ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE SÍFILIS NA GESTAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA

NURSE’S ROLE IN THE DIAGNOSIS AND TREATMENT OF SYPHILIS IN PREGNANCY: INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411251332


 Bianca Ferreira Braga Moreira1
Brenna Valéria Mendes Silva2
Erlayne Camapum Brandao3


RESUMO 

Introdução: A sífilis se destaca como uma condição curável, porém potencialmente devastadora para a gestante e o recém-nascido. A atuação do enfermeiro desempenha um papel crucial na identificação precoce, no tratamento eficaz e na prevenção da transmissão vertical da sífilis. Objetivo: Compreender a infecção e o impacto da sífilis gestacional e congênita na vida da mulher e do recém-nascido. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Foi feita para comparar dados informativos que foram coletados por artigos científicos publicados no período de 2016 à 2023, livros para pesquisa de termos e procedimentos sendo analisados diante da relevância para a sintetização das informações. Resultados: Foi identificado nas bases de dados 482 artigos, após a análise dos seus títulos e resumos foram selecionados 35 artigos, dentre eles foram excluídos 23 artigos por se tratar de revisões e estudos duplicados, resultando em 12 artigos lidos na íntegra, utilizados como base de dados BSV, LILACS, PubMed, SciELO. Considerações finais: A sífilis é uma infecção que pode ter graves consequências para gestantes e fetos, tornando essencial a detecção precoce e o tratamento adequado. O enfermeiro desempenha um papel crucial nesse processo. Estratégias educativas e a incorporação de dados estatísticos são fundamentais para reduzir a incidência da doença e melhorar as práticas de saúde no pré-natal. 

Palavras-chaves: sífilis, sífilis gestacional, sífilis congênita, atuação do enfermeiro.  

ABSTRACT 

Introduction: Syphilis stands out as a treatable condition, yet potentially devastating for both pregnant women and newborns. The nurse’s role is crucial in early identification, effective treatment, and the prevention of vertical transmission of syphilis. Objective: To understand the infection and the impact of gestational and congenital syphilis on the lives of women and newborns. Methodology: This is an integrative literature review. It was conducted to compare informative data collected from scientific articles published between 2016 and 2023, as well as books for research on terms and procedures, analyzed for their relevance to synthesizing the information. Results: A total of 482 articles were identified in the databases. After analyzing their titles and abstracts, 35 articles were selected. Of these, 23 were excluded due to being reviews or duplicate studies, resulting in 12 full-text articles that were used as the database: BSV, LILACS, PubMed, and SciELO. Conclusions: Syphilis is an infection that can have severe consequences for pregnant women and fetuses, making early detection and proper treatment essential. The nurse plays a critical role in this process. Educational strategies and the incorporation of statistical data are fundamental to reducing the incidence of the disease and improving prenatal health practices. 

Keywords: Syphilis, Syphilis, Congenital, Congenital syphilis, Nurse’s role 

INTRODUÇÃO 

As IST são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas principalmente no contato sexual sem uso de preservativos.2 Consideradas um problema de saúde pública, estão entre as doenças mais comuns em todo o mundo. Elas afetam a saúde e a vida das pessoas, causam um impacto importante sobre a saúde reprodutiva e infantil, contribuem para a infertilidade, complicações durante a gravidez e o parto, e facilitam a transmissão sexual do vírus da imunodeficiência humana (humanimmunodeficiencyvirus, HIV); e, extremo caso, podem levar à morte fetal. (Domingues, et el, 2020)  

A sífilis é uma infecção de caráter sistêmico, causada pelo Treponema pallidum(T. pallidum), exclusiva do ser humano, e que, quando não tratada precocemente, pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas irreversíveis em longo prazo. É transmitida predominantemente por via sexual e vertical.A infecção da criança pelo T. pallidum a partir da mãe acarreta o desenvolvimento da sífilis congênita. Durante a evolução natural da doença, ocorrem períodos de atividade com características clínicas, imunológicas e histopatológicas distintas, intercalados por períodos de latência, durante os quais não se observa a presença de sinais ou sintomas (Brasil, 2018)  

Em relação à SG, essa condição é definida como casos em que a mulher é diagnosticada com sífilis durante o pré-natal, parto e/ou puerpério. Já a SC ocorre quando o feto é infectado pelo Treponema pallidum por via transplacentária, decorrente de gestante não tratada ou tratada de forma inadequada. Adicionalmente, existe uma elevada probabilidade de transmissão vertical se a sífilis não for tratada durante a gestação, podendo ocorrer em qualquer fase gestacional, inclusive no pós natal durante a amamentação, caso a mãe apresente lesões nas mamas. Além disso, a infecção fetal está associada a uma alta taxa de mortalidade fetal e neonatal precoce, além de causar sequelas graves como retardo mental, cegueira, surdez e deformidades físicas. (Oliveira, et al, 2021) 

Muitos não têm o conhecimento da infecção, o que pode levá-las a estar contaminadas e a transmitir o agravo. Isso acontece devido à falta de sintomas ou sintomatologia leve, estágios com manifestações diversas e longos períodos de latência da infecção. Essa situação contribui para a baixa busca por atendimento de saúde por mulheres infectadas. Além disso, o início tardio do pré-natal resulta no diagnóstico tardio da Sífilis Gestacional e da Sífilis Congênita. (Brasil,2015) 

Ressalta-se que, de acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento da gestante é considerado adequado quando feito com penicilina benzatina. O tratamento deve ser iniciado até 30 dias antes do parto, com o esquema terapêutico ajustado ao estágio clínico da infecção. É essencial respeitar o intervalo entre as doses, avaliar o risco de infecção e documentar a redução do título do teste não treponêmico em pelo menos duas diluições em três meses ou quatro diluições em seis meses após a conclusão do tratamento, indicando uma resposta imunológica adequada. (Brasil, 2018) 

Durante o  pré-natal,  ao  longo  das  consultas  a  gestante  realiza  2  testes  rápidos (treponêmico), realizado no primeiro trimestre de preferência na primeira consulta e outro realizado no terceiro trimestre da gestação e também no momento da internação para o parto ou curetagem. É realizado ainda o VenerealDiseaseResearchLaboratory Test (VDRL), para triagem, controle do tratamento e cura da sífilis, uma vez que o diagnóstico e tratamento precoce evitará a sífilis congênita. (Figueiredo et al,2020) 

A pesquisa se justifica pela relevância e importância que possui na saúde tanto das gestantes quanto dos recém-nascidos. Esta infecção atinge um milhão de gestantes por ano em todo o mundo, levando a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais e colocando em risco de morte prematura mais de 200 mil crianças. Na América Latina e Caribe, estima-se que entre 166.00 344.000 recém-nascidos nasçam com sífilis congênita anualmente (Oliveira et al, 2019). Durante a gestação caso não seja diagnosticada e tratada da forma correta pode ocasionar sérias complicações na mãe e no recém-nascido.  

Dessa forma, o enfermeiro desempenha um papel crucial junto ao binômio mãe-bebê e sua rede familiar no enfrentamento da Sífilis Gestacional e Congênita, considerando a complexidade tanto no diagnóstico quanto na assistência a essa condição. (Cavalcante et al, 2017). Nesse contexto, a questão que norteou esse estudo foi: Quais serão as atribuições do enfermeiro no diagnóstico e tratamento de sífilis na gestante? 

Nesse sentido, essa pesquisa tem como objetivo geral: Compreender o impacto da sífilis gestacional e congênita na vida da mulher e do recém-nascido. Já os objetivos específicos consistem em: explicar o papel que os enfermeiros podem desempenhar na redução da incidência da sífilis congênita e no bem-estar das gestantes e recém-nascidos e descrever orientações perinatais para prevenção e tratamento da sífilis gestacional e congênita.  

MATERIAIS E MÉTODOS 

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, onde foi utilizada seis etapas, que de acordo com a autora Cassia Baldini seriam essas: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa; amostragem ou busca na literatura; extração de dados ou categorização; análise crítica dos estudos incluídos; interpretação dos dados e apresentação da revisão integrativa. Sendo a questão norteadora: Quais serão as atribuições do enfermeiro no diagnóstico e tratamento de sífilis na gestante? Para isso, foi utilizado a estratégia PICO (P= gestante com sífilis; I=atuação da enfermagem no diagnóstico e tratamento; C= o presente estudo não utiliza de comparação; O= melhora na qualidade dos atendimentos do enfermeiro juntamente a conscientização das gestantes).  

Para a realização do presente estudo,foi definido os descritores:(Syphilis OR “Syphilis, Congenital”) AND (“nursingcare” OR “Nurse’s Role” OR Nursing) AND pregnancy AND “PrenatalCare” AND ”Public Health” AND “Women’s Health” AND “Disease Transmission, Infectious”. 

A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) (Lilacs, Bdenf, Cvsp, Binacis, Medline) adotando-se os seguintes descritores/estratégia de busca indexados: papel do profissional de enfermagem, sífilis, atuação do enfermeiro, sífilis gestacional, sífilis congênita, cuidado no pré natal, saúde pública, saúde da mulher e transmissão de doenças infecciosas.   

Como critérios de inclusão foram selecionados os artigos com textos completos publicados em português, entre os anos de 2016 e 2023 que tratassem sobre a sífilis congênita e sobre a atuação do enfermeiro no diagnóstico e tratamento da sífilis gestacional. Foram excluídas da pesquisa, artigos com mais de 10 anos, teses, dissertações, monografias, estudos duplicados e revisões de literatura. 

A definição dos descritores foi realizada por meio da busca em artigos previamente selecionados, onde foram pesquisados os descritores mais frequentemente utilizados nesses estudos. Após esta etapa os descritores que apresentaram maior frequência foram pesquisados no DEcS e depois eleitos para a pesquisa. Também foram utilizados descritores não indexáveis para agregação no conteúdo.  

Após a seleção dos artigos, foi realizada a leitura completa dos mesmos e analisados os seguintes critérios: autenticidade, qualidade metodológica, relevância das informações.  

Foram extraídas as seguintes informações dos estudos selecionados: título, ano de publicação, periódico, objetivos, metodologia empregada, resultados e principais conclusões. Posteriormente, elaborou-se um quadro para melhor visualização dos resultados. 

O fluxograma a seguir ilustra o método empregado durante a etapa de pesquisa na literatura, envolvendo a escolha de artigos com base em critérios de inclusão e exclusão em diversas bases de dados, culminando na seleção de 12 estudos. 

FLUXOGRAMA A SEGUIR DISPOSTO NA FIGURA 1

Figura 1 
FONTE: Fluxograma adaptado do diagrama de fluxo PRISMA (2009).

RESULTADOS  

O diagrama apresentado acima descreve o processo metodológico utilizado durante a fase de pesquisa na literatura, que incluiu a seleção de artigos baseada em critérios de inclusão e exclusão em diferentes bases de dados, resultando na seleção de doze estudos. 

Foi identificado nas bases de dados 482 artigos, após a análise dos seus títulos e resumos foram selecionados 35 artigos, dentre eles foram excluídos 23 artigos por se tratar de revisões e estudos duplicados, resultando em 12 artigos lidos na íntegra, utilizados como base de dados BSV, LILACS, PubMed, sciELO.  

Os artigos foram publicados em periódicos na área da saúde, entre os anos de 2016 e 2023, quanto ao tipo de estudo foram selecionados, pesquisas descritivas e com abordagem qualitativa, descritivo-exploratório, estudos transversais com abordagem quantitativa e abordagem quantitativa transversal. 

Organizou-se um quadro para que as informações acerca dos estudos pudessem ser sintetizadas (Quadro 1). 

Quadro 1- Síntese dos artigos incluídos na amostra final da revisão

Autor/ano Título Método Impactos da sífilis gestacional e congênita na vida da mulher e do recém nascido 
Nunes JT, Marinho ACV, Davim RMB et al, 2017   Sífilis na gestação: perspectivas e condutas do enfermeiro estudo qualitativo, tipo descritivo exploratório. É notável a presença de enfermeiros capacitados para fornecer orientação e suporte contínuos para a mulher, garantindo que as mães entendam a importância do tratamento e das medidas preventivas para minimizar os riscos para ela e para o bebê. Caso  não  tratada  de  forma  correta,  a  SG  pode ocasionar     efeitos     indesejados     para     o concepto,  tais  como  aborto,  prematuridade  e morte, além de ser a causa principal de óbito fetal em puérperas VDRL reagentes 
Domingues e Carmo Leal 2016  Incidência de sífilis congênita e fatores  associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo Nascer no Brasil  Estudo observacional. Os impactos na saúde da mulher pois, a sífilis não tratada durante a gestação pode levar a complicações graves, como abortos espontâneos, parto prematuro e outras complicações obstétricas. 
Machado, Silva, Pereira et al, 2018  Diagnóstico e tratamento de sífilis durante a gestação: desafio para enfermeiras? Trata-se de uma pesquisa descritiva e com abordagem qualitativa. A sífilis na gestação leva a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais por  ano  no  mundo,  apresentando  um adicional de 215 mil crianças em aumento do risco de morte prematura. O papel das enfermeiras é crucial no manejo da sífilis gestacional, desde o diagnóstico até o tratamento e acompanhamento das gestantes. O fortalecimento da capacitação das enfermeiras e a melhoria das condições de trabalho na atenção básica são fundamentais para minimizar os impactos da sífilis. 
Silva, Jéssica Gama da et al, 2019  Sífilis congênita no recém nascido: repercussões para a mãe pesquisa qualitativa. O artigo oferece uma visão abrangente de como a sífilis gestacional e congênita afeta tanto a mãe trazendo sentimentos de culpa, desespero, tristeza e horror quanto o recém-nascido que precisa ser hospitalizado para o tratamento. Além disso, o tratamento é doloroso e contempla, também, a realização de exames de sangue, Raios X dos ossos e punção lombar, entre outros. O artigo enfatiza a importância do apoio emocional e social para as mães que enfrentam essa situação.  
Felipe, Cristiane Nascimento, et al, 2019  Puérperas de sífilis congênita de uma maternidade de Cabo Frio-RJ: levantamento do perfil epidemiológico Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa. O estudo evidencia como fatores socioeconômicos e falhas no sistema de saúde podem exacerbar os impactos negativos da sífilis, afetando tanto a saúde física do bebê quanto o bem-estar emocional e social das mães. 
Ribeiro, Julianne Portella, et al, 2019 Sífilis gestacional: repercussões para a puérpera Pesquisa exploratória, descritiva de cunho qualitativo. O artigo explora os impactos físicos, psicológicos e sociais da sífilis gestacional na vida da mulher e do recém-nascido. Ele destaca como a doença pode afetar a saúde do bebê e o bem-estar emocional da mãe, além de influenciar a relação mãe-filho e a dinâmica familiar. O texto enfatiza a necessidade de um acompanhamento integral para a puérpera e promover uma melhor qualidade de vida para ambos. 
Oliveira, S. I. M. et al, 2020 Notificações de Sífilis e os Processos Desencadeadores da Transmissão Vertical: Um Estudo Transversal Trata-se de uma abordagem quantitativa transversal de pesquisa epidemiológica.  O não tratamento da sífilis pode impactar a vida da mulher e do recém-nascido de várias maneiras como gerar despesas significativas para o sistema de saúde e para as famílias. O impacto da condição do bebê pode alterar a dinâmica familiar e gerar desafios financeiros e emocionais. 
Macêdo, I. C. De; Romaguera, L. M. et al, 2019  Sífilis na gestação:  barreiras na  assistência pré-natal para o controle da transmissão vertical  Estudo descritivo, conduzido a partir de banco de dados de um estudo caso-controle para sífilis gestacional em maternidades públicas no Nordeste do Brasil, entre 2013 e 2014. Um dos impactos negativos que o artigo traz seriam as barreiras como falta de acesso a serviços de saúde, deficiência na qualidade do atendimento e falta de informação podem impedir que a mulher receba o tratamento adequado e o rastreamento necessário.  
Dias, Mariana de Sales, 2019  Síntese de evidências para políticas de saúde: enfrentamento da sífilis congênita no âmbito da atenção primária à saúde Utilizou-se a ferramenta SUPPORT sugerida pela Rede para Políticas Informados por Evidências (EVIPNet) para a busca de revisões sistemáticas e elaboração das opções para enfrentar o problema. A sífilis não tratada contribui para o aumento de casos de abortamento espontâneo, parto prematuro, malformação do feto e  natimortos em diversas regiões do mundo. A identificação e tratamento precoce são cruciais para minimizar os impactos da sífilis congênita, protegendo tanto a saúde da mulher quanto a do recém nascido. O artigo sugere a necessidade de políticas públicas que fortaleçam a atenção primária, garantindo acesso ao pré-natal adequado, exames de rotina, e tratamento oportuno 
Gomes, Natália da Silva, et al. 2020  “Só sei que é uma doença”: conhecimento de gestantes sobre sífilis Pesquisa qualitativa e descritiva. A desinformação contribui para a não adesão ao tratamento e aumenta as chances de complicações graves no bebê. A sífilis gestacional, quando não tratada, pode implicar em abortamento, nascimentos prematuros, além de alterações cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas. O artigo enfatiza a importância de melhorar a educação e a conscientização entre as gestantes para prevenir esses impactos. 
Rosa, Luiz Gustavo Fernandes da, et al, 2020 Análise do rastreamento oportuno da sífilis no pré-natal  Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, transversal e descritivo, O rastreamento eficaz e precoce da sífilis durante a gestação é fundamental para reduzir os impactos negativos da doença na vida da mulher e do recém nascido.O artigo fala sobre os graves riscos físicos para o bebê e as repercussões na saúde física e emocional da mulher, apontando os desafios do sistema de saúde em implementar um rastreamento eficaz e a necessidade de melhorias nas políticas públicas de saúde. 
Uchôa, h. L. A.; araújo, e. Da c.; silva, r. A. R. Da et al, 2022   Determinantes da sífilis gestacional entre mulheres atendidas em programas de pré-natal na Amazônia brasileira  Este estudo de caso-controle observacional. O diagnóstico precoce possibilita o tratamento imediato de mulheres grávidas e seu parceiro sexual. E o aumento dos tratamentos tardios é consistente com os achados de um estudo caso-controle semelhante do Nordeste do Brasil. Resultando em sintomas imediatos, os recém-nascidos com sífilis congênita podem apresentar sintomas como erupções cutâneas, problemas ósseos, hepatomegalia e anemia. Esses sintomas exigem tratamento imediato para evitar complicações adicionais. Ou consequências a longo prazo, se não tratada, a sífilis congênita pode levar a problemas graves e duradouros, como surdez, cegueira e distúrbios neurológicos, afetando o desenvolvimento e a qualidade de vida do bebê. 

Os conhecimentos das gestantes investigadas sobre a sífilis estão relacionados à compreensão de que a doença é uma IST, que pode ser prevenida a partir da utilização de método de barreira e que possui o teste rápido como forma de detecção. Em contrapartida, demonstraram surpresa quanto às complicações da doença para o bebê, evidenciando o desconhecimento sobre a sífilis congênita. Não souberam informar sobre o tratamento medicamentoso e não mencionaram o teste VDRL como método diagnóstico e confirmatório da doença (Gomes et al. 2020). Há desinformação  das  mães  quanto  à  infecção  por  sífilis,  principalmente  sobre  como  evitar  a transmissão vertical e a reinfecção durante o tratamento. Existem lacunas na triagem da sífilis gestacional que precisam ser preenchidas, realizando testagem precoce para IST, evitando diagnósticos tardios e contaminação fetal (Silva et al, 2019). 

A sífilis gestacional agrega o risco de transmissão vertical e quando não tratada, cerca de 40% dos casos resultam em desfechos negativos, relacionados ao aborto espontâneo, morte fetal ou neonatal precoce ou ainda graves sequelas perinatais (Macêdo et al, 2019). Frente ao diagnóstico de Sífilis Gestacional, as puérperas relataram susto, tristeza, choro e pavor. Associaram suas preocupações e reações negativas ao fato de estarem grávidas e à possibilidade de infecção do bebê (Ribeiro et al, 2019).  

Verificou-se que tanto o diagnóstico quanto o tratamento da SC no RN geram  sentimentos negativos na mãe. Estudo também apontou preocupação, tristeza e culpa pela contaminação do filho. Outro apresentou que os pais possuem sentimentos de tristeza, pavor, preocupação e medo do filho nascer com problemas de saúde decorrentes da SC. A necessidade da hospitalização pode gerar sentimentos como sofrimento, impotência, estresse, preocupação e ansiedade relacionada às múltiplas punções venosas, ao risco de morte iminente e à espera dos resultados dos exames laboratoriais e de imagem (Silva et al, 2019). 

O tratamento adequado da gestante, juntamente com o tratamento do parceiro, é um fator determinante para a prevenção da transmissão vertical da sífilis. Além disso, para quebrar a cadeia de transmissão, todos os parceiros sexuais devem ser educados e tratados. (Rosa et al, 2020).A sífilis não tratada contribui para o aumento de natimortos em diversas regiões do mundo. Em algumas áreas da África Subsaariana, cerca de 25% a 50% de todos os natimortos foram associados à sífilis (Dias et al, 2019). 

Quando não tratada precocemente, esta enfermidade pode se  transformar  em  uma  condição  crônica  com  sequelas   irreversíveis   a longo prazo. Uma das maiores preocupações do controle desta doença é a  infecção  de  mulheres  em  idade  reprodutiva,  que  pode  acarretar  a  ocorrência  de  sífilis  congênita por meio da transmissão vertical (Felipe et al, 2019). 

Os fatores desencadeadores da transmissão vertical estão relacionados ao diagnóstico tardio da gestante e ao tipo de parceria sexual, bem como às fragilidades no manejo clínico/terapêutico em relação à fase da doença, sendo todos fatores que contribuíram para uma alta taxa de 56,8% de probabilidade de transmissão vertical (Oliveira et al, 2020).  

A sífilis é uma  doença  milenar  que  ainda apresenta aumento de casos novos e traz riscos à saúde à gestante, do feto e do recém-nascido, portanto não se deve subestimar a doença e suas consequências para a saúde da população (Machado et al., 2018). 

QUADRO 2– Papel que os enfermeiros podem desempenhar na redução da incidência da sífilis congênita e no bem-estar das gestantes e recém-nascidos

Autor/ano Título MétodoPapel que os enfermeiros podem desempenhar na redução da incidência da sífilis congênita e no bem-estar das gestantes e recém-nascidos 
Nunes JT, Marinho ACV, Davim RMB et al. 2017 Sífilis na gestação: perspectivas e condutas do enfermeiro Trata se estudo qualitativo, tipo descritivo exploratório A captação e orientações às gestantes e parceiro por parte do enfermeiro têm contribuição decisiva para ações eficientes no combate à sífilis, de maneira a ser implementada relação harmoniosa e ética sustentada no compromisso seguro da usuária com resolubilidade de seus problemas. 
Domingues e Carmo Leal 2016  Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo Nascer no Brasil  Estudo observacional  Implementar programas contínuos de educação para profissionais de saúde e realizar campanhas comunitárias sobre a importância do rastreamento e tratamento da sífilis, sistemas de notificação robustos e realizar auditorias periódicas para garantir a precisão dos dados e a eficácia das intervenções. 
Machado, Silva, Pereira et al 2018  Diagnóstico e tratamento de sífilis durante a gestação: desafio para enfermeiras? Trata-se de uma pesquisa descritiva e com abordagem qualitativa, que foi realizada em Unidades Básicas de Saúde da família (UBSF) do Município de Volta Redonda (RJ). As enfermeiras, possuem preocupação em recrutar parceiros sexuais das gestantes para realizarem o teste de sífilis; assim como, administram penicilina benzatina na própria unidade para o tratamento rápido e eficaz da infecção.  
Silva, Jéssica Gama da et al. 2019 Sífilis congênita no recém nascido: 
repercussões para a mãe
pesquisa qualitativa. O papel importante do enfermeiro no apoio  e orientação  à  mãe, minimizando dúvidas sobre o diagnóstico, tratamento e os cuidados tanto com ela quanto com o RN
Felipe, Cristiane Nascimento, et al. 2019 Puérperas de sífilis congênita de uma maternidade de Cabo Frio-RJ: levantamento do 
perfil epidemiológico 
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa.O enfermeiro exerce o papel de educador, oferecendo informações pertinentes e precisas as gestantes, este profissional deve participar da elaboração das estratégias que  alcancem  a  diminuição dos índices e prevalência da sífilis congênita
Ribeiro, Julianne Portella, et al, 2019Sífilis gestacional: repercussões para a puérperaPesquisa exploratória, descritiva de cunho qualitativo.Os enfermeiros devem aproveitar o pré-natal e o período de internação do RN com Sífilis Congênita para realizar a prática educativa junto a essas puérperas, acompanhar e esclarecer as gestantes no momento da revelação do seu diagnóstico de Sífilis Gestacional, orientando sobre os sintomas, riscos e profilaxia para evitar a infecção fetal, assim como prevenir a reinfecção
OLIVEIRA, S. I. M. et al. 2020Notificações de Sífilis e os Processos Desencadeadores da Transmissão Vertical: Um Estudo TransversalAbordagem quantitativa transversal de pesquisa epidemiológica baseada em dados secundários, que investigou os fatores desencadeantes da ocorrência da sífilis congênita, determinados a partir da análise dos dados informados nos arquivos do SINAN.Os enfermeiros desempenham um papel essencial na redução da incidência de sífilis congênita e na promoção do bem-estar das gestantes e recémnascidos, conforme evidenciado pela discussão do estudo. A alta taxa de transmissão vertical, bem como as deficiências na assistência e no tratamento, destacam a necessidade de uma abordagem integral e eficaz por parte dos enfermeiros para enfrentar esse desafio, por meio de educação e orientação, acompanhamento e triagem, gestão de dados e notificação etc.
Macêdo, I. C. De; Romaguera, L. M. Et Al 2019Sífilis na gestação: barreiras na assistência pré-natal para o controle da transmissão verticalEstudo descritivo, conduzido a partir de banco de dados de um estudo caso-controle para sífilis gestacional em maternidades públicas no Nordeste do Brasil, entre 2013 e 2014.A ampliação do acesso ao diagnóstico, favorecendo o início precoce do pré-natal, melhor organização dos fluxos assistenciais nos serviços, integrando os diferentes níveis do cuidado, revela-se como uma prioridade a ser perseguida. A identificação das mulheres que estão expostas a fatores de risco favorece a implementação de estratégias para o ingresso na assistência. São alguns exemplos de ações imediatas que podem provocar uma abordagem sustentável de médio a longo prazo.
Dias, Mariana de Sales. 2019Síntese de evidências para políticas de saúde: enfrentamento da sífilis congênita no âmbito da atenção primária à saúdeUtilizou-se a ferramenta SUPPORT sugerida pela Rede para Políticas Informadas por Evidências (EVIPNet) para a busca de revisões sistemáticas e elaboração das opções para enfrentar o problema.Promover ações educativas, por meio de campanhas de saúde com ênfase na sífilis congênita, intervenções relacionadas ao uso de preservativos, prevenção de IST e gravidez na adolescência.
Gomes, Natália da Silva, et al. 2020“Só sei que é uma doença”: conhecimento de gestantes sobre sífilisPesquisa qualitativa e descritiva.Fornecer orientações sobre as infecções sexualmente transmissíveis (IST), em especial a Sífilis, tais como formas de prevenção, tratamento e informar os riscos para a gestante e ao recém-nascido caso não seja tratada da forma correta.
Rosa, Luiz Gustavo Fernandes da, et al. 2020Análise do rastreamento oportuno da sífilis no pré-natalTrata-se de um estudo de abordagem quantitativa, transversal e descritivo,O enfermeiro, enquanto profissional integrante da ESF, possui competência técnica para o desenvolvimento de ações educativas e, neste sentido, vem demonstrando-se essencial no trabalho sobre as IST, com atenção à sífilis ao nível individual e coletivo, colaborando de forma eficiente na prevenção da doença.
SILVA, J. M et al 2023O autocuidado da gestante na prevenção da sífilis: estratégias do enfermeiro a luz da teoria de oremTrata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, por meio da identificação, leitura e síntese dos resultados de artigos científicos.A assistência pré-natal estendida a todas as grávidas seria a maneira mais lógica de se eliminar a sífilis materna e suas consequências. Quanto mais precocemente essas crianças são diagnosticadas e tratadas, melhor será o seu prognóstico. Os profissionais da enfermagem podem estar envolvidos com a Vigilância Epidemiológica, o que requer conhecimentos específicos de epidemiologia, controle de doenças e agravos à saúde, gerência de programas (planejamento, avaliação e coordenação), orientação técnica das ações de Vigilância Epidemiológica e vacinação.

De acordo com Gomes et al  (2020) o enfermeiro, é um dos profissionais de saúde que é responsável pelo acompanhamento pré-natal da gestante, de modo que ele precisa fornecer orientações sobre as infecções sexualmente transmissíveis, em especial, a sífilis, dada a complexidade das consequências geradas com o diagnóstico tardio desse agravo.  

Enfatiza-se que o enfermeiro  deve  ser  um  articulador  de  processos  de  trabalho  e  de  responsabilização  pela organização das ações de educação em serviço. O enfermeiro apresenta uma atuação importante como educador.  (Silva, et al, 2019)  

Rosa et al (2020) constatou-se que na realidade estudada, os enfermeiros procederam com maior frequência à requisição do rastreamento da sífilis quando comparado aos médicos, principalmente o TR, disponível na unidade para a oferta oportuna no momento da consulta, mesmo com um reduzido número de encontros com as gestantes. Estes momentos podem estar relacionados à consulta inicial do pré-natal, em que o enfermeiro utiliza ferramentas assistenciais para avaliar cada caso e os possíveis riscos gestacionais, procedendo ao cadastramento no pré-natal, ofertada carteira da gestante e solicitação de exames que melhor orientem as ações e os cuidados gestacionais, entre eles, o rastreamento das IST, teste rápido para sífilis e VDRL (Périco, 2017). 

“O enfermeiro que atua em pré-natal representa a peça-chave na prevenção e detecção das sífilis gestacional e congênita. Dentre suas funções está a educação em saúde, que funciona como ferramenta indispensável para o autocuidado da gestante, favorecendo melhoria na qualidade de vida do binômio mãe-filho.” (Felipe et al., 2019)  

O pré-natal representa o mecanismo mais importante para que esta detecção e prevenção ocorram de forma satisfatória, devendo, portanto, ser realizado  de  acordo  com  as  normas preconizadas, que visam garantir o bem-estar materno infantil. A falha na  detecção  e  tratamento  da  sífilis  na  gestação,  resultando  na ocorrência da sífilis congênita, aponta falhas na classificação desta condição durante  o  pré-natal.  Isso  atesta  a  necessidade  da  melhoria  da  assistência  na atenção básica, seja nas ações relacionadas à educação em saúde, seja no rigor estabelecido no diagnóstico e tratamento da infecção. (Felipe et al., 2019) 

Diante disso, Nunes et al (2017) destaca a necessidade de reduzir a incidência da sífilis congênita e suas graves consequências, é relevante o papel do enfermeiro na atenção pré-natal com a finalidade de adotar medidas que possam minimizar riscos às gestantes e recém-nascidos.  

(Domingues; Leal, 2016) traz em um estudo sobre a Incidência de sífilis congênita, que as mulheres com transmissão vertical da infecção apresentaram início mais tardio da assistência pré-natal, menor proporção de número adequado de consultas, menor realização de uma ou duas sorologias para sífilis e menor registro de sorologias reagentes no cartão de pré-natal, assim como mostra que as mulheres com infecção pela sífilis são geralmente mais vulneráveis socialmente, apresentam mais fatores de risco para prematuridade e maior prevalência de coinfecção pelo HIV. 

Oliveira et al (2020) descrevem características semelhantes na literatura, que mulheres com menor escolaridade, mestiço, residentes urbanos e donas de casa. Um estudo mostra que as desigualdades no acesso e na qualidade do pré-natal são fatores que contribuem para a maior exposição de crianças de classes menos privilegiadas ao risco de transmissão vertical da SC, corroborando as conclusões de Domingues et al. sobre a vulnerabilidade social e as dificuldades no cuidado pré natal. 

O comprometimento do profissional com a saúde das gestantes contribui para uma assistência de qualidade, assim como a sua maior responsabilização perante a sífilis e o uso dos protocolos padronizados favorecem a eliminação da SC como problema de saúde pública. O trabalho do enfermeiro na organização, supervisão e planejamento das atividades da sua equipe poderá contribuir para a melhora da qualidade da assistência. Fica evidente a importância do pré-natal de boa qualidade na abordagem adequada da sífilis durante a gestação, sendo o espaço destinado à sua identificação precoce e ao estabelecimento do tratamento. Igualmente, as consultas de enfermagem são relevantes no fortalecimento da qualidade da assistência no pré-natal e na formação de vínculo da gestante com a unidade de saúde, podendo facilitar, dessa forma, a adesão dela aos tratamentos propostos durante a gestação (Lima et al, 2022).

QUADRO 03–  Orientações perinatais para prevenção e tratamento da sífilis gestacional e congênita.

Autor/anoTítuloMétodoOrientações perinatais para prevenção e tratamento da sífilis gestacional e congênita.
Nunes JT, Marinho ACV, Davim RMB et al. 2017Sífilis na gestação: perspectivas e condutas do enfermeiroestudo qualitativo, tipo descritivo-exploratório, desenvolvido com quatro mulheres na faixa etária entre 40 e 55 anos, com a produção de dados a partir de entrevistas semiestruturadas, analisada pela Técnica Análise Conteúdo na modalidade Análise Categorialos enfermeiros desempenham um papel vital na prevenção e tratamento da sífilis na gestação, mas precisam de recursos adequados para enfrentar os desafios dessa condição. A capacitação contínua e a sensibilização sobre a sífilis são essenciais para melhorar os resultados para mães e bebês.
Domingues e Carmo Leal 2016Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo Nascer no BrasilEstudo observacionalDesenvolver campanhas educativas sobre sífilis, enfatizando a transmissão, prevenção e importância do tratamento durante a gestação. Orientação nas consultas de pré-natal sobre a sífilis e seus riscos para a saúde da mãe e do bebê
Machado, Silva, Pereira et al 2018Diagnóstico e tratamento de sífilis durante a gestação: desafio para enfermeiras?Trata-se de uma pesquisa descritiva e com abordagem qualitativa, que foi realizada em Unidades Básicas de Saúde da família (UBSF) do Município de Volta Redonda (RJ).as enfermeiras têm um papel crucial na prevenção e manejo da sífilis gestacional, mas enfrentam desafios significativos. A capacitação e a sensibilização são fundamentais para melhorar os resultados para as gestantes e seus bebês.
Silva, Jéssica Gama da et al. 2019Sífilis congênita no recém-nascido: repercussões para a mãepesquisa qualitativa.O enfermeiro deve acompanhar o fornecimento do diagnóstico da mãe e do RN, orientando sobre a profilaxia, formas de contágio, sinais e sintomas e tratamento da doença. Deve enfatizar a importância da realização das testagens para IST durante o pré-natal, do tratamento do parceiro, assim como o uso de preservativos durante as relações sexuais.
Felipe, Cristiane Nascimento, et al. 2019Puérperas de sífilis congênita de uma maternidade de Cabo Frio-RJ: levantamento do perfil epidemiológicoTrata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa.O enfermeiro que atua em pré-natal representa a peça-chave na prevenção e detecção das sífilis gestacional e congênita. Dentre suas funções está a educação em saúde, que funciona como ferramenta indispensável para o autocuidado da gestante, favorecendo melhoria na qualidade de vida do binômio mãe-filho.
Ribeiro, Julianne Portella, et al, 2019Sífilis gestacional: repercussões para a puérperaPesquisa exploratória, descritiva de cunho qualitativo.Destaca-se o papel do enfermeiro no contato direto aos pacientes, na realização dos testes rápidos, identificação dos sinais e sintomas da doença, acompanhamento e oferta de orientações à família
Oliveira, S. I. M. et al. 2020Notificações de Sífilis e os Processos Desencadeadores da Transmissão Vertical: Um Estudo TransversalTrata-se de uma abordagem quantitativa transversal de pesquisa epidemiológica baseada em dados secundários, que investigou os fatores desencadeantes da ocorrência da sífilis congênita, determinados a partir da análise dos dados informados nos arquivos do SINAN.Implementar a triagem sistemática para sífilis em todas as gestantes no primeiro pré-natal e em exames de acompanhamento.
Fortalecer sistemas de notificação e de casos de sífilis para monitorar a incidência e eficácia das intervenções, possibilitando ajustes nas políticas de saúde.
Macêdo, I. C. De; Romaguera, L. M. et al 2019Sífilis na gestação: barreiras na assistência pré-natal para o controle da transmissão verticalEstudo descritivo, conduzido a partir de banco de dados de um estudo caso-controle para sífilis gestacional em maternidades públicas no Nordeste do Brasil, entre 2013 e 2014.Garantir que todas as gestantes tenham acesso fácil e contínuo a consultas de pré-natal, especialmente em áreas com menor cobertura de saúde.
Dias, Mariana de Sales. 2019Síntese de evidências para políticas de saúde: enfrentamento da sífilis congênita no âmbito da atenção primária à saúdeUtilizou-se a ferramenta SUPPORT sugerida pela Rede para Políticas Informadas por Evidências (EVIPNet) para a busca de revisões sistemáticas e elaboração das opções para enfrentar o problema.a importância de oferecer testes rápidos de triagem dupla para sífilis e HIV, tratamento das gestantes com diagnóstico de sífilis com penicilina benzatina, se possível no primeiro trimestre da gravidez. Além disso, o tratamento dos parceiros sexuais pode prevenir a reinfecção da gestante e a transmissão da sífilis congênita.
Gomes, Natália da Silva, et al. 2020“Só sei que é uma doença”: conhecimento de gestantes sobre sífilisPesquisa qualitativa e descritiva.Informar à gestante sobre as IST, principalmente sobre a sífilis, pode ser um determinante para a prevenção da sífilis gestacional, consequentemente para sífilis congênita, morte neonatal, aborto e parto prematuro.
Rosa, Luiz Gustavo Fernandes da, et al. 2020Análise do rastreamento oportuno da sífilis no pré-natalTrata-se de um estudo de abordagem quantitativa, transversal e descritivo,O enfermeiro utiliza ferramentas assistenciais para avaliar cada caso e os possíveis riscos gestacionais, procedendo ao cadastramento no Pré-natal, ofertada carteira da gestante e solicitação de exames que melhor orientem as ações e os cuidados gestacionais, entre eles, o rastreamento das IST, teste rápido para sífilis e VDRL
Silva, J. M et al 2023O autocuidado da gestante na prevenção da sífilis: estratégias do enfermeiro a luz da teoria de oremTrata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, por meio da identificação, leitura e síntese dos resultados de artigos científicos.Ensinar as gestantes a cuidarem de sua saúde, incluindo a adesão a tratamentos e medicamentos prescritos, e a importância da comunicação com os profissionais de saúde.

Embora a sífilis seja uma doença para a qual existem recursos diagnósticos e terapêuticos simples e de baixo custo, seu controle na gestação é uma tarefa complicada em decorrência do curto intervalo da gestação para a realização do seu diagnóstico e tratamento; pela dificuldade de abordagem de IST, principalmente durante a gestação; e provavelmente pelo desconhecimento da população e dos profissionais de saúde sobre a magnitude desse agravo e dos danos que ele pode causar (Dias et al, 2019).  

As diretrizes perinatais recomendam triagens no primeiro e terceiro trimestres, além do momento do parto, assegurando um acompanhamento oportuno e contínuo para minimizar a transmissão vertical. Campanhas de conscientização e capacitação de profissionais são igualmente fundamentais para disseminar o conhecimento sobre os riscos da sífilis não tratada, promovendo um pré-natal seguro e cuidadoso para a saúde da gestante e do recém-nascido. (Silva, Jéssica Gama et al. 2019) 

Segundo Gomes et al (2020) o enfermeiro, como um dos profissionais de saúde responsáveis pelo acompanhamento pré-natal da gestante, precisa fornecer orientações sobre as infecções sexualmente transmissíveis (IST), em especial, a sífilis, dada a complexidade das consequências geradas com o diagnóstico tardio desse agravo. As consultas conduzidas pelo Enfermeiro discorrem sobre aspectos clínicos e educativos apoiados no processo de enfermagem, estabelecendo cuidados direcionados às necessidades das mulheres no Pré-natal de baixo risco (Rosa et al.2020). 

O enfermeiro deve acompanhar o fornecimento do diagnóstico da mãe e do RN, orientando sobre a profilaxia, formas de contágio, sinais e sintomas e tratamento da doença. Deve enfatizar a importância da realização das testagens para IST durante  o  pré-natal,  do  tratamento  do  parceiro,  assim  como  o  uso  de  preservativos  durante  as  relações  sexuais. Frente à SC é importante informar os riscos de sua transmissão ao RN, assim como os cuidados necessários que devem ser dispensados  a  este,  enfocando,  também,  a  necessidade  do  prolongamento  da  internação  para tratamento,  os procedimentos  e  exames  que  serão  realizados  para  o  melhor  enfrentamento  da  doença,  por  meio  de  um  processo educativo  efetivo.   (Silva, et al, 2019). 

Destaca-se a importância do desempenho  ético  e  da  educação  permanente  dos  profissionais  de saúde, como medidas para auxiliar a garantia da assistência integral e humana durante o enfrentamento da puérpera ao diagnóstico de SC na criança (Silva, et al.2019).  

Nesse contexto, é fundamental que os métodos de diagnóstico da infecção materna sejam realizados adequadamente, de acordo com a fase da doença. Sob essa ótica, o exame VDRL deve ser solicitado no início da atenção pré-natal e repetido no terceiro trimestre e no momento do parto. Os dois primeiros visam garantir o diagnóstico precoce à gestante com sífilis e tratamento em tempo hábil, e o terceiro para o tratamento precoce da criança. O VDRL pode ser de caráter qualitativo (reagente ou não reagente) ou quantitativo (anticorpos). O quantitativo tem preferência por ser útil no diagnóstico inicial da sífilis (Nunes, et al. 2017) As orientações perinatais incluem triagens regulares, educação sobre a importância da detecção precoce e capacitação da equipe de saúde, assegurando um cuidado integral que proteja tanto a saúde da gestante quanto a do recém-nascido. 

De acordo com Felipe et al. (2019) o enfermeiro dentre suas funções está a educação em saúde, que funciona como ferramenta indispensável para o autocuidado da gestante, favorecendo melhoria na qualidade de vida do binômio mãe-filho. Os enfermeiros devem aproveitar o pré-natal e o período de internação do RN com Sífilis Congênita para realizar a prática educativa junto a essas puérperas, acompanhar e esclarecer as gestantes no momento da revelação do seu diagnóstico de Sífilis Gestacional, orientando sobre os sintomas, riscos e profilaxia para evitar a infecção fetal, assim como prevenir a reinfecção. Essa prática deve ainda orientar e enfatizar a importância da realização das testagens durante o acompanhamento do pré-natal para IST e o tratamento concomitante do parceiro (Silva et al.2019). 

O fluxograma de tratamento de sífilis em gestante indica o início do tratamento com primeira dose de penicilina benzatina imediatamente, após o diagnóstico com teste rápido, seguido de coleta de amostra para realização de teste laboratorial, e ainda, a testagem e tratamento do parceiro sexual. O que mais uma vez reforça o tratamento a ser realizado pelo profissional que atende a gestante no momento do diagnóstico, podendo ser médico ou enfermeiro.(Machado et al 2018)  

A adesão a essas diretrizes é crucial para prevenir a transmissão vertical da sífilis e proteger a saúde da gestante e do recém-nascido, Após um diagnóstico positivo de sífilis, a gestante deve receber imediatamente penicilina benzatina, seguida pela coleta de amostras para testes laboratoriais e testagem do parceiro sexual. Essas ações são essenciais para prevenir a transmissão vertical da sífilis. 

De acordo com Domingues et (2016) A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem como meta a eliminação da sífilis congênita, definida como ocorrência de 0,5 ou menos casos de sífilis congênita para cada mil nascidos vivos. O tratamento adequado com penicilina é capaz de prevenir 97% dos casos de transmissão vertical 5,6, sendo os melhores resultados obtidos quando o tratamento é efetuado por volta da 24a a 28a semana gestacional. Além da transmissão vertical elevada, 33,9% dos recém-nascidos com diagnóstico de sífilis congênita apresentaram desfechos negativos, valor 2,5 vezes superior ao observado em mulheres sem infecção pela sífilis. Portanto, a realização do pré-natal e o tratamento oportuno da sífilis em gestantes são fundamentais para proteger a saúde do bebê.  

De acordo também com Oliveira et al (2020) o uso de outros regimes terapêuticos para o tratamento de mulheres grávidas e seu parceiro sexual(s) foi encontrado, no entanto, apenas a penicilina é um tratamento adequado para mulheres grávidas; portanto, outros tratamentos são considerados inadequados. O uso de ceftriaxona como tratamento alternativo para mulheres grávidas é recomendado quando o tratamento com penicilina é impossível.  

De acordo com Silva (2023) quando se tratar de um VDRL positivo cabe ao enfermeiro além da notificação, efetuar a orientação dos parceiros sobre o esquema do tratamento além de delinear sobre a doença, esclarecendo as fases que a mesma apresenta e detalhando as características e a importância da intervenção terapêutica o mais precoce possível.  

Os profissionais enfermeiros, enquanto indivíduos assistenciais para o cuidado no pré-natal, devem desenvolver um papel fundamental na implementação e promoção de medidas que precisam ter sua aplicabilidade de forma generalizada e sistêmica, havendo o enfrentamento desse problema, assim como a aplicação da terapêutica recomendada ( Oliveira et al, 2023) 

CONSIDERAÇÕES FINAIS. 

Conclui-se que a sífilis, sendo uma infecção sexualmente transmissível, pode acarretar sérias consequências para a mãe e o feto, tornando essencial a detecção precoce e o manejo adequado. Ficou evidenciado a importância da atuação do enfermeiro no diagnóstico e tratamento da sífilis durante a gestação, considerando seu papel fundamental na promoção da saúde materno-infantil. 

É necessário buscar novas estratégias para reduzir a incidência da doença e trazer mais visibilidade sobre essa problemática, como por exemplo, propor ações educativas voltadas à população sobre a prevenção da sífilis, enfatizando a importância do pré-natal e ainda incorporar dados estatísticos recentes sobre a prevalência de sífilis na gestação para contextualizar o problema e reforçar a necessidade de intervenção. 

Essas sugestões visam enriquecer o trabalho e proporcionar uma visão mais abrangente sobre a atuação do enfermeiro nesse contexto, contribuindo para a melhoria das práticas de saúde 

REFERÊNCIAS 

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 1Graduanda de Enfermagem no Centro Universitário IESB. E-mail: bianca.moreira@iesb.edu.br
2Graduanda de Enfermagem no Centro Universitário IESB. E-mail: brenna.silva@iesb.edu.br
3Docente do curso de Enfermagem no Centro Universitário IESB. Mestre em Enfermagem pela Universidade de Brasília. E-mail: erlayne.brandao@iesb.edu.br