ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA PARA O DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DA CRIANÇA COM ESPECTRO AUTISTA

PHYSIOTHERAPIST’S ROLE IN THE NEUROPSYCHOMOTOR DEVELOPMENT OF CHILDREN WITH AUTISM SPECTRUM

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaf/ar10202410090941


Felipe Éden Souza de Oliveira1; Smirna Araújo Gome2; Ariane de Oliveira Ferreira2; Geovana de Oliveira Ferreira2; Josielza Cardoso Alves2; Liliane Silva de Sousa2.


Resumo

Ao se falar sobre tratamentos em crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é comum que inicialmente muitos pais e responsáveis desconheçam o trabalho do fisioterapeuta para a evolução do quadro clínico dessas crianças e a importância, para o desenvolvimento físico dos pequenos, do profissional estar inserido na equipe multidisciplinar desde os primeiros diagnósticos. O estudo se justifica pelo interesse de analisar a importância da atuação do fisioterapeuta no cuidado da criança com TEA, objetivo geral: abordar a atuação do fisioterapeuta para o DNPM da criança com espectro autista, tendo como objetivos específicos: verificar o desenvolvimento neuropsicomotor, Identificar as estratégias fisioterapêuticas que ajudam no desenvolvimento e evidenciar os benefícios que a fisioterapia proporciona a crianças com TEA. Realizou-se uma busca de artigos nas bases de dados: Pubmed (US National Library of Medicine) e SciELO (Scientific Electronic Library of Medicine), Ao todo, foram selecionados 30 artigos. Os artigos selecionados discorreram sobre a presença de alterações neuropsicomotoras em indivíduos com TEA e sobre as bases neurais do transtorno. A partir da pesquisa podemos concluir que a fisioterapia é muito importante para a intervenção precoce do TEA, principalmente a estimulação sensorial e motora. Isso ocorre porque as crianças apresentam muitas alterações durante o desenvolvimento, a estimulação precoce é importante e as pessoas com autismo podem desenvolver melhores respostas.

Descritores: Fisioterapia. Transtorno do espectro autista. Neuropsicomotor.

Abstract 

The practice of tracheal aspiration is routinely used by health professionals, especially in patients undergoing mechanical ventilation. This study aims to present scientific material relating to the types of suction and system types, indications, pros and cons. This literature review includes studies published from 1992 through 2013, found in the databases Medline/PubMed, SciELO and LILACS, also respiratory therapy books. Were found 146 articles, of which 32 met the inclusion criteria previously established. The tracheal suction is a procedure performed routinely in intensive care units and, although some controversy, has proven effective in the removal of tracheobronchial secretions, being further optimized when performed after physiotherapy. Independent of the type and the system, if not done correctly, can cause complications, requiring training of health professionals for their safe handling. Studies show that the aspiration techniques are effective and should be performed only when necessary, by qualified and trained professionals. 

Keywords: Suction. Trachea. Physical Therapy Specialty. Intensive Care Units.

INTRODUÇÃO

O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, alterações na comunicação e interação social, padrões e padrões de comportamento repetitivos, que podem constituir um repertório limitado de interesses e atividades, sem cura. Pode ser conhecido como autismo. Nos primeiros anos de vida, muitos fatores indicam que o diagnóstico precoce é muito importante para um tratamento eficaz nos âmbitos psicológico, biológico e social, melhorando assim a vida das crianças autistas (26).

O autor supracitado aborda Identificar atrasos no desenvolvimento, diagnosticar o TEA no momento certo e falar sobre intervenções comportamentais e apoios educacionais numa fase inicial pode melhorar os resultados a longo prazo e ter em conta a neuroplasticidade do cérebro. É importante recomendar tratamento precoce e intervenção precoce se houver suspeita de TEA ou de desenvolvimento atípico em uma criança, independentemente da confirmação diagnóstica.

Crianças com TEA apresentam déficits diariamente de comunicação, interação social e pensamento negativo. O TEA é considerado um transtorno complexo do desenvolvimento, caracterizado por atrasos e prejuízos nas interações sociais e nos domínios da linguagem, bem como por uma ampla gama de sintomas emocionais, cognitivos, motores e comportamentais (8).

O autor supracitado dizem que a TEA Isto inclui alterações significativas e precoces nas áreas de socialização, comunicação e cognição, bem como distúrbios relacionados ao planejamento e coordenação motora. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) causa mudanças precoces significativas nas áreas de socialização, comunicação e cognição. Esses sintomas são graves e persistentes, e há muitas alterações individuais que exigem muito cuidado e esforço da família.

O diagnóstico precoce do autismo é importante para que a criança possa receber o tratamento que melhor atenda às suas necessidades de autismo por meio de estimulação e tratamentos. Reconhecendo a natureza espectral deste conjunto de métodos e a controvérsia em torno do diagnóstico diferencial entre eles, a quinta edição do Manual de Estatística foi escrita com Estatísticas de Doenças Mentais. O mundo de uma criança autista é uma realidade complexa com muitos conceitos separados, mas às vezes interligados (16).

A fisioterapia, juntamente com uma equipe multidisciplinar, é importante no tratamento de crianças com TEA e requer uma compreensão do TEA e das habilidades a serem utilizadas. Ajuda a melhorar o desenvolvimento motor e mental das crianças, ativa a concentração, a integração social e a linguagem, reduz a rigidez e o humor, elimina os maus comportamentos e reduz o stress familiar, o que ajuda a todos e uma melhor qualidade de vida da criança junto à sociedade (9).

O interesse pelo assunto dado, pois TEA é uma patologia que bastante preocupa as famílias e sendo que com o diagnóstico precoce, é possível realizar um tratamento adequado para trabalhar o desenvolvimento neuropsicomotor do paciente.  Dessa forma, esse estudo torna-se relevante pelo fato de haver poucos trabalhos demonstrando as técnicas utilizadas pelo fisioterapeuta em crianças portadoras do TEA, ajudando na informação aos profissionais, estudantes, e responsáveis que lidam com essa desordem.

O estudo se justifica pelo interesse de analisar a importância da atuação do fisioterapeuta no cuidado da criança com TEA, objetivo geral: abordar a atuação do fisioterapeuta para o DNPM da criança com espectro autista, tendo como objetivos específicos: verificar o desenvolvimento neuropsicomotor, Identificar as estratégias fisioterapêuticas que ajudam no desenvolvimento e evidenciar os benefícios que a fisioterapia proporciona a crianças com TEA.

Fundamentação Teórica

Desenvolvimento do transtorno do espectro autista  

A respeito do desenvolvimento do transtorno do espectro autista o diagnóstico do TEA inclui uma variedade de características e diferentes níveis de gravidade. Além do mais, é uma condição heterogênea, com diferentes níveis de desenvolvimento, que envolve alterações na motricidade, prejuízos na linguagem, dificuldades na interação social, na autonomia e nas adaptações. Pode expressar uma variação de sintomas e manifestar-se sobre diversas formas ao longo dos anos (28).

O autor supracitado diz que Socialmente, as pessoas autistas têm problemas de relacionamento porque são incapazes de integrar as regras sociais por meio da interação. Em relação a esta área, podem ser descritas algumas características dos pacientes com câncer. Por exemplo, concentrar-se nas rotinas diárias em vez de interagir através de expressões faciais, mascarar-se ou criar laços com os colegas pode fazer com que as crianças com autismo se isolem ou ajam de forma diferente. 

São apontados como características do autismo: deficiências de comunicação e interação social; Dificuldade em organizar conversas normais envolvendo situações verbais ou não verbais e demonstrações de atenção social, emoção e afeto. Dificuldade em coordenar relacionamentos, necessidades e atividades. Insista na consistência; movimentos dos personagens; Consistência com rotinas (incluindo neofobia alimentar no campo da nutrição) Hiper e hipossensibilidade à estimulação sensorial, incluindo escolhas alimentares. Os diagnósticos atuais foram feitos por meio do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) (13).

Etiologia e fisiopatologia do TEA

A causa do transtorno do espectro do autismo ainda é desconhecida. Evidências científicas sugerem que não se trata de uma causa única, mas sim de uma interação entre genética e meio ambiente. Combinações entre esses fatores parecem estar associadas ao TEA, mas é importante enfatizar que isso não é o mesmo que “aumentar o risco” como produzir fatores de risco ambientais (17).

Crianças com transtorno do espectro do autismo apresentam padrões de comportamento anormais, repetitivos e rígidos, atenção excessiva à estimulação sensorial ou interesse anormal nos aspectos sensoriais do ambiente, que estão associados à qualidade da brincadeira. Os sintomas comuns em crianças com autismo incluem movimentos das mãos, como torcer ou bater, olhar fixamente para as mãos por longos períodos de tempo e morder e puxar cabelos. Os sintomas do autismo aparecem na infância e se desenvolvem gradualmente. A característica mais marcante dos cancerianos é a falta de capacidade natural de combinar partes e informações num todo significativo e coerente (6).

Fatores ambientais podem aumentar ou diminuir o risco de TEA em pessoas com doença genética. Nenhum desses fatores está significativamente relacionado ao aumento ou diminuição do risco, exposição a produtos químicos, deficiência de vitamina D e ácido fólico, abuso de substâncias durante a gravidez (por exemplo, ácido valpróico) ou gravidez (no momento da gravidez). 35 semanas, baixo peso ao nascer (<2.500 g), gestações múltiplas, doenças maternas durante a gravidez e pais idosos são considerados fatores no desenvolvimento do TEA (1).

O autor supracitado diz que o autismo é um distúrbio genético que afeta quase todos os cromossomos, padrões de herança múltipla, diferentes origens genéticas (comuns ou raras) e defeitos estruturais, e os principais cromossomos que apresentam alterações relacionadas ao TEA são 7 e 15. Também existe uma ligação Autismo e outras doenças genéticas, como X-frágil, Prader-Willi e Angelman.

Epidemiologia

Estima-se que o TEA tenha uma prevalência mundial de 1 em cada 160 crianças, com sinais e sintomas aparecendo na infância antes dos 3 anos de idade e persistindo até a adolescência e a idade adulta. No entanto, de acordo com a OMS, embora algumas pessoas com TEA possam viver de forma independente, outras necessitam de cuidados porque têm uma deficiência grave e necessitam de apoio e cuidados ao longo da vida (7).

Estudos epidemiológicos mostraram uma distribuição de TEA por gênero: 1 em cada 4 crianças. Destes, entre 45 e 60 por cento têm alguma forma de deficiência intelectual. Em gêmeos idênticos, a prevalência de TEA é de 50 a 95%, em gêmeos fraternos é de 10 a 30% e em irmãos não gêmeos, a prevalência de TEA é de 3 a 19%. Embora esta doença seja considerada uma deficiência do organismo, 75% dos casos envolvem deficiência de metal (19).

São um grupo de condições que ocorrem no início do desenvolvimento humano, portanto, ocorrem antes de a criança entrar na escola. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por deficiências persistentes na comunicação e interação social e padrões repetitivos/inibidos de comportamento, interesses e atividades (21).

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) possui diversidade e variabilidade de apresentações dos déficits citados acima, por isso, o uso do termo espectro, de modo que as manifestações do transtorno variam muito dependendo da gravidade, síndromes genéticas associadas e presença de outros transtornos do desenvolvimento neurológico (transtorno do desenvolvimento intelectual, por exemplo). (20) Acreditam que a fisioterapia pode contribuir para uma intervenção precoce e um impacto positivo no desenvolvimento motor, permitindo que as pessoas com TEA alcancem concentração adequada e integração social.

Diagnóstico

O diagnóstico do TEA será mais válido e confiável quando baseado em múltiplas fontes de informações, como as observações do clínico, a história do cuidador e, quando possível, autor relato. Além disso, instrumentos padronizados de diagnóstico do comportamento podem aumentar a confiabilidade (29).

O diagnóstico é baseado na especificidade e nas diretrizes do DSM (2014) entre elas, a apresentação de dois déficits no domínio central (comunicação social e comportamento repetitivo), e destes, precisa apresentar três sintomas relacionados e ao menos dois aspectos que caracterizem o comportamento repetitivo e ou interesses restritos, por exemplo, alinhar brinquedos, girar objetos, forte apego ou preocupação com objetos incomuns, entre outros (14).

Além disto, a identificação precoce de atrasos motores no TEA pode contribuir na elaboração de um plano terapêutico multidisciplinar, condizente com as necessidades específicas de cada criança, podendo auxiliar na melhora da autonomia, independência, equilíbrio, coordenação motora e funcionalidade, evitando-se, desta forma, alterações posturais e danos em estruturas corporais, bem como, facilitar um desenvolvimento global mais harmônico e menos estereotipado (3).

Para entender que o diagnóstico do transtorno do espectro do autismo baseiase principalmente no quadro clínico da criança e não existem marcadores biológicos que o identifiquem. Estudos demonstraram que alterações no desenvolvimento cerebral podem ser detectadas durante o pré-natal, mas seus sintomas são o principal indicador de morte precoce. Apesar desse aparecimento repentino, o diagnóstico chega, entre 4 e 5 anos (2).

Sinais de autismo

Sobre os sinais do transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades (21).

Os sinais de alerta do neurodesenvolvimento de uma criança podem surgir nos primeiros meses de vida e o diagnóstico é feito aos 2 ou 3 anos de idade. A doença é mais comum em homens. Identificar atrasos no desenvolvimento, diagnosticar precocemente o TEA e abordar intervenções comportamentais e apoios educacionais no início da vida pode melhorar os resultados a longo prazo e levar em conta a neuroplasticidade do cérebro (5).

Quanto aos primeiros sinais do TEA, reconhecidos no segundo ano de vida, são atrasos no desenvolvimento da linguagem e falta de atenção à sociedade ou padrões “incomuns” de interação social, diversidade, brincadeira e comunicação. Além disso, os sintomas podem estar associados a comprometimento cognitivo e de linguagem e comprometimento motor, incluindo marcha atípica, falta de coordenação e outros sintomas motores anormais, por exemplo, andar na ponta dos pés (29).

Desenvolvimento motor

A Psicomotricidade consiste na unidade dinâmica entre o corpo, suas emoções e ações- olhar, gritar, rolar, correr, jogar bola, linguagem, movimentos gestuais, entre outros- partindo desde os movimentos reflexos e incoordenados até movimentos mais complexos e coordenado, que resultam em valor simbólico. Para o autor, o movimento permite que a criança explore o mundo exterior através de experiências concretas e crie um conceito básico do seu desenvolvimento, atentando para a integração de todos os aspectos (30).

As crianças com TEA apresentam atraso no desenvolvimento motor fino e podem apresentar dificuldades de fala que afetam negativamente sua capacidade de escrever à mão, digitar, escrever e fazer símbolos. Atrasos no desenvolvimento motor grosso podem afetar negativamente o equilíbrio, o comportamento social e a motivação para participar de atividades sociais que envolvam essas habilidades, como jogar futebol (11).

Os tipos de deficiências motoras em pacientes com TEA incluem uma série de déficits funcionais, incluindo déficits no controle motor grosso e sequências motoras finas e complexas (incluindo dispraxia e falta de jeito), deficiências oculomotoras e dificuldades de aprendizagem motora (10).

O autor supracitado diz que o desenvolvimento neuromotor em crianças com TEA é considerado atípico na literatura. Embora não haja evidência de uma causa específica, sabe-se que crianças com TEA apresentam anormalidades no sistema nervoso central (SNC), particularmente no hipocampo, amígdala, corpo caloso, maturação do córtex pré-frontal e corpo caloso. Mudanças nos neurônios límbicos.

Estratégias fisioterapêuticas 

Embora o desenvolvimento motor não seja um critério diagnóstico para TEA, alguns pesquisadores têm demonstrado interesse por esse critério do ponto de vista da intervenção precoce. A literatura mostra que os déficits motores estão presentes em indivíduos com TEA, afetando tanto os domínios cognitivos quanto os sociais. Desenvolvimento motor representa um aspecto do desenvolvimento global da criança, que está sempre ligado às áreas mental e emocional do comportamento humano e é influenciado por fatores ambientais (12).

Sabe-se que a forma como as habilidades motoras são desenvolvidas está intimamente relacionada ao crescimento da criança e à compreensão e aquisição de movimentos como pular, correr e caminhar, que progridem de acordo com a gama de estímulos recebidos após o nascimento. Na verdade, o envolvimento da mente está envolvido não só na complexidade do problema, mas também na dimensão, na organização do tempo e do espaço e na estrutura física (24).

A psicomotoria é um estudo que descreve o ser humano a partir de uma perspectiva integrada baseada no movimento, ou seja, um estudo que trata da relação entre mente e movimento, um estudo que permite que uma pessoa se expresse através do movimento e da interação, também pode criar conexões mentais e emocionais por meio da comunicação não verbal (23).

Estimula os aspectos sensoriais e motores, por isso é uma das formas de trabalhar todo o desenvolvimento da pessoa e seus diferentes tipos. Também melhora a concentração, memória, coordenação e equilíbrio. Portanto, é importante que a fisioterapia tenha como foco as habilidades cognitivas, pois auxilia no desenvolvimento motor e melhora o bem-estar da criança (15).

Nesse sentido, a fisioterapia é importante no desenvolvimento do desenvolvimento motor, contribui para a independência nas atividades diárias que são realizadas e auxilia no desenvolvimento da interação com o meio em que vive. (27), Por meio da fisioterapia, crianças com autismo podem treinar e trabalhar seus sentidos, focando na clareza cognitiva e participando de interações sociais com maior força. Para os autores, a fisioterapia contribui para o desenvolvimento da coordenação, do equilíbrio, da motricidade e do autocontrole físico, o que auxilia na redução dos movimentos atípicos.

Para intervir nas atividades articulares, de equilíbrio e motoras, a fisioterapia utiliza máquinas integradas, atividades lúdicas com brinquedos coloridos, bolas, rodas de danças e movimentos corporais, exercícios de relaxamento associados à utilização de músicas, brincadeiras que trabalhem o equilíbrio e o contato tátil e que envolvam motricidade fina com prendedor de roupas, entre outros (22).

Benefícios da fisioterapia 

É importante que os fisioterapeutas que trabalham no tratamento de crianças com TEA tenham um conhecimento profundo da patologia e dos métodos de tratamento. A atuação do fisioterapeuta no acompanhamento desses pacientes inclui atividades voltadas ao desenvolvimento motor e à ativação de áreas de atenção e interação social (18).

Os fisioterapeutas desempenham um papel importante na utilização de diversas terapias. Os tratamentos comumente utilizados incluem coordenação motora, força muscular, equilíbrio, equoterapia e estímulos sensoriais, que promovem o desenvolvimento motor físico e funcional e melhoram a qualidade de vida e o desempenho em crianças com TEA. Como as crianças passam por muitas mudanças ao longo do seu desenvolvimento, a estimulação precoce é importante no desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras e permite que as pessoas com autismo se adaptem melhor ao seu ambiente (20).

A fisioterapia tem como objetivo ajudar esses pacientes a se adaptarem ao convívio social, treinar sua concentração por meio de jogos educativos, treinar habilidades motoras, equilíbrio e coordenação por meio da prevenção em diversos movimentos, além de melhorar e aprimorar a capacidade de autorregulação do corpo. As crianças que receberam equoterapia tiveram melhorias significativas nas habilidades motoras e no desempenho. Sob esse ponto de vista, os efeitos da equoterapia nas atividades de crianças com autismo podem melhorar as habilidades motoras, maior participação e desempenho em outras atividades da vida diária (4).

As crianças autistas têm dificuldade em compreender todo ou parte do seu corpo e não compreendem que o seu corpo está em movimento. Os métodos fisioterapêuticos trazem benefícios inegáveis e podem ser observados em diversas áreas da vida da criança, pois contribuem para a melhoria das habilidades motoras, auxiliam na coordenação e evitam restrições nas atividades laborais (25). 

Justificativa

O conceito de transtorno do espectro do autismo (TEA) refere-se a um grupo de transtornos do neurodesenvolvimento que perturbam os três principais pilares da estrutura humana: interação social, comunicação e comportamento. O TEA é uma condição que inclui uma variedade de distúrbios neurológicos e comportamentais, incluindo muitas variáveis, como dificuldade de socialização, comunicação verbal e não verbal prejudicada e padrões de comportamento repetitivos.

A fisioterapia é muito importante no desenvolvimento do desenvolvimento motor, contribui para a independência nas atividades diárias e auxilia no desenvolvimento da interação com o meio em que vive. Através da fisioterapia, as crianças com autismo podem treinar e funcionar de forma independente, ganhar clareza de pensamento e participar na sociedade com maior força. Segundo os autores, a fisioterapia contribui para o desenvolvimento da coordenação, do equilíbrio, da motricidade e do controle corporal, o que ajuda a reduzir os movimentos atípicos.

Objetivos Geral: 

Descrever a atuação do fisioterapeuta para o desenvolvimento neuropsicomotor da criança com espectro autista.

Específicos:

Analisar o desenvolvimento neuropsicomotor;

Identificar as estratégias fisioterapêuticas que ajudam no desenvolvimento;

Evidenciar os benefícios que a fisioterapia proporciona a crianças com TEA.

Método

Este estudo é do tipo bibliográfico descritivo que Abordará a atuação do fisioterapeuta para o desenvolvimento neuropsicomotor da criança com espectro autista (TEA), discorrendo sobre a patologia, a atuação e estratégias fisioterapêuticas que ajudam no desenvolvimento e estratégias fisioterapêuticas que ajudam no desenvolvimento.

Uma revisão sistemática foi escolhida como forma deste estudo, a fim de integrar melhor as informações de estudos realizados sobre um tema específico, para facilitar a observação de resultados consistentes e inconsistentes sobre um tema e a participação em estudos e pesquisas futuras. Este tipo de pesquisa oferece a oportunidade de orientar e avaliar o conhecimento adquirido em pesquisas anteriores sobre um tema específico ou seja, abre oportunidade de ampliação dos campos do conhecimento.

Foi realizado uma busca de artigos nas bases de dados: Pubmed (US National Library of Medicine) e SciELO (Scientific Electronic Library of Medicine), utilizando-se os termos combinados em português: Transtorno do Espectro Autista, desenvolvimento neuropsicomotor e atuação do fisioterapeuta. Ao todo, foram selecionados 30 artigos. Os artigos selecionados discorreram sobre a presença de alterações neuropsicomotoras em indivíduos com TEA e sobre as bases neurais do transtorno.

Resultados

Autores/ATipo de EstudoCaracterísticas da AmostraTipos de IntervençãoPrincipais Variáveis AnalisadasResultados Significativos
Adurens et al. (2017)Estudo de casoInvestigar a possibilidade de identificação precoce dos traços artísticos em bebês, bem como os métodos relacionados à prevençãoEstimulação Precoce como meio de prevençãoIdentificação precoce dos riscos psíquicosPrevenção dos traços de autismo em bebês demonstra um progresso significativo
Anjos et al. (2017)Ensaio clinico randomizadoVerificar a percepção dos cuidadores das crianças com TEA sobre a atuação da fisioterapiaControle dos atos motores e da coordenação gestual do cotidianoPsicomotricidade para o tratamento das crianças com TEAElementos psicomotores no tratamento    da criança com TEA, objetivando torná-la mais autônoma nas tarefas cotidianas, diminuindo a dependência de outros
Brito, et al (2021)Estudo de casoIdentificar de que forma a terapia cognitivo- comportamental (TCC) auxilia no tratamento e prognóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA)Implementação de estratégias cognitivas e comportamentais que possam minimizar os sintomas presentesTratamento e educação para crianças autistas e com distúrbios correlatados da comunicação (TEACCH); análise aplicada do comportamento (ABA)  Compreender como os seus pensamentos e emoções influenciam seus comportamentos disfuncionais
Valois, et al. (2022).Estudo de casoContribuições do fisioterapeuta no aprimoramento motor de crianças na primeira infância com Transtorno do Espectro Autista (TEA)Aplicação da psicomotricidade.Desenvolvimento de estímulos sensoriais.Aumento do repertório motor, desenvolvimento da coordenação motora, do equilíbrio, da agilidade e melhorias em aspectos sociais e comunicativos
Fernandes, et al. (2020)Ensaio clinico randomizadoContribuir para diversas mudanças tanto na prática quanto na teoria do cuidado a criança com TEA.Aplicação de atividades que exigem movimentos finos e precisos, habilidades como atenção e percepção precisam estar desenvolvidas.Desenvolvimento motor e auxiliar na prevenção de futuros comprometiment os, além de promover a integração socialAperfeiçoamento das habilidades motoras de crianças com autismo, auxiliando nas capacidades coordenativas e prevenindo limitações na execução das atividades funcionais.    
Monteiro, et al. (2020)Estudo de casoIdentificar e analisar intervenções realizadas em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista.Técnicas fisioterapêuticas podem ajudar a melhorar as habilidades motoras, a coordenaçãoDesenvolver habilidades sociais e físicasEquilíbrio, a coordenação e a postura
Fonseca, et al. (2021).Estudo de casoAvaliar as repercussões psicomotoras na aplicação de condutas fisioterapêuticas em crianças com TEAAplicação do tratamento com equoterapia.  Avaliação da equoterapia no desenvolvimento motor.Comunicação, no autocontrole, na autoconfiança, na vigilância da relação, na atenção e do tempo de atenção
Nunes, et al. (2023).Ensaio clinico randomizadoIdentificar a atuação da fisioterapia nos transtornos motores em crianças com TEAHabilidades motoras fundamentais como, pular, correr, saltar, arremessar, chutar e pegar,Apego excessivo a rotinas, ações repetitivasDesenvolvimento social e comunicativo do indivíduo, aumentando assim a integração da criança na sociedade e interação com demais crianças.  
Oliveira, et al. (2023).    Estudo de casoIdentificar a importância dos fármacos nas crianças com TEAAplicação de medicações responsáveis por auxiliar o desenvolvimento cognitivo da criança com TEAEfeitos adversos aos fármacos.Tratamento terapêutico medicamentoso e a orientação racional
Prates, et al. (2019).Ensaio clinico randomizadoAnalisar a intervenção precoce no TEACoordenação motora, força muscular, equilíbrio, equoterapia e estímulos sensoriaisAvaliação das atividades motoras e sensoriais.Estimulação sensorial e motora                
Fonte: Autoria própria

Discussão

Como parte deste estudo, foram examinadas a complexidade do diagnóstico do autismo, suas nuances e especificidades. A investigação sobre a detecção precoce de riscos psicológicos representa um progresso significativo do ponto de vista científico. A prevenção de traços autistas em bebês é um avanço importante e ambicioso na saúde pública. Outro ponto importante a considerar diz respeito ao encaminhamento de casos com riscos psicológicos, dada a carência de instituições especializadas no atendimento de lactentes, principalmente aquelas que trabalham com abordagem multidisciplinar.

Os fisioterapeutas podem trabalhar com crianças com TEA focando em habilidades motoras básicas, como rolar, sentar, ficar de pé e andar. Quando na fase pré-escolar ou escolar, os mesmos podem trabalhar o saltar, o chutar, o lançar e o pegar. Tais habilidades são trabalhadas por meio de circuitos (ex.: andar sobre pegadas, andar em linha reta, saltar no trampolim, passar por debaixo de cordas). Essas atividades não são apenas importantes para o desenvolvimento físico, mas também para o engajamento social.

Destaca-se em especial a presença do neuropsicólogo, na implementação de estratégias cognitivas e comportamentais que possam minimizar os sintomas presentes, que limitam o acesso dos portadores de TEA na dimensão familiar e na sociedade. No decorrer do estudo foram citadas várias técnicas interventivas, sobretudo após a adoção da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) que traz em suas práticas uma certa tranquilidade para os envolvidos no tratamento.

O desenvolvimento neuropsicomotor de crianças com Transtorno do Espectro Autista é no geral inferior ao esperado para sua idade cronológica. Dessa forma, a fisioterapia através da psicomotricidade obteve resultados positivos nos itens deficitários, demonstrando ser efetiva não só no elemento motor deficitário mas também na interação social, comportamental, de aprendizagem, diminuição das estereotipias, organização dos padrões sensoriais, entre outros, possibilitando maior grau de independência nas atividades de vida diária, resultando na melhora da qualidade de vida das crianças e de seus cuidadores.

Os estudos analisados demonstram que crianças com TEA podem apresentar atraso no desenvolvimento e ainda comprometimento nas habilidades motoras e problemas posturais, e que alguns desses problemas podem ser explicados pela presença de movimentos repetitivos e estereotipados. Nesse sentido, a fisioterapia busca minimizar os comprometimentos, atuando no desenvolvimento motor das crianças autistas.

O principal tratamento dos pacientes com TEA é baseado na farmacoterapia, mas ainda é um recurso limitado, que necessita de maiores estudos. Além disso, é crescente o número de utilização de terapias complementares e alternativas para o tratamento desse transtorno, sendo muito frequentes as intervenções nutricionais e fisioterapêuticas.

O TEA atinge especialmente as áreas da socialização, comunicação e comportamento, embora não haja critérios para o diagnóstico de dificuldades motoras dessas crianças, vários estudos têm mostrado que elas expõem dificuldade ou atraso nas habilidades motoras. Há evidências suficientes sobre a importância do tratamento fisioterapêutico em crianças com TEA. O tratamento representa uma oportunidade de terapia complementar e paliativa. Os diversos métodos utilizados pelo fisioterapeuta nesse contexto fazem com que essas crianças obtenham um melhor comportamento, desenvolvimento corporal, afetivo e cognitivo.

Através dos resultados obtidos ao finalizar a pesquisa, pudemos concluir que a criança com TEA apresenta um conjunto de alterações no neurodesenvolvimento como motricidade, comunicação, cognição e socialização e que a fisioterapia é de extrema importância para que ela consiga desenvolver de maneira mais efetiva e assertiva as habilidades motoras, de modo com que evite o possível atraso da motricidade.

TEA afeta mais o sexo masculino, nos primeiros cinco anos de idade; o uso do aripirazol para o tratamento farmacológico ainda não está aprovada em bula, isto porque os estudos não demonstram desfechos de segurança consideráveis e por considerar somente um ECR (estudo clínico randomizado), que apresentou falhas metodológicas, o fármaco preconizado é a risperidona e a assistência farmacêutica desempenha papel fundamental nos cuidados iniciais, visto que o farmacêutico é o profissional habilitado a promover o uso racional de medicamentos, a integralidade do cuidado e ênfase na prevenção de agravos dos pacientes com TEA.

O fisioterapeuta desenvolve um papel importante utilizando diversas formas de tratamento. Os tratamentos mais empregados são de coordenação motora, força muscular, equilíbrio, equoterapia e estímulos sensoriais, promovendo um desenvolvimento físico e motor eficaz e melhora da qualidade de vida e funcionalidade em crianças com TEA.

Conclusão

Diante os estudos, verificou-se que os mesmos identificam como o Fisioterapeuta atua para o tratamento das crianças com TEA. Dentre os aspectos mais citados, destacam-se: estímulo ao desenvolvimento, exercícios para equilíbrio e coordenação motora da criança. Dessa maneira, os Fisioterapeutas podem trabalhar as crianças com TEA focando em habilidades motoras básicas, como: rolar, sentar, ficar de pé, andar.  

Primeiramente, antes de realizar qualquer tipo de trabalho, o fisioterapeuta precisa estabelecer o vínculo e a comunicação que permita o desenvolvimento da criança com TEA. Tem como objetivo fornecer ferramentas para estimular o desenvolvimento das crianças através da alegria de vivenciar seus corpos nas mais diversas relações, sem a presença de estereótipos.

O desenvolvimento deste estudo permite uma análise detalhada de como a fisioterapia pode contribuir no processo de desenvolvimento motor de crianças com autismo. Neste contexto, os estudos analisados mostram que crianças com transtornos do espectro do autismo podem apresentar atrasos no desenvolvimento, habilidades motoras limitadas e problemas posturais, e que alguns desses problemas são comportamentos. Nesse sentido, a fisioterapia visa minimizar as deficiências das crianças com autismo e influenciar o desenvolvimento das habilidades motoras.

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1Mestre em Ciências Dermatológicas pela Universidade do Estado do Amazonas; Orientadora do Curso de Fisioterapia na Universidade Paulista (UNIP);
2Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP)