipotonia e se apresenta déficit nas respostas manuais do estímulo visual.
As características do TEA são abordadas por González et al., (2014) que são passíveis de tratamento através da fisioterapia, alterações de tônus muscular, marcha, atraso psicomotor, atraso na aquisição de movimentos naturais, dificuldade na aquisição de habilidades motoras finas. A soma das técnicas fisioterapêuticas e das habilidades psicomotoras vai permitir uma melhor integração das funções motoras e mentais, melhorando a integridade física, cognitiva e emocional das crianças com TEA. Busca melhorias nas habilidades psicomotoras, potencializando a interação entre o somático e o afetivo, para influenciar positivamente o desenvolvimento global e buscar ajudar essa criança que apresenta distorção na percepção do seu corpo.
É destacado por Ji et al., (2023) que a atividade física como exercício proposital, estruturada e repetida pode melhorar os problemas de saúde. Segue no mesmo raciocínio, Draudviliene et al., (2024), ressaltando que um programa de exercícios simples usado na academia e os exercícios adicionais no quadro inteligente resultaram em uma mudança positiva no equilíbrio, coordenação e habilidades motoras das crianças.
A fisioterapia trabalha com o conceito Bobath, terapia com musicoterapia e equoterapia. Atuando diretamente na melhora da qualidade de vida e reabilitação da criança com TEA (SANTOS et al., 2022).
As intervenções na natureza segundo Fan et al., (2023) são abordagens intencionais orientadas por profissionais que melhoram a saúde e o bem-estar ao envolver ativamente indivíduos em experiências planejadas e baseadas na natureza, adaptadas para atender as necessidades específicas atingindo objetivos como qualidade de vida, bem-estar em geral assim como psicológico e mental, além da autoeficácia e a satisfação com vida.
Em estudos anteriores foi explorado por Whitnet et al., (2020) a eficácia da hidroterapia no tratamento de aspectos sociais e comportamentais de crianças com TEA, no entanto há uma limitação na literatura pela falta de ensaios controlados e medidas de resultados padronizados para avaliar o efeito. Seguindo nessa mesma linha, ele ainda afirma que a hidroterapia (ou atividade aquática) é um ambiente que pode ser propício para incentivar a atividade física em crianças com TEA, auxiliando no movimento de equilíbrio e coordenação.
Já em contrapartida, Steiner et al., (2015), destaca que a terapia com cavalos é um método complexo na prevenção, melhora e cura de sintomas de deficiência, principalmente derivados do autismo. Ela exerce seus efeitos multidisciplinares no tônus dos músculos regulando disfunções. Complementa que a terapia é usada para melhorar a coordenação das funções motoras, corrigir movimentos incorretos, estabelecer movimentos adequados, reduzir posturas, melhorar o equilíbrio e o ritmo. Além disso, a terapia com cavalos serve para ajudar na integração sensorial, para melhorar a consciência do corpo, espaço e tempo. Todos esses processos afetam o desenvolvimento da personalidade e a capacidade de se movimentar pelo mundo e conclui que a aplicação complexa dos elementos da terapia com cavalos e da equitação em particular melhora as funções neurológicas e sociais gerais dos participantes.
É afirmado por Machado, (2015) que a equoterapia contribui para uma maior coordenação e destreza dos movimentos, redução dos movimentos estereotipados, e apresenta melhoras no convívio social. Melhora também o funcionamento sensório-motor, gestual, equilíbrio corporal e marcha. Além disso, contribui para a melhora da qualidade de vida das crianças com espectro autista. Apresenta melhora na capacidade motora, tanto estática quanto dinâmica, mostrando a importância do movimento rítmico no desenvolvimento das habilidades motoras por conta dos estímulos propostos pela dança, como exercícios alternados e direções diversas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de neurodesenvolvimento complexa, que impacta a comunicação, a interação social e o comportamento de diferentes formas e intensidades. A classificação do autismo evoluiu ao longo do tempo, e atualmente, é consolidada no DSM como um espectro, abrangendo desde casos leves, com certa independência, até graus que demandam total assistência. A prevalência global é estimada em 1 a cada 160 crianças, com maior incidência no sexo masculino, na proporção de quatro meninos para cada menina diagnosticada. Embora as causas exatas do TEA ainda não sejam totalmente esclarecidas, a literatura científica sugere que fatores neurológicos possam ser originados durante a gestação. A detecção dos sinais ocorre, na maioria dos casos, na infância, com indícios surgindo a partir dos primeiros meses de vida e se consolidando por volta dos 18 meses. Assim, a importância de um diagnóstico precoce e de intervenções adequadas é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos dentro do espectro e promover seu desenvolvimento ao longo da vida.
A fisioterapia desempenha um papel essencial no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Intervenções fisioterapêuticas precoces são fundamentais, pois promovem a plasticidade cerebral e impactam diretamente no desenvolvimento motor, cognitivo e social das crianças, facilitando sua adaptação ao meio. A fisioterapia, através de atividades lúdicas e específicas, favorece o desenvolvimento da coordenação motora, equilíbrio, tônus muscular e habilidades sensoriais, melhorando também a qualidade do sono e a interação social. O trabalho fisioterapêutico engloba técnicas que estimulam áreas ligadas à concentração e integração social, reduzindo comportamentos estereotipados e mal adaptativos, além de aliviar o estresse familiar. Dessa forma, a abordagem fisioterapêutica promove maior autonomia, independência e qualidade de vida para crianças com TEA, auxiliando na inclusão e participação ativa na sociedade.
Assim, conclui-se que a atuação integrada do fisioterapeuta é indispensável para garantir avanços significativos no desenvolvimento das crianças com TEA, reforçando a importância da intervenção precoce e contínua.
REFERÊNCIAS
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