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Dra. Mariana Arias Avila Vera (SP) Professora Adjunta do Departamento de Fisioterapia e do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da UFSCar, líder do grupo de pesquisa Dor: Avaliação e Tratamento Fisioterapêutico (DGP/CNPq).
Contextualização: A dismenorreia primária atinge mais de 60% das mulheres em idade reprodutiva, sendo mais comum em mulheres mais jovens, mas ocorrendo em todas as faixas etárias. Os tratamentos farmacológicos são comuns, mas podem não ter eficácia em 20-25% dos casos, e ainda podem causar efeitos adversos como tonturas e dor de cabeça. Assim, o papel do fisioterapeuta fica evidente com a utilização de terapias não farmacológicas, e os exercícios, terapia manual, estimulação elétrica e utilização de calor ganham destaque no tratamento desta afecção.
Desenvolvimento: A Fisioterapia tem se mostrado importante para o tratamento da dismenorreia (KANNAN; CLAYDON, 2014), e estudos estão sendo desenvolvidos para verificar o custo-efetividade de diversos tratamentos fisioterapêuticos. Revisões sistemáticas apontam efeitos benéficos para o alívio da dor com terapia manipulativa (ABARAOGU et al., 2017), estimulação elétrica nervosa transcutânea (ELBOIM-GABYZON; KALICHMAN, 2020), exercícios terapêuticos (CARROQUINO- GARCIA et al., 2019) e calor (IGWEA et al., 2016), mostrando que a Fisioterapia tem papel importante no tratamento desta disfunção tão pouco reconhecida como um problema legítimo de saúde.
Considerações finais: Mulheres com dismenorreia primária podem se beneficiar grandemente do tratamento fisioterapêutico para alívio dos sintomas, embora poucas mulheres reconheçam a importância de realizar tratamentos para esta afecção. Estudos de alta qualidade metodológica mostrando que a Fisioterapia, com o uso de terapias não farmacológicas, pode beneficiar esta população; estes estudos contribuem não apenas para que os fisioterapeutas possam basear sua prática nas melhores evidências científicas, mas também chamam a atenção da população, especialmente das mulheres, e dos fisioterapeutas para este problema.
Leitura complementar:
Abaraogu UO, Igwe SE, Tabansi-Ochiogu CS, Duru DO. A Systematic Review and Meta-Analysis of the Efficacy of Manipulative Therapy in Women with Primary Dysmenorrhea. Explore (NY). 2017;13(6):386-392. doi:10.1016/j.explore.2017.08.001. PMID: 28988817
Carroquino-Garcia P, Jiménez-Rejano JJ, Medrano-Sanchez E, Casa-Almeida M, Diaz-Mohedo E, Suarez-Serrano, C. Therapeutic Exercise in the Treatment of Primary Dysmenorrhea: A Systematic Review and Meta-Analysis. Phys Ther. 2019;99(10):1371-1380. doi: 10.1093/ptj/pzz101. PMID: 31665789
Elboim-Gabyzon M, Kalichman L. Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS) for Primary Dysmenorrhea: An Overview. Int J Womens Health. 2020;12:1-10. doi:10.2147/IJWH.S220523 PMID: 32021488
Igwea SE, Tabansi-Ochuogu CD, Abaraogu UO. TENS and heat therapy for pain relief and quality of life improvement in individuals with primary dysmenorrhea: A systematic review. Complement Ther Clin Pract. 2016;24:86-91. doi: 10.1016/j.ctcp.2016.05.001. PMID: 27502806
Kannan P, Claydon S. Some physiotherapy treatments may relieve menstrual pain in women with primary dysmenorrhea: a systematic review. J Physiother. 2014;60(1):13-21. doi: 10.1016/j.jphys.2013.12.003. PMID: 24856936