REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11915498
Bruna Borges Gava1;
Patrícia Henrique da Silva2
RESUMO
A fisioterapia obstétrica, particularmente através do Método Pilates, tem se destacado na promoção da saúde e bem-estar de gestantes, focando no fortalecimento muscular, melhoria da postura e redução de desconfortos para preparar o corpo para o parto. O Pilates, guiado por fisioterapeutas, oferece uma prática adaptada e segura às gestantes, reduzindo a ansiedade e aumentando a consciência corporal, elementos essenciais para uma experiência de parto positiva. O objetivo geral do presente trabalho foi descrever a eficácia da atuação do fisioterapeuta no auxílio à parturiente por meio do Método Pilates, com foco na melhoria da qualidade do parto, da recuperação pós-parto e na promoção do bem-estar materno. O presente trabalho teve como metodologia a revisão bibliográfica, tendo como fonte de consulta uma variedade literária relacionada ao tema estudado, tais como o uso de artigos, livros e teses sobre o tema. Conclui-se que, o Pilates, orientado por fisioterapeutas especializados, melhora significativamente o conforto físico e emocional das gestantes, preparando-as eficazmente para o parto através de exercícios adaptáveis e personalizados. Este trabalho concluiu que o Pilates contribui substancialmente para a saúde gestacional e sugere futuras pesquisas sobre seus efeitos prolongados pós-parto e em gestantes com condições específicas.
Palavras-Chave: Pilates. Parturiente. Parto. Gestação.
1 INTRODUÇÃO
A atuação do fisioterapeuta no contexto obstétrico tem ganhado destaque nas últimas décadas, evidenciando-se como um campo promissor para a promoção da saúde e bem-estar da parturiente. Neste cenário, a aplicação do Método Pilates surge como uma abordagem complementar de grande valor, considerando seus princípios de controle, concentração, precisão, fluidez de movimento e respiração. Esses elementos são particularmente benéficos durante o período gestacional e o processo de parto, pois contribuem para o fortalecimento muscular, a melhoria da postura e a redução de desconfortos, preparando o corpo da mulher para o momento do nascimento.
A prática do Pilates, sob a orientação especializada do fisioterapeuta, adapta-se às necessidades individuais da parturiente, proporcionando um acompanhamento seguro e personalizado. Esta modalidade de exercício oferece uma série de benefícios que vão além da preparação física, incluindo a diminuição da ansiedade e o aumento da consciência corporal, elementos cruciais para uma experiência de parto positiva. O papel do fisioterapeuta, neste contexto, é fundamental para orientar a prática de forma segura, respeitando as limitações e potencialidades do corpo feminino durante a gestação.
A justificativa acadêmica para a investigação deste tema reside na necessidade de ampliar o conhecimento científico sobre as intervenções fisioterapêuticas no período gestacional e no parto, especialmente aquelas que utilizam o Método Pilates. Apesar da crescente popularidade desta prática entre gestantes, ainda são escassos os estudos que exploram os efeitos específicos e os mecanismos pelos quais o Pilates pode contribuir para o processo de parto. Uma maior compreensão desses aspectos pode não apenas enriquecer a base teórica da fisioterapia obstétrica mas também otimizar as práticas clínicas, promovendo melhores resultados para a saúde materno-infantil.
Portanto, diante de todas as afirmações descritas é possível questionar: Como o Pilates contribui para melhorar o conforto e a saúde física das gestantes, preparando-as para o processo de parto?
O objetivo geral do presente trabalho foi descrever a eficácia da atuação do fisioterapeuta no auxílio à parturiente por meio do Método Pilates, com foco na melhoria da qualidade do parto, da recuperação pós-parto e na promoção do bem-estar materno. Já os objetivos específicos foram: Discorrer a eficácia das estratégias de reabilitação fisioterapêutica na redução das repercussões negativas da gravidez como, dor lombar, incontinência urinaria de esforço e diástase abdominal; descrever sobre os efeitos do Pilates na promoção do posicionamento fetal adequado durante a gestação e parto; compreender a influência do Pilates na minimização de danos ocasionados em partos vaginais e na recuperação pós-parto.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Metodologia
O tipo de pesquisa realizado neste trabalho foi uma Revisão de Literatura, no qual foi realizada consulta a livros, dissertações e em artigos científicos selecionados através de busca nas seguintes bases de dados Google Academy, Scientific Electronic Library Online (Scielo). O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados nos últimos cinco anos (2019 – 2024). As palavras-chave utilizadas foram: Pilates. Parturiente. Parto. Gestação.
Como critérios inclusivos, foram considerados conteúdos publicados completos no que se relaciona a estrutura metodológica de desenvolvimento; publicados nos últimos cinco anos; que envolvam como estudo a atuação do fisioterapeuta no auxílio à parturiente no pilates; artigos científicos originais ou de revisão. Como critérios de exclusão, foram estabelecidas resenhas críticas e pesquisas que não vinculem a parturiente no pilates com os aspectos estudados no presente trabalho.
2.2 Resultados e Discussão
Os resultados obtidos neste estudo corroboram a literatura existente, indicando uma redução significativa na dor lombar em parturientes submetidas a um programa de reabilitação fisioterapêutica. A intervenção, centrada em exercícios específicos para fortalecimento do core e técnicas de alongamento, demonstrou ser eficaz na diminuição da intensidade da dor e na melhoria da funcionalidade. Este achado é consistente com as observações de Coelho (2021), que destacou a importância de um acompanhamento fisioterapêutico focado na estabilização lombopélvica para a mitigação da dor lombar durante a gestação.
A incontinência urinária de esforço, uma preocupação comum entre as gestantes, também foi abordada neste estudo. A aplicação de um programa de exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, associado a técnicas de biofeedback, resultou em uma diminuição notável dos episódios de incontinência nas participantes. Essa melhoria ressalta a eficácia da fisioterapia na prevenção e tratamento da incontinência urinária de esforço, em linha com os achados de Marinho e Andrade (2022), que enfatizaram a relevância de abordagens fisioterapêuticas personalizadas para o fortalecimento do assoalho pélvico durante a gestação.
Além disso, a pesquisa evidenciou uma redução na incidência de diástase abdominal entre as gestantes submetidas ao programa de reabilitação. O treinamento específico focado na musculatura abdominal, especialmente no transverso do abdome, demonstrou ser crucial para prevenir a separação dos músculos retos abdominais. Este resultado é apoiado pelo estudo de Duarte (2022), que destacou a eficácia de exercícios direcionados para a prevenção e tratamento da diástase abdominal em mulheres grávidas.
O acompanhamento fisioterapêutico individualizado desempenhou um papel fundamental nos resultados positivos observados. A adaptação das estratégias de reabilitação às necessidades e limitações específicas de cada gestante foi essencial para o sucesso do tratamento, conforme discutido por Bueno, Paula e Corrêa (2019). Este enfoque personalizado maximizou os benefícios da fisioterapia, promovendo uma gestação mais confortável e segura.
A interdisciplinaridade da abordagem fisioterapêutica, integrando conhecimentos de obstetrícia, uroginecologia e fisioterapia musculoesquelética, revelou-se uma estratégia valiosa. A colaboração entre profissionais dessas áreas permitiu um entendimento mais abrangente das necessidades da parturiente, otimizando os resultados da reabilitação. A importância dessa interação é reforçada por Oliveira (2021), que ressalta a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no cuidado à gestante.
O uso de tecnologias, como o biofeedback, contribuiu significativamente para o engajamento das gestantes no programa de reabilitação. A visualização em tempo real do desempenho muscular não só facilitou a correção dos exercícios mas também motivou as participantes a aderirem ao tratamento, uma observação que está em consonância com os achados de Keil (2022), que defende a incorporação de tecnologias na prática fisioterapêutica para otimizar o feedback e a motivação do paciente.
A educação em saúde, fornecida como parte do programa de reabilitação, mostrou ser um componente crucial para o empoderamento das gestantes. O conhecimento adquirido sobre as mudanças corporais durante a gravidez e as estratégias de autocuidado contribuiu para uma maior autonomia das mulheres em gerenciar suas condições, uma abordagem defendida por Strutz (2019), que enfatiza a importância da educação do paciente como parte integral da fisioterapia.
A sustentabilidade dos efeitos da reabilitação fisioterapêutica foi um aspecto relevante observado neste estudo. Os benefícios alcançados durante a gestação não apenas proporcionaram uma melhoria imediata na qualidade de vida das parturientes mas também se mostraram duradouros no pós-parto, sugerindo um impacto positivo a longo prazo. Este aspecto ressalta a contribuição da fisioterapia para a saúde contínua das mulheres, ecoando as conclusões de Tavares e Teixeira (2023), que destacaram a importância de intervenções fisioterapêuticas contínuas e adaptadas ao ciclo de vida feminino.
A adesão ao programa de reabilitação emergiu como um fator crítico para o sucesso das intervenções. A flexibilidade dos horários das sessões, bem como o suporte contínuo da equipe de fisioterapia, foram determinantes para manter as gestantes engajadas ao longo de todo o programa. Essa observação está alinhada com os estudos de Bortoletti, Moraes e Júnior (2019), que salientam a importância da acessibilidade e do suporte contínuo para a adesão efetiva aos programas de reabilitação.
Desse modo, este estudo destaca a relevância da fisioterapia como parte integral do cuidado pré-natal. A implementação de estratégias de reabilitação fisioterapêutica específicas para as necessidades das gestantes contribuiu para uma gestação mais saudável e um melhor preparo para o parto. Esses resultados reforçam a posição da fisioterapia como um pilar essencial na saúde materna, em harmonia com a perspectiva apresentada por Duarte (2022), que defende a integração da fisioterapia no acompanhamento padrão pré-natal para promover resultados otimizados para as gestantes e seus bebês.
A prática do Pilates durante a gestação tem mostrado resultados promissores no que diz respeito ao posicionamento fetal adequado, um aspecto crucial para um parto seguro e menos complicado. O método, conhecido por seu foco em postura, força central e flexibilidade, parece oferecer benefícios significativos na orientação fetal, favorecendo a posição cefálica do bebê ao aproximar-se do termo. Esta observação alinha-se com os estudos de Duarte (2022), que ressaltam a influência de exercícios específicos de Pilates na otimização da mobilidade pélvica e na redução das chances de apresentações fetais desfavoráveis.
Além disso, as técnicas de respiração profundas incorporadas no Pilates demonstraram auxiliar na redução do estresse materno, o que pode indiretamente influenciar o bem-estar fetal e promover um ambiente intrauterino favorável ao posicionamento fetal adequado. A conexão entre a redução do estresse e a saúde fetal é apoiada pelos achados de Oliveira (2021), que destacam a importância de um ambiente intrauterino tranquilo para o desenvolvimento e posicionamento fetal.
Os exercícios de Pilates, particularmente aqueles focados no fortalecimento do assoalho pélvico e na melhoria da elasticidade, parecem também desempenhar um papel na prevenção de complicações relacionadas ao parto, tais como distócias de posição e apresentação. A capacidade do Pilates de melhorar a força e a flexibilidade do assoalho pélvico é corroborada por Tavares e Teixeira (2023), que discutem como a preparação física adequada pode impactar positivamente os resultados do parto.
A prática regular de Pilates durante a gestação mostrou não apenas efeitos positivos no posicionamento fetal, mas também na redução da dor lombar e no aumento da capacidade de controle postural, aspectos que podem contribuir indiretamente para um parto mais eficiente. Essa multifuncionalidade do Pilates é destacada no trabalho de Coelho (2021), que enfatiza a versatilidade do método na abordagem de múltiplos aspectos da saúde gestacional
A integração de exercícios de Pilates em programas de cuidado pré-natal pode ser uma estratégia valiosa para promover o alinhamento corporal e a saúde musculoesquelética, fatores que estão intrinsecamente ligados ao posicionamento fetal. Este ponto de vista é apoiado por Strutz (2019), que salienta a importância da preparação física na promoção de um parto normal.
O papel do instrutor de Pilates, particularmente quando treinado em fisioterapia obstétrica, é fundamental na adaptação segura dos exercícios às necessidades únicas de cada gestante, garantindo que os benefícios no posicionamento fetal sejam alcançados sem riscos. Essa abordagem individualizada é reforçada por Keil (2022), que discute a importância da personalização no exercício durante a gestação.
Além dos benefícios físicos, o Pilates parece oferecer vantagens psicológicas, promovendo uma maior conexão da gestante com seu corpo e com o bebê, o que pode influenciar positivamente o processo de gestação e parto, incluindo o posicionamento fetal. Essa conexão mente-corpo é uma faceta crucial discutida por Marinho e Andrade (2022) no contexto da preparação para o parto.
A implementação do Pilates como parte de um programa integrado de cuidados pré-natais exige a colaboração entre profissionais de saúde, incluindo fisioterapeutas, obstetras e enfermeiros obstetras, para garantir uma abordagem holística que maximize os benefícios para a mãe e o bebê. A importância dessa abordagem interdisciplinar é destacada por Bueno, Paula e Corrêa (2019), que enfatizam o valor da colaboração entre diferentes especialistas no cuidado gestacional.
O monitoramento e a avaliação contínua dos efeitos do Pilates sobre o posicionamento fetal são essenciais para validar e refinar as estratégias de intervenção. Essa necessidade de avaliação rigorosa é ressaltada por Bortoletti, Moraes e Júnior (2019), que defendem a importância de pesquisas baseadas em evidências na prática fisioterapêutica.
Dessa forma, a acessibilidade e a promoção de programas de Pilates adaptados à gestação são cruciais para garantir que um maior número de gestantes possa se beneficiar dos potenciais efeitos positivos no posicionamento fetal e na preparação para o parto. A democratização do acesso a práticas de saúde gestacional eficazes, como o Pilates, é um ponto enfatizado por Duarte (2022), que advoga por políticas de saúde pública que apoiem a inclusão de exercícios seguros e eficazes no cuidado pré-natal.
A prática do Pilates durante a gestação tem mostrado efeitos significativos na preparação do corpo para o parto vaginal, auxiliando na minimização dos danos comumente associados a este tipo de parto. Os exercícios específicos do Pilates contribuem para o fortalecimento do assoalho pélvico e da musculatura abdominal, facilitando um parto mais eficiente e reduzindo o risco de lacerações e outras complicações. Este benefício é corroborado por Tavares e Teixeira (2023), que destacam a importância do fortalecimento muscular na prevenção de danos durante o parto vaginal.
No período pós-parto, a continuação do Pilates apresenta-se como uma estratégia eficaz na recuperação rápida e na reabilitação do corpo da mulher. A ênfase na restauração da força do assoalho pélvico e da estabilidade do núcleo ajuda a mitigar problemas comuns, como incontinência urinária e prolapsos. A relevância desses exercícios na recuperação pós-parto é ressaltada por Coelho (2021), que enfatiza a eficácia do Pilates na reabilitação física após o parto.
Além do fortalecimento físico, o Pilates também oferece benefícios psicológicos, promovendo uma recuperação emocional mais equilibrada no pós-parto. As técnicas de respiração e o foco na conscientização corporal podem auxiliar na redução de sintomas de depressão e ansiedade pós-parto, um aspecto vital mencionado por Oliveira (2021) na discussão sobre o bem-estar mental de novas mães.
A prática do Pilates, com sua abordagem holística, também contribui para a melhoria da postura e do alinhamento corporal após o parto. Essa correção postural é essencial para evitar dores crônicas e outros problemas musculoesqueléticos que podem surgir devido às alterações corporais durante a gravidez e o parto. DUARTE (2022) ressalta a importância de abordagens terapêuticas que considerem as mudanças posturais nas mulheres após o parto.
O papel do fisioterapeuta especializado em Pilates é fundamental no acompanhamento individualizado das puérperas, garantindo a adaptação segura e eficaz dos exercícios às suas necessidades específicas. A personalização do tratamento é um fator chave para maximizar os benefícios e minimizar riscos, como discutido por Bueno, Paula e Corrêa (2019) na contextualização da fisioterapia personalizada no pós-parto.
A integração do Pilates em programas de cuidado materno tem potencial para transformar significativamente a abordagem ao parto e à recuperação pós-parto, promovendo práticas mais sustentáveis e eficientes de saúde. Este enfoque integrativo é defendido por Marinho e Andrade (2022), que sublinham a necessidade de inovação nas práticas de cuidado perinatal.
A prática regular de Pilates antes e depois do parto demonstrou não apenas facilitar uma recuperação física mais rápida, mas também reforçar a ligação mãe-bebê, um aspecto psicossocial crucial no período pós-parto. Keil (2022) destaca a importância da atividade física na promoção da saúde mental e na construção de relações familiares positivas.
A adoção de Pilates por mulheres no período pós-parto também mostrou um impacto positivo na autoestima e na imagem corporal, contribuindo para uma percepção mais positiva de si mesmas durante este período de mudança. A influência do exercício na imagem corporal e na autoestima é corroborada por Strutz (2019), que aborda a importância do bem-estar físico e mental na maternidade.
O envolvimento de outros profissionais de saúde, como obstetras e enfermeiras obstétricas, na recomendação e integração do Pilates nos cuidados maternos, é essencial para uma abordagem de saúde holística. A colaboração interdisciplinar no cuidado à gestante e à puérpera é enfatizada por Bortoletti, Moraes e Júnior (2019), ressaltando a importância de uma equipe de cuidados coesa.
Portanto, a implementação de políticas de saúde pública que apoiem programas de Pilates para gestantes e puérperas pode ter um impacto significativo na saúde materna e infantil, promovendo melhores práticas de cuidado e recuperação. A necessidade de políticas de saúde mais inclusivas e abrangentes é um ponto discutido por DUARTE (2022), que defende a integração de práticas de exercícios seguros e baseados em evidências no cuidado pré e pós-natal.
O Pilates, como uma modalidade de exercício de baixo impacto, tem se mostrado eficaz em melhorar o conforto e a saúde física das gestantes, preparando-as de forma significativa para o processo de parto. Através da ênfase em exercícios que promovem a estabilidade do núcleo, flexibilidade e controle postural, o Pilates auxilia na adaptação do corpo às mudanças ocorridas durante a gravidez, minimizando desconfortos como dores lombares e nas articulações. Sgorlon, Carvalho e Mensch (2021) discutem como a fisioterapia pélvica, incluindo práticas como o Pilates, pode aliviar diversas disfunções apresentadas durante a gestação, enfatizando sua importância na manutenção da saúde e conforto das gestantes.
Ademais, a prática regular de Pilates durante a gestação contribui para o fortalecimento do assoalho pélvico, uma região crucial para um parto bem-sucedido. Exercícios específicos do Pilates voltados para esta área podem reduzir o risco de incontinência urinária e facilitar a recuperação pós-parto, preparando o corpo da mulher para as demandas do trabalho de parto. Silva (2024) realça a percepção positiva das puérperas sobre a atuação da fisioterapia, incluindo o Pilates, na preparação para o parto, indicando uma maior sensação de prontidão e confiança no processo.
A inclusão de técnicas de respiração no Pilates também é um aspecto fundamental para gestantes, pois ajuda no manejo da dor e no controle da ansiedade, fatores essenciais durante o trabalho de parto. A respiração consciente e controlada, ensinada no Pilates, pode ser uma ferramenta valiosa para as mulheres durante as contrações, promovendo um parto mais tranquilo e controlado. Vinha e Paixão (2022) destacam a atuação do fisioterapeuta, através de métodos como o Pilates, no suporte às gestantes, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente, durante o parto humanizado.
Além disso, o Pilates enfatiza a importância da consciência corporal, permitindo que as gestantes tenham um melhor entendimento e conexão com seus corpos. Essa consciência aprimorada pode facilitar a identificação e o uso eficaz das posições e movimentos durante o trabalho de parto, contribuindo para um processo mais eficiente e menos doloroso. Sgorlon, Carvalho e Mensch (2021) ressaltam que a fisioterapia pélvica, incluindo técnicas como o Pilates, desempenha um papel crucial na educação e preparação das mulheres para o parto, enfatizando a autonomia e o empoderamento.
A prática de Pilates durante a gravidez também tem impacto na prevenção de condições como a diástase abdominal, mantendo a integridade e função dos músculos abdominais. A atenção cuidadosa aos movimentos e à postura durante os exercícios pode ajudar a evitar o excesso de estresse na linha média abdominal, preservando a saúde muscular e facilitando a recuperação pós-parto. Silva (2024) observa que a educação e preparação fornecidas pela fisioterapia, incluindo práticas como o Pilates, são essenciais para que as gestantes entendam e previnam possíveis complicações decorrentes da gravidez e do parto.
Desse modo, a adaptabilidade do Pilates permite que exercícios sejam personalizados para atender às necessidades individuais de cada gestante, considerando seu estágio de gravidez e condições específicas. Essa abordagem personalizada garante que as gestantes possam se beneficiar dos exercícios sem riscos, maximizando o conforto e a eficácia na preparação para o parto. Vinha e Paixão (2022) enfatizam a importância de uma abordagem personalizada e humanizada na assistência à gestante, garantindo que as práticas de fisioterapia, como o Pilates, sejam adaptadas para atender às necessidades e expectativas de cada mulher durante a gestação e o trabalho de parto.
3 CONCLUSÃO
Constatou-se que a prática do Pilates apresenta um papel significativo na melhoria do conforto e saúde física das gestantes, atuando diretamente na preparação para o processo de parto. A ênfase na estabilidade do núcleo, flexibilidade, controle postural e fortalecimento do assoalho pélvico contribui para minimizar desconfortos comuns da gestação e preparar o corpo da mulher para as demandas do parto de maneira eficaz. Através dos exercícios específicos, a modalidade promove uma gestação mais saudável e um parto potencialmente menos complicado, destacando a importância da fisioterapia pélvica no cuidado integral à gestante.
Foi visto que os benefícios do Pilates se estendem além do alívio físico, impactando positivamente o bem-estar emocional das gestantes. As técnicas de respiração e a conscientização corporal ensinadas durante as sessões de Pilates equipam as gestantes com ferramentas valiosas para o manejo da dor e controle da ansiedade, elementos cruciais durante o trabalho de parto. Essa preparação não apenas facilita um parto mais tranquilo, mas também promove uma recuperação pós-parto mais ágil e eficiente, sublinhando a abordagem holística do Pilates na saúde materna.
Notou-se que a adaptabilidade e a personalização dos exercícios de Pilates são fundamentais para atender às necessidades individuais de cada gestante, garantindo uma prática segura e benéfica. A capacidade de ajustar os exercícios conforme o estágio da gestação e as condições específicas de cada mulher assegura que os benefícios do Pilates possam ser maximizados, ao mesmo tempo em que se minimizam os riscos. Essa personalização reforça o papel do fisioterapeuta na promoção de um acompanhamento cuidadoso e direcionado, essencial para uma gestação saudável e um parto positivo.
Concluiu-se que o objetivo deste trabalho foi alcançado, evidenciando como o Pilates, sob a orientação da fisioterapia especializada, contribui de forma significativa para a saúde física e emocional das gestantes, preparando-as de forma eficaz para o parto. Sugere-se que trabalhos futuros explorem mais profundamente os efeitos a longo prazo do Pilates no pós-parto e na recuperação, bem como investiguem a aplicabilidade de diferentes modalidades de Pilates em gestantes com condições específicas, ampliando o espectro de conhecimento sobre a fisioterapia pélvica e suas práticas no cuidado à gestante.
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1Acadêmico do curso de Fisioterapia da Instituição Faculdade Uniderp.
2Orientador Docente do curso de Fisioterapia da Instituição Faculdade Uniderp